
Silva, A. K. M. et al.
2
Cad. Ciênc. Agrá., v. 12, p. 01–05, https://doi.org/10.35699/2447-6218.2020.25948
of the samples collected, it was possible to observe that there is no significant presence of alpha-amylase in the saliva
of dogs that is capable of hydrolyzing starch.
Keywords: Enzymatic activity. Saliva. Starch.
Introdução
Durante o processo de domesticação dos animais,
quando sua alimentação passou a ser controlada por ho-
mens, eles tiveram várias funções, desde fonte de alimento
próxima ao homem, proteção contra outros animais, caça
a pragas e atualmente considerados membros da família
(Ogoshi, et al. 2015).
Com essa proximidade, com o aumento de pro-
dução de rações no país e devido à melhora do poder
aquisitivo de proprietários, cães e gatos, passaram a obter
alimentos mais sofisticados do que os que eram oferecidos
anteriormente, havendo uma importante modificação na
sua alimentação nas últimas décadas. Com isso, estudos
referentes à digestão alavancaram, desde pesquisas re-
ferentes à ingestão de alimentos até a sua eliminação.
Dentre os nutrientes necessário que estão na
alimentação desses animais, podemos notar que os car-
boidratos estão presentes em grandes quantidades em
alimentos secos e semiúmidos para gatos e, principalmente
para cães, tornando-o o princípio nutricional em maior
quantidade na maioria dos alimentos secos para essas
espécies (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 2006).
Embora não seja um nutriente essencial, os car-
boidratos são bem utilizados e digeridos nessas espécies,
fornecendo uma fonte útil de energia e glicose. Na dieta
dos cães, a fonte energética com base nos carboidratos
pode reduzir a necessidade da proteína (Brown, 2009).
Sendo assim, é importante que haja um bom
aproveitamento dos carboidratos pelos animais, e, se-
gundo Moriel et al., (2010), o processo de quebra dessas
grandes moléculas se inicia na boca com a mastigação,
onde o acesso às enzimas salivares facilita sua digestão.
Dentre as enzimas estudadas no processo diges-
tivo dos carboidratos, podemos pontuar a alfa-amilase
salivar e a amilase pancreática. A alfa-amilase salivar, era
conhecida antigamente como ptialina e é uma enzima
que pode começar a clivar as ligações alfa-1,4 glicosí-
dicas entre as moléculas de glicose no amido (REECE,
2017), porém, observa-se em animais que estudos sobre
a presença da alfa-amilase na saliva de cães são escassos
e contrários entre literaturas.
Nos animais onívoros, como ratos e porcos é ci-
tada a presença dessa enzima que digere amido (KLEIN,
2014). Nos animais carnívoros, como cães e gatos é citada,
mas como ausente (Júnior; Lima; Saad, 2006). Existem
opiniões divergentes quanto a presença ou ausência da
enzima. Na citação de Reece (2017), descreve a presença
da enzima alfa-amilase na saliva de cães e gatos.
Diante dos questionamentos e divergências na
literatura sobre a presença da atividade da enzima alfa-a-
milase na saliva de cães, torna-se importante o desenvol
-
vimento de pesquisas que esclareçam essa dúvida. Dessa
forma, com os resultados desse trabalho, objetivou-se
identificar a presença da atividade da enzima alfa-amilase
salivar em cães, tornando este, um estudo com potencial
para o conhecimento futuro relacionado à digestão de
alguns animais monogástricos, como a melhora no balan-
ceamento e composição de rações incluindo carboidratos.
Material e métodos
Colheita de amostras:
Para este estudo foram analisadas amostras de
saliva oriundas de animais do Canil Municipal de Salinas-
-MG. O protocolo experimental desse trabalho foi apro-
vado pela Comissão de Ética na Utilização dos Animais
(CEUA) do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais
sob o protocolo de número 07/2020.
Foram colhidas onze amostras de cães sem raça
definida, dos quais cinco eram machos e seis eram fêmeas.
Os animais recebiam diariamente ração comercial e água
à vontade. Foi realizada a correta contenção física dos
animais, e com o auxílio de luvas e swab (zaragatoa), as
amostras foram colhidas do vestíbulo da boca dos cães
(todas simultaneamente no período da manhã) (Figura
1). Fichas com as identificações do animal, sexo e tipo
de alimentação foram preenchidas (Tabela 1).
Em seguida, o swab foi inserido em microtubo
tipo Eppendorf (tubo de microcentrífuga) para depositar
a saliva. Os microtubos haviam sido anteriormente identi-
ficados e colocados 2 mL de solução NaCl 0,9%. Os swabs
e luvas utilizadas foram descartados e todo o material
coletado foi acondicionado em caixa de isopor com gelo,
para serem conduzidos ao laboratório e armazenados em
congelador de geladeira e mantidos congelados (-10°C)
para posterior determinação da presença da atividade
da enzima alfa-amilase salivar.
Análise laboratorial:
As análises foram feitas 24 horas após a coleta,
sendo conduzidas em laboratório do Complexo de Aten-
dimento Clínico Veterinário do Instituto Federal do Norte