Gabriel Maluf Napoleão, G. M. et al.
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Cad. Ciênc. Agrá., v. 11, p. 01–08, 2019. e-ISSN: 2447-6218 / ISSN: 1984-6738
Introdução
A planta da bananeira pertence à família Mu-
saceae, e é considerada umas das principais culturas de
interesse econômico na fruticultura e está em segundo
lugar entre as frutíferas mais comercializadas mundial-
mente (Perrier et al., 2011), sendo cultivada em 80 países
tropicais, com produção de 106 milhões de toneladas.
O maior produtor mundial é a Índia, seguido de China
e Filipinas, o Brasil está na quarta posição na produção
mundial da fruta, produzindo aproximadamente 6,8
milhões de toneladas, em uma área de 485 mil hectares.
Os países que mais exportam banana são Costa Rica e
Equador, sendo o Equador responsável por 30% do co-
mércio mundial (FAO, 2015). A banana é um alimento
muito saudável, rico em sais minerais como sódio, mag-
nésio, fósforo e, principalmente potássio. Adicionalmente,
também apresenta em sua composição vitaminas C, A,
B2, B6 e niacina, dentre outras (Álvares et al., 2003). A
banana é uma fruta muito versátil em termos de moda-
lidades de consumo (in natura, frita, cozida processada)
e possui características positivas de aroma, sabor, preço,
higiene valor nutricional e facilidade de consumo, por
esse motivo tornou-se uma fruta muito popular no mundo
todo (Bolfarini et al., 2016).
No Brasil, o Sudeste é a região que concentra a
maior porcentagem da produção de banana, produzindo
em média 2,2 milhões de toneladas em uma área de 136
mil hectares. O maior responsável por essa produção é
o Estado de São Paulo, produzindo cerca de 1,0 milhão
de toneladas em uma área de aproximadamente 50 mil
hectares. A região do Vale do Ribeira destaca-se nesta
produção, produzindo 843 milhões de toneladas em 34
mil hectares (IBGE, 2016).
O Brasil possui dificuldade em ter uma partici-
pação expressiva no mercado internacional, graças aos
padrões tradicionais de produção, exigência do mercado
externo e empresas multinacionais. Em decorrência des-
ses fatores, a maioria das regiões produtoras no Brasil,
produzem frutos de qualidade não aceitáveis pelos países
importadores de banana (Sakai, 2015). Mais um fator
leva a esse empecilho, embora a bananicultura seja de
grande relevância mundial, são poucas as variedades
de bananeira produzidas no Brasil que possuem bom
potencial agronômico, boas características de mercado
e resistência às pragas e doenças (Silva et al., 2000).
A cultura da bananeira recebe o ataque de di-
versos tipos de fitopatógenos. Dentre eles os fungos que
causam maior dano econômico são os que causam a
Sigatoka- negra (Mycosphaerella fijiensis Morelet), Siga-
toka-amarela (Mycosphaerella musicula, Leach) e o mal-
-do-Panamá (Fusarium oxysporum f. sp. cubense) (Brioso
et al. 2000). A produtividade e qualidade da cultura
da bananeira possui uma grande dependência do nível
tecnológico de manejo: controle de pragas e doenças,
tipos de cultivos, características de cada cultivar e condi-
ções edafoclimáticas (Alves et al. 1999). Para que haja a
substituição de uma cultivar já estabelecida no mercado,
devem-se vencer barreiras muito difíceis, já que o consu-
midor desse fruto é muito exigente (Silva e Alves, 1999).
Para que uma nova variedade de bananeira seja lançada
e consequentemente aceita pelos produtores e mercado
consumidor ela deve combinar diversos fatores positivos
como: alta produtividade, resistência ou tolerância às
pragas e doenças e frutos que possuam boa qualidade
nutricional e organoléptica (Orjeda et al. 1999).
A utilização de cultivares resistentes ou tolerantes
aos principais tipos de fitopatógenos seria a opção mais
viável para a implantação de novos cultivos (Moreira,
1997; Cordeiro et al. 1998), para que a diminuição de
insumos (que encarece muito o cultivo) se torne uma
realidade, além de agregar valor ao produto (Swennwn;
Wilson, 1982; Borges et al., 2002).
A disponibilidade de material genético diversi-
ficado, de mudas sadias e com garantia de procedência,
as boas práticas culturais de manejo pré e pós-colheita,
as técnicas de nutrição e de irrigação, as técnicas fitos-
sanitárias desenvolvidas e a melhoria organizacional do
bananicultor brasileiro, foram os principais fatores que
possibilitaram a evolução da bananicultura brasileira
(Lichtemberg; Lichtemberg, 2011).
O crescimento da planta de bananeira distri-
bui-se durante o ano todo, para que seu crescimento
seja vigoroso, para que se atinja uma boa produção e
qualidade de frutos, exigem-se elevadas temperaturas e
umidade relativa do ar, assim como precipitações pluviais
bem distribuídas e adubação equilibrada. Os genótipos
utilizados podem causar variações nas características do
ciclo fenológico da planta, apresentando maior ou menor
crescimento e desenvolvimento vegetativo, o que também
é influenciado pelos tratos fitossanitários, culturais e a
região onde se está trabalhando (Gonzaga Neto et al.,
1995)
A bananeira (Musa sp.) é uma planta de origem
tropical, a temperatura ótima para o seu desenvolvimento
se encontra em torno de 28°C, suportando uma amplitude
térmica que vai de 4°C (mínima) a 34°C (máxima), nessas
condições as plantas apresentam crescimento constante
até a emissão da inflorescência (Aubert, 1971). Baixas
temperaturas, em especial associadas a déficit hídri-
co, afetam negativamente o desenvolvimento da planta
provocando, entre outros, deformidade no cacho, com
sintomas parecidos aos de “engasgamento” (Moreira,
1999).
A banana cultivar Prata possui alta susceptibi-
lidade à “Sigatoka amarela”, “Sigatoka negra” e ao “Mal
do Panamá”, entretanto é uma das cultivares mais plan-
tadas no Brasil, por possuir grande aceitação no mercado
consumidor. Essa susceptibilidade acaba encarecendo em
muito sua produção. Para tentar sanar esse encarecimen-