A fragmentação da experiência em Baudelaire por Walter Benjamin
DOI:
https://doi.org/10.17851/2179-8478.13.2.243-261Palavras-chave:
Charles Baudelaire, experiência, judaísmo, modernidade, Walter BenjaminResumo
O crescente processo de urbanização pelo qual a metrópole parisiense passou ao longo do século XIX alterou substancialmente a matéria das relações interpessoais. Nota-se no curso da história da modernidade uma espécie de fragmentação da experiência e o surgimento de um novo tipo de relação social firmado na vivência dos choques. Experiência e choque foram objetos de trabalhos expressivos dentro da produção intelectual de Walter Benjamin, com especial atenção àqueles cujo tema central era conduzido pela lírica de Charles Baudelaire. O auge dessa nova forma de vivência na modernidade se articulou em demasiado com a teoria da catástrofe de certas vertentes do messianismo judeu, o qual Benjamin era associado. Por esse ângulo, podem-se estabelecer afinidades eletivas, no sentido weberiano do termo, entre a filosofia da história benjaminiana e o judaísmo heterodoxo. O presente artigo se propõe, portanto, em pontuar algumas considerações sobre o fenômeno da destruição da experiência e tecer as possíveis afinidades eletivas entre os estudos benjaminianos de Baudelaire e a sua influência judaica.