
Araújo, C. M. et al.
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Cad. Ciênc. Agrá., v. 12, p. 01–11, https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.25810
foi mensurado diariamente pela manhã com o auxílio
de proveta graduada (plástico). A densidade da urina
foi avaliada no mesmo momento com o auxílio de refra-
tômetro manual Megabrix
®
. Foram retiradas alíquotas
representativas deste material uma vez ao dia no período
da manhã, e posteriormente foram acondicionadas em
garrafas devidamente identificados e armazenadas em
congelador a -10°C. Antes de serem armazenadas as amos-
tras foram filtradas com filtro de papel (utilizados para
coar café) retirando-se possíveis contaminações. Ao final
do período de coleta, as amostras correspondentes a cada
animal foram descongeladas, homogeneizadas e filtradas
novamente utilizando-se filtro de papel, sendo retirada
alíquota de 20% para posteriores análises laboratoriais.
Posteriormente foi feita a primeira secagem das amostras
de sobras e fezes em estufa de circulação forçada de ar,
a 55°C por 72 horas, até obter peso constante. Feito isto,
as amostras foram moídas, em moinho de facas do tipo
Willey, em partículas de 1 mm.
Logo após, as amostras foram levadas ao labo-
ratório onde foi realizada a 2ª matéria seca das amos-
tras de sobras e fezes, em estufa a 105°C por 24 horas,
sendo então possível calcular a matéria seca definitiva
das mesmas e teor dos nutrientes, e posteriormente, a
digestibilidade aparente dos nutrientes e matéria seca
através das seguintes fórmulas (Maynard et al., 1984):
CN = (Cons x %Cons) – (Sob x %Sob); DA = (CN – (Fez x %Fez)) / CN x 100
Onde: CN = consumo de nutriente (kg); Cons = quantidade de alimento consumido (kg); %Cons = teor de nutriente no alimento fornecido (%);
Sob = quantidade de sobra retirada (kg); %Sob = teor do nutriente nas sobras (%); DA = digestibilidade aparente (%); Fez = quantidade de fezes
coletada (kg); %Fez = teor do nutriente nas fezes (%);
Para o estudo do comportamento ingestivo os
animais foram submetidos à observação visual por pes-
soas treinadas, em sistema de revezamento, dispostas de
maneira a não incomodar os animais, por um período de
24 horas, no último dia de coleta de dados. No período
noturno, o ambiente recebeu iluminação artificial, e as
luzes permaneceram acessas durante cinco dias antes da
avaliação para promover a adaptação dos animais. Foram
verificados a cada cinco minutos, se os animais estavam
realizando ingestão do alimento e água, ruminação ou
ócio, de acordo com a metodologia proposta por Fischer
et al. (1998).
Os cálculos das atividades foram feitos em mi-
nutos por dia, admitindo que, nos cinco minutos sub-
sequentes a cada observação, o animal permaneceu na
mesma atividade. Já o tempo total gasto em mastigação
(MAST) foi determinado somando-se os tempos gastos
em ingestão (ING) e ruminação (RUM). As eficiência de
ingestão (EIng), mastigação (EMast) e ruminação (ERum)
foram obtidas segundo Polli, et al. 1996, de acordo com
as equações: EIng (g/min) = CMS/Tal; EMast (g/min)
= CMS/Tmast e ERum (g/min) = CMS/Trum; em que
CMS é consumo de MS (g/MS/dia), Tal é o tempo de
alimentação (h/dia), Tmast é o tempo em mastigação (h/
dia) e Trum é o tempo em ruminação (h/dia) (Bürger et
al. 2000).
As colheitas de sangue para avaliação dos com-
ponentes bioquímicos foram realizadas por venopunção
jugular com auxílio de tubos Vacutainer
®
sem anti-coa-
gulante, durante três dias alternados (primeiro, terceiro
e quinto dia de coleta de dados). Os dados apresentados
foram obtidos através da média dos três dias de coleta.
Todas as colheitas de sangue foram realizadas no período
da manhã, antes do fornecimento da primeira alimenta-
ção. As amostras de sangue coletadas foram centrifugadas
a 3000 rpm por 10 minutos, sendo os soros separados
em alíquotas, guardados em microtubos e armazenados
em freezer a -5°C para posterior análise laboratorial. Os
componentes bioquímicos para determinação do me-
tabolismo energético foram: triglicerídeos, colesterol e
VLDL (lipoproteína de muito baixa densidade); e, para
determinação do metabolismo proteico foram: proteína
total, albumina, globulina, ácido úrico, ureia e creatinina.
A avaliação glicêmica foi feita no último dia
de coleta, sendo que neste dia a primeira alimentação
foi realizada logo após a primeira coleta de sangue e a
segunda alimentação após a última coleta. As coletas de
sangue foram realizadas às 8:00, 11:00, 14:00, 17:00 e
20:00 horas, sendo as amostras coletadas por venopunção
jugular com auxílio de Vacutainer
®
com fluoreto. Todas
as amostras foram processadas em analisador bioquímico
automatizado (Bioplus
®
2000), usando kit comercial da
GT Lab
®
.
Utilizou-se o delineamento inteiramente ao acaso,
com quatro tratamentos e cinco repetições por tratamento.
As médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste
de SNK ao nível de 95% de significância, utilizando o
pacote estatístico SAEG 9.0. A glicemia foi em esquema
de parcelas subdivididas, sendo tratamentos nas parcelas
e horários (foram analisados por estudo de regressão)
de colheita nas subparcelas. As médias de escore fecal
foram avaliadas pelo teste não paramétrico de Kruskal
e Wallis (1952). Para todas as variáveis foram testadas
a normalidade e homogeinicidade dos dados.
Resultados e discussão
Os animais alimentados com volumoso extrusado
contendo diferentes teores de Uruchloa brizantha (52,5%,
60,0% E 65,0%) tiveram maior consumo de matéria seca
expresso em kg/dia e em relação ao peso corporal do que
os animais alimentados com silagem de milho (P<0,05;
Tabela 2). De acordo com o NRC (2007) o consumo de
matéria seca ideal para ovelhas adultas em manutenção