O trapeiro, a influenza e o esquecimento: O Mez da Grippe e a teoria estética de Walter Benjamin
DOI:
https://doi.org/10.17851/2179-8478.0.2.87-96Palavras-chave:
Mez da Grippe, Estética, Esquecimento.Resumo
Em O Mez da Grippe, Valêncio Xavier parte do entrelaçamento entre recortes de jornais, fotografias, depoimentos de sobreviventes e anúncios publicitários do início do século passado, para produzir uma novela a partir das colagens desses fragmentos, numa narrativa que retrata uma Curitiba assolada pela gripe espanhola em 1918. O presente artigo se propõe a discutir os conceitos de estética narrativa segundo Walter Benjamin, a partir da análise da novela O Mez da Grippe, que busca, através de uma construção narrativa sofisticada que beira o experimentalismo, resgatar os rostos anônimos de uma Curitiba esquecida no tempo. O trabalho busca mostrar que a narrativa de Xavier condiz em vários aspectos com alguns pontos ressaltados pelo filósofo frankfurtiano Walter Benjamin em suas teorias estéticas e se destaca como uma literatura que luta para preservar fragmentos de memória que a sociedade quer apagar de sua lembrança.