Métodos de propagação e fatores que interferem na germinação das principais gramíneas
nativas de
Cerrado
Alexandre Moisés Ericsson de Oliveira
1
*, Beno Wendling
2
, Débora Baleeiro de Carvalho Ericsson
3
, Mauro Aparecido de Sousa
Xavier
4
, Alessandra Rejane Ericsson de Oliveira Xavier
5
Resumo
A propagação via sementes ou vegetativa e a sobrevivência de gramíneas nativas de Cerrado o as etapas mais críticas
em um
processo de revitalização de áreas degradadas que depende inicialmente da reintrodução dessas espécies no ambiente a ser
restaurado e também visando o uso comercial dessas espécies devido à boa palatabilidade e resistên- cia a intempéries
ambientais como ausência de chuvas e resistência a praga e doenças de algumas espécies. A falta de estudos sobre a
germinação de gramíneas nativas do Cerrado tem sido apontada como importante obstáculo à propagação dessas espécies
dificultando a restauração da vegetação nativa do Cerrado. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sobre as
principais gramíneas nativas de cerrado, as formas de propagação utilizadas e fatores que influenciam na sua propagação. O
presente estudo seguiu a metodologia de revisão sistemática, a identificação dos artigos foi realizada na base de dados
PUBMED www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/. Devido a rápida devastação do bioma Cerrado com o possível risco de extinção de
várias espécies de gramíneas nativas se faz necessário a conser- vação do germoplasma dessas plantas nativas, além disso, são
necessários mais estudos para se avaliar a germinação de gramíneas nativas de cerrado sob diferentes condições abióticas que
podem influenciar no desenvolvimento dessas espécies em condições naturais ou próximas, conseguindo assim conhecimento
sobre padrões de ocorrência e distribuição das populações, gerando dados essenciais para o entendimento da propagação das
espécies e auxiliando principalmente a definir estratégias para a recuperação de áreas degradadas do bioma Cerrado.
Palavras-chaves:
Conservação do Cerrado. Poaceae. Superação de dormência. Propagação de gramíneas.
Propagation methods and germination interfering factors of the main Cerrado native
grasses
Abstract
Seed or vegetative propagation and survival of native Cerrado grasses are the most critical steps in a process of revitalization
of degraded areas that initially depends on the reintroduction of these species into the environment to be restored and also
aiming at the commercial use of these species due to good palatability and resistance to environmental hazards such as
rainfall and resistance to pests and diseases of some species. The lack of studies on germination of native Cerrado grasses has
been pointed as an important obstacle to the propagation of these species making it difficult to restore native Cerrado
vegetation. The aim of this study was to review the main native Cerrado grasses, the forms of propagation used in these grasses
and factors that influence the propagation of native Cerrado grasses. The present study followed the systematic review
methodology, the articles were identified in the PUBMED
database www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/. Due to the rapid devastation
of the Cerrado biome with the possible risk of
extinction of several native grass species, it is necessary to preserve the germplasm
of these native plants. In addition,
1Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0001-8162-9174
2Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-8812-1661
3Universidade Estadual de Goiás. Pires do Rio, GO. Brasil.
https://orcid.org/0000-0003-2558-8691
4Universidade Estadual de Montes Claros. Montes Claros, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-0512-1616
5Universidade Estadual de Montes Claros. Montes Claros, MG. Brasil.
https://orcid.org/0000-0001-8558-4196
*Autor para correspondência: moisesericsson@gmail.com
CADERNO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Agrarian Sciences Journal
2
Oliveira, A.M.E. et al.
further studies are needed to evaluate the germination of native Cerrado grasses under different abiotic conditions that may
influence the development of these species in or near natural conditions, thus obtaining knowledge about patterns of
occurrence and distribution of populations, generating essential data for understanding the propagation of species and mainly
helping to define strategies for the recovery of degraded areas of the Cerrado biome.
Keywords:
Cerrado Conservation. Poaceae. Overcoming of numbness. Grass propagation.
Introdução
A segunda maior formação vegetal brasileira é o
bioma Cerrado, que ocupa aproximadamente 2 milhões de
km2 (aproximadamente 23% da área do Brasil). Seus tipos de
vegetação incluem áreas florestais, savana e campestre. O
Cerrado foi incluído entre os 34 hotspots do planeta devido
ao seu alto grau de endemismo sendo rico biologicamente em
uma área ameaçada. Devido a expansão da agricultura no
centro do Brasil, nas últimas décadas, o Cerrado sofreu uma
rápida redução de sua cobertura vegetal original
interferindo na redução da biodiversidade, e invasão por
espécies exóticas. A inva- são biológica particularmente por
gramíneas africanas e mudanças no regime do fogo devido a
queimadas não controladas são as maiores ameaças atuais
para o bioma Cerrado. Estimativas indicam que cerca da
metade da cobertura original do Cerrado foi transformada
em pas- tagens cultivadas, culturas anuais e outros tipos de
uso
da terra. Atualmente a maior parte do Cerrado apresenta
vegetação nativa altamente fragmentada e em muitas áreas
onde houve uma mudança de uso da terra para o
desenvolvimento das pastagens agropecuárias (Barbosa et
al., 2016; Carvalho et al., 2009).
são extensivamente conhecidas por serem comumente
utilizadas como pastagem (Martins et al., 2011; Silva;
Haridasan, 2007). Apesar disso, as principais formas de
restauração da composição e abundância de espécies de
gramíneas nativas é o uso da propagação vegetativa e
plantio com sementes de várias espécies, principalmente com a
finalidade da recuperação do estrato rasteiro como
forma de
diminuir a abundância de espécies exóticas e espécies de
gramíneas africanas invasoras. Assim, a ca- racterização e a
investigação dos atributos destas duas formas de
propagação de plantas (sementes e vegetati- vas) são
importantes para se entender os processos de
estabelecimento e também a competição entre plântulas com a
finalidade de produção de mudas, manejo da biodiversidade
ou de recuperação de áreas degradadas (Machado et al.,
2013; Martins et al., 2011; Foster et al., 2007; Prober et al.,
2005).
A falta de estudos sobre a germinação de gra-
míneas nativas do Cerrado tem sido apontada como
importante obstáculo à propagação dessas espécies difi-
cultando a restauração da vegetação nativa do Cerrado.
Apesar da dificuldade da propagação destas espécies,
existem trabalhos mostrando a necessidade deste tipo de
pesquisa para não se perder as centenas de espécies de
gramíneas nativas por competição com plantas exóticas ou
plantas invasoras e para se conservar o germoplasma
principalmente das espécies de gramíneas nativas de cer-
rado
(Martins et al., 2011; Zahawi; Holl, 2009; Zaidan; Carreira,
2008).
São relatadas cerca de 510 espécies de gramíneas
nativas na região do Cerrado, sendo poucas as informa- ções
sobre a fenologia reprodutiva, características das sementes,
germinação e estabelecimento das espécies de gramíneas
nativas de Cerrado, além de outros fatores que podem
influenciar o seu estabelecimento no campo,
como a
fertilidade do solo, chuvas, fogo, competição com outras
plantas e herbivoria (Lindsay; Cunningham, 2011;
Zaidan;
Carreira, 2008). Com isso, torna-se necessário o
desenvolvimento de técnicas de manejo que possam ser
utilizadas na restauração de áreas de Cerrado degrada- das,
sendo primordial para sua conservação. Dentre as técnicas
utilizadas uma que tem recebido bastante en- foque na
recuperação de áreas degradas é a propagação vegetativa,
contudo, o seu alto custo, a alta incidência de doenças e
pragas devido o uso deste método além da propagação
vegetativa ser de difícil aplicação em gran- des áreas. Deste
modo, é mais viável e prático o uso de sementes utilizando a
semeadura direta. (Zahawi; Holl, 2009; Neves et al., 2006;
Page; Bork, 2005; Carmona et al., 1999).
O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão
sistemática sobre as principais gramíneas nativas no bioma
Cerrado, visando caracterizar as modalidades de propagação
de gramíneas nativas de Cerrado (semen- tes e vegetativa),
abordar as dificuldades das principais técnicas de
propagação utilizadas em gramíneas nativas de Cerrado e
apontar os principais fatores que afetam a germinação de
gramíneas nativas de Cerrado.
O presente estudo seguiu a metodologia de revi-
são
sistemática, o trabalho foi conduzido em etapas que
envolveram o desenvolvimento do protocolo de revisão
com
as questões da pesquisa, a estratégia de busca, a iden- tificação
dos critérios de inclusão e exclusão, a busca nas
bases de
dados previamente definidas, avaliação crítica, extração dos
dados relevantes e síntese. A identificação
dos artigos foi
realizada na base de dados PUBMED www.
ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/.
Alguns autores afirmam que a falta de conheci-
mento sobre os meios de propagação de espécies de gra-
míneas nativas é um dos principais fatores que contribuem
para
o uso de gramíneas exóticas, como Melinis minuti- flora
Beauv. e Urochloa spp (Brachiária) para recuperar áreas de
Cerrado degradadas, pois suas características
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Métodos de propagação e fatores que interferem na germinação das principais gramíneas nativas de Cerrado
Características gerais e principais gramíneas nativas
de
Cerrado
e cerradão). Outras características interessantes são que todas
essas 13 espécies são resistentes ao fogo, porém essa
resistência não é igual para todas elas (Filgueira, 1992).
na área do Quadrilátero Ferrífero, localizado na porção sul
da Serra do Espinhaço, sendo uma das áreas mais ricas em
biodiversidade e espécies endêmicas do Estado de Minas
Gerais (Brasil) as principais espé- cies de gramíneas nativas
encontradas são: Andropogon bicornis, Andropogon
leucostachyus, Apochloa euprepes, Cyathea brownii,
Echinolaena inflexa e Setaria parviflora (Figueiredo et al.,
2012).
As gramíneas (família: Poaceae) configuram uma
das maiores famílias de angiospermas com uma grande
importância ecológica e econômica devido à agricultura e
pecuária. São encontradas em praticamente todos os
habitats
existentes, prevalecendo na vegetação terrestre, cobrindo
aproximadamente 30% da superfície emersa da
Terra. O
hábito e os ciclos reprodutivos são caracterís- ticas
morfológicas destas plantas que contribuem para o sucesso
da família Poaceae, por exemplo: os meriste- mas
intercalares, bainhas protetoras nas folhas e colmos conferem
uma grande tolerância a ataque de insetos, fogo e
alagamento. Outras características como a vasta distribuição
espacial, ciclos reprodutivos relativamente curtos, produção
em massa de sementes e capacidade de reproduzir
assexuadamente são fatores dominan- tes para o
estabelecimento desta família de plantas. É interessante
ressaltar que as gramíneas são utilizadas pelo homem desde
a antiguidade, e atualmente além de grande interesse
econômico as gramíneas possuem alta importância ecológica
em comunidades naturais, sendo
relevante tanto na fixação e
estruturação dos solos quanto
nas interações com a fauna
silvestre (Hodkinson, 2018; Silva; Haridasan, 2007).
Métodos de propagão de gramíneas nativas de
Cerrado
As duas principais formas de propagação de
gramíneas nativas de cerrado o propagação via semen-
tes e
a propagação vegetativa. No entanto, existe uma
escassez de
informações sobre a germinação de sementes
de gramíneas
nativas do cerrado, provavelmente devido ao sucesso da
propagação vegetativa (Zaidan; Carreira,
2008). Algumas
gramíneas nativas de Cerrado têm grande
potencial para serem
usadas como vegetação pioneira na recuperação de áreas
degradadas, como as espécies:
Andropogon bicornis L.,
Andropogon leucostachyus Kunth, Echinolaena inflexa (Poir.)
Chase, Setaria parviflora (Poir.) Kerguelen e Apochloa
euprepes (Renvoize) Morrone & Zu- loaga, que apresentam
como características a morfologia
e fisiologia que lhes
permitem sobreviver em ambientes
hostis, fazendo dessas
espécies boas gramíneas para serem
utilizadas na reabilitação
de áreas de Cerrado (Jacobi et al., 2008). Outra espécie
importante é a Cenchrus bro- wnii Roem & Schult que é
uma erva nativa com ampla distribuição nas regiões da
América Central e América do Sul, indicando uma boa
capacidade de espalhamento em ambientes perturbados
(Figueiredo et al., 2012).
Segundo estudo do Centro de Pesquisas Agro-
pecuária do Cerrado (CPAC), da Embrapa, mostrando a
detecção de espécies de gramíneas nativas mais selecio-
nadas por bovinos desde a década de 1980, as espécies
detectadas foram: Axonopus berbigerus (Kunth) Hitch, A.
marginatus (Trin) Chase, Digitaria Sacchariflora (Raddi)
Henr, Echinolaena inflexa (Poir) Chase (capim-flechinha),
Mesostum loliforme (Hotch) Chase, Paspalum erianthum
Ness (capim-branco) (Silva; Almeida, 1986). As principais
espécies de gramíneas nativas relatadas encontradas no
Cerrado são: Andropogon leucostachyus Kunth, Aristida
riparia Trin, Aristida recurvata Kunth, Aristida setifolia
Kunth, Aristida torta (Nees) Kunth, Axonopus barbigerus
(Kunth) Hitch., Axonpus brasiliensis Kuhlm., Ctenium cha-
padense (Trin.) Doell, Echinolaena inflexa (Poir.) Chase,
Gymnopogon spicatus (Spreng.) Kuntze, Paspalum cari-
natum Humb., Paspalum gardnerianum Nees, Paspalum
reduncum Nees, Paspalum stellatum Humb. e Bonpl. ex
Fluggé, Paspalum trachycoleon Steud., Schizachyrium
microstachyum (Ham.) Roseng, Thrasya glaziouvii AG
Burman e Tristachya leiostachya Nees (Barbosa et al.,
2016; Machado et al., 2013; Carmona et al., 1999).
Propagação de sementes de gramíneas nativas de
Cerrado
em laboratório e campo
Devido as limitações da propagação vegetativa
de
gramíneas nativas, sempre que possível é preferível se
fazer a
propagação por sementes. As espécies de gramí- neas
nativas apresentam várias vantagens em relação a outras
espécies introduzidas, como rapidez de desenvol- vimento,
manutenção da flora e fauna nativas e grande adaptação às
condições edafoclimáticas locais. Devido a rápida expansão
da agricultura no Cerrado, existe um
grande risco de extinção
de várias espécies de gramíneas
nativas levando a
necessidade da conservação desse germoplasma. Com isso
estudos sobre as características das sementes de gramíneas
nativas são de grande rele- vância, ajudando a entender suas
respostas funcionais às condições ambientais, como
também para manejar as diferentes espécies com vistas à
sua manutenção e eventual eliminação do pasto nativo
(Kolb et al., 2016; Carmona et al., 1999).
Somente no Distrito Federal foram detectadas 132
espécies de gramíneas nativas, sendo 13 destacadas com alto
valor forrageiro, são elas: Actinocladum vericillarum, Agenium
goyazense, Arthropogon villosus, Axonopus aureus, Axonopus
chrysoblepharis, Axonopus marginarus, Achino- laena inflexa,
Mesosetum loliiforme, Paspalum erianthum,
Paspahum
gardnerianum, Paspalum splendens, Setaria
geniculata e
Schizachyrium tenerum. Sendo todas estas 13 espécies perenes,
encontradas em habitats abertos (campo
sujo, campo limpo e
brejo) e formações florestais (matas
A propagação de espécies de gramíneas nativas de
cerrado: Andropogon bicornis L., Andropogon leucostachyus
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Oliveira, A.M.E. et al.
Kunth, Echinolaena inflexa (Poir.) Chase, Setaria parviflora
(Poir.) Kerguelen e Apochloa euprepes (Renvoize) Mor-
rone & Zuloaga pode ser feita coletando suas sementes
manualmente no campo em ramos que iniciaram a libe- ração
natural de espiguetas. Após a colheita, secá-las à sombra à
temperatura ambiente para se realizar o teste de germinação.
Espiguetas de Andropogon podem ser selecionadas para a
remoção de impurezas sem distin- ção entre espiguetas
vazias e plenas, pois devido ao seu pequeno tamanho, as
diferenças entre espiguetas cheias e vazias são mínimas,
deixando a seleção manual muito lenta. As espigas de
Andropogon podem ser testadas sem remover qualquer
estrutura ao redor da cariopse. nas espécies E. inflexa e
Apochloa euprepes as estruturas em torno da cariopse são
removidas esfregando uma pequena quantidade de espigas
na palma de uma mão com o polegar da outra mão. Esta
mistura de cariopses e palha deve ser homogeneizada em um
béquer de 1000 ml contendo água. Alguns segundos após a
homoge- neização, o material sobrenadante deve ser
descartado e as cariopses no fundo do copo devem ser
recolhidas após despejar o conteúdo do copo através de um
crivo. Para análise preliminar, dois grupos de cariopses com
diferentes densidades devem ser seccionados. A presença
de
endosperma pode ser observada com uso de lupa.
Imediatamente após a seleção de cariopses (sementes)
que
apresentaram a presença de endosperma, as sementes
devem
ser levadas para germinar (Carmona et al., 1999; Figueredo et
al., 2012).
sendo sementes com pelo menos 2-3 mm radícula e/ou
coleóptilos sendo considerados como sementes germina-
das,
contadas e retiradas das placas de petri (Figueiredo et al.,
2012; Oliveira; Garcia, 2006).
Trabalhos indicam que espécies de gramíneas
nativas, mesmo se nativo de uma área relativamente
pequena, respondem de forma muito diferente aos dife-
rentes tratamentos propostos em testes de germinação
laboratoriais, reforçando a necessidade de um trabalho mais
específico em cada espécie, para se identificar as
melhores
condições de germinação. Carmona et al. (1999) avaliando
sementes de gramíneas nativas, mecanicamente selecionadas e
armazenadas por seis meses a temperatura
ambiente obtiveram
taxa de germinação em laboratório de 27%. Figueiredo et al.
(2012) obtiveram taxas de germinação de 28% em sementes
armazenadas em re- frigerador por oito meses a 8°C e taxa
de germinação de 24% em tratamentos onde se usou nas
sementes solução de KNO3, embora a taxa de germinação
encontrada por estes autores seja baixa, estes tratamentos
produziram resultados muito melhores do que o resultado
da taxa de germinação do controle do tratamento com
apenas 18%, além disso esses autores mostraram que o uso
de pré-aquecimento em sementes em testes de germinação
pode acelerar a germinação das sementes com até 86% de
germinação em uma semana.
A estimulação da germinação de sementes na-
tivas, principalmente das espécies Andropogon bicornis L.,
Andropogon leucostachyus Kunth, Echinolaena inflexa
(Poir.) Chase, Setaria parviflora (Poir.) Kerguelen e Apo-
chloa euprepes (Renvoize) Morrone & Zuloaga, Cenchrus
brownii Roem & Schult, após o fogo pode ser um resultado
da
adaptação evolutiva. Após a queima, mais nutrientes estão
disponíveis, a competição com outras plantas é menos
intensa e os herbívoros são menos ameaçadores, o que pode
facilitar o estabelecimento de plântulas que germinam logo
após o fogo. É comum se encontrar tem- peraturas entre 80°C
e 100°C a 0,3 cm e 1 cm de profun- didade na camada
superficial do solo sendo observadas em ambientes sazonais
de cerrado durante eventos de incêndio. Temperaturas acima
de 120°C, no entanto, são
letais para as sementes de gramíneas
nativas. Experimen-
tos com semeadura direta em campo,
nenhuma semente das espécies Andropogon bicornis,
Andropogon leucosta- chyus Kunth, Axonopus pressus
(Steud) Parodi germinou durante o período de observação de
três meses, apenas
Andropogon leucostachyus que teve a
primeira germinação
quatro meses e meio após a semeadura
(Barbosa et al., 2016; Figueiredo et al., 2012; Lima et al.,
2104; Lamont et al., 1993).
Para o teste de germinação realizado em labo-
ratório, utiliza-se placas de Petri, colocando cerca de 25
sementes para germinar em duas folhas de papel de filtro.
Em
cada placa adicionar 4 ml de Nistatina (1000 UI/L) para
promover a hidratação das sementes e reduzir a
contaminação por fungos. As placas de petri devem ser
seladas com fita para evitar a perda de humidade e colo-
cadas
numa câmara de germinação a 25°C sob iluminação contínua.
A posição das placas dentro da câmara deve ser
alterada
aleatoriamente a cada 24 horas. Para se reduzir
a contaminação
por microrganismos, especialmente fun-
gos, todas as peças
de vidro usadas para germinação de sementes devem ser
previamente imersas em solução de ácido clorídrico (HCl) a
1% por trinta minutos e depois lavadas três vezes com água
destilada e secas em estufa a 100°C. Vários testes podem ser
feitos para avaliação de germinação como a germinação na
presença de luz,
germinação hidratada com solução de nitrato
de potássio
(KNO3) a 0,2%, pré-aquecimento das sementes
colocan-
do-as em um forno por dois minutos a 80°C sendo
depois
transferindo as sementes para a câmara de
germinação e o uso da escarificação com ácido sulfúrico
onde as sementes devem ser imersas em ácido sulfúrico
(H2SO4) por três minutos, depois lavadas em água corrente
para evitar a contaminação do embrião e transferidas para a
câmara de germinação. O uso da escarificação não deve ser
feito em sementes de Andropogon, pois devido ao pequeno
tamanho da semente, a imersão em ácido pode
destruí-las. A
germinação deve ser avaliada diariamente,
Em Andropogon a dormência pode ser superada
pelo envelhecimento como pode ser observada em ou- tras
gramíneas nativas (Carmona et al., 2015). Estudos
mostram
que o armazenamento à temperatura ambiente de sementes de
Andropogon reduz a taxa de germinação, indicando que o
armazenamento sob refrigeração permite
a superação da
dormência nesta espécie (Figueiredo et
Cad. Cnc. Ag., v. 12, p. 0108, 2020. e-ISSN: 2447-6218 / ISSN: 1984-6738
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Métodos de propagação e fatores que interferem na germinação das principais gramíneas nativas de Cerrado
al., 2012). O armazenamento a baixas temperaturas pode
reduzir a atividade enzimática, preservando melhor os
componentes celulares (Peterbauer; Richter, 2001).
Em um estudo em casa de vegetação verificando
a
germinação de plantas nativas de cerrado incluindo três
gramíneas nativas Andropogon bicornis, Andropogon
leucostachyus Kunth, Axonopus pressus (Steud) Parodi,
espécies típicas do Cerrado paulista na região de Estação
Ecológica de Santa Bárbara (Águas de Santa Bárbara, SP),
as sementes coletadas foram comparadas em dois
tratamentos: semeadura a pleno sol e sombreamento de 75%
por meio de sombrite. As sementes foram dispostas para
germinar em tubetes de polipropileno, preenchidos até a
metade com esterco de cavalo curtido, sendo o restante do
volume preenchido com terra vegetal. Após
a semeadura das
sementes coletadas nos tubetes foi feito
a avaliação da
germinação destas espécies usando como critério para se
considerar a semente como germinada, a exposição da parte
aérea da plântula na superfície do substrato. Os resultados
mostraram que sementes de Andropogon bicornis, tiveram
germinação inferior a 10% além de germinar apenas em
ambiente sombreado, a
espécies de Andropogon
leucostachyus germinaram apenas em pleno sol, sementes da
espécie Axonopus pressus demo-
raram 121 dias para germinar
em ambiente sombreado, em ambiente com sol a taxa de
germinação variou de 90 a 241 dias (Lima et al., 2014;
Carvalho et al., 2005).
Em um estudo utilizando a gramínea nativa
Echinolaena inflexa as sementes coletadas em campo
foram
armazenadas por seis meses sob uma temperatura
constante de
25°C, usando solo como substrato, neste trabalho o autor
obteve 30% de germinação, que iniciou a partir do sétimo dia
do experimento, sugerindo que a superação da dormência de
sementes de Echinolaena in-
flexa é favorecida pelo
armazenamento, além de indicar a remoção de estruturas ao
redor da cariopse em associação com a germinação sob
temperatura alternada de 20-35°C
e fotoperíodo de 12 horas,
o que pode ser positivo na superação da dormência de
Echinolaena inflexa (Klink, 1996). Outra boa alternativa às
restrições à propagação sexual de Echinolaena inflexa é
melhorar sua dissemina- ção com material vegetativo
(rizomas) (Marques et al., 2014).
A espécie Apochloa euprepes apresenta taxas de
germinação muito baixas em laboratório, não sendo
recomendada para uso em recuperação de áreas de cer- rado
degradadas, alguns trabalhos sugerem que a inter- rupção da
dormência das sementes de A. euprepes, está ligada ao
envelhecimento da semente ou devido ao fogo ou a mudanças
promovidas pelo fogo como a fumaça. Diversos trabalhos
indicam que sementes das principais
gramíneas nativas de
cerrado como Andropogon bicornis,
Andropogon
leucostachyus, Setaria parviflora e Cyathea brownii
apresentam algum tipo de dormência, sendo o
armazenamento refrigerado das sementes por cerca de 8
meses
e o pré-aquecimento as melhores formas de que- brar a
dormência de algumas espécies como Andropogon e S.
parviflora, para outras importantes espécies como
A. bicornis, S. parviflora e C. brownii o uso de nitrato de
potássio KNO3 aumenta a germinação em laboratório das
sementes coletadas após colheita manual mecânica
(Carmona et al., 2015; Figueiredo et al., 2012; Fidelis et al.,
2007; Carmona et al., 1999, Keith, 1997).
Propagação vegetativa de graneas nativas de Cer-
rado
As gramíneas nativas de cerrado exibem diversas
formas de reprodução, bem como sexuada como asse-
xuada (sementes botânicas, rizomas, estolões, caules). É
relatado que existem espécies que são propagadas quase
que
unicamente de forma vegetativa, principalmente pela
dificuldade de obtenção de sementes de boa qualidade. É o
caso da espécie Paspalum notatum que tem altos índices
de
esterilidade de espiguetas. A propagação vegetativa por
estacas é uma alternativa para a multiplicação de plantas
nativas com potencial uso na recuperação de
matas ciliares e
áreas degradadas, especialmente no caso
de espécies com
baixo poder germinativo. Esta técnica possibilita a obtenção
de material vegetal (mudas vivas) de plantas-mãe próximas
ao local de intervenção, mais adaptadas às condições
edafoclimáticas locais, a fim de produzir uma grande
quantidade de mudas em menor período de tempo e com
custos reduzidos. Além disso, o
uso de mudas vivas contribui
para a estabilização imediata
do solo. É recomendado que ao
utilizar a propagação vegetativa de espécies nativas para
fins ambientais, é essencial que a coleta seja realizada a
partir do maior número possível de plantas-mães, a fim de
aumentar a variabilidade genética entre os indivíduos
gerados (Ket- tenhuber et al., 2019; Dias et al., 2013;
Carmona et al., 1999).
Propagação de sementes de gramíneas nativas de
Cerrado
em casa de vegetação
As técnicas de propagação e cultivo de gramí- neas
nativas de Cerrado dependem do conhecimento da dinâmica
germinativa dessas espécies. Com isso é importante se
conhecer o comportamento das espécies em diferentes
condições abióticas, de forma que a rein- trodução seja feita
adequadamente de acordo com sua
capacidade de
sobrevivência e estabelecimento em campo.
Estudos em casa
de vegetação são interessantes para se conhecer como o grau
de cobertura do dossel influencia no estabelecimento e
desenvolvimento de plântulas de gramíneas nativas de
Cerrado. Esse tipo de estudo além
de prover a melhoria das
técnicas de produção de mudas
ou de propagação dessas
espécies por semeadura direta
(Cava et al., 2016; Lima et al.,
2014; Salazar et al., 2012).
A reprodução por semente de gramíneas nativas
como a espécie Andropogon gerardii, ocorre frequentemen-
te
sob uma faixa mais estreita de condições ambientais
do que a
reprodução vegetativa. As principais gramíneas
nativas se
reproduzem principalmente vegetativamente. Embora essas
gramíneas possam apresentar um esforço
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considerável de floração, o recrutamento de plântulas
dessas
gramíneas perenes em ambientes não perturbados
é raro. Com
isso, a maior parte do recrutamento de per- filhos ocorre
através da reprodução vegetativa de gemas axilares
subterrâneas. Gramíneas perenes dominantes e
subdominantes dentro da mesma pastagem podem variar
em seu tempo de produção anual de gemas, em seu tamanho
e estrutura etária. A reprodução vegetativa de uma gramínea
perene pode se alterar próximo ao seu
limite de variação,
semelhante às mudanças observadas no
esforço de floração e
produção de sementes de algumas
espécies anuais próximas
aos seus limites de distribuição.
A reprodução vegetativa
também pode mudar através dos habitats devido a
diferenças na disponibilidade de recursos ou competição
(Ott; Hartnett, 2015; Peters, 2000).
conhecimento e a identificação de fatores ambientais que
podem controlar a germinação de gramíneas nativas do
Cerrado, auxiliando para uma melhor compreensão dos
processos que regem a regeneração dessas espécies em
ecossistemas naturais (Carmona et al., 2015; Le Stradic et
al., 2015; Musso et al., 2015).
A baixa porcentagem de germinação em sementes de
diferentes espécies nativas de Cerrado pode ser devido
a
ocorrência de dormência das sementes, mecanismo já
relatado para muitas espécies do Cerrado. Para quebrar a
dormência dessas sementes para ocorrer a germina- ção,
várias técnicas podem ser utilizadas como o cho- que
térmico, imersão das sementes em ácidos ou outras
substâncias químicas, escarificação mecânica ou manual.
Em
condição ambiental natural, alguns fatores podem
estimular
a germinação das sementes como: luminosidade,
a alternância
de temperaturas, passagem das sementes ou dos frutos pelo
trato digestivo de certos animais e o fogo (Penfield, 2017;
Kolb; et al., 2016; Barbosa et al., 2016; Carmona et al.,
2015; Carmona et al., 1999).
Um método para se realizar a propagação ve-
getativa de gramíneas nativas de cerrado é avaliar se as
plantas-mães aparentam ter boas condições fitossanitárias,
selecionar plantas com idade e características morfo-
lógicas semelhantes. Coletar ramos preferencialmente do
último ciclo vegetativo da planta, embalar em sacos
plásticos
sacos e depois levar para laboratório. As estacas
podem ser
feitas a partir da parte central do ramo sem folhas usando
um corte reto, com um comprimento de
20 cm. As estacas
podem ser plantadas na proporção 2/3
enterradas em potes de
1,7 litros preenchidos com areia de peneira média. Este tipo
de experimento pode ser conduzido em estufa automatizada
a uma temperatura entre 20°C e 30°C usando irrigação por
gotejamento de 10 ml três vezes por dia. Pode ser avaliado a
capacidade de propagação vegetativa, desenvolvimento da
parte aérea e sistema radicular das espécies (Kettenhuber et
al., 2019).
A condição e o tempo de armazenamento das
sementes são fatores que influenciam na germinação de
sementes de gramíneas nativas de Cerrado. Alguns efeitos
negativos podem ocorrer devido a estocagem, onde quanto
maior o tempo armazenado menor pode ser o poder
germinativo. O tempo de armazenamento pode ocasionar
problemas como a perda de umidade da semente,
resultando em altos níveis de dessecação, com isso as
sementes podem reduzir drasticamente sua longevidade e
vigor, resultando em redução da germi- nação (Scalon et al.,
2012; Salazar et al., 2011; Rossato;
Kolb, 2010). A
temperatura também pode influenciar na
germinação, no
entanto baixas temperaturas de arma- zenamento podem ser
prejudiciais a algumas espécies enquanto outras espécies
podem se beneficiar de baixas temperaturas aumentando seu
percentual germinativo (Figueiredo et al., 2012).
A estaquia que é uma técnica de propagação
vegetativa estabelece uma alternativa de suplantação das
dificuldades na propagação de espécies de gra-
neas
nativas de cerrado, abrindo a possibilidade para ser usada
também para fins comerciais, assim como amparar
no resgate
e conservação de áreas degradas do bioma Cerrado. Os
pontos negativos da propagação vegetativa
são os custos
elevados, alta necessidade de mão-de-obra, maior
disseminação de doenças e pragas, necessidade de
grande
quantidade de material propagativo para áreas
extensivas,
além da mais rápida perecibilidade do material
(Carmona et al.,
1999).
Outra característica importante é que várias es-
pécies de plantas nativas de Cerrado podem apresentar alta
porcentagem de sementes estéreis ou com embriões pouco
desenvolvidos, diminuindo ou inibindo a sua ger- minação. A
ampla variação no tempo de germinação nas diferentes
espécies de gramíneas de cerrado pode ser uma vantagem
evolutiva, aumentando as chances de algumas sementes
germinem em condições ambientais mais favoráveis na
natureza, principalmente no Cerrado onde se tem um período
de seca prolongado e o fogo devido a palha seca formada
pela falta de chuvas, porém se pensando em propagação, esse
longo intervalo de
germinação das mais importantes espécies
de gramíneas nativas é um obstáculo pois é mais viável que as
sementes de uma mesma espécie germinem simultaneamente,
fato
que não ocorre na maioria das espécies aqui relatadas
(Oliveira et al., 2008).
Fatores que afetam a germinação de sementes nativas
de
Cerrado
Estudos apontam que a germinação em espécies
nativas do Cerrado é muito variável podendo atingir valores
muito diferentes dependendo da espécie avalia- da, indo
desde a ausência completa de germinação até valores
próximos de 100% de germinação (Lima et al., 2014;
Silveira et al., 2013). Fatores ambientais como
fogo, luz e
altas temperaturas influenciam na germinação
de espécies
nativas de cerrado. Com isso, é necessário o
Alguns trabalhos indicam que a luz é o fator que
tem mais influência na germinação de gramíneas
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Métodos de propagação e fatores que interferem na germinação das principais gramíneas nativas de Cerrado
nativas de cerrado, podendo produzir ou não efeitos na
germinação dessas plantas e apesar do Cerrado ter como
característica luz abundante, as espécies nativas apresentam
germinação variada pela disponibilidade de luz (Lima et al.,
2014; Rossato; Kolb, 2010; Zaidan; Car- reira, 2008). Além
disso, alguns autores acreditam que em trabalhos para
avaliação de germinação de sementes
visando sua propagação
para fins de restauração de áreas degradadas, os resultados de
trabalhos realizados em casa
de vegetação são mais realistas
do que trabalhos reali- zados em laboratório, pois mostram
com mais realidade o comportamento das gramíneas tanto na
fase inicial da
germinação quanto na fase de crescimento inicial,
além do que as condições de luz e temperatura o controladas
em
laboratório distanciando das condições reais submetidas as
espécies em característica de ambiente de Cerrado (Lima et
al., 2014; Fagundes et al., 2011).
Considerações finais
São necessários mais estudos executados em
viveiro ou em campo para avaliação da taxa de germi-
nação de gramíneas nativas de Cerrado, visando testar a
influência diversos fatores abióticos que influenciam no
desenvolvimento dessas espécies em condições na- turais
ou próximas, gerando dados essenciais para o
entendimento
da propagação destas espécies e ajudando
principalmente a
definir estratégias para a recuperação de áreas degradadas
do bioma Cerrado.
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