Borges, M. C. R. et al.
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Cad. Ciênc. Agrá., v. 15, p. 01–06, DOI: https://doi.org/10.35699/2447-6218.2023.45002
model had the highest percentage of data convergence (87.14%), followed by Gompertz (71.43%), Von Bertalanffy
(35.71%) and Brody (10%). Therefore, the logistic model showed the best fit compared to the others with adequate R²,
low MSE, high percentage of convergence and adequate asymptotic value, not tending to overestimate adult weight.
Keywords: Adult weight. Logistic model. Mean square error. Quality evaluators.
Introdução
O conceito de crescimento animal pode ser es-
tabelecido como as alterações ocorridas na massa e no
volume de um tecido ou organismo em uma unidade de
tempo (Kucukonder et al., 2020). Tais acontecimentos
estão altamente associados a fatores intrínsecos e ex-
trínsecos aos animais, como a genética e ambiência. O
crescimento é uma das características mais importantes
na produção animal, sendo fundamental que criadores
conheçam a interação entre crescimento e idade de seus
animais (Sharif et al., 2021). Dessa forma, é possível es-
tabelecer estratégias adequadas de alimentação, manejo
e reprodução, além de determinar a melhor idade para
abate.
Nesse aspecto, pesquisas focadas em avaliar cur-
vas de crescimento de diferentes espécies de animais vêm
ganhando relevância e destaque na literatura. A justifica-
tiva para a alta diversidade de trabalhos envolvendo esse
tema é pautada no desenvolvimento de novos métodos
computacionais para análises mais rápidas e precisas,
assim como a disponibilidade de diferentes modelos a
serem testados (Hossein-Zadeh, 2015).
Dessa forma, várias equações não lineares foram
propostas para definição de tendências de crescimento,
sendo os modelos de Brody, logístico, von Bertalanffy
e Gompertz os mais difundidos para tal aplicabilidade.
Matematicamente, a curva de crescimento é definida como
o peso corporal em função da idade, abrangendo toda ou
parte da vida do animal (Sharif et al., 2021). O formato
predominante das curvas de crescimento corresponde
ao sigmoide, onde há uma taxa de crescimento rápida
e positiva do nascimento até o ponto de inflexão. Em
seguida, se observa uma redução na taxa de crescimento
até sua estabilização, indicando o peso maduro do animal
ou valor assintótico, (Selvaggi et al., 2017).
A aplicabilidade a campo deste tipo de pesqui-
sa é fundamental, pois oferece base para avaliação da
produtividade de um rebanho. Animais com taxa de
crescimento lenta resultam em perdas de produtividade e
limitam a lucratividade do sistema (Farrell et al., 2020).
Os modelos conseguem descrever o ganho de peso e ava-
liam parâmetros biológicos, incluindo peso adulto (A),
taxa de ganho de peso (B) e taxa de maturidade (K). No
melhoramento animal, a principal vantagem dos modelos
de crescimento é a sua utilização na seleção de animais
mais apropriados para características específicas (A, B
e/ou K) (Sharif et al., 2021).
A relevância desse trabalho apresenta-se por
existirem poucos estudos que avaliaram a curva de cres-
cimento de ovinos Brasil. Até a elaboração desse artigo
não foram encontradas pesquisas que mensuraram o
crescimento de ovinos cruzados das raças Dorper e Santa
Inês (um dos mais utilizados no país), em um sistema
intensivo com clima tropical, usando modelos de regres-
são não linear. Sendo assim, o objetivo desse trabalho
é utilizar modelos de regressão não linear para avaliar
a curva de crescimento de cordeiros mestiços das raças
Dorper e Santa Inês. Com isso, a partir das estimativas
dos parâmetros do modelo e dos avaliadores de quali-
dade será indicado o melhor modelo para descrever o
crescimento desses animais.
Material e métodos
Animais e local
Os dados utilizados foram provenientes de re-
gistros zootécnicos do setor de ovinos e caprinos da Uni-
versidade Federal de Uberlândia, pertencente à Fazenda
Experimental Capim Branco, situada na cidade de Uber-
lândia - MG, Brasil (latitude: 18º30’25’’S, longitude:
47º50’50’’O e altitude: 863 metros). Foram utilizados
dados referentes ao peso e idade de 70 cordeiros mesti-
ços Dorper x Santa Inês nascidos entre os anos de 2016
a 2019. Cada animal teve no mínimo três pesagens em
idades distintas.
As pesagens dos animais foram realizadas em
idades diferentes, ou seja, os intervalos e quantidades
de pesagens variaram entre as unidades experimentais.
Todos os cordeiros foram pesados ao nascimento e a
desmama, que ocorria em média aos 60 dias de idade.
A última pesagem dos animais variou entre 110 a 199
dias de idade. A Tabela 1 contêm medidas descritivas
referentes ao peso dos animais utilizados.
O sistema de produção abordado foi do tipo in-
tensivo e semi-confinado. Os cordeiros ficaram confinados
em baias coletivas de aproximadamente 20 m², recebendo
creep feeding desde o nascimento. A dieta desses animais
após o desmame era baseada em alimentos concentrados
(60,00% de milho moído, 36,00% de farelo de soja, 1,00%
de ureia e 3,00% de sal mineral) e silagem de milho. O
concentrado apresentava aproximadamente 90,00% de
matéria seca, 25,00% de proteína bruta e 82,00% de nu-
trientes digestíveis totais. Já a silagem de milho continha
30,00% de matéria seca, 7,00% de proteína bruta, 63,00%