Hospitalização para casos de câncer de boca e faringe no Brasil

Autores

  • Thalita Lucas Brum Moreira da Silva Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Waneska Alexandra Alves Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Lucas de Paula Lopes Rosado Universidade Estadual de Campinas
  • Brisa Ketrine Lustosa Souza Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Sibele Nascimento de Aquino Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.7308/aodontol/2020.56.e20

Palavras-chave:

Neoplasias bucais, Hospitalização, Mortalidade

Resumo

Objetivo: Avaliar a internação hospitalar por câncer de boca e faringe no Brasil no período de 2008 a 2017.

Métodos: Estudo das internações por estas neoplasias registradas no Sistema de Informação Hospitalar disponíveis no DATASUS/MS entre 2008 e 2017.

Resultados: Foram registradas 263.556 mil internações por câncer de boca e faringe. O Sudeste apresentou a maior frequência de casos (44,3%). A maior taxa de internação ocorreu no Sul (19,6/100 mil habitantes). As maiores taxas de letalidade encontradas foram no Norte (12,7%) e Sudeste (12,3%). Houve um predomínio de internações em regime privado (53,5%) e em caráter de urgência no Brasil (53,5%). A média de permanência hospitalar foi de 6,4 dias. A taxa de letalidade em caráter de urgência foi maior do que em caráter eletivo. A taxa de internação apresentou tendência decrescente e a taxa de letalidade hospitalar, tendência de incremento de 0,2% a cada ano. A análise de índice de desenvolvimento humano médio e taxa de internação mostrou correlação moderada positiva entre essas variáveis e as regiões do país. Houve maior custo médio em reais por internação hospitalar em caráter eletivo e a região Centro-Oeste obteve maior média de custo financeiro (por guia autorizada) nesta modalidade.

Conclusão: Observa-se um elevado número de internações por estes tipos de câncer no Brasil, além de um acentuado custo e alta média de permanência hospitalar, sendo variável entre as regiões do país.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Fernandes GM, Bergmann A, Oliveira JF. Análise epidemiológica de população com câncer de cabeça e pescoço: influência sobre as complicações pós-operatórias. Rev Bras Cir Cabeça Pescoço. 2013;42(3):140-9.

Ellington TD, Henley SJ, Senkomago V, O`Neil ME, Wilson RJ, Singh S, et al. Trends in incidence of cancers of the oral cavity and pharynx - United States 2007-2016. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2020;69(15):433-8.

Moi GP, Silva AMC, Galvão ND, Maneghim MC, Pereira AC. Spatial analysis of the death associated factors due oral cancer in Brazil: an ecological study. BMC Oral Health. 2018;18(1):14.

Daher GCA, Pereira GA, Oliveira ACD. Características epidemiológicas de casos de câncer de boca registrados em hospital de Uberaba no período 1999-2003. Rev Bras Epidemiol. 2008;11(4):584-96.

Maciel SSSV, Maciel WV, Silva RB, Sobral LV, Souza IRS, Siqueira MJ. Morbimortalidade por cânceres da boca e faringe em capitais brasileira. Rev Assoc Med Rio Grande Do Sul. 2012;56(1):38-45.

Ordóñez D, Aragón N, García LS, Collazos P, Bravo LE. Oral cancer in Cali, Colombia: a population-based analysis of incidence and mortality trends. Salud Publica Mex. 2014;56(2):465-72.

Silva CMG, Cangussu MCT, Mendes CMC, Araújo RPC. Perfil epidemiológico dos pacientes com câncer de boca e orofaringe atendidos no Hospital Aristides Maltez no período entre 2000 e 2006. Rev Cienc Med Biol. 2013;12:411-8.

Deusdedit MB, Telles PJ, Cruz AF, Lacerda JCT, Resende RG. Análise da prevalência de carcinoma de células escamosas da cavidade bucal no Serviço de Estomatologia do Hospital Metropolitano Odilon Behrens em Belo Horizonte, Minas Gerais. Arq Odontol. 2015;52(4):182-7.

Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil [monografia na Internet]. Brasília (DF): INCA; [acesso em 2020 maio]. Disponível em: https://www.inca. gov.br/publicacoes/livros/estimativa-2020- incidencia-de cancer-no-brasil.

Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Onde tratar pelo SUS? [homepage na Internet]. Brasília (DF): INCA; [acesso em 2019 set]. Disponível em: https:// www.inca.gov.br/onde-tratar-pelo-sus.

Carvalho SHG, Soares MSM, Figueiredo RLQ. Levantamento epidemiológico dos casos de câncer de boca em um hospital de referência em Campina Grande, Paraíba, Brasil. Pesq Bras Odontoped Clin Integr. 2012;12(1):47-51.

Neville BW, Damm DD, Allen CM, Bouquot JE. Oral and maxillofacial pathology. 3th edition. Elsevier; 2009.

Tangjaturonrasme N, Vatanasapt P, Bychkov A. Epidemiology of head and neck cancer in Thailand. Asia-Pac J Clin Oncol. 2018;14(1):16–22.

Schneider IJC, Flores ME, Nickel DA, Martins LGT, Traebert J. Survival rates of patients with cancer of the lip, mouth and pharynx: a cohort study of 10 years. Rev Bras epidemiol. 2014;17(3):680-91.

Quintero K, Giraldo GA, Uribe ML, Baena A, Lopez C, Alvarez E, et al. Human papillomavirus types in cases of squamous cell carcinoma of head and neck in Colombia. Braz J Otorhinolaryngol. 2013; 79(3):375-81.

Volkweis MR, Blois MC, Zanin R, Zamboni R. Perfil Epidemiológico dos pacientes com câncer bucal em um CEO. Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac. 2014;14(2):63-70.

Perea LME, Peres MA, Boing AF, Antunes JLF. Trend of oral and pharyngeal câncer mortality in Brazil in the period of 2002 to 2013. Rev Saude Publica. 2018;52:10.

Shibahara T. Oral cancer -diagnosis and therapy. Clin Calcium. 2017; 27(10):1427-33.

Rocha OKMS, Oliveira ACM, Bonan PRF. Perfil clínico e epidemiológico de pacientes com neoplasias malignas de cabeça e pescoço em um hospital de referência em Piracicaba-SP. Rev Bras Cien Saude. 2013;17(2):155-60.

Santos LPS, Carvalho FS, Carvalhos CAP, Santana DA. Características de casos de câncer bucal no estado da Bahia, 1999-2012: um estudo de base hospitalar. Rev Brasileira de Cancerologia. 2015;61(1):7-14.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Fundação João Pinheiro. Desenvolvimento humano nas macrorregiões brasileiras. Brasília: PNUD: IPEA: FJP; 2016.

Lee MK, Dodson TB, Nalliah RP, Karimbux NY, Allareddy V. Nine-year trend analysis of hospitalizations attributed to oral and oropharyngeal cancers in the United States. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol. 2014;118(1):47-67.

Bonfante GMS, Machado CJ, Souza PEA, Andrade ELG, Acurcio FA, Cherchiglia ML. Specific 5-year oral cancer survival and associated factors in cancer outpatients in the Brazilian Unified National Health System. Cad Saude Publica. 2014;30(5):983-97.

Freire JCP, Nóbrega MTC, Ribeiro ED. Incidência de neoplasias malignas orais nas regiões brasileiras. REFACS. 2017;5:141-5.

Ribeiro ILA, Medeiros JJ, Rodrigues LV, Valença AMG, Neto EAL. Fatores associados ao câncer de lábio e cavidade oral. Rev Bras Epidemiol. 2015; 18(3):618-29.

Almeida FR, Amaral APS, Silva AA, Bastos WDG. Morbidade hospitalar relacionado a neoplasias malignas do lábio, cavidade oral e faringe em Pernambuco. Revista Rios Saúde. 2018;1:8.

Al-Jaber A, Al-Nasser L, El-Metwally A. Epidemiology of oral cancer in Arab countries. Saudi Med J. 2016;37(3):249–55.

Leite MCS. Análise de características sociodemográficas, clínicas e de sobrevida relacionadas a adultos jovens portadores de câncer oral. In: SEMIC: Seminário de Iniciação Científica; 2017. Periodicos UEFS; 2017.

Silva KN. Qualidade de vida relacionada à saúde e tempo de sobrevida para a qualidade de vida em pacientes com câncer internados em unidades de terapia intensiva [Dissertação]. São Paulo (SP): Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2015.

Baykul T, Yilmaz HH, Aydin U, Aydin MA, Aksoy MÇ, Yildirim D. Early diagnosis of oral cancer. J Int Med Res. 2010;38(3):737-49.

Torres-Pereira C. Oral cancer public policies: is there any evidence of impact? Braz Oral Res. 2010;24:37-42.

Dazzi MC, Zatti CA, Baldissera R. Internações hospitalares por neoplasias no estado do Rio Grande do Sul. Braz J Surg Clin Res. 2014;7(2):5-9.

Boing AF, Vargas SAL, Boing AC. A carga das neoplasias no Brasil: mortalidade e morbidade hospitalar entre 2002-2004. Rev Assoc Med Bras. 2007;53(4):317-22.

Reis CS. Envelhecimento populacional e gastos com internação do SUS: uma análise realizada para todas as regiões do país entre 2000 e 2010 [Dissertação]. Belo Horizonte (MG): Universidade Federal de Minas Gerais; 2013.

Han S, Chen Y, Ge X, Zhang M, Wang J, Zhao Q, et al. Epidemiology and cost analysis for patients with oral cancer in a university hospital in China. BMC Public Health. 2010;10:196.

Soto PHT, Raitz GM, Bolsoni LL, Costa CKF, Yamaguchi MU, Massuda EM. Morbidades e custos hospitalares do Sistema Único de Saúde para doenças crônicas. Rev Rene. 2015;16(4):567-75.

Knust RE. Estimativa dos custos diretos da assistência oncológica do câncer de pulmão não pequenas células avançado em um hospital público de referência. [Dissertação de Mestrado]. Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; 2015.

Fonseca AJ, Ferreira LP, Dalla-Benetta AC, Roldan CN, Ferreira MLS. Epidemiologia e impacto econômico do câncer de colo de útero no Estado de Roraima: a perspectiva do SUS. Rev Bras Ginecol Obstet. 2010;32(8):386-92.

Le Campion ACOV, Santos KCB, Carmo ES, Silva-Junior FF, Peixoto FB, Ribeiro CMB, et al. Caracterização do atraso no diagnóstico do câncer de boca e orofaringe em dois centros de referência. Cad Saude Colet. 2016;24(2):178-84.

Gondim CG, Moura WVB, Lucena RGR, Silva BR, Aguiar ASW. Saúde bucal de pacientes internados em hospital de e mergência. Arq Odontol. 2012; 48(4):270-9.

Downloads

Publicado

2020-07-15

Como Citar

Silva, T. L. B. M. da, Alves, W. A., Rosado, L. de P. L., Souza, B. K. L., & Aquino, S. N. de. (2020). Hospitalização para casos de câncer de boca e faringe no Brasil. Arquivos Em Odontologia, 56. https://doi.org/10.7308/aodontol/2020.56.e20

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)