O Brasil tem 7.491 quilômetros de extensão
litorânea, sendo o quinto país do mundo em extensão
territorial, com 8.514.876 km
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. O país importou no ano de
2017,
374.290 t. de peixe e exportou 34.583 t., ANUAL- PEC
(2018). O país ainda se destaca por possuir 12% do total de
reserva de água doce do planeta (Agência Nacional das
Águas 2019), concentrada principalmente na região
Amazônica. Com relação ao consumo, pela primeira vez, a
marca de 20 kg/hab/ano. No Brasil, o consumo foi de 9,6
kg/ano em 2015. (FAO, 2019). No país a tendência é de
aumento no consumo, entretanto a oferta de peixe em
cativeiro é reduzida principalmente para a população de
baixa renda.
se destaca a capacidade do produtor em investir nesta
cadeia produtiva. Estes investimentos têm interferido
diretamente na vida da população rondoniense. Em 2011,
o
Estado produziu 39.700 t. de tambaqui e 1.300 t. de
pirarucu
(SEBRAE AGRONEGÓCIOS, 2014). A comercia-
lização
dessa produção representou um faturamento de R$ 160
milhões para o setor, sendo Manaus o principal
mercado
consumidor. Segundo dados do IBGE. Em 2014
foram
produzidas 71.000 t., em 11,9 mil há, de lâmina d’água
representando 78% de aumento em relação ao ano de 2010 .
Trabalhando com produtores de tambaqui em
propriedades familiares onde cerca de 84% dos empreen-
dimentos visitados possuíam menos de 5 há de lâmina
d’água Meante e Dória (2017) observaram uma produção
média de 7,8 t/há em sistema semi intensivo.
Há poucas décadas achava-se que muitas espé- cies
de peixes estariam fadadas a extinção porque não se
dominava a tecnologia de criação e principalmente
reprodução em cativeiro. As espécies nativas eram as mais
ameaçadas sendo reduzido o tamanho e peso para
o abate.
Com o desenvolvimento de tecnologias nas áreas
de
reprodução e criação, mudou o cenário e o produtor de
peixes em Rondônia investiu para que se tenha hoje o
Estado
como referencia nacional na produção de pescado nativo da
região Amazônica. Com o aumento da população na região,
principalmente com a zona franca de Manaus e nas capitais
como: Belém-PA, Porto Velho-RO e Rio Branco (AC), as
reservas de pescado, principalmente tambaqui e pirarucu,
foram reduzindo a números que comprometiam
as espécies
citadas. As técnicas de produção de alevinos em laboratórios
e a criação dessas espécies em cativeiro
possibilitou preservar
a produção nas bacias hidrográficas
e aumentar
significativamente a oferta de pescado para toda a Região
Norte, outros estados da federação e para exportação.
Segundo Silva e Araujo (2017) a piscicultura em
Rondônia ainda depende de fatores como a limitada
capacidade de processamento, os elevados custos de
produção e as limitações zootécnicas onde problemas de
sanidade têm causado prejuízos zootécnicos e econômicos.
Este estudo teve como objetivo analisar a pisci-
cultura do estado de Rondônia, procurando descrever a sua
situação atual destacando a produção no setor e seu potencial.
Para a realização desta pesquisa utilizou-se a
técnica de coleta de dados de documentação indireta
voltada
para a pesquisa de dados secundários, consultando
e analisando
diversos bancos de dados disponibilizados
principalmente
pela Agência de Defesa Sanitária Agrosil- vopastoril do Estado
de Rondônia-IDARON. Os dados são
fornecidos pelo
IDARON que possui cadastro individual de cada
propriedade com visita dos técnicos onde são tabulados os
dados de produção e comercialização. A cada venda é
emitido guia de transporte animal (GTA) e o controle da
produção se da por este documento. A
lâmina de água por
hectare é informada por cada produ-
tor além da quantidade
de peixe e a espécie. Com estas informações é possível
avaliar-se os dados utilizados neste trabalho.
O estado de Rondônia tem apresentado uma pro-
dução de pescado altamente significativa, principalmente
levando-se em consideração que a cultura vem sendo
implantada nos últimos 30 anos. Atualmente, o Estado é o
maior produtor de peixe em cativeiro do Brasil sendo ainda o
maior produtor da espécie tambaqui (Colossoma
macropomum, Cuvier, 1818), e pirarucu (Arapaima giga-
sem)
em tanque escavado, tendo como principais polos o Vale do
Jamari e a Região Central do Estado de acordo com o
(Anuário Peixe BR da Piscicultura, 2019).
A bacia hidrográfica do estado de Rondônia tem uma
significativa contribuição no contexto da Bacia Ama- zônica e
está inserida numa área fluvial com extensão de
1.500 km, com destaque para os rios Madeira, Mamoré,
Guaporé e seus principais afluentes, constituindo-se, as-
sim,
em uma região possuidora de um excelente manancial hídrico,
com grande potencial de recursos naturais aptos
para serem
explorados racionalmente.
Segundo a classificação de Koppen, o estado de
Rondônia apresenta clima tropical chuvoso, do tipo Aw,
Clima Tropical Chuvoso que se caracteriza por total pluvio-
métrico anual e moderado período de estiagem. O Estado
possui uma área de 237.765,233 km² e uma população de
1.757.589 pessoas, distribuídos em 52 municípios. O clima
de Rondônia caracteriza-se por apresentar uma
homogeneidade espacial e sazonal da temperatura média do ar.
Estando sob a influência do clima tropical chuvoso,
a média
anual da precipitação pluvial varia entre 1400 e 2600
milímetros ao ano e mais de 90% desta ocorre na
A produção de peixe em Rondônia mudou o
cenário das propriedades rurais e vem cada vez mais
interferindo na oferta de um pescado de qualidade onde
Cad. Ciênc. Agrá., v. 12, p. 01–05, 2020. e-ISSN: 2447-6218 / ISSN: 1984-6738