Formação de biofilmes por
Staphylococcus aureus
multirresistentes isolados de leite de
vacas com
mastite
Edmara Andrade Macedo Cruz
1
*, Ester Dias Xavier
2
, Geziella Aurea Aparecida Damasceno Souza
3
, Cintya Neves de Souza
4
,
Carolina Magalhães Caires Carvalho
5
, Laura Francielle Ferreira Borges
6
, Franciane Gabrielle
dos Santos
7
, Raphael Rodrigues
Porto
8
, Daniele Pereira de Souza Borborema
9
DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35651
Resumo
Staphylococcus aureus provenientes de leite de vacas com mastite subclínica e fenotipicamente resistentes a antimi-
crobianos da classe dos beta-lactâmicos foram testadas quanto a capacidade em produzir biofilme. Foi procedido o cultivo e
análise em Ágar vermelho congo (CRA) e Teste de Aderência em Placas (AEP). Também foi avaliada a asso- ciação entre os
testes CRA e AEP e a associação de cada um destes testes com a frequência das cepas potencialmente produtoras de biofilme
resistentes aos beta-lactâmicos. Como resultado, 65,2% (15) dos 23 isolados testaram positivo para formação de biofilme em
CRA e 60,86% (14) em AEP. Não houve associação entre os resultados do teste CRA e o teste AEP, também não houve
associação com a resistência aos antimicrobianos beta-lactâmicos (RBL). entre o teste de AEP e RBL houve associação.
Considera-se que a capacidade em formar biofilme um poderoso mecanismo de resistência e ressalta-se a importância do
controle microbiológico na produção.
Palavras-chave:
Ágar vermelho congo. Aderência em Placas. Antimicrobianos.
Biofilm formation by multiresistants
Staphylococcus aureus
isolated from milk from cows
with mastitis
Abstract
Staphylococcus aureus strains from the milk of cows with subclinical mastitis and phenotypically resistant to antimi- crobials
of the beta-lactam class were tested for capacity to produce biofilm. Was carried out cultivation and analysis in Congo Red
Agar (CRA) was carried out and Plate Adhesion Test (AEP). The association between CRA and AEP and
1Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias, Montes Claros, MG, Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-2493-978X
2Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias, Montes Claros MG, Brasil.
https://orcid.org/0000-0001-8289-3540
3Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG, Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-7130-3776
4Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias, Montes Claros, MG, Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-3640-8636
5Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias, Montes Claros, MG, Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-3145-0253
6Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias, Montes Claros, MG, Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-1854-7077
7Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias, Montes Claros, MG, Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-7552-3266
8Universidade Federal de Uberlândia, Patos de Minas, MG, Brasil.
https://orcid.org/0000-0003-1603-9615
9Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Agrárias, Montes Claros MG, Brasil.
https://orcid.org/0000-0002-7376-586X
*Autora para correspondência: edmaramacedo@hotmail.com
Recebido para publicão em 01de agosto de 2021. Aceito para publicação em 29 de agosto 2021.
e-ISSN: 2447-6218 /
ISSN: 2447-6218. Atribuição CC BY.
2
Cruz, E. A. M. et al.
the association of each test with the frequency of potentially biofilm-producing strains resistant to beta-lactams was also
evaluated. As a result, 65.2% (15) of the 23 isolates tested positive for biofilm formation in CRA and 60.86%
(14) in AEP. There was no association between the results of CRA and AEP tests, nor was there an association with the beta-
lactams antimicrobials resistance (RBL) test. There was an association between the AEP and RBL tests. It is considered that
the ability to form biofilms is a powerful resistance mechanism and emphasizes the importance of microbiological control in
production.
Keywords:
Antimicrobials. Congo Red Agar. Microplate Adherence.
Introdução
Staphylococcus aureus é um dos principais patóge-
nos
causadores de mastite na bovinocultura (Zaatout, et
al., 2020;
Souza et al., 2019, Souza et al., 2020.), doença
associada a
prejuízos na cadeia produtiva (Cheng, et al., 2020). Na
tentativa de controlar a doença no rebanho leiteiro, utiliza-
se antimicrobianos de diversas classes
como a dos beta-
lactâmicos, porém, o uso desses agentes
antimicrobianos de
forma indiscriminada pode levar a multirresistência
bacteriana (Ganda, et al., 2016).
Um dos métodos mais utilizados em estudos na
quantificação de formação de biofilmes por bactérias
Staphylococcus sp é o de Aderência em Placas (Shah, et al.,
2019; Torres, et al., 2020; Achek et al., 2020).
As cepas capazes de produzir substâncias extra-
celulares poliméricas identificadas neste teste podem ter
grande potencial em aderir ao tecido glandular mamário,
dificultando o tratamento da mastite por antimicrobianos
e a
resposta imune dos bovinos leiteiros (Marques et al., 2013).
A multirresistência aos agentes antimicrobianos
causa uma dificuldade ainda maior no tratamento quando a
bactéria é portadora de mecanismos de resistência. Um desses
mecanismos envolve a formação de biofilme e vem
sendo cada
vez mais relatados na literatura (Shah, et al., 2019; Liu et al.,
2020; Pedersen et al., 2021).
A utilização de métodos rápidos e fáceis são
importantes para que bactérias produtoras de biofilmes
sejam identificadas com mais rapidez e as medidas de
controle e profilaxia sejam mais eficientes (Darwish e
Asfour, 2013).
O biofilme é formado basicamente por uma co-
munidade séssil de células microbianas envoltas em uma
matriz de substância polimérica extracelular (Shah, et
al.,2019). A habilidade de formar biofilme, segundo
Zaatout et al. (2020), está associada a capacidade do
microrganismo persistir dentro do úbere e se proteger da
resposta imune inata e adaptativa da vaca, bem como da ação
de antimicrobianos que deixam de ser considerados
efetivos
para o tratamento.
Pelo exposto, teve-se por objetivo rastrear isolados
de
Staphylococcus aureus obtidos de leite de vacas com
mastite subclínica quanto à resistência a antimicrobianos
da
classe dos beta-lactâmicos e a potencialidade para produzir
biofilmes através dos testes de Ágar vermelho congo (CRA)
e Aderência em Placas.
Materiais e todos
Isolados microbianos
A bactéria formadora de biofilme também pode se
instalar nos equipamentos de ordenha, causando elevados
gastos e prejuízos para a produção como também pode ser
um perigo sanitário para o consumidor, uma vez que pode
provocar doenças crônicas também em humanos (Chagas,
2015).
Foram utilizados 23 isolados de Staphylococcus
aureus provenientes da bacterioteca do Laboratório de
Sanidade Animal do Instituto de Ciências Agrárias da
UFMG, previamente identificados pela técnica Maldi Tofi
conforme descrito por Souza et al. (2019). Os isolados
foram obtidos de amostras de leite de vacas diagnosticadas
com
mastite subclínica em estudos anteriores conforme os
protocolos 145/2013 e 90/2018 CEUA/UFMG.
A detecção da formação de biofilme pode ser feita
utilizando diferentes métodos fenotípicos, entre eles a
verificação da produção de exopolissacarídeos pelas
bactérias em meio Ágar vermelho congo (CRA)
identificado por colônias negras e ásperas (Freeman, et
al.,
1989; Friedriczewski, et al., 2018; Shah, et al., 2019).
Perfil de sensibilidade a antimicrobianos beta-lac-
tâmicos
Os 23 isolados foram testados quanto ao perfil de
sensibilidade a antimicrobianos do grupo beta-lactâ-
micos
por meio do todo de difusão em disco seguindo protocolo
descrito por Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI,
2018). Os antimicrobianos testados foram
oxacilina (1µg),
penicilina (10 µg), amoxicilina (10µg), ampicilina (10µg) e
tetraciclina (30µg) da Laborclin.
A eficiência do método Ágar vermelho congo
(CRA) para identificação de cepas de Staphylococcus spp.
facilidade de execução e baixo custo tornam o método
indicado para rastreamento de cepas com potencial para
produção de biofilmes (Cunha, et al., 2019).
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 0106, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35651
3
Formação de biofilmes por Staphylococcus aureus multirresistentes isolados de leite de vacas com mastite
Como controle positivo foi utilizado uma cepa padrão de S.
aureus ATCC 25923.
Resultados e discussão
Os resultados obtidos do perfil fenotípico de re-
sistência e rastreamento quanto à formação de biofilme estão
apresentados na Tabela 1.
Verificação da formação de biofilme em meio Ágar
vermelho
congo (CRA)
Culturas bacterianas criopreservadas foram ati-
vadas em caldo infusão rebro coração (BHI) e poste-
riormente transferidas para placas contendo o meio Plate
Count Agar (PCA) utilizando-se a técnica de estrias por
esgotamento em que foram incubadas a 37°C por 24 horas
para isolamento das colônias.
No teste em meio CRA, 65,21% (15 isolados) fo- ram
identificados como potenciais formadores de biofilme.
As
colônias que ficaram negras, coloração característica nesse
meio para produção de biofilme com um escure- cimento do
meio foram identificadas como positivas. As cepas não
produtoras de biofilme formaram colônias vermelhas sem
alteração na cor do meio, após 48 horas de incubação não
houve alteração das características.
O meio Ágar vermelho congo (CRA) foi produzido
seguindo protocolo descrito por Freeman et al., (1989)
com
adaptações, contendo Caldo Infusão Cerebro Coração (BHI)
(0,37%), sacarose (0,50%), ágar (0,15%) e solução
a 0,08% do
corante Congo Red. Com o auxílio de uma alça de
inoculação estéril, transferiu-se uma colônia de cada bactéria
para placas contendo o meio CRA 0,08%, e incubadas a
37°C por 2448 horas. O teste foi reali- zado em duplicata.
Para o controle positivo e negativo foram utilizadas as
cepas de S. aureus ATCC 25923 e S. epidermides ATCC
12228, respectivamente.
Na análise estatística de Qui Quadrado não mos-
trou
associação entre os resultados do teste do Ágar vermelho
congo (CRA) e o teste Aderência em Placas (p-valor = 1).
Também não houve associação entre o teste do CRA e a
Resistência aos antimicrobianos beta-
-lactâmicos (p-valor = 0,659).
Chagas (2015) avaliou a produção de biofilme em
cepas de Sthaphyloccocus aureus provenientes de
equipamentos de ordenha mecânica utilizando os - todos
de CRA e Aderência em Placas. Em seu estudo foi verificado
que as cepas tiveram uma concentração de polissacarídeos
variável e cada um dos compostos atua de maneira diferente
na formação e patogenicidade do biofilme. O que pode
explicar a não associação do teste do CRA e AEP realizados
neste presente estudo.
Verificação da formação de biofilme pelo teste de
Aderência
em Placas (AEP)
A aderência em Placas foi verificada segundo
método descrito por Guimarães et al. (2012). Os 23
isolados de Staphylococcus aureus foram cultivados em
meio TSB (Tryptone Soya Broth) por 24h a 37°C. Após este
período uma porção de cada cultivo foi diluída na
proporção de 1:40 em meio TSB acrescido de 0,25% de
glicose. As amostras padronizadas juntamente com os
controles foram colocadas em placas de hemaglutinação de 96
cavidades de fundo em “U”, em triplicata no vo- lume de
200µL/cavidade. Após o período de incubação (37°C por
24h), as placas foram lavadas três vezes com
água destilada,
e deixadas secar a temperatura ambiente.
Foram adicionados
200µL de cristal violeta/cavidade, e a placa foi incubada
por 2-3 minutos à temperatura ambiente. Após, cada
cavidade foi lavada três vezes com água destilada e acrescida
de álcool-acetona (80:20). As placas coradas com cristal
violeta foram submetidas à espectrofotometria a 490nm para
aferir as respectivas absorbâncias de cada cavidade. Os
isolados que obtive- ram densidade óptica igual ou menor
que 0,111 foram
classificados como não aderentes e os
maiores que 0,111
foram classificados como aderentes.
Guimarães et al. (2012) também encontrou baixa
concordância em seus resultados de testes para produção de
biofilme em S. aureus multirresistentes provenientes de
mastite
em bovinos e bubalinos, sendo 20% dos isolados
bubalinos e
26,7% dos bovinas positivos no CRA enquanto 56,6% dos
isolados bubalinos e 43,3% dos bovinos foram
positivos para
o teste de Aderência em Placas.
Em estudos anteriores autores relataram que a
interpretação do teste de CRA pode ser subjetiva pois se trata
de uma análise visual, sendo necessária a inclusão de outros
testes para confirmação (Szweda et al., 2012; Guimarães., et
al., 2012; Salina, 2015).
No teste de Aderência em Placas (AEP), 60,86%
(14) obtiveram densidade óptica maior que 0,111, ou seja,
foram
identificados como aderentes e potenciais forma- doras de
biofilme. Ao relacionar os resultados do teste
de AEP e a
resistência a antimicrobianos beta-lactâmicos
através da
análise estatística, foi verificado associação entre estes
testes (p-valor = 0,016).
Análise estastica
Através da análise de Qui Quadrado com p<0.05
de
nível de significância, avaliou-se a associação entre os
testes de Ágar Vermelho Congo (CRA) e Aderência em
Placas, e a associação de cada um dos testes com a
frequência das cepas resistentes aos beta-lactâmicos e
potenciais produtoras de biofilme.
Esta relação entre resistência a antimicrobianos
e a
formação de biofilme foi relatada em estudos ante- riores,
onde isolados de Staphylococcus aureus resistentes a
antimicrobianos da classe dos beta-lactâmicos também
obtiveram resultado positivo para formação de biofilme
(Marques, 2016; Cunha., et al., 2019). Os resultados de
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 0106, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35651
4
Cruz, E. A. M. et al.
Soares (2019) também foram significativos na expres- são
da produção fenotípica de biofilme pelo teste de
Aderência em Placas, onde foi relacionado a resistência
antimicrobiana e produção de biofilme.
Tabela 1
de biofilme.
Perfil fenotípico de resistência a antimicrobianos beta-lactâmicos e rastreamento quanto a formação
CEPA
AD-05
AD-9
AD-10
AD-12
AD-15
AD-32
AD-34
AD-39
AD-41
GZ-6c
GZ-60A
GZ-132B
GZ-189A C. G
GZ-LM 112 B (2)
GZ-302
GZ-366 (1) MENOR
GZ-110 G
FGO-02
FM-30
FSM-37
FSM-38
FS-71
FS-75
S. aureus ATCC 25923
S. epidermides ATCC 12228
R
S
S
S
R
S
R
S
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
S
S
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
R
S
R
R
R
R
R
R
R
R
R
S
R
R
R
R
R
R
R
+
-
+
-
+
+
+
-
+
+
-
-
+
+
+
+
+
-
+
+
+
-
-
N
A
N
A
N
A
N
A
N
A
A
D
N
A
A
D
N
A
N
A
N
A
A
D
A
D
A
D
A
D
A
D
A
D
A
D
Legenda: + (Positiva para característica pesquisada); (Negativa para característica pesquisada). Oxacilina (OXA); Penicilina (PEN); Amoxicilina (AMO);
Ampicilina (AMP); Tetraciclina (TET). NA (Não aderente); AD (Aderente).
Outros autores relataram que o teste de Aderência em placas fornece resultados satisfatórios na expressão da produção
fenotípica de biofilme em Staphylococcus spp. Este teste é recomendado para detecção de biofilme devido a sua alta
sensibilidade e baixa especificidade (Melo, et al., 2012; Soares, 2019).
A bactéria formadora de biofilme pode ser até
10.000 vezes mais resistente que uma bactéria em sua
forma planctônica devido a barreira de difusão criada
(Hamed, 2018). A matrix extracelular do biofilme afeta a
eficácia do antimicrobiano devido a limitação da di- fusão,
sendo os microrganismos produtores de biofilme
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 0106, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35651
OXA
PEN
AMO
AMP
TET
Vermelho
Congo
Aderência
em Placas
5
Formação de biofilmes por Staphylococcus aureus multirresistentes isolados de leite de vacas com mastite
mais tolerantes a estes fármacos (Abdulamir et al., 2015;
Hamed, 2018). Fato este que pode explicar a relação entre a
resistência aos antimicrobianos da classe dos
beta-lactâmicos e a formação de biofilme nos isolados
deste presente estudo.
Figura 1 Colônias de S. aureus cultivadas em meio
Ágar vermelho congo (CRA)
.
Controle negativo S. epidermides ATCC 12228; 2: Controle positivo S. aureus ATCC 25923;3: Colônia de S. aureus em estudo positiva para formação de
biofilme; 4: Colônia de S. aureus em estudo negativo para formação de biofilme; 5: Colônias de S. aureus positivas e negativas para formação de biofilme em
meio Ágar vermelho congo (CRA).
Além de dificultar a ão do antimicrobiano, a
formação de biofilme também contribui para a aderên- cia e
colonização da bactéria na gndula mamaria, e,
consequentemente, dificulta a erradicação da bactéria na
mastite bovina. Bactérias S. aureus formadoras de biofilme
sobrevivem mais facilmente no seu hospedeiro, fazendo da
sua infecção crônica e persistente (Marques et al., 2016).
de Aderência em Placas (AEP). Não houve associação
entre
as cepas positivas no CRA quando relacionado com os
isolados resistentes a antimicrobianos beta lactâmicos
e com o
teste de AEP. Houve associação do teste de AEP e a
resistência beta-lactâmica dos isolados estudados podendo
ser explicada pela capacidade destas cepas em
formar
biofilme, visto que esta capacidade é um poderoso
mecanismo
de resistência e ressalta-se a importância do controle
microbiológico na produção.
Conclusão
Agradecimentos
Entre as cepas de S. aureus estudadas, 65,21% das
testaram positivo para formação de biofilme utilizando-se o
teste de Ágar vermelho congo (CRA) e 60,86% no teste
À CAPES - Código de Financiamento 001, CNP- q-
PIBIT, CNPq-PIBIC e Pró-Reitoria de Pesquisa - UFMG.
Referências
Abdulamir, A. S.; Jassim, S. A.; Hafidh, R. R.; Bakar, F. A. 2015. The
potential of bacteriophage cocktail in eliminating Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus biofilms in terms of different extracellular matrices
expressed by PIA, ciaA-D and FnBPA genes. Annals of clinical
microbiology and antimicrobials, 14:1, 110. DOI: https://
doi.org/10.1186/s12941-015-0106-0.
Achek, R.; Hotzel, H.; Nabi, I.; Kechida, S.; Mami, D.; Didouh, N.;
Tomaso, H.; Neubauer, H.; Ehricht, R.; Monecke, S.; El-Adawy, H. 2020.
Phenotypic and molecular detection of biofilm formation in
Staphylococcus aureus isolated from different sources in Algeria.
Pathogens, 9(2), 153. DOI: https://doi.org/10.3390/pathogens9020153.
Chagas, L. G. D. S. 2015. Formação de biofilmes microbianos em
diferentes materiais para equipamentos de ordenha em fazenda leiteira.
Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 62f. Dissertação
Mestrado. DOI: https://doi.org/10.14393/ufu.di.2015.306.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 0106, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35651
6
Cruz, E. A. M. et al.
Cheng, W. N.; Han, S. G. 2020. Bovine mastitis: risk factors, therapeutic
strategies, and alternative treatments - A review. Asian-Australasian
Journal of Animal Sciences, 33:11, 1699. DOI: https://dx.doi.
org/10.5713%2Fajas.20.0156.
Melo, P. C.; Ferreira, L. M; Nader-Filho, A; Zafalon, L. F; Vicente, H. I.
G. 2012. Análise fenotípica e molecular da produção de biofilmes por
estirpes de Staphylococcus aureus isoladas de casos de mastite subclínica
bovina. Bioscience Journal, 28:1, 9499. Disponível em: http://www.
seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/view/12533.
Clinical and Laboratory Standards Institute - CLSI. 2018. Performance
Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing. 28. ed.CLSI, Wayne,
PA,
USA.
Pedersen, R. R.; Krömker, V.; Bjarnsholt, T.; Dahl-Pedersen, K.; Buhl,
R.; Jørgensen, E. 2021. Biofilm Research in Bovine Mastitis. Frontiers in
Veterinary Science, 8, 656810. DOI: https://dx.doi.
org/10.3389%2Ffvets.2021.656810.
Cunha, R. C.; Rosa, M. D. H. D.; Silva, C. D.; Santos, F. D. S.; Leite,
F. P. L. 2019. Staphylococcal slime layers and biofilm from different
origins. Ciência Rural, 49:05. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-
8478cr20180783.
Salina, A. 2015. Pesquisa dos genes icaA, icaD e bap de adesão
intercelular bacteriana e formação de biofilme por Staphylococcus
aureus
E Staphylococcus coagulase-negativa isolados de mastite bovina. Botucatu:
Universidade Estadual Paulista lio de Mesquita Filho. 100f.
Dissertação
Mestrado. Disponível em: https://tinyurl.com/45km5czt.
Darwish, S. F.; Asfour, H. A. 2013. Investigation of biofilm forming
ability in Staphylococci causing bovine mastitis using phenotypic and
genotypic assays. The Scientific World Journal, 378492. DOI: https://
doi.org/10.1155/2013/378492.
Shah, M. S.; Qureshi, S.; Kashoo, Z.; Farooq, S.; Wani, S. A.; Hussain,
M. I.; Banday, M. S.; Khan, A. A.; Gull, B.; Habib, A.; Khan, S. M.; Dar,
B. A. 2019. Methicillin resistance genes and in vitro biofilm formation
among Staphylococcus aureus isolates from bovine mastitis in India.
Comparative immunology, microbiology and infectious diseases, 64, 117-
124. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cimid.2019.02.009.
Freeman, D. J.; Falkiner, F. R.; Keane, C. T. 1989. New method for
detecting slime production by coagulase negative staphylococci. Journal of
clinical pathology, 42:8, 872874. DOI: http://dx.doi.org/10.1136/
jcp.42.8.872.
Soares, K. D. A. (2019). Pesquisa de Staphylococcus aureus
enterotoxigênicos formadores de biofilmes isolados de bovinos com
mastite em rebanhos leiteiros e perfil de resistência frente a
desinfetantes.
2019. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco,
76f. Tese
Doutorado. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/
portal/resource/pt/vtt-212810.
Ganda, E. K.; Bisinotto, R. S.; Lima, S. F.; Kronauer, K.; Decter, D. H.;
Oikonomou, G.; Schukken Y.H.; Bicalho, R. C. 2016. Longitudinal
metagenomic profiling of bovine milk to assess the impact of
intramammary treatment using a third-generation cephalosporin.
Scientific
reports, 6:1, 113. DOI: https://doi.org/10.1038/srep37565.
Guimarães, G., França; C. A. D., Krug, F. D. S.; Peixoto, R. D. M.;
Krewer, C. D. C.; Lazzari, A. M.; Costa, M. M. D. 2012. Caracterização
fenotípica, produção de biofilme e resistência aos antimicrobianos em
isolados de Staphylococcus spp. obtidos de casos de mastite em bovinos e
bubalinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, 32, 12191224. DOI: https://
doi.org/10.1590/S0100-736X2012001200002.
Souza, G. A. A. D.; Almeida, A. C.; Xavier, M. A. S.; Silva, L. M.V.; Sousa,
C. N.; Sanglard, D. A.; Xavier, A. R. E. O. 2019. Characterization and
molecular epidemiology of Staphylococcus aureus strains resistant to
beta-
lactams isolated from the milk of cows diagnosed with subclinical mastitis.
Veterinary World, 12, 1931-1939. DOI: www.doi.org/10.14202/
vetworld.2019.1931-1939.
Hamed, M. I. 2018. Detection of Methicillin-producing Staphylococcus
aureus in Bovine mastitis. Journal of Advanced Veterinary Research, 8:4,
95100. Disponível em: https://tinyurl.com/6njdb4s2.
Souza, G. A. A. D.; Carvalho, C. M. C.; Xavier, E. D.; Borges, L. F. F.;
Gonçalves, S. F.; de Almeida, A. C. 2020. Staphylococcus aureus resistentes
a
meticilina e meropenem em leite de vacas com mastite subclínica.
Brazilian Journal of Development, 6:12, 9806798081. DOI: https://
doi.org/10.34117/bjdv6n12-340.
Liu, K.; Tao, L.; Li, J.; Fang, L.; Cui, L.; Li, J.; Meng, X.; Zhu, G.; Bi,
C.; Wang, H. 2020. Characterization of Staphylococcus aureus Isolates
From Cases of Clinical Bovine Mastitis on Large-Scale Chinese Dairy
Farms. Frontiers in Veterinary Science, 7, 1038. DOI: https://doi.
org/10.3389/fvets.2020.580129.
Szwewda, P.; Schielmann, M.; Milewski, S.; Frankowska, A.; Jakubczak,
A. 2012. Biofilm production and presence of ica and bap genes in
Staphylococcus aureus strains isolated from cows with mastitis in the
eastern Poland. Polish Journal of Microbiology, 61:1, 6569. Disponível
em:
https://tinyurl.com/f82v6y24.
Marques, V. F. 2016. Expressão gênica na formação do biofilme e
resistência aos beta-lactâmicos em isolados de Staphylococcus aureus
provenientes de leite mastítico bovino. Seropédica: Universidade Federal
Rural
do Rio de Janeiro, 73f. Tese Doutorado. Disponível em: https://
tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/2065.
Torres, G.; Vargas, K.; Cuesta-Astroz, Y.; Reyes-Vélez, J.; Olivera-Angel,
M. 2020. Phenotypic characterization and whole genome analysis of a
strong biofilm-forming Staphylococcus aureus strain associated with
subclinical bovine mastitis in Colombia. Frontiers in veterinary science,
7,
530. DOI: https://dx.doi.org/10.3389%2Ffvets.2020.00530.
Marques, V. F.; Souza, M.; de Mendonça, E. C.; Alencar, T. A. D.; Pribul,
B. R.; Coelho, S. D. M. D. O.; Lasagno, M; Reinoso, E. B. 2013. Análise
fenotípica e genotípica da virulência de Staphylococcus spp. e de sua
dispersão clonal como contribuição ao estudo da mastite bovina. Pesquisa
Veterinária Brasileira, 33:2, 161170. DOI: https://tinyurl. com/ydsaknkp.
Zaatout, N.; Ayachi, A.; Kecha, M. 2020. Staphylococcus aureus persistence
properties associated with bovine mastitis and alternative therapeutic
modalities. Journal of applied microbiology, 129:5, 11021119. DOI:
https://doi.org/10.1111/jam.14706.
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 0106, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.35651