number of shoots per explant. The in vitro germination of seeds was satisfactory, with survival rate higher than 98%. The
percentage of in vitro contamination was only 2%, free from bacterial cultures. The apical shoots of C. rubriflora were not
multiplied in a single subculture in vitro in BAP culture medium. The results demonstrate the viability of in vitro germination
of C. rubriflora seeds for the introduction and subsequent micropropagation process, opening perspectives for further studies
with the species.
Keywords: Ruby paineira. Calcareous Dry Forest. Species conservation. Micropropagation.
Ceiba rubriflora é uma árvore nativa do Brasil, de
ocorrência natural na região do médio São Francisco nas
fitofisionomias da Caatinga (stricto sensu), Floresta
Estacional Semidecidual, e vegetação sobre Afloramentos
Rochosos (REFLORA, 2019). As árvores podem atingir
mais de 20 metros de altura e a espécie se destaca na
paisagem árida, pelo florescimento em plena estação seca,
com
flores de pétalas vermelhas. (Carvalho-Sobrinho e Queiroz,
2008; Mahr, 2009).
hipoclorito de sódio (NaOCl) na desinfestação das se-
mentes para germinação in vitro e (2) avaliar a o efeito do
BAP na multiplicação in vitro de brotações apicais.
Frutos da C. rubriflora foram coletados de uma
árvore matriz crescendo em um afloramento calcário numa
área de Mata Seca na Fazenda Pequi-Porteirinha
(16°45’38”S, 43°54’07”W) da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) em Montes Claros - MG. Para a
realização do presente estudo, um dos frutos foi arma-
zenado em ambiente seco e à temperatura ambiente até sua
completa maturação e deiscência no Laboratório de
Melhoramento Florestal da UFMG, campus Montes Claros.
Após abertura espontânea do fruto procedeu-se
o
beneficiamento das sementes e as mesmas foram arma-
zenadas em recipiente plástico sob temperatura ambiente
(±
24°C) durante 6 meses.
Atualmente, o habitat natural da C. rubriflora
encontra-se fragmentado e degradado. Cerca de 46% da
cobertura vegetal original da Caatinga foi suprimida da sua
área original pela intervenção humana (MMA, 2019). Isso
agrava-se pelo endemismo da C. rubriflora,
pois a baixa
densidade de indivíduos numa área, limita a
produção de
sementes, que garantiria a perpetuação da
espécie. Em
decorrência disso, a C. rubriflora encontra-se
sob risco de
extinção e assim há urgência na realização de estudos
relacionados a propagação da espécie.
Estabelecimento e multiplicação
in vitro
Nesse contexto, a micropropagação apresenta-se
como uma ferramenta com potencial de viabilizar a con-
servação e multiplicação de espécies e/ou genótipos em
risco
de extinção, tais como a C. rubriflora. Muitas espécies
florestais
ameaçadas de extinção com valor comercial e ornamental,
tais como Moringa peregrina, Renanthera
imschootiana,
Aegiphila verticillata, C. petandra, Cariniana legalis, têm sido
protegidas e multiplicadas via propagação in vitro (Al-Khateeb
et al., 2013; Wu et al., 2014; Almeida
et al., 2015; Aragão et
al., 2018). Contudo, não há ainda estudos na literatura que
reportam o cultivo in vitro de
C. rubriflora.
O procedimento foi executado no Laboratório de
Biotecnologia, do Centro de Pesquisas em Ciências
Agrárias (CPCA) do Instituto de Ciências Agrárias da
UFMG.
No estabelecimento in vitro foi realizado expe-
rimento de desinfestação das sementes de C. rubriflora.
Inicialmente, as sementes foram lavadas em água corrente
durante 20 minutos com duas gotas de detergente Spa Soft®
neutro. Lavadas em água deionizada autoclavada por três
vezes e em capela de fluxo laminar, as sementes foram
imersas em solução de álcool (70%) durante 30
segundos,
em seguida, imersas em diferentes soluções de NaOCl nas
concentrações 0,0; 0,5; 1,0; 1,5; e 2,5% (v/v)
de cloro ativo
por 15 minutos e adicionadas 3 gotas do detergente Spa
Soft® neutro, em agitação constante. Ao
término da
desinfestação, as sementes foram lavadas em
água deionizada
autoclavada por quatro vezes e então
inoculadas
individualmente em tubos de ensaio contendo
meio de cultura
MS (Murashige; Skoog, 1962), suple- mentado com
sacarose (30,0 mg L-1), solidificado com
ágar (7,0 mg L
-1
) e
pH ajustado para 5,8. O delineamento experimental utilizado
foi inteiramente casualizado (DIC),
com 5 tratamentos e 30
repetições por tratamento, onde cada unidade experimental
foi constituída por um tubo
de ensaio contendo uma semente.
Aos 21 dias foram ava-
liados o número de sementes
germinadas (após emissão
O estabelecimento in vitro corresponde à pri-
meira etapa da micropropagação. A avaliação de agentes
desinfetantes na introdução in vitro dos explantes, como
o
cloro ativo, tem sido determinante para o seu sucesso
(Pasqual et al., 2010; Brondani et al., 2013). Ademais,
vários fatores podem interferir na multiplicação in vitro dos
explantes, como reguladores de crescimento, a oti- mização
de suas concentrações potencializa a produção de propágulos
vegetativos. O regulador de crescimento 6-
benzilaminopurina (BAP) tem sido utilizado com efi-
ciência
para a multiplicação in vitro dos diversos tipos de
explantes de
diferentes espécies (Oliveira et al., 2015).
Dada a importância de estabelecer e desenvolver
de
um protocolo de cultivo in vitro de C. rubriflora, os
objetivos do presento estudo foram: (1) avaliar a ação
Cad. Ciênc. Agrá., v. 12, p. 01–05, https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.24029