Keywords: Family farming. Commercialization. Free market. Agricultural products.
Introdução
Segundo Castro (2013) as feiras livres surgiram,
para que os produtores rurais pudessem comercializar os
seus produtos sem precisar pagar por receitas, mas com o
passar do tempo às feiras foram perdendo seus objetivos, e
junto com os produtores rurais vieram os comerciantes de
vestuário, artesanatos e alimentação, em muitos lugares
as feiras passaram a ser pontos turísticos e até mesmo
de lazer, gerando empregos e lucros para a cidade, isso
fez com que em algumas cidades as autoridades dessem
mais atenção para este tipo de comércio, construindo
locais fixos para a realização das feiras.
Na comercialização de produtos agropecuários, os
camponeses (agricultores familiares) e suas organizações
trabalham com distintas “faces”. Uma delas é a venda
direta que permite o encontro entre produtos e consu-
midor, como exemplo a venda na fazenda ou mercados
de proximidade, com relações de troca entre o produtor
e o comprador (Sabourin, 2013).
Já o canal de comercialização é o caminho per-
corrido pela mercadoria/produto desde o produtor até
o consumidor final. No caso da comercialização pelos
feirantes é considerada uma venda direta, no qual os
produtores vendem sua produção diretamente ao con-
sumidor (Waquil, Miele e Schultz, 2010).
Em relação aos produtos agrícolas, na feira livre
podem ser comercializados os mais diferentes tipos de
produtos, como alimentos convencionais, com o sistema
de produção convencional e uso de insumos químicos e
alimentos orgânicos.
Os alimentos orgânicos têm por finalidade não
conter fertilizantes, agrotóxicos, pesticidas e outros sin-
téticos na sua cadeia de produção, fazendo com que
isso preserve o ciclo natural das plantas, respeitando
a diversidade de cada cultura, além de seus inúmeros
benefícios, o alimento orgânico é o que tem maior valor
nutricional (Mãe Terra, 2021).
Segundo a Lei nº 10.831, de dezembro de 2003,
que regula a agricultura orgânica no Brasil, um produto
orgânico é “aquele obtido dentro de um sistema orgânico
de produção agropecuária – ou extrativista sustentável
– que beneficie o ecossistema local, proteja os recursos
naturais, respeite as características socioeconômicas e
culturais da comunidade local, preserve os direitos dos
trabalhadores envolvidos e não utilize organismos gene-
ticamente modificados nem químicos sintéticos (Brasil,
2003).
Os produtores de alimentos orgânicos têm se
destacado, pelo fato de que muitos produtores fazem
o uso indiscriminado de fertilizantes, o que gera certa
preocupação por parte dos consumidores, que na atuali-
dade vem se preocupando um pouco mais com a saúde.
Os consumidores começaram a levar em conta como os
produtos são fabricados, os tratos culturais diferentes dos
industrializados, e tiveram a percepção de um alimento
com aparência mais saudável. A partir disso surgiu uma
nova classe, a de consumidores orgânicos (Araújo; Paiva;
Filgueira, 2007).
Produtores de alimentos orgânicos são fiscaliza-
dos e orientados a cumprir a normatização ambiental, por
exemplo, realizando a manutenção das reservas legais,
protegendo e amparando as florestas. Sendo assim, o pro-
duto orgânico é estritamente produzido em conformidade
com a lei dos orgânicos. Através disso, o Ministério da
Agricultura emite um selo, atestando que ele foi produ-
zido dentro das normas, ou seja, o produto só pode ser
considerado orgânico tendo o selo ou certificado (Mãe
Terra, 2021).
Segundo Rabello (2019) as hortaliças, em especial
a alface, era procurada em preferência quando o assunto
era consumo de produtos orgânicos, entretanto no ano
de 2019 foi possível notar um aumento na demanda por
frutas orgânicas. Apesar de um produto com preço mais
elevado, os consumidores levam em conta todo o processo
e sistema produtivo que esse é passado, concluindo que
seja um alimento que exige mais cuidados, manejo e mão
de obra especializada.
A Feira dos Agricultores Familiares de Santa Fé
do Sul, a qual foi analisada e estudada nesse trabalho
é chamada de “Feira do Produtor Rural” e comercializa
produtos orgânicos e convencionais oriundos das ativi-
dades agrícolas desenvolvidas por esses produtores. Os
produtores são oriundos do Cinturão Verde de Santa Fé
do Sul e municípios vizinhos. A feira tem origem desde
o ano de 1996, e está localizada na Rua Vinte e Três e
acontecem todas as sextas-feiras à noite e aos domingos
pela manhã.
Diante do exposto o presente trabalho objetivou-
-se avaliar a comercialização e percepção dos produtores
em relação aos produtos orgânicos e convencionais na
Feira Municipal de Santa Fé do Sul – SP; contando com
um levantamento de dados dos produtores, por intermédio
de questionários abertos e fechado.
Material e Métodos
Para alcançar os objetivos delineados nesse tra-
balho foram realizadas inúmeras etapas de obtenção,
compilação, análise e demonstração de resultados, a fim