de Oliveira, E. L. et al.
A mandioca industrializada pode dar origem a
inúmeros produtos e subprodutos, dentre os quais se
destacam a fécula, também chamada de amido, tapioca
ou
goma, a farinha, a raspa, os produtos para panificação
e outros.
Nesse caso, as cultivares de mandioca devem
apresentar
características tais como alta produção e qua-
lidade do amido
e farinha. Além disso, para a produção de farinha e amido,
na maioria das regiões do Brasil é
importante que as
cultivares apresentem raízes com polpa,
córtex e película de
coloração branca, ausência de cintas nas raízes, película fina
e raízes grossas, o que facilita o descascamento e garante a
qualidade do produto final (Gomes Junior, 2018).
melhor variedade para a produção de farinha de mandioca
no
Norte de Minas Gerais.
A pesquisa foi realizada na área experimental do
Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, Campus
Januária-MG, no período de novembro de 2018 a janeiro
de
2020. O clima da região, segundo a classificação de
Koppen, é do tipo Aw (tropical úmido com inverno seco e
verão chuvoso), precipitação média anual de 850 mm,
umidade relativa média 60% e temperatura média anual
de
27°C (INMET, 2016).
O solo foi classificado como Latosso Vermelho-
-Amarelo, cujas principais características físicas e químicas
são:
argila 21%, silte 5%, areia 74%, pH em H2O 6,7,
Al+++ 0,00 cmolc/dm3, Ca++ 2,20 cmolc/dm3, Mg++ 0,2
cmolc/dm3, H + Al 0,56 cmolc/dm3, fósforo 94,4 mg/ dm3,
potássio 54 mg/dm3 e matéria orgânica 0,6 g/dm3.
A safra de mandioca prevista para Minas, no ano de
2021, é da ordem de 900 mil toneladas, sendo a Região Norte
responsável pela produção de 255,8 mil toneladas,
com
destaque para a atuação do município de Januária. A cultura
da mandioca é forte também nos municípios de João
Pinheiro, no Noroeste, Turvolândia, no Sul, e Patos de
Minas no Alto Paranaíba, que respondem por 81,4 mil
toneladas anuais. De acordo com a Secretaria de Estado de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento de
Minas Gerais,
produtos como a mandioca e seus derivados
fazem parte do
grupo que responde por cerca de 5,0% das exportações do
agronegócio estadual. Com relação à produtividade de raiz
tuberosa, no Estado, é de 15,3 toneladas por hectare, em
média (SEAPA, 2021). Dado a importância do cultivo da
mandioca, várias pesquisas foram realizadas no Brasil. Entre
elas, podemos citar Gomes et al. (2020), Medeiros et al.
(2020), Oliveira (2021), Silva et al. (2020), Sousa et al.
2021 e Vieira et al. (2015).
A análise do solo foi realizada em profundidade de 0
a 20 cm para verificar as características físicas e químicas.
A partir da análise do solo, não foi constatada a necessidade
para calagem. A área experimental foi preparada com uma
aração, duas gradagens e adubada de acordo com análise do
solo, conforme as recomen- dações para a cultura da
mandioca, de acordo com a Recomendação de Adubação
para o Estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1999).
O delineamento experimental adotado foi o de
blocos casualizados, com três repetições, com os tra-
tamentos arranjados segundo o esquema de parcelas
subdivididas. As variedades de mandioca indústria (Cas-
telão,
IAC-12, Canela de Ema, Projetinho e Olho Roxo) foram
distribuídos na parcela e as épocas de colheita na
subparcela.
Cada parcela com área total de 114 m
2
foram divididas em
quatro subparcelas, referentes aos meses de colheita, com uma
fileira de bordadura entre elas. Foram
consideradas 16 plantas
úteis em cada subparcela.
Segundo informações da EMATER-MG (Escritório
Local de Januária), na região da bacia do rio Pandeiros, no Norte
de Minas Gerais, o mercado da farinha de mandioca
na região é
firme e com boa cotação, atualmente o preço da saca de
farinha com 50 quilogramas flutua entre R$
300,00 a R$
350,00. Com relação às variedades cultivadas nesta região, para
produção industrial, destacam-se: IAC
12, Folha Roxa,
Castelão e Projetinho, sendo os distritos
de pandeiros, São
Joaquim, Várzea Bonita, Fazenda picos
e o município de
Brasília de Minas os maiores. O distrito
de São Joaquim em
Januária, se destaca, por ter tradição
na produção de farinha e
polvilho de qualidade.
O plantio foi realizado no dia 08 de novembro de
2018; o espaçamento adotado foi de 1,0 m entre linhas e
0,50 m entre plantas, totalizando uma densidade de
20.000 plantas/hectare. Utilizou-se manivas semente com
20
cm de comprimento, que foram dispostas horizontal- mente
no fundo do sulco de plantio a uma profundidade aproximada
de 10 cm.
Entretanto, pouco se discute a respeito das difi-
culdades e carências inerentes ao setor do agronegócio da
cadeia produtiva da farinha de mandioca na região,
sobretudo no tocante à disponibilidade de informações
consistentes e atualizadas que venham a contribuir de
maneira significativa para o desenvolvimento do setor.
As Colheitas foram realizadas aos oito, dez, dose
e
quatorze meses após o plantio. Foram avaliadas as
seguintes características: produtividade de raízes tube-
rosas,
realizou-se a pesagem de todas as raízes tuberosas
produzidas
na parcela, no momento da colheita. O teor de amido, obtido
conforme metodologia da balança hi- drostática descrita em
Conceição (1979). Porcentagem de matéria seca em raíz
tuberosa (%MS), porcentagem
O presente trabalho teve como objetivo avaliar
cinco variedades de mandioca, visando identificar qual a
melhor época de colheita das raízes tuberosas e qual a
Cad. Ciênc. Agrá., v. 13, p. 01–05, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2021.36662