Aletria: Revista de Estudos de Literatura https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria <div id="journalDescription"> <p>A&nbsp;<em>Aletria: Revista de Estudos de Literatura</em><em>&nbsp;</em>é um periódico trimestral, com avaliação de pares, mantido pelo&nbsp;<a href="http://www.letras.ufmg.br/Poslit/01_ninicio_pgs/inicio_001.htm" target="_blank" rel="nofollow noopener">Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários</a>&nbsp;da&nbsp;<a href="http://www.letras.ufmg.br/site/" rel="nofollow">Faculdade de Letras</a>&nbsp;da&nbsp;<a href="https://www.ufmg.br/" rel="nofollow">Universidade Federal de Minas Gerais</a>&nbsp;(Brasil) desde 1993. Tem como missão fomentar a produção acadêmica sobre Estudos Literários e Culturais, permitindo a pesquisadores do Brasil e do exterior divulgarem suas pesquisas e contribuírem para o debate na área.</p> <div>A revista<em>&nbsp;Aletria&nbsp;</em>aceita, em fluxo contínuo, artigos inéditos em sua especialidade: ensaios sobre estudos literários e culturais e resenhas e recensões críticas de obras literárias e de obras científicas na área de literatura e teoria literária.</div> <p>Não se cobra dos autores pela publicação.</p> </div> Universidade Federal de Minas Gerais pt-BR Aletria: Revista de Estudos de Literatura 1679-3749 <p>Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a style="font-weight: 400;" href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html"><span style="font-weight: 400;">The Effect of Open Access</span></a><span style="font-weight: 400;">)</span>.</p> Nota dos editores https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/53040 Elen de Medeiros Marcos Antônio Alexandre Copyright (c) 2024 Elen de Medeiros, Marcos Alexandre (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 12 13 Leitura e literatura selvagem em Roberto Bolaño como instrumento de emancipação crítica https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/49702 <p>Este artigo investiga os elementos de rastros, duplos e alegorias nas obras de Roberto Bolaño, sublinhando sua interconexão e influência na delimitação entre ficção e realidade. Ao analisar romances como <em>Noturno do Chile</em> (2004) e <em>Estrela distante</em> (2009), examina-se como Bolaño utiliza o conceito de duplo para expor aspectos ocultos da história, vinculando-os a eventos políticos traumáticos, especialmente no contexto ditatorial chileno. Além disso, demonstra-se de que esses elementos constituem parte integrante da estrutura psíquica do ser, conforme proposto por Freud. A discussão sobre rastros explora a capacidade de romper camadas superficiais de leitura, convidando os leitores a um percurso emancipatório por meio da história e da literatura latino-americana. A abordagem propõe uma leitura detetivesca e arqueológica, incentivando a exploração de significados ausentes-presentes. Ao examinar os métodos narrativos de Bolaño, o artigo ressalta a importância crítica desses elementos e suas figurações na América Latina contemporânea.</p> Felipe Cordeiro Assis Benevenuto Vidigal Copyright (c) 2024 Felipe Cordeiro, Assis Benevenuto Vidigal (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 15 28 “Detectives” salvajes y la banalización del mal https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/49695 <p>Una estrategia de la postdictadura chilena para atenuar el daño infligido por la violencia del Golpe de Estado de 1973 fue relativizar los hechos. Se trata de un blanqueamiento consensuado destinado a borrar el trauma histórico. De manera soterrada y entrelíneas, esta operación va siendo revelada en la plática que es el cuento “Detectives” por dos expolicías agentes de la dictadura. El arte Bolaño, en este contexto de mutilaciones, con conocimiento de mundo y pleno manejo de los recursos, refuerza su carácter ético-estético en la medida que restituye la memoria y trastoca el fenómeno literario, pues delega exclusivamente en el lector la función de desentrañar la verdad de una historia personal y colectiva.</p> Marco Chandia Araya Copyright (c) 2024 marco chandia araya (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 29 42 Las ciudades de Bolaño https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/51216 <p>A partir de un recorrido por las diversas ciudades presentes en la literatura de Roberto Bolaño, cuyos textos construyen un tejido global, este ensayo se centra en la violenta Santa Teresa, la ficcionalización del autor de 2666 de la mexicana Ciudad Juárez. Organizada en torno a las maquiladoras, Santa Teresa está tomada por el derramamiento de sangre, especialmente el de las mujeres, pues sigue la lógica exigente del neoliberalismo, en el que se mezclan libremente el crimen organizado, la discriminación de género y el uso depredador del cuerpo. Tomando la representación de los brutales asesinatos de mujeres ocurridos allí, especialmente en la “Parte de los crímenes”, buscamos discutir cómo, en la novela de Bolaño, la violación de los cuerpos femeninos se relaciona con la ferocidad del sistema capitalista en esta ciudad-metáfora del mundo globalizado moderno.</p> Edmundo Paz-Soldán Copyright (c) 2024 Edmundo Paz-Soldán (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 43 51 Um olho diante da violência https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/51058 <p><span style="font-weight: 400;">O presente trabalho busca realizar uma leitura do conto “O Olho Silva”, de Roberto Bolaño, publicado na coletânea </span><em><span style="font-weight: 400;">Putas Asesinas </span></em><span style="font-weight: 400;">(2001). A partir da perspectiva teórica de Ricardo Piglia acerca da forma do relato e do conto enquanto gênero, faz-se a discussão de temas centrais da narrativa, recorrentes em toda a produção do escritor chileno, tais como: a violência, o exílio, o trauma proporcionado pelos regimes ditatoriais latino-americanos durante o século XX e suas consequências sobre a geração que o vivenciou. Também a perspectiva de autores como Edward Said e Susan Sontag faz-se pertinente para pensar em questões específicas que se associam aos temas expostos.</span></p> Rubens Corgozinho Maria Zilda Ferreira Cury Copyright (c) 2024 Rubens Corgozinho, Maria Zilda Ferreira Cury (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 52 67 Do animal à alga https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/49292 <p>Este artigo estuda como a personagem Hans Reiter, ou Benno von Archimboldi, torna-se escritor mediante o devir-animal e o devir-vegetal. Considerando que Bolaño inseriu sua personagem no contexto das catástrofes do século XX, advogamos que a experiência da brutalidade promove uma “desumanização” de Reiter, que caracteriza uma experiência de vida precária que se torna fundamental para sua futura profissão de escritor. Em seguida, postulamos que, através da literatura, Reiter, já como Archimboldi, percorre o devir-vegetal, identificando-se com a alga como um ser que sobrevive à submersão e encarna a exposição como condição essencial da vida. Finalmente, concluímos que Bolaño demonstra uma intuição acerca do devir-escritor no contexto da catástrofe, que corresponde a uma concepção da escritura como supervivência e mais-valia de vida, a exemplo da plasticidade animal e vegetal.</p> Antônio Barros de Brito Junior Copyright (c) 2024 Antônio Barros de Brito Junior (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 68 81 O pastiche de Roberto Bolaño, autor de ficciones https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/49562 <p>A partir da leitura da biografia fictícia de “Ramírez Hoffman, o infame”, pertencente à obra <em>A literatura nazista na América</em> (2019), examinamos a presença de cópias semelhantes desse texto na reescrita em pastiche de <em>Estrela distante </em>(2009). Bolaño, ao retomar o último capítulo de seu terceiro romance, acaba por fazer, à maneira de Pierre Menard, autor de <em>Quixote</em>, de Borges (2006), um pamlipsesto a partir da apropriação da narrativa biográfica de Hoffman. Por meio da repetição das semelhanças, que ressaltam as singularidades de acontecimentos históricos únicos como entende Gagnebin (2006), Bolaño embaralha memória, história e trauma por meio de uma escrita híbrida pastichada, ao se valer, também, da dicção metaficcional e do jogo entre autobiografia e ficção. Em <em>Estrela distante,</em> a nosso ver, o pastiche ressalta as repetições por meio das diferenças ao criarem um suplemento de escritura derridiano. Por fim, o pastiche de Bolaño está repleto de referências a “fantasmas” e a livros imaginários de autores que, juntos com o autor/narrador, relembram traumas da mais violenta ditadura do Cone Sul dos anos 1970.</p> Paulo Alberto da Silva Sales Copyright (c) 2024 Paulo Alberto da Silva SALES (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 82 95 Memórias em noite febril https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/49302 <p>Este artigo destaca, em Noturno do Chile, de Roberto Bolaño, o conceito de “ridículo espantoso”, e como este coloca em xeque a memória e o testemunho, quando são fundamentais em um cenário ditatorial. O romance é uma forma de revisão do passado, novas possibilidades interpretativas para a história e, ao mesmo tempo, uma provocação para o presente, recordando a permanência das omissões cotidianas. Enquanto o ridículo diz respeito à duplicidade (um homem de letras omisso diante das violências de Estado), o “espantoso” se refere ao pano de fundo de horror, marcado por mortes, torturas e desaparecimentos dos sujeitos. Para esta análise, utiliza-se o aporte teórico de Grínor Rojo (2016), com a ideia de “ridículo espantoso”. Quanto à ideia de objetividade da história, observa-se Nietzsche (1983) e Jacques Le Goff (2003). Por fim, sobre memória e testemunho, lança-se mão de Seligmann-Silva (2003), Gagnebin (2006), Beatriz Sarlo (2007) e Todorov (2008).</p> Evandro Figueiredo Candido Copyright (c) 2024 Evandro Figueiredo Candido (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 96 106 Apresentação do Dossiê Aniversário de Roberto Bolaño 70 anos https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/52111 <p>.</p> Júlia Morena Costa Sara Rojo Copyright (c) 2024 Júlia Morena Costa, Sara Rojo (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 8 11 Luiz Costa Lima, leitor do Quixote https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/48988 <p>O objetivo deste artigo é examinar a presença do <em>Dom Quixote de la Mancha </em>na produção do crítico Luiz Costa Lima. Para tanto, o foco da análise estará centrado nas duas das obras em que o autor se aproxima de forma mais detida ao romance de Miguel de Cervantes, são elas: <em>A Trilogia do Controle </em>(2007) e a <em>O controle do imaginário e a afirmação do romance</em> (2009). Depreende-se daí que a leitura de Cervantes por Costa Lima não só ocupa uma posição especial para a discussão sobre o <em>controle do imaginário</em> na sua obra, mas também para a recepção do <em>Quixote </em>no Brasil. Conclui-se apontando para a relação das observações anteriores com a forma peculiar de crítica exercida pelo teórico brasileiro.&nbsp;</p> Erivelto Carvalho Copyright (c) 2024 Erivelto Carvalho (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 112 125 Angustiado e cruel https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/48527 <p>Este trabalho compreende uma leitura do romance Dom Casmurro, com ênfase em dois aspectos, angústia e crueldade, a propósito de Bentinho, o narrador-personagem. Consideramos um percurso no qual o leitor acompanhará, simultaneamente, a narração e a construção de uma imagem para Bentinho, que passará, de jovem apaixonado pela amiga de infância, a angustiado e cruel. Com base nas reflexões de Rosenfeld e de Candido (2014) acerca da composição ficcional e de uma ausência figurativa que seria natural à ficção, se comparada a outras modalidades artísticas, verificamos que o romance machadiano aproxima narrador-personagem e leitores; isto permite que a imagem de Bentinho seja composta, ao mesmo tempo, por leitor e narrador – este, tendo oportunidade de interlocução sem julgamentos, rememora os anos vividos, refletindo sobre eles, ao passo em que o leitor compreende como a crueldade, autoinfligida e direcionada a outros, funcionou como reação para a angústia experimentada pelo narrador-personagem.</p> Rafaela de Abreu Gomes Copyright (c) 2024 Rafaela de Abreu Gomes (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 126 138 Madgermanes https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/48930 <p>Entre 1979 e 1989 cerca de 20 mil moçambicanos foram enviados para trabalhar nas fábricas da Alemanha Oriental, sob a égide de acordos de cooperação entre a FRELIMO e a RDA. Madgermanes: é assim que são designados esses homens e mulheres cuja migração revelou inevitáveis semelhanças com o antigo êxodo dos trabalhadores escravizados, na época colonial, nas minas da África do Sul. Depois de uma primeira parte de contextualização, o artigo propõe uma leitura da banda desenhada Madgermanes de Birgit Weyhe, que contribuiu a dar ressonância internacional a esta história por longo tempo esquecida. A parte final é dedicada a uma breve incursão no romance Museu da revolução de João Paulo Borges Coelho: longe do intuito de apresentar uma comparação detalhada entre as duas obras e circunscrevendo o olhar ao personagem de Jei-Jei (ex-trabalhador na RDA), aborda-se o romance enquanto raro exemplo de reflexão sobre a “memória estarrecida” dos Madgermanes no panorama literário contemporâneo em língua portuguesa.</p> Ada Milani Copyright (c) 2024 Ada Milani (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 139 156 Conexão Irlanda/Nova York https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/47242 <p>Reflexão sobre a inserção das obras dos escritores Maeve Brennan e Frank McCourt no escopo dos estudos da Literatura de Migração, tanto porque emigraram da Irlanda para os Estados Unidos, quanto porque construíram personagens migrantes inspirados em suas vivências em Nova York, cidade destino de muitos irlandeses na primeira metade do século XX. O artigo analisa também a influência da história irlandesa em aspectos autobiográficos nas obras desses autores, sendo que em Brennan repercute a libertação irlandesa em relação ao Reino Unido, e em McCourt, a Grande Fome e a diáspora migratória que a seguiu. Além de escritora, Brennan foi jornalista e produziu 42 contos e uma novela com enfoque na solidão feminina. McCourt conciliou a escrita com a profissão de professor e dedicou-se à produção de autobiografias em que narrativas com humor evidenciam a tragédia da pobreza irlandesa explorada tanto pelo Reino Unido quanto pela Igreja Católica.</p> Sabrina Siqueira Rosani Úrsula Ketzer Umbach Copyright (c) 2024 Sabrina Siqueira, Rosani Úrsula Ketzer Umbach (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 157 171 O estatuto ontológico da ficção – da teoria literária às ciências sociais https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/51105 <p>Este texto investiga como a ficção redefine-se a partir das questões prementes forjadoras da realidade social, afetando sua constituição no campo literário e seu impacto nas ciências sociais, especialmente após a virada linguística dos anos 1970. Para operar tal intento, apresenta-se concisa revisão de seu estatuto ontológico a partir da modernidade, buscando posteriormente posicioná-la no escopo das ciências sociais, bem como suas novas perspectivas ante o conceito de antropoceno e a virada ontológica não-humana perpetrada pela antropologia contemporânea, que questiona os postulados fundamentais da razão filosófica ocidental, catalisando certa retomada de narrativas de antecipação. Destacam-se como aportes teóricos a teoria estética da recepção da leitura de Wolfgang Iser e a hermenêutica de Paul Ricœur. A partir da dialética entre texto e leitor, esboçada na obra destes autores, a ficção transmuta-se de figura retórica de obras literárias para potência inovadora de criação e desvelamento de (novas) realidades sociais.</p> Leonardo Augusto Nascimento dos Santos Genauto Carvalho de França Filho Copyright (c) 2024 Leonardo Augusto Nascimento dos Santos, Genauto Carvalho de França Filho (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 172 187 A leitura da leitura de O projeto literário de Roberto Bolaño: estética do fracasso https://periodicos.ufmg.br/index.php/aletria/article/view/52770 <p>.</p> Márcia Paraquett Copyright (c) 2024 Márcia Paraquett (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2024-06-19 2024-06-19 34 2 108 110