TY - JOUR AU - Matos, Ralfo PY - 2008/07/01 Y2 - 2024/03/28 TI - O BRASIL DIVIDIDO E A REDE URBANA FRACIONADA JF - Cadernos do Leste JA - cadeste VL - 8 IS - 8 SE - Artigos DO - 10.29327/249218.8.8-7 UR - https://periodicos.ufmg.br/index.php/caderleste/article/view/13090 SP - AB - <p>Nesse trabalho procurou-se analisar a rede de localidades urbanas de máxima centralidade, utilizando-se de dados demográficos, que, em alguma medida, introduzissem evidências sobre fluxos migratórios, crescimento populacional, ocupação e renda da PEA. Com isso pôde-se estabelecer uma proposta de rede, cuja consistência encontrou ressonância em trabalhos recentes que trazem o mapeamento de fatos geográficos que articulam a formação territorial em rede, a exemplo das redes de transportes, de bancos públicos e privados, de telefonia e de infraestrutura de engenharia.A análise dos resultados e a verificação dos interstícios e distâncias espaciais entre os nódulos fizeram surgir um desenho da rede urbana estruturada em três porções, a Centro Sul, a Nordeste e a Norte. Assim, à pergunta sobre as divisões do Brasil, se somos dois, três, quatro ou cinco Brasis, os dados sugerem a divisão em três grandes frações, o que se afigura como uma síntese mais abrangente e atual do Brasil das duas últimas décadas. Utilizando-se portanto de um caminho metodológico próprio, pudemos chegar a um resultado que, em boa medida, coincide com a proposta de Geiger feita a cerca de 30 anos atrás. De posse dessa divisão e mediante o uso de variáveis censitárias econômico-demográfico, verificou-se a existência de padrões específicos de desigualdade socioespacial entre as três frações. Mesmo que essa metodologia de investigação seja ainda incipiente, os dados não deixam dúvidas: no Centro Sul a desigualdade em termos de renda é relativamente menor e seus residentes convivem com maiores níveis de renda e inserção em atividades econômicas modernas; em situação oposta, o Nordeste padece da pior condição, baixos níveis de remuneração no interior da PEA ocupada, predominantemente em atividades de tipo tradicional. Não é surpresa constatar que alguns setores distribuíam-se sintomaticamente entre as frações, tipificando-as, em boa medida, como a indústria de transformação no Centro Sul, as atividades agropecuárias e extrativistas no Norte e as atividades tradicionais no Nordeste. Por último, os dados mostraram a inserção diferenciada das mulheres nos mercados de trabalho das 165 áreas urbanas da rede aqui apresentada, trazendo à reflexão a questão da contribuição das mulheres na redução das desigualdades de renda no interior da PEA, mesmo que menos inseridas no trabalho que os homens e participando em ocupações relativamente específicas.</p><p><span style="left: 534.6px; top: 939.447px; font-size: 20px; font-family: sans-serif; transform: scaleX(0.770566);"> </span></p> ER -