Walter Benjamin e a história messiânica: contra a visão histórica do Progresso

Autores

  • Maria João Cantinho

DOI:

https://doi.org/10.17851/2179-8478.0.2.1-20

Palavras-chave:

Messianismo. História. Linguagem.

Resumo

Uma das problemáticas essenciais do pensamento benjaminiano é, precisamente, a questão da história. Numa época em que a tonalidade dominante é a ameaça da guerra e a destruição das ideologias, dos valores e ideais clássicos, em nome de uma desenfreada visão progressista e continuista da história humana, é preciso despertar do pesadelo da catástrofe da história. É esta que é responsável pela dissolução do conceito de experiência, alienando o homem e deixando-o desamparado e entregue ao vazio da experiência do choque, à fragmentação da narração e à perda da tradição. Recorrendo à tradição judaica da história, pensando e reconfigurando conceitos que lhe são intrínsecos, como o de catástrofe, messianismo, redenção, rememoração, Benjamin constrói (tal como Rosenzweig, Scholem e Bloch) uma teoria que possa operar uma desconstrução da continuidade da história, valorizando o objeto histórico, destacando-o do fluxo e salvando-o da catástrofe. Trata-se, assim, de um método destrutivo e violento, mas que visa restaurar uma visão da história que seja capaz de reparar as injustiças e o sofrimento humano. Mais do que histórica e temporal, essa nova ordem inscreve o sagrado na ordem profana, redimindo o acontecimento histórico e salvando-o no instante dialético.

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Publicado

2010-12-31

Como Citar

Cantinho, M. J. (2010). Walter Benjamin e a história messiânica: contra a visão histórica do Progresso. Cadernos Benjaminianos, (2), 1–20. https://doi.org/10.17851/2179-8478.0.2.1-20

Edição

Seção

Artigos