Construções de tópico em língua escrita

Autores

  • Eunice de Souza Lima Pontes Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.17851/0101-3548.3.5.51-73

Resumo

Resumo: Existem certos preconceitos herdados pela tradição gramatical greco-latina que, apesar de peremptoriamente combatidos pelos manuais introdutórios de Lingüística, parecem resistir ao tempo e aparecem às vezes sub-reptícia ou mesmo claramente em trabalhos de lingüistas renomados. Um deles é o de que língua escrita, formal, seria de alguma forma "superior", à língua oral. Erica Garcia (1975) diz textualmente em seu livro que considera a língua escrita superior à oral, mais completa, etc. Givón (1979) e Elinor Ochs (1980) não o dizem em termos tão declarados, mas seus trabalhos mais recentes estão informados por este preconceito, quando estudam o que Givón chama de "modo pragmático versus modo sintático" e Ochs "discurso relativamente planejado versus discurso relativamente não-planejado". Tentarei mostrar neste trabalho que as concepções de ambos estão calcadas em uma visão falsa de relação entre linguagem oral e linguagem escrita. Como as construções de tópico são usadas por ambos para comprovar seus pontos de vista, recorrerei amplamente a observações que tenho realizado sobre a incidência destas construções em línguas como o português, espanhol e francês.

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Publicado

2015-06-30