Gomes, F. de S. et al.
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Cad. Ciênc. Agrá., v. 11, p. 01–08, 2019. e-ISSN: 2447-6218 / ISSN: 1984-6738
Introdução
O milho (Zea mays L.), pertence à família Poa-
ceae, é uma espécie originária da América do Norte, um
dos cereais mais cultivados no mundo, tendo um papel
significativo na economia por apresentar alto valor co-
mercial na produção de grãos, possuindo alta produtivi-
dade devida sua habilidade em adaptar-se a condições
ambientais adversas (Silveira et al., 2015).
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de
milho, ficando somente atrás dos Estados Unidos e da
China. De acordo a Companhia Nacional de Abastecimento
(2016), na safra 2015/16 o Brasil plantou 16 milhões
de hectares, com produção total de 82,3 milhões de
toneladas, e o Rio Grande do Sul teve uma participação
de 7% na produção total do cereal, com uma produção
média de 6,5 t ha.
Geralmente as cultivares são selecionadas para
responder a adubação solúvel, resistência a pragas e altas
produtividades de grãos (Eicholz et al., 2016). Nos últimos
30 anos, as tradicionais variedades de milho ou varieda-
des locais, de polinização aberta, foram substituídos por
cultivares híbridas, em especial híbridos simples e triplos
com maior potencial produtivo, porém mais exigentes em
tecnologia de produção (adubação, irrigação e defensivos)
para expressar seu potencial produtivo (Emygdio et al.,
2008).
A alta produtividade do milho, independente da
região de cultivo, é consequência do emprego de várias
tecnologias de produção como: correção e fertilização
adequada do solo, plantio direto, manejo integrado de
plantas invasoras, doenças e pragas, assim como da ado-
ção de sementes de qualidade genética superior, como
as geneticamente modificadas (Eicholz et al., 2016).
Em condições que se empregam baixas tecnologias
de cultivo, as variedades comerciais podem apresentar
desempenho próximo ou mesmo inferior às variedades
cultivadas pelo agricultor (Carpentieri et al., 2010). Além
da diversidade genética que representam, outro aspecto
fundamental referente às variedades crioulas é que elas
não são estáticas, ao contrário, estão em permanente
processo evolutivo e de adaptação às condições ambientais
e sistemas de cultivo (Cunha, 2013).
Para Santos et al.; (2017), sementes crioulas
são variedades produzidas por agricultores familiares,
quilombolas, indígenas ou assentados com características
reconhecidas pelas comunidades que as cultivam. Para
isso, é importante também que se comece pelo resgate
da tradição de cultivar a semente crioula e preservar as
que existem (Santos et al., 2017).
As sementes crioulas podem ser definidas tam-
bém como aquelas que durante um longo período de
tempo, foram conservadas, cultivadas e selecionadas por
agricultores em suas regiões, não sofrendo modificações
por meio de melhoramento genético artificial, adaptadas
às biointerações presentes nos agroecossistemas, contri-
buindo com a sustentabilidade e diversidade, além de
serem mais rústicas e resistentes (Macêdo et al., 2016).
A fim de minimizar os custos de produção para
maior competitividade e melhoria da qualidade do pro-
duto processado, a determinação e o conhecimento do
comportamento das propriedades das sementes de girassol
são os principais fatores a contribuírem para o adequado
desenvolvimento dos processos e simulações, que visem
aperfeiçoar o sistema produtivo dessa cultura, o que
torna o conhecimento das propriedades físicas dos grãos
relevante (Milane et al., 2015).
No Nordeste o milho contribui de forma signifi-
cante na alimentação animal, onde entra como compo-
nente básico principalmente na forma de silagem, sendo
conservado no período chuvoso e disponibilizado aos
animais na estiagem.
Conforme Ferreira et al., (2010), é necessário
utilizar técnicas de recuperação e fertilização orgânica
dos solos para viabilizar o retorno das condições de equi-
líbrio ecológico e reduzir utilização de adubos minerais
no sistema produtivo. O aproveitamento de adubo orgâ-
nico de origem animal no cultivo agrícola tem sido uma
prática utilizada na busca de alternativas para substituir
os adubos minerais.
Neste contexto, objetivou-se avaliar o crescimento
e desenvolvimento do milho com utilização de diferentes
fontes de adubação orgânica.
Material e métodos
A área experimental está localizada no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano – Cam-
pus Guanambi, no município de Guanambi- BA, Micro
Região da Serra Geral, com latitude de 14°17’21.73’’ sul,
longitude de 42º41’36.54’’ oeste de Greenwich, altitude
de 551 metros, em Latossolo Vermelho - Amarelo dis-
trófico, típico A fraco, de textura média, fase caatinga
hipoxerófila, relevo plano a suave ondulado.
O estudo foi conduzido no período de outubro
de 2017 a março de 2018. As temperaturas máximas,
médias e mínimas, registradas no período experimental
constam na figura 1. Verifica-se temperaturas mínimas
por volta de 22
o
C e temperaturas máximas próximas
de 40
o
C. Observam-se também chuvas nos meses de
novembro, dezembro, fevereiro e março.