
Saldanha, M. A. et al.
10
Cad. Ciênc. Agrá., v. 12, p. 01–11, https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.21654
A espécie E. humilis destacou-se com 42 espécimes
coletados, representando 7,37% do total da coleoptero-
fauna no povoamento de P. taeda. Corroborando com o
resultado obtido nesse trabalho, Bernardi et al. (2010)
identificou E. humilis como espécie mais abundante, re-
presentando 21,5% dos coleópteros coletados em plantio
de Eucalyptus spp., na região sul do Rio Grande do Sul.
É importante destacar ainda que, E. humilis apresentou
distribuição em todas as alturas avaliadas nesse trabalho,
com destaque para 3,0, 4,5, 5,0 e 6,0 m, conforme é
apresentado na Figura 3. Assim, embora com um baixo
coeficiente de determinação (R²=0,4381), a abundância
desta espécie tende a ser um pouco maior com a elevação
da altura.
Neoclytus pusillus teve 12 indivíduos coletados
e não se verificou preferência por nenhuma das alturas
estudadas (R²=0,0128), conforme pode ser observado
na Figura 3. Temnoscheila sp.2 foi encontrada em todas
as alturas analisadas, destacando a altura de 4,5 m, com
10 espécimes (Figura 4). Porém, não foi possível deter-
minar um comportamento em relação a altura de voo,
ou seja, não foi identificado um padrão que relacione a
altura de voo com a respectiva abundância da espécie
(R²=0,0410).
Com relação ao gênero Tenebroides, foram en-
contrados 45 espécimes, distribuídos em três espécies. A
espécie Tenebroides sp. 1 apresentou abundância de 22
indivíduos, com destaque para a altura de 5,0 m, com dez
espécimes coletados (Figura 3). Porém, não foi possível
determinar um comportamento em relação à altura de
voo, ou seja, não foi identificado um padrão que relacione
a altura de voo com a respectiva abundância da espécie
(R²=0,1282).
Assim, conforme se observa na Figura 3, apenas
E. humilis apresentou uma relação entre a altura de voo
e a abundância (R²=0,4381), assim pelo coeficiente de
determinação identificado, existe uma baixa relação entre
a altura de instalação das armadilhas e a abundância, nos
quais a captura de E. humilis tende a ser maior quanto
maior a altura de instalação da armadilha.
Para as demais espécies mais abundantes não foi
encontrada uma relação entre altura de voo e abundân-
cia. Tal fato pode estar relacionado ao fato de insetos,
especificamente os da Ordem Coleoptera, terem elevada
abundância de espécies, com preferências diferentes, não
sendo possível identificar nesse estudo um padrão de voo
comum entre elas.
Conclusão
As famílias Cerambycidae, Curculionidae, Tro-
gossitidae e Scarabaeidae foram as mais abundantes e
não possuem preferência por uma única altura de voo,
sendo encontradas em todas as alturas da armadilha de
interceptação. A abundância total de coleópteros não
varia entre as alturas de 0,5 m a 6,0 em povoamento de
Pinus taeda na região central do Estado do Rio Grande
do Sul.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Dr. Pedro Giovâni da
Silva, pesquisador do Laboratório de Ecologia de Insetos,
Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Minas Gerais, pela identificação das espécies de co-
leópteros.
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