Perfeccionismo, Emoções e Adoecimento Psicológico em Adolescentes

evidências transversais e longitudinais

Autores

Palavras-chave:

perfeccionismo, processamento emocional, saúde mental, adolescência

Resumo

Embora  as  relações  entre  perfeccionismo  e  desfechos  negativos  de  saúde mental sejam amplamente conhecidas, pouco se sabe ainda sobre o desenvolvimento dessas relações durante a adolescência e o papel do processamento emocional. Nesse sentido,  os  estudos  apresentados  fazem  parte  de  um  projeto  de  pesquisa  maior,  de caráter  observacional,  sobre  o  perfeccionismo  na  adolescência.  O  estudo  1  (N=406) apresenta  um  recorte  transversal  a  partir  de  dados  coletados  em  2019  e  objetivou analisar  a  relação  entre  perfeccionismo  e  sintomas   psiquiátricos  comuns  entre adolescentes,  enquanto  o  estudo  2  (N=392)  buscou  explorar  a  associação  entre perfeccionismo   e   dificuldades   no   processamento   emocional   em   uma   análise longitudinal  com  dois  pontos  de  coleta  (∆=8  meses,  DP=3,7).  Os  adolescentes responderam   instrumentos   para   avaliar   perfeccionismo   auto   orientado   (PAO), perfeccionismo   socialmente   prescrito   (PSP),   presença   de   sintomas   psiquiátricos comuns, neuroticismo e processamento emocional. Em linha com o esperado, níveis mais   altos   de   perfeccionismo   apresentaram   correlação   positiva   com   sintomas psiquiátricos  comuns  e  dificuldades  de  processamento  emocional.  No  estudo  1, análises  utilizando  regressões  múltiplas  hierárquicas  apontam  o  PSP  como  único preditor significativo para explicar a presença de sintomas psiquiátricos em T1, para além do previsto pelo neuroticismo. Os resultados das regressões do estudo 2 indicam que ambas as dimensões perfeccionistas em T1 se associam de forma independente a dificuldades de processamento emocional em T2. Discute-se alguns fatores envolvidos na relação entre perfeccionismo e pior processamento emocional, tais como busca de objetivos irrealistas, maior reatividade a estressores, padrões cognitivos e estratégias de regulação emocional desadaptativas.

Publicado

2025-12-18

Edição

Seção

Artigos