dos micro-organismos em estudo, e ainda que S. aureus
apresentou a maior sensibilidade.
nos com mastite subclínica, apresentaram resultados de
completa inibição do crescimento desta bactéria utilizando
extrato de própolis com concentração de 68,7 µg/mL. Isto
ressalta a importância da utilização do extrato de própolis
como
alternativa ao uso de antibióticos convencionais.
Resultados obtidos por Campos et al., (2015) com
própolis proveniente do estado do Mato Grosso do Sul
corroboram com o presente trabalho, demonstrando que entre
os micro-organismos em comum avaliados a sensibilidade
inibitória ocorreu em ordem decrescente para S. aureus, E.
faecalis, K. pneumoniae e P. aeruginosa.
O efeito bactericida
observado pelos autores variou entre
1,5±0,14 mg/mL para S.
aureus e 15,50±0,20 mg/mL para P. aeruginosa. Vale
ressaltar que, como mostrado por Fernandes Jr. et al.,
(2006), existe uma complexi- dade sobre o mecanismo de
atividade antimicrobiana da própolis, a qual é atribuída ao
sinergismo entre os flavonoides, hidroxiácidos e
sesquiterpenos. Os autores afirmam ainda que a
concentração destas substâncias presentes na própolis varia
de acordo com a localização
geográfica e a época de coleta, o
que confere consequen-
temente interferências sobre a
eficiência da inibição do crescimento bacteriano. Desta
forma, a origem da pró- polis é um dos fatores mais
importantes no controle de qualidade para a sua efetiva ação
contra estes tipos de micro-organismos.
Fernandes Jr. et al., (2001), Campos et al., (2015),
Lima (2015) e Pereira et al., (2003), descrevem a maior
sensibilidade dos micro-organismos Gram-positivos às
amostras de própolis e limitações na efetividade contra
Gram-negativas. Essa restrição inibitória pode ser atri-
buída às diferenças químicas presentes na parede celular
desses micro-organismos como a camada de peptideo-
glicano que reveste a membrana externa das bactérias
Gram-negativas que podem ser a razão da baixa sensi-
bilidade das bactérias Gram-negativas a fatores externos como
óleos essenciais e extratos (Seibert et al., 2019).
Segundo Lustosa et al., (2008), o potencial an-
timicrobiano da própolis é atribuído aos seus principais
constituintes, como os flavonoides, flavononas, ácidos
aromáticos e ésteres. Sugere-se que estas substâncias são
capazes de desempenhar atividade inibitória da RNA-
-polimerase bacteriana, além de alterações estruturais e
funcionais da parede celular, interferindo diretamente
nos
processos de divisão celular e osmolaridade, levando à
bacteriólise, como mostrado em estudos realizados por
Takaisi-Kikuni e Schilcher (1994).
Como evidenciado por Castro et al., (2007), as
explicações para as diferenças de resultados quanto à
efetividade da atividade antimicrobiana do extrato de
própolis estão na diversificação química da própo- lis
correlacionada a fatores geográficos, climáticos e à
sazonalidade influente sobre as plantas que fornecem a
matéria prima resinosa para essa substância, o que torna
laboriosa a padronização do produto. Pereira et al., (2002),
relevam ainda a capacidade bioquímica de
transformação da
resina e adição de compostos salivares
próprios das abelhas
em suas variações de espécies pelo país.
Com base nos resultados obtidos para a atividade
antimicrobiana, o extrato hidroetanólico da própolis de
abelha Jataí apresentou substâncias capazes de inibir o
crescimento de todas as bactérias testadas e os baixos
valores de concentração inibitória mínima indicam uma
promissora possibilidade de uso deste material biológico
como
alternativa ao uso de antibióticos, contribuindo ainda para a
redução dos processos de resistência mi- crobiana,
frequentemente relatada como um problema de Saúde
Pública.
Amarante et al., (2019), trabalhando com cepas
multirresistentes de Staphylococcus spp. isolados de bovi-
Amarante, J. F.; Ribeiro, M. F.; Costa, M. M.; Menezes, F. G.; Silva,
T. M. S.; Amarante, T. A. B.; Gradela, A.; Moura, L. M. D. 2019.
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