
Biochar de casca de pequi como componente de substrato para produção de mudas de Eucalyptus urophylla S. T.
9
Cad. Ciênc. Agrá., v. 12, p. 01–10, https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.24836
Geralmente este tipo de comportamento ocorre
em plantas que apresentam uma alta disponibilidade de
nutrientes devido o emprego de biochar, nestes casos a
planta reduz a necessidade de investir biomassa para
produção de sistema radicular e aloca para outros órgãos
(Shipley e Meziane, 2002; Poorter et al., 2012). Entre-
tanto, apesar do biochar influenciar o desenvolvimento
do sistema radicular, deve-se levar em consideração que
isto irá depender do tipo de biochar utilizado e a espécie
a qual irá ser empregada (Olmo et al., 2016, Petter et al.,
2012).
Em virtude de se tratar de um resíduo com po-
tencial poluidor para o meio ambiente, a pirólise das
cascas de C. brasilienses para produção de biochar é uma
alternativa viável para eliminação desses resíduos do meio
ambiente, além de proporcionar melhorias na qualidade
do substrato.
Conclusão
Substratos compostos apenas com biochar de
casca de C. brasilienses demonstraram ser um material
inadequado para a produção de mudas de E. urophylla.
Entretanto, ao associar o biochar em menores proporções
(< 25%) com outro material de origem orgânica, como o
substrato comercial, confere ao substrato melhorias nos
atributos físico-químicos.
Melhores resultados foram obtidos utilizando
granulometrias de biochar entre 1 e 4 mm independente
da proporção e biochar aplicada, por proporcionar melhor
porosidade do substrato.
Referências
Araújo, A.P.; Sobrinho, S.P. 2011. Germinação e produção de mudas de
tamboril (Enterolobium contortisiliquum (vell.) Morong) em diferentes
substratos. Revista Árvore, 353: 581–588. Doi: 10.1590/S0100-
67622011000400001.
Artur, A.G.; Cruz, M.C.P.; Ferreira, M.E.; Barretto, V.C.M.; Yagi, R.
2007. Esterco bovino e calagem para formação de mudas de guanandi.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, 42: 843–850. Doi: 10.1590/S0100-
204X2007000600011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 1997. ABNT
NBR NM-ISO 3310-1: 1997 - Peneiras de ensaio: Requisitos técnicos
e verificação. 20 p.
Biederman, L.A.; Harpole, W.S. 2013. biochar and its effects on plant
productivity and nutrient cycling: a meta-analysis. Global Change
Biology. Bioenergy, 5: 202–214. Doi: 10.1111/gcbb.12037.
Birchler, T.; Rose, R.W.; Royo, A.; Pardos, M. 1998. La planta ideal:
revision del concepto, parametros definitorios e implementaction
practica. Investigacion Agraria, Sistemas y Recursos Forestales, 7:
109–121.
Brasil. 2015. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Instrução Normativa SDA nº 03, de 26 de janeiro de 2015. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil, 27 jan. 2015.
Bridgwater, A.V. 2012. Review of fast pyrolysis of biomass and product
upgrading. Biomass and Bioenergy, 38: 68-94. Doi: org/10.1016/j.
biombioe.2011.01.048.
Bueno, C.C. 2017. biochar: Caracterização estrutural e interações com
nutrientes e microorganismos pedológicos. Dissertação, Instituto de
Ciência e Tecnologia (Câmpus de Sorocaba), Universidade estadual
Paulista “Júlio de Mesquita de Filho”. 158p.
Carneiro, J.G.A. 1995. Produção e controle de qualidade de mudas
florestais. Curitiba: UFPR/FUPEF/UENF, 451 p.
Cavalcante, L.; Herbert, I.; Petter, F.A.; Albano, F.G.; Rachel, R.; Silva, S.;
Silva Júnior, G.B. 2012. biochar no substrato para produção de mudas de
maracujazeiro amarelo. Revista de la Facultad de Agronomía, 111: 4147.
Dumroese, K.R.; Heiskanen, J.; Englund, K.; Tervahauta, A. 2011.
Pelleted biochar: Chemical and physical properties show potential
use as a substrate in container nurseries. Biomass and Bioenergy, 35:
2018-2027. Doi: org/10.1016/j.biombioe.2011.01.053.
Embrapa (1997). Manual de métodos de análise do solo. 2ed. Rio de
Janeiro: EMBRAPA - Centro Nacional de Pesquisa de Solos. 247 p.
Fermino, M.H. 2003. Métodos de análise para características de física
de substratos. Tese, Universidade Federal do rio Grande do Sul, Porto
Alegre. 80f.
Fonseca, T.G. 2001. Produção de mudas de hortaliças em substratos
de diferentes composições com adição de CO2 na água de irrigação.
Dissertação, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Universidade de São Paulo. 72p.
Gasparin, E.; Avila, A.L.; Araujo, M.M.; Cargnelutti Filho, A.; Dorneles,
D.U.; Foltz, D.R.B. 2014. Influência do substrato e do volume de
recipiente na qualidade das mudas de Cabralea canjerana (Vell.)
Mart. em viveiro e no campo. Ciência Florestal, 24: 553–563. Doi.
org/10.5902/1980509815731.
Glaser, J.; Lehmann, W.Z. 2002. Ameliorating physical and chemical
properties of highly weathered soils in the tropics with bio-char – a
review. Biology and Fertility of Soils, 35: 219–230. Doi: 10.1007/
s00374-002-0466-4.
Gomes, J.M.; Paiva, H.N. 2012. Viveiros florestais: propagação
sexuada. Ed. UFV, Viçosa - MG.
Gonçalves, J.L.M.; Poggiani, F. 1996. Substratos para produção de
mudas florestais. In: Congresso Latino Americano De Ciência Do Solo.
Águas de Lindóia. São Paulo.
Gonzaga, M.I.S.; Mackowiak, C.L.; Comerford. N.B.; Moline, E.F.V.;
Shirley, J.P.; Guimaraes, N.B. 2017. Pyrolysis methods impact biosolids-
derived biochar composition, maize growth and nutrition. Soil & Tillage
Research, 165: 59–65. Doi: org/10.1016/j.still.2016.07.009.
IBI – International biochar Initiative. 2012. Standardized Product
Definition and Product Testing Guidelines for biochar That Is Used in
Soil. v. 8. Disponível em: <http://www.biocharinternational.org/sites/
default/files/Guidelines_for_biochar_That_Is_Used_in_Soil_Final.pdf>.
Acesso em: 17 de out. 2017.
Kratz, D.; Wendling, I.; Pires, P.P. 2012. Miniestaquia de Eucalyptus
benthamii x E. dunnii em substratos a base de casca de arroz carbonizada.
Scientia Forestalis, 40: 547–556.