
Londero, R. et al.
4
Cad. Ciênc. Agrá., v. 12, p. 01–08, https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.25450
Tabela 1 – Estatística descritiva de atributos químicos do solo no Sítio Ranho Alegre situado na região de Dourados
- MS, safra 2017-18
Variável Média Variância CV% Mínimo Máximo Assimetria Curtose CR
CTC
1
159,60 16,24 10,1 128 187 -0,09 -0,92 0,878
H+Al
1
54,28 45,38 12,4 37 71 -0,14 0,34 0,915
P
2
12,01 26,56 42,8 5 32 1,38 3,05 0,471
K
1
3,34 1,11 31,5 1,9 7,5 2,03 5,23 1,094
Ca
1
76,44 218,44 19,3 42 105 -0,15 -0,78 0,926
Mg
1
25,55 9,82 12,2 16 31 -0,49 0,25 0,888
PH CaCl
2
5,44 0,03 3,3 5 5,9 -0,34 0,01 0,803
V% 65,53 30,84 8,4 49 78 -0,51 0,47 0,958
MO
3
37,00 17,37 11,2 28 46 0,24 -0,58 0,246
Produção
4
3641 290307 14,7 2415 4905 0,35 0,06 0,357
CV: coeficiente de variação;
1
mmol dm
-3
;
2
mg.dm
-3
,
3
g.dm
-3
,
4
kg ha
-1
, CR: coeficiente de regressão da validação cruzada.
Segundo Dalchiavon et al. (2012), a variabilidade
de um atributo pode ser classificada de acordo com a
magnitude de seu coeficiente de variação (CV), em baixo
(CV < 10%), médio (10% < CV < 20%), alto (20% <
CV < 30%) e muito alto (CV > 30%). Com base nesta
classificação, portanto, observou-se que a maior parte
dos atributos químicos apresenta CV médio, exceto o pH
e V%, com valores baixos entre 3,3 e 8,4%; e P e K com
valores muito altos entre 42,8 e 31,5%.
De acordo com Dalchiavon et al. (2012), traba-
lhando em Latossolo Vermelho Distroférrico sob plantio
direto, a variabilidade dos atributos químicos do solo é
consequência de interações complexas em processos de
sua formação e de práticas de manejo do solo e da cultura,
com impacto principalmente nas camadas superficiais do
solo. Todavia, neste estudo, a variabilidade nos atributos
da fertilidade do solo, possivelmente, esteve associada ao
efeito das sucessivas e irregulares adubações e calagens,
que vêm sendo aplicadas na área (Gontijo et al., 2012;
Zonta et al., 2014).
Os atributos químicos que apresentaram coefi-
cientes de assimetria positivos foram P 1,38 e o K 2,03. Os
demais atributos apresentaram coeficientes de assimetria
negativa. O coeficiente de assimetria é utilizado para ca-
racterizar como e quanto a distribuição de frequências se
afasta da simetria, sendo que: se coeficiente de assimetria
maior que zero tem-se que a distribuição é assimétrica à
direita (positiva): se coeficiente de assimetria menor que
zero distribuição é assimétrica à esquerda (negativa): e
se coeficiente de assimetria igual a zero a distribuição é
simétrica (Zanão Júnior et al., 2010).
Os atributos químicos que apresentaram coeficien-
te de curtose com distribuição mesocúrtica (normal) foi o
pH CaCl2, distribuição platicúrtica (menor que zero) foi
o Ca e a CTC e distribuição leptocúrtica (maior que zero)
os demais atributos químicos. O coeficiente de curtose
é utilizado para caracterizar a forma da distribuição de
frequências quanto ao seu achatamento. O termo médio
de comparação é a distribuição normal que apresente
valor de coeficiente de curtose igual a zero tem-se então a
distribuição mesocúrtica, se coeficiente de curtose menor
que zero a distribuição será platicúrtica, e se coeficiente
de curtose maior que zero tem-se a distribuição leptocúr-
tica. Sendo que todas as variáveis apresentaram valores
próximas de zero.
A dependência espacial dos atributos químicos
do solo e produtividade da soja foram analisadas através
da análise de semivariogramas (Tabela 2). Os parâme-
tros avaliados apresentaram forte dependência espacial,
exceto a MO que foi moderada. Esta dependência está
relacionada com baixo valor do efeito pepita em relação
ao patamar. Os semivariogramas constataram que as
variáveis pH CaCl
2
e MO foram ajustadas ao modelo
esférico, P e H+Al ao modelo exponencial e os demais
ao modelo gaussiano.
Vieira et al. (2010) recomendam que o usuário
escolha um destes três modelos segundo o comportamen-
to de seus semivariogramas para distancias menores do
que o alcance), faça o ajuste usando algum método de
otimização dos parâmetros C0, C1 e a, e submeta este
modelo ao processo da validação pelo “jack knifing”. Este
método, embora trabalhoso, elimina qualquer possibili-
dade de ajuste inadequado porque os resultados estarão
dentro de alguns padrões estatísticos.
Após a escolha do melhor modelo para inter-
polação, procedeu-se a geração de mapas para todos os
atributos (Figura 2).
Os resultados da análise descritiva para a pro-
dutividade da cultura de soja na safra 2017/18 estão