Antes que a definitiva noite lembrar o passado, projetar o futuro
DOI:
https://doi.org/10.17851/2179-8478.1.11.15-31Palavras-chave:
Angústia, Graciliano Ramos, Literatura Portuguesa, totalitarismo.Resumo
O presente artigo pretende analisar Angústia (1936), de Graciliano Ramos, em contraposição a duas obras portuguesas – Sinais de Fogo (1979), e O ano da morte de Ricardo Reis (1984) – que retratam o mesmo período histórico descrito no romance. Os três são livros que procuram pensar a relação entre o intelectual e o Estado, tomando como matéria ficcional o período imediatamente anterior a catástrofes políticas e pessoais – no caso, o ano de 1936, que foi marcado tanto no Brasil quanto em Portugal pela consolidação do fascismo, enquanto ideologia nacional, e pelo início da ditadura, enquanto regime político. A partir do estudo comparativo dessas três obras, o presente trabalho procurará delinear como escritores lusófonos pensaram e retrataram os regimes autoritários de seus respectivos países.