CADERNO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
Agrarian Sciences Journal
Órgãos subterrâneos de Espada de São Jorge são fontes promissoras de frutanos
Amanda Batista da Silveira
1
, Khályta Willy da Silva Soares
2
, Jhenyfer Rodrigues Aguiar
3
, Cinara Ferreira
Abraão
4
e Moemy Gomes de Moraes
5
*
Resumo
A Espada de São Jorge é uma planta amplamente cultivada como ornamental pertencente à família Asparagaceae. As
espécies dessa família frequentemente apresentam rizomas como órgãos de armazenamento e os principais carboidratos
não estruturais armazenados são os frutanos. Estes compostos são polímeros de frutose derivados de sacarose. Devido
aos seus inúmeros benefícios, são de grande interesse à indústria alimentícia e farmacêutica. Objetivou-se com esse
trabalho quantificar os teores de carboidratos não estruturais e verificar a presença de frutanos em rizomas e raízes
de Espada de São Jorge. Para isso, foram coletados na estação seca os órgãos subterrâneos de plantas cultivadas em
um canteiro, mas que não são irrigadas. Foram avaliados o conteúdo de água e o teor de carboidratos solúveis em
ambos os órgãos. Os rizomas da espécie apresentaram maior conteúdo de água e maior teor de carboidratos solúveis
que as raízes. Por análises qualitativas dos carboidratos solúveis por cromatografia de troca aniônica de alto desem-
penho, verificou-se a presença de frutanos em ambos os órgãos, com perfil semelhante ao observado em extratos de
bulbos de cebola. Concluímos que os órgãos subterrâneos de Espada de São Jorge armazenam frutanos com estruturas
diversificadas que correspondem à neossérie da inulina e que, especialmente os rizomas da Espada de São Jorge são
fonte promissora para a obtenção de frutanos.
Palavras-chave: Armazenamento de reservas. Asparagaceae. Carboidrato não estrutural. Rizoma. Sansevieria trifasciata.
Snake plant underground organs are promising sources of fructans
Abstract
Snake plant is a widely cultivated ornamental plant belonging to the Asparagaceae family. The species in this family
often have rhizomes as storage organs, and fructans as the main stored nonstructural carbohydrates. These com-
pounds are sucrose-derived fructose polymers. Due to their various benefits, they are of great interest to the food
and pharmaceutical industries. The objective of this work was to quantify the nonstructural carbohydrate contents
and to verify the presence of fructans in snake plant rhizomes and roots. For this, the belowground organs of plants
cultivated in a flower bed, but not irrigated, were collected. Water content and soluble carbohydrate content in both
organs were evaluated. The rhizomes of the species had higher water content and soluble carbohydrate content than
the roots. Qualitative analyzes of soluble carbohydrates by high performance anion exchange chromatography showed
the presence of fructans in both organs, with a profile similar to that observed in onion bulb extracts. We conclude
that the belowground organs of snake plant store fructans with diversified structures that correspond to the inulin
neoseries and that especially the rhizomes of this species are promising source for obtaining fructans.
Keywords: Storage of reserves. Asparagaceae. Nonstructural carbohydrate. Rhizome. Sansevieria trifasciata.
1
Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências Biológicas. Goiânia, GO. Brasil.
http://orcid.org/0000-0002-8672-7280
2
Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências Biológicas. Goiânia, GO. Brasil.
http://orcid.org/0000-0001-5363-5673
3
Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências Biológicas. Goiânia, GO. Brasil.
http://orcid.org/0000-0002-5525-1910
4
Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências Biológicas. Goiânia, GO. Brasil.
http://orcid.org/0000-0002-5158-2296
5
Universidade Federal de Goiás, Instituto de Ciências Biológicas. Goiânia, GO. Brasil.
http://orcid.org/0000-0002-2217-1199
*Autora para correspondência: moemy@ufg.br
Recebido para publicação em 31 de outubro de 2019. Aceito para publicação em 20 de novembro de 2019
e-ISSN: 2447-6218 / ISSN: 2447-6218 / © 2009, Universidade Federal de Minas Gerais, Todos os direitos reservados.
da Silveira, A. B. et al.
2
Cad. Ciênc. Agrá., v. 11, p. 01–06, 2019. e-ISSN: 2447-6218 / ISSN: 1984-6738
Introdução
Sansevieria trifasciata, popularmente conhecida
como Espada de São Jorge, é uma planta de origem afri-
cana, pertencente à família Asparagaceae, e que possui
ampla ocorrência em diversas regiões brasileiras devido
às condições ecológicas semelhantes às do seu habitat de
origem (Nascimento et al., 2003). As espécies da família
Asparagaceae, são em sua maioria plantas herbáceas e
apresentam rizomas como órgãos de armazenamento.
Atualmente a família abriga 150 gêneros e mais de 2500
espécies (Chase, 2009), sendo algumas de valor econô-
mico, como o aspargo que é utilizado na alimentação e
a agave usada na fabricação de tequila (Cedeño, 1995).
Essa planta é resistente a fatores adversos do
ambiente, como altas temperaturas e secas periódicas,
sendo pouco exigente quanto à fertilidade do solo. Por
se tratar de uma planta que demanda poucos cuidados, é
amplamente utilizada para fins ornamentais, além de ser
considerada pela cultura popular, uma planta de proteção
espiritual. Seu uso ornamental deve-se à morfologia de
suas folhas lanceoladas com coloração verde acinzentada
e nas as extremidades branco-amareladas. Estas folhas
possuem fibras duras e lignificadas, e por esse motivo
são utilizadas na produção de papéis artesanais, tecidos
e cordas (Lorenzi; Mello Filho, 2001)
O sistema subterrâneo da Espada de São Jorge é
constituído por rizomas, que são caules subterrâneos que
possuem gemas e crescem horizontalmente à superfície do
solo (Pausas et al., 2018), e por raízes adventícias que se
originam desses caules. Os rizomas são órgãos especiali-
zados no armazenamento de substâncias, dentre elas, os
carboidratos não estruturais que são compostos de reserva
e também protegem as plantas de condições ambientais
adversas (Van den Ende, 2013; Dong; Beckles, 2019). Na
ordem Asparagales, que inclui a família Asparagaceae, os
principais carboidratos não estruturais armazenados são
os frutanos, que se apresentam com diversas estruturas
(Sims, 2003). Estes compostos são polímeros de frutose
derivados da sacarose e consistem de séries homólogas
de oligo e polissacarídeos não redutores e solúveis em
água (Souza et al., 2005).
Adicionalmente às funções para os vegetais, os
frutanos são considerados um ingrediente alimentar sau-
dável, sendo um excelente substituto do açúcar. Devido
aos seus inúmeros benefícios, são de grande interesse à
indústria alimentícia (Pimentel et al., 2012). Como os
frutanos não são metabolizados pelo corpo humano, não
contribuem com calorias para a dieta. Esses compostos
ajudam a reduzir no sangue a quantidade de lipídios,
como o colesterol, e possuem propriedades anticariogê-
nicas e antidiabéticas. Adicionalmente, como são fibras
solúveis, estimulam as bifidobactérias no cólon e assim
exercem um efeito positivo no trato intestinal humano.
Desta forma, os frutanos vêm sendo utilizados como
componentes químicos pelas indústrias alimentícia e
farmacêutica (Barclay et al., 2010).
Acredita-se que a ocorrência dos frutanos nas
plantas esteja relacionada às respostas aos fatores ambien-
tais adversos, tais como a seca e o frio (Hendry, 1993).
Os frutanos são relevantes em Asparagaceae, entretanto
não foram relatados em Espada de São Jorge, assim a
hipótese desse estudo é que os órgãos subterrâneos dessa
espécie armazenem frutanos com estruturas similares
às de outras espécies de Asparagaceae. O objetivo deste
trabalho foi o quantificar os teores de carboidratos não
estruturais e verificar a presença de frutanos em rizomas
e raízes de Espada de São Jorge.
Material e métodos
Para o estudo foram coletadas oito plantas de
Espada de São Jorge no Campus Samambaia da Uni-
versidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás em período
de seca, quando a precipitação de chuvas é reduzida e
as plantas não são irrigadas. Essas plantas estavam em
crescimento vegetativo e são consideradas clones, pela sua
proximidade e por terem a capacidade de multiplicar-se
por divisão de touceiras, formando plantas completas.
As plantas foram levadas ao laboratório para a
limpeza e remoção de partículas de solo em água cor
-
rente e para a separação dos seus órgãos subterrâneos
em raízes e rizomas. Os órgãos subterrâneos foram cor-
tados separadamente em pequenos pedaços e alíquotas
da matéria fresca (2g) de cada planta foram pesadas e
destinadas à extração de carboidratos não estruturais e
outras à desidratação em estufa (50°C). O conteúdo de
água foi determinado nas alíquotas mantidas em estufa
(50°C) até a estabilização da massa seca e foi expresso
como porcentagem da massa fresca.
As amostras destinadas à extração de carboidratos
foram fragmentadas em partículas menores e imersas
em etanol (80%) em banho maria a 80°C durante 15
min para a inativação enzimática. Posteriormente foram
homogeneizadas para que suas partículas ficassem em
tamanhos ainda menores. A fase líquida foi separada
do material fresco por centrifugação a 2500 rpm, 25°C
durante 10 min, e posteriormente filtrados em organza
fina, para completa remoção das partículas. Ao mate-
rial vegetal adicionou-se novamente etanol 80% para
incubação a 80°C durante 15 min e centrifugação nas
mesmas condições descritas previamente. Esse processo
foi realizado três vezes, e todo o líquido resultante foi
reunido. A etapa seguinte foi realizada com adição de
água destilada à matéria vegetal e incubação em banho
maria (60°C) durante 30 min, seguida por centrifugação.
Essa etapa foi repetida duas vezes. Todas as fases líquidas
obtidas, etanólicas e aquosas, foram reunidas e consti-
tuíram o extrato bruto. Os resíduos de material vegetal
foram secos em estufa (50°C) para a determinação de
amido conforme a metodologia descrita em Amaral et al.
(2007).
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Os carboidratos solúveis totais foram quantifica-
dos no extrato bruto pelo método fenol-ácido sulfúrico
(Dubois et al., 1956), utilizando glicose para obter a
curva padrão. Após o desenvolvimento de cor, a leitura
foi realizada em espectrofotômetro a 490 nm. As quan-
tificações foram realizadas a partir de triplicatas de cada
extrato. Após a quantificação, os extratos brutos foram
concentrados em evaporador rotativo, a vácuo, a 40°C.
Uma alíquota do extrato concentrado (1 mL) foi aplicada
em resinas de troca iônica (Amberlite IRA 120, catiô-
nica Amberlite IRA 410, aniônica) para deionização.
Em seguida as resinas foram eluídas com 9 mL de água
ultrapura. O pH do extrato deionizado foi neutralizado
com hidróxido de amônio. Após este processo, os extratos
foram secos a vácuo em evaporador rotativo (40°C) e em
seguida foram solubilizados em água ultrapura.
Os extratos foram filtrados em filtros (0,45 μm)
conectados em seringas, e em seguida foram injetados
no cromatógrafo de troca aniônica de alto desempenho
com detecção por pulso amperométrico (HPAEC-PAD), em
conjunto pré-coluna e coluna CarboPac PA-100 (4 x 250
mm). A eluição (1 mL.min
-1
) foi realizada em gradiente
de acetato de sódio em hidróxido de sódio (100 mM) com
a seguinte programação: 0-10 min: 5 mM; 10,1 - 35min,
5 - 50 mM; 35,1 - 40 min, 50 - 375 mM; 40,1 - 45min,
500 mM (Santos et al., 2018). Para a identificação dos
açúcares foram utilizados extratos de bulbos de Allium
cepa, que possui a neossérie da inulina (Yamamori et al.,
2015), e de rizóforos de Chrysolaena obovata que possui a
série da inulina (Carvalho; Dietrich 1993) como padrões.
O conteúdo de água e o teor de carboidratos
solúveis totais foram comparados em rizomas e raízes
pelo teste t pareado (p < 0,05), após a verificação dos
pressupostos da estatística paramétrica. O teste t pareado
foi utilizado, pois usamos a mesma unidade amostral para
realizar duas medidas, sendo assim, a unidade amostral
é o seu próprio controle.
Resultados e discussão
Os órgãos subterrâneos de Espada de São Jorge
apresentaram conteúdo de água com média 76,94 % no
rizoma maior que a média de 71,81% encontrada nas
raízes (p < 0,05; Figura 1). Órgãos subterrâneos que
possuem alto conteúdo de água, muitas vezes armazenam
carboidratos solúveis. O conteúdo de água nos órgãos
subterrâneos varia de acordo com a disponibilidade de
água no ambiente. Em raízes de Ichthyothere terminalis
o conteúdo de água variou de 61 a 85%, conforme a
disponibilidade de água no ambiente (Almeida et al.,
2017). As raízes de Asphodelus aestivus mantiveram pelo
menos 60% de água, mesmo quando o solo estava seco
(Rhizopoulou et al., 1997). Rizóforos de Chrysolaena obo-
vata apresentaram entre 50 e 80% de água em condições
de déficit hídrico e irrigadas (Garcia et al., 2015). Desse
modo, os órgãos subterrâneos de Espada de São Jorge
apresentaram, mesmo em estação seca, boa capacidade
de retenção de água.
Nos rizomas, o teor de carboidratos solúveis
totais, com média 411,57 mg.g
-1
MS, foi maior do que o
encontrado nas raízes que apresentaram a média 69,17
mg.g
-1
MS (Figura 2). Rizomas são órgãos especializados
no armazenamento de água e reservas energéticas e
possuem gemas que atuam na propagação clonal (Pausas
et al., 2018). Devido ao maior conteúdo de água e ao
elevado teor de carboidratos solúveis totais, os rizomas
de Espada de São Jorge são órgãos que armazenam água
e reserva energética. Comparados aos estudos feitos com
espécies de Asteraceae e Amaranthaceae, os carboidratos
solúveis são considerados como a principal fonte de reser-
va subterrânea (Joaquim et al., 2018). Embora tenham
sido realizadas análises específicas para a detecção de
amido, esse carboidrato não foi detectado nos órgãos
subterrâneos de Espada de São Jorge.
Pela sazonalidade bem definida na região da co-
leta das plantas analisadas nesse estudo, observa-se que
essas plantas são capazes de se manter em épocas secas
pelo armazenamento de carboidratos solúveis, especial-
mente os frutanos, pois as espécies vegetais com essas
características são encontradas em regiões temperadas
ou semiáridas de sazonalidade bem definida (Hendry;
Wallace, 1993).
Rizomas e raízes de Espada de São Jorge arma-
zenam frutanos com perfil cromatográfico com muitos
picos correspondentes aos encontrados em extratos de
bulbos de cebola (Figura 3). Os diferentes tipos de mo-
léculas de frutanos são originados a partir da adição de
unidades de frutose aos trissacarídeos por ligações β2,1
e β2,6 (Van den Ende, 2013). A variedade nas estruturas
das moléculas de frutanos é uma característica de plantas
da ordem Asparagales, e se deve às variações nas ativi-
dades das frutosiltransferases, as enzimas de síntese e
alongamento das cadeias de frutanos (Sims, 2003).
Nos órgãos subterrâneos analisados, por compa-
ração com materiais que já possuem seus perfis croma-
tográficos determinados, foram identificados dois tipos
de trissacarídeos: a 1-cestotriose, que é o trissacarídeo
com a glicose terminal e ligações β2,1 entre as unidades
de frutose e que origina a série da inulina presente em
Chrysolaena obovata (Garcia et al., 2015); e a 6G-cesto-
triose, trissacarídeo com a glicose interna e que origina
as neosséries de frutanos (Van den Ende, 2013). A cebola,
que nesse estudo foi utilizada como padrão, possui am-
bos trissacarídeos e uma mistura de frutanos nos quais
as unidades de frutose são unidas por ligações β2,1 aos
carbonos C1 e C6 da glicose, o que resulta numa posição
interna desse açúcar e esses carboidratos possuem grau
de polimerização predominante de 8 a 10 (Yamamori et
al, 2015).
da Silveira, A. B. et al.
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Figura 1 – Box-plot com conteúdo de água em órgãos subterrâneos de Espada de São Jorge. A linha central representa
a mediana e as barras, o desvio padrão da média (N = 8)
Figura 2 – Box-plot com teores de carboidratos solúveis em órgãos subterrâneos de Espada de São Jorge. A linha central
representa a mediana e as barras o desvio padrão da média (N = 8)
As diferenças nos perfis cromatográficos entre
rizomas e raízes de Espada de São Jorge ocorreram pela
maior quantidade de carboidratos solúveis presentes nos
rizomas (Figura 3). A quantidade e os tipos de frutanos
presentes podem ser influenciados pela localização des-
ses compostos nos órgãos da planta e pelas condições
ambientais. Em folhas de babosa foi verificado que a
porção basal armazena maior quantidade de frutanos em
comparação a outras partes, e quando as plantas estão
submetidas à restrição hídrica, predominam frutanos
com ligações mais complexas (Salinas et al., 2016).
Ao comparar os cromatogramas, percebe-se que
a separação dos açúcares maiores nos rizomas tem pouca
resolução comparada aos cromatogramas de raízes e aos
de cebola, possivelmente pela presença de metabólitos
secundários como as saponinas esteroidais, triterpenóides
e flavonóides que são abundantes nos rizomas da espécie
(Andhare et al., 2012).
Neste trabalho relatamos a ocorrência de frutanos
nos órgãos subterrâneos de Espada de São Jorge, entre-
tanto a produção e o armazenamento de frutanos podem
ser influenciados por fatores fisiológicos da planta, como
a capacidade fotossintética e a fenologia, e também por
tratos culturais, como o regime de irrigação e o tempo
de coleta e a pós-colheita dos órgãos armazenadores
de frutanos (Almeida et al., 2017; Monti et al., 2005).
Desse modo, são necessários estudos adicionais para a
determinação das melhores condições para a produção
de frutanos ao longo do ciclo dessa planta, assim como
a definição de métodos para extração e purificação des-
ses compostos, para a obtenção de matéria prima com
qualidade a ser empregada para diversos fins.
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Figura 3Perfis cromatográficos de carboidratos solúveis ocorrentes em rizomas e raízes de Espada de São Jorge
comparadas ao padrão obtido de extratos de bulbos de cebola. Glicose (G), frutose (F), sacarose (S), 1-ces-
totriose (1C), 6G-cestotriose (6G). O tetrassacarídeo da série da inulina está indicado pela seta
Conclusão
Os órgãos subterrâneos de Espada de São Jorge
armazenam frutanos com estruturas diversificadas, e que
correspondem à neossérie da inulina. Por acumularem
cerca de 40% de carboidratos não estruturais, os rizomas
desta espécie são fonte promissora para a obtenção de
frutanos.
Contribuição dos autores
As autoras A. B. Silveira e K. W. S. Soares, con-
tribuíram de forma equivalente ao trabalho.
Agradecimentos
As autoras agradecem a Vinícius Silva de Alva-
renga por auxílio na análise estatística.
da Silveira, A. B. et al.
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