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http://www.scielo.br/pdf/sdeb/v40n111/en_0103-1104-sdeb-40-111-0206.pdf 43 2,78 %
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722002000100005 41 9,73 %
https://periodicos.set.edu.br/index.php/cadernohumanas/article/viewFile/2839/1736 38 9,72 %
http://www.redalyc.org/pdf/4063/406346422005.pdf 37 7,15 %

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ADOECIMENTO DAS PROFESSORAS DAS PRIMEIRAS LETRAS EM OLINDA: SINTOMAS, QUEIXAS E DIAGNÓSTICOS




RESUMO.
Análise das multicausalidades do fenômeno do mal-estar e adoecimento das professoras das primeiras letras sob os aspectos físicos, psicológicos e sociais, a partir da sua ótica e as possíveis consequências. Obtida através da pesquisa qualiquantitativa, com 32 professoras em três escolas de Olinda-PE, visando conhecer e elencar as principais queixas, sintomas e diagnósticos externados em questionários semiestruturados. Encontramos múltiplas causas, frequentes e recorrentes, provocadoras desse fenômeno e tendo as peculiaridades da docência como origem e produtoras do mal-estar. Entre estas, identificamos insônia, distúrbios na voz e na coluna, irritabilidade, cansaço físico e mental, estado de tensão, ansiedade e depressão como queixas e sintomas constantes e recorrentes. Observamos que políticas públicas, voltadas a essa classe trabalhadora responsável pelo alicerce da formação do sujeito, são urgentes e imprescindíveis.


Palavras chave: Professora; Mal-estar; adoecimento; Multicausadores.





TEACHERS OF THE FIRST LETTERS:
SYMPTOMS COMPLAINTS AND DIAGNOSTICS IN OLINDA

ABSTRACT.
Analysis of the multicausalities of the phenomenon of malaise and sickness of the teachers of the first letters under the physical, psychological and social aspects, from their perspective and the possible consequences. Obtained through the qualitative research, with 32 teachers in three schools in Olinda-PE, aiming to know and list the main complaints, symptoms and diagnoses expressed in semi-structured questionnaires. We found multiple causes, frequent and recurrent, that provoked this phenomenon and having the peculiarities of teaching as origin and producers of malaise. Among these, we identified insomnia, voice and spine disorders, irritability, physical and mental fatigue, tension, anxiety and depression as constant and recurring complaints and symptoms. We observe that public policies, directed to this working class responsible for the foundation of the formation of the subject, are urgent and indispensable.

Key words: Teacher; Malaise; illness; Multicausadores




INTRODUÇÃO

Diante da elevada e progressiva deteriorização da saúde mental, física e social no qual o sujeito professor se encontra, dentro e fora do ambiente de trabalho, objetivamos conhecer, elencar e analisar o fenômeno do mal-estar docente a partir da compreensão de como se dava o adoecimento em 32 professoras da educação infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, em três Unidades de Ensino (UE), de porte médio e com estruturas físicas e humanas semelhantes, na rede municipal de Olinda-PE. Para tanto, sublinhamos os contributos e condicionantes, visualizando os aspectos físicos, psicológicos e sociais no cenário da prática docente.
Neste contexto de sofrimento e mal-estar do professor, encontramos estudiosos como Esteve Zaragoza (1984, 1994, 1995, 1999), Maslach e Leiter, (1999, apud CARLOTTO, 2002, p.23), e na atualidade, Andrade e Cardoso (2016), Baião e Cunha (2013), Borba et al. (2015). As condições estruturais das UEs desenham mal-estar alardeado em eco pelas professoras, colocando em discussão a relação com a saúde e o adoecimento, traduzido em licenças, afastamentos do trabalho e interferências em seu labor e em sua vida afetiva, física, emocional e social. Identificamos na literatura, a relação fundamentadora desta inquietação entre o mal-estar e adoecimento docente (FREUD; 1924; DALAGASPERINA; MONTEIRO, 2014; REIS, 2014; OZOILO, 2015; DIEHL; MARIN, 2016).
Em seu estudo nos anos de 2007 a 2012, Camargo (2014) detectou que algumas doenças se revezavam entre os causadores de afastamento de trabalhadores. Dentre essas, lesões dos membros e do pescoço, alguns traumatismos osteomusculares (LER/DORT) e transtornos e distúrbios mentais. Observou também que o CID 10 (Classificação Internacional de Doenças), referente aos transtornos mentais como um dos responsáveis pela incapacitação do profissional da educação. Nos resultados obtidos em nosso trabalho, enxergamos que as condições precárias de algumas UE, a visão da sociedade acerca do professor, a histórica desvalorização financeira e social da função, contribui com significativa porção de culpa, refletida negativamente no sujeito professor.
Neste sentido a Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera a atividade docente como uma das mais estressantes e desgastantes e geram repercussões na saúde física, psicológica e profissional (BORGES DOS REIS et al., 2006).
Diante do exposto, surgiram as hipóteses elencadas no referente à influência do estilo de vida dos docentes com as doenças encontradas reveladas por eles; no adoecimento na categoria docente decorrente dos elevados níveis de estresse pelos quais passam e nos quais estão envolvidos. As condições de trabalho (salários, deslocamentos, carga horária excessiva, salas superlotadas, trabalho em pé, uso demasiado da voz, dentre outros), têm levado o profissional professor ao esgotamento físico e, portanto, ao adoecimento do corpo e da mente. A indisciplina dos alunos e a falta de acompanhamento dos pais estão entre os principais fatores causadores da irritabilidade, insônia, cansaço mental, estados de depressão e ansiedade que acometem os profissionais destes seguimentos de ensino. Fatores sociais da comunidade escolar (governo, políticas públicas, gestão, coordenação, alunos, professores e pais), relação conjugal, familiar e social dos professores são decisivos para o surgimento de problemas de saúde.
Assim, nos fundamentamos nos trabalhos decorrentes da epidemiologia para a concepção da teoria da multicausalidade para compreendermos os diversos fatores que permeiam este fenômeno (AROUCA, 1976; BARATA, 1998; MACMAHON et al., 1965; PENNA, 2006). Justificando-se este estudo pela necessidade de se conhecer mais profundamente os condicionantes relativos às condições de trabalho e a saúde dos docentes.
Várias são as queixas das professoras relatadas na tabela 4 merecendo em quase sua totalidade uma especial atenção tendo em vista a quantidade dos que afirmam sentir pelos menos quatro ou cinco entre as variáveis disponíveis como relacionamos a seguir as mais apontadas: cansaço, 93,8%; dificuldade em levantar-se pela manhã, 87,5%; noites mal dormidas, 59,4%; ansiedade, 37,5% (TABELA 4).
É importante que trabalhos desse enfoque sejam feitos para que o fenômeno do adoecimento do professor seja mais bem compreendido sobre diversas óticas (física, mental e social), além da sugestão de traçar estratégias de cunho prático para esse problema tão atual e recorrente. Pretendemos ainda, com o estudo social da condição do professor, evidenciar um aspecto pouco estudado e conhecido pela ciência, que seria a relação entre as condições sociais (entende-se aqui por social, não só questões financeiras, também, as relações familiares) do professor e seu fazer docente.




PERCURSO METODOLÓGICO


O presente trabalho parte da pesquisa de natureza aplicada e exploratória, tendo em vista a procura por características de um grupo determinado, abordando qualitativamente os resultados. Porém, devido à necessidade de quantificar em linguagem matemática e estatística, fizemos um aporte quantitativo. Bebendo da concepção de Dejours (apud LANCMAN, SZNELMAN, Org., 2004) buscamos a fundamentação sócio filosófica da Psicodinâmica do trabalho. Quanto aos fins, consideramos nossa construção descritiva, partilhando da afirmação de Gil (2010, p. 27) quando afirma que esta pesquisa “[...] têm como objetivo a descrição das características de determinada população”.
Ainda neste sentido, Vergara (2005, p. 47) afirma que embora não se proponha a explicar os acontecimentos que descreve, esta pesquisa representa a base para esta explicação. Portanto, objetivamos elencar, pontuar, analisar e explicar o mal-estar e os desconfortos pelos quais os professores são acometidos. Desta forma, a escolha por uma pesquisa descritiva explicativa se faz justificar. Corroboramos com a afirmação de Minayo (2008, 2001) acerca da pesquisa qualitativa, quando relata que existe a preocupação de compreender a fundo as particularidades de um grupo inserido em uma organização social determinada. Neste caso em que a pesquisa está focada em acontecimentos sociais de um grupo determinado, a partir da visão dos envolvidos nestas relações sociais, Minayo (2008, 2001) assegura que a abordagem qualitativa é mais propícia. Pois, neste caso, o experimental e o ordenamento progressivo acerca do que se objetiva conhecer estão envolvidos. Assim como o entendimento da logicidade do grupo em foco. Ainda são passíveis de estatísticas e, portanto, deverão ser quantificados para uma explicação matemática. Para tanto, buscamos nos procedimentos metodológicos perseguidos, a base para alcançar o objetivo geral, descrever os fatos e fenômenos, coletando dados através de questionários semiestruturados.
Desta forma, construímos uma pesquisa de campo, descritiva e qualiquantitativa. Objetivando reproduzir as particularidades encarregadas pela ocorrência do fenômeno observado, Neste sentido, parafraseamos Gil (2010, p. 27, 28), quando diz que estas pesquisas “podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis”.
A pesquisa foi realizada em três escolas da rede municipal da cidade de Olinda em Pernambuco. Utilizamos como critério de escolha o fato de serem estas as que mais apresentaram afastamento de professores por motivo de doenças no período de 2010 a 2015. Neste sentido buscamos identificar as características desse grupo, alinhando por idade, gênero, tempo de serviço, segmento de ensino, estado de saúde, dentre outras. Estas Unidades de Ensino, dentro dos parâmetros da rede municipal de Olinda, são consideradas de grande porte. Possuem 12 salas em média, em torno de 700 estudantes cada uma e funcionam nos turnos da manhã, tarde e noite, oferecendo os segmentos de ensino desde a Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos Fundamental.
A amostragem dos professores para a pesquisa se deu através de um critério seguindo as seguintes características: professor readaptado da função docente definitivamente, professor afastado temporariamente e que retornou à função em sala de aula, os que apenas já se afastaram da docência com licença médica e outros docentes que nunca se afastaram, entre os anos de 2010 e 2015. E claro, levando em conta a disponibilidade e disposição destes profissionais para responder ao questionário.
Para obtenção dos resultados, tentamos analisar aspectos da saúde física, emocional e psicológica que acomete os profissionais dos segmentos de ensino escolhidos, utilizamos o instrumento de coleta chamado de questionário semiestruturado, com qual foi possível conhecer detalhes pessoais e profissionais do docente, a partir da adaptação de TALIS – INEP, Reis e Maués (2007) e Bastos (2009). Neste sentido, buscamos os profissionais no Encontro Pedagógico de abertura do ano letivo de 2016, onde os docentes estavam em grande número determinados à pesquisa com a disponibilidade de tempo para respondê-lo. Outras situações e momentos, como por exemplo, o horário do recreio, o momento no ônibus para deslocamentos de uma escola a outra, horário do almoço, buscando sempre respeitar os momentos propícios a cada protagonista. Esse procedimento fora realizado garantindo o sigilo absoluto e preservando a identidade das Unidades de Ensino e dos atores envolvidos. Para tanto, no decorrer da construção desse trabalho e em todos os questionários, as escolas e os profissionais em questão, foram identificadas por um código previamente estabelecido.
No tocante a questões éticas, as abordagens e instrumentos metodológicos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para pesquisa científica em ciências humanas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO


ANÁLISE DOS DADOS SOCIODEMOGRAFICOS E DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO

Encontramos profissionais com uma média de idade de 45 anos e com especialização concluída e 12,5% mestres. O vínculo empregatício com a Prefeitura de Olinda é de 87,5% efetivo, ou seja, são concursados e 100,0% sexo feminino (TABELA 1).
Acerca da predominância de mulheres na educação a Redação do Todos pela Educação revela que oito em cada dez professores na educação básica são mulheres. Constatando que as mulheres ocupam 81,5% do total de professores neste segmento no Brasil (HARNIK, 2011). No entanto, não se restringe só a Educação Básica, no portal do INEP, na página das Sinopses Estatísticas da Educação Básica, em 2014, é apontado que entre os professores brasileiros, 1.753.870 são mulheres, enquanto 436.873 são homens. Afirmando que esse total de professoras representa em torno de 3/4.
Outro fator determinante para decidirmos por esta amostragem referiu-se ao tempo de docência dessas profissionais na rede municipal de Olinda onde apenas 25% têm menos de 10 anos como professoras, no entanto, a maioria representando 46,9% das questionadas já leciona há até 20 anos e 18,8% até 30. Um dado relevante é que 50% desta amostra estão na mesma escola há pelo menos 15 anos e 40,6% há 20, o que determina conhecimento profundo da realidade física e estrutural assim como acerca dos relacionamentos sociais entre a comunidade e a unidade (TABELA 1.).
Entre estes achados observamos uma prevalência significativa na indicação da carga horária extensa e exaustiva onde 90,63% das professoras têm de 30 a 40 horas semanais de atividades (TABELA 1), muitas vezes duplas, algumas triplas, como um dos fatores que predominam entre os causadores de sofrimento e adoecimento físico, psicológico e social no docente, chegando às vezes ao afastamento da prática pedagógica.
Neste sentido, encontramos na literatura, autores como Baião e Cunha (2013), Cardoso e Costa (2016), Pizzio e Klein (2015), Reis (2014) entre outros, que indicam a questão da carga horária elevada, a longa jornada de trabalho, o excesso de trabalho em atividades administrativas, burocráticas e de assistência, como o fator determinante para o adoecimento do docente. Os autores reforçam que a maioria dos seus entrevistados relatou trabalhar mais de 40 horas semanais em mais de uma instituição, alguns deles em três, e realizam atividades que vão além da sala de aula e da escola.

TABELA 1 - Caracterização dos aspectos sociodemográficos dos professores
VARIÁVEIS


Nº de professoras

%

Idade


De 30 a 40

De 40 a 50

De 50 a 60

6

21

5

18,5

65,6

15,6

Escolaridade

Graduação

Especialização

Mestrado

Outros

0

28

4

0

0,0

87,5

12,5

0,0

Reside em Olinda

Sim

Não

4

28

12,5

87,5

Deslocamento casa/trabalho/casa

Ônibus

Carro

A pé

21

9

2

65,6

28,1

6,0

Quantidade de transportes no deslocamento de casa? trabalho
Até 2

Até 3

Mais de 3

8

22

2

25,0

68,8

6,0

Tem companheiro

Sim

Não

29

3

91,0

9,0

VARIÁVEIS


Nº de professoras

%

Filhos

Até 1

Até 2

Sem filhos

21

7

4

65,6

22,8

12,6

Tempo de docência

Até 10 anos

Até 20 anos

Até 30 anos

Mais de 30 anos

8

15

6

3

25,0

46,9

18,8

9,4

Tempo de docência na Unidade de Ensino
Até 15 anos

Até 20 anos

Mais de 20 anos

16

13

3

50,0

40,6

9,4

Jornada de trabalho semanal na Unidade de Ensino em horas
Até 30hs

De 30 a 40


3

29


9,4

90,7


Níveis de Ensino em que trabalha
Ed. Infantil

Anos iniciais do Ensino fundamental

Os dois

5

22


5

15,6

68,8


15,6

Vínculo trabalhista com Olinda

Efetivo

Contrato

outro

28

3

1

87,5

9,4

3,0

Quantidade de vínculos que possui

Um

Dois

Mais de dois

3

26

3

9,4

81,3

9,4

Outra atividade remunerada

Sim

Não

3

29

9,4

90,6

Jornada de trabalho semanal em horas
Até 30

De 30 a 40

Mais de 40

3

26

3

9,4

81,3

9,34

Renda familiar em salários mínimos

Menos de 3

Até 3

De 3 a 5

Mais de 5

2

3

24

3

6,3

9,4

75,0

9,4

Fonte: dados da pesquisa.


A tabela 1 demonstra um resultado revelador de que em nossa pesquisa não foi diferente e corrobora com Reis (2014) que constatou em seu estudo, que a longa jornada de trabalho e a quantidade de atribuições que os professores têm, inclusive fora da sala de aula e da escola, serem fatores desencadeantes de mal estar, sofrimento e adoecimento físico, psicológico e por consequência social.
Entre as professoras questionadas no nosso trabalho, a grande maioria reforça a necessidade de trabalhar em mais de um vínculo, as vezes até três, para suprir as necessidades básica do dia a dia das famílias. Encontramos entre elas, apenas 9,4% com trabalho em um só horário. No entanto, as dificuldades e privações são relatadas. Enquanto que 81,25% trabalham até 40 horas semanais em duas redes e 9,38% mais de 40 horas por semana como professora, distribuídas em três turnos.
Outra questão agravante para o adoecimento do professor, conjugada a esta necessidade de cumprir jornadas extensivas, se refere aos deslocamentos diários, quando 65,5% das professoras utilizam os transportes públicos precários, superlotados, escassos e desconfortáveis do nosso estado. Pois detectamos que 87,5% não residem em Olinda. E, ainda, como mostra a tabela 2, 68,8% utilizam até três coletivos diariamente, no deslocamento de casa para o trabalho. Percebemos também que 87,5% ultrapassam fronteiras municipais, alguns até duas, todos os dias. Toda essa luta intensa se deve aos baixos salários que são oferecidos aos professores.
Acerca desse sentimento de exaustão física, mental e emocional nos docentes, Silva e Guillo (2015) constataram que ocorre quando associado aos obstáculos diários. Essa exaustão diária, o estresse recorrente e o acometimento da Síndrome de Burnout, são detectados por Vale e Aguillera (2016) como sendo as principais causas dos afastamentos esses profissionais.

ANÁLISE DOS ASPECTOS PEDAGÓGICOS E DA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES
Contextualizando, na tabela 2 está exposto que 6,0% revelou ter até 25 alunos por sala, predominantemente na Educação Infantil. No entanto, 28,0% afirmaram ter até 30 estudantes em sua sala, no 1º e 2º anos, 41,0% das professoras do 3º e 4º anos, declaram que chegam até 40 crianças para trabalharem todos os dias e 25% docentes do 5º ano afirmam ter mais de 40 estudantes em sua turma. As profissionais alegam as dificuldades que enfrentam e reiteram ser impraticável essa quantidade de estudantes numa mesma sala.
É importante salientar que em 25 de outubro de 2016, o secretário de educação do município de Olinda fez uma Ementa à Portaria de 22 de setembro de 2015 estabelecendo normativas, entre estas a que indica o limite de alunos por sala em cada segmento de ensino oferecido pela rede. Para Educação Infantil, a norma define a quantidade de oito até dez alunos nos Grupos I e II (crianças de zero até um ano e a partir de um ano, respectivamente); de doze até 15 nos Grupos II e IV (crianças a partir de dois e três anos, respectivamente); de 18 até 20 nos Grupos V e VI (crianças a partir de quatro e cinco anos, respectivamente).
Observamos entre as professoras dessa construção, que apenas 9,4% contam com mais de cinco salários mínimos mensais de renda familiar. Em contrapartida, 6,3% que sobrevivem com até três salários por mês e 75,0% com uma receita entre três e cinco para toda a família. Neste contexto Dias (2014) apurou pesquisando 352 professores, que a maioria indicou insatisfação com o salário que recebe. Enfatizando a precarização do ensino como um fator indicativo de desvalorização com a educação. Neste sentido, Leonardo e Suzuki (2016) opinam ter sido este um dos fatores preponderantes para o adoecimento do docente.
A profissão professor agrega necessidades que denotam despesas. A formação continuada é uma delas, pois, corresponde a uma contínua construção, aperfeiçoamento e enriquecimento de conhecimentos que visam a práticas pedagógicas coerentes com as mudanças sociais, culturais, com a globalização de uma maneira ampla. Foi-nos possível perceber que 90,38% das professoras desta pesquisa, demonstram a necessidade de participar de mais formações além das oferecidas anualmente pela Secretaria de Educação do município (TABELA 2). Lira e Medeiros (2015) afirmam que os professores se sentem despreparados diante das novas dinâmicas e conflitos a que são expostos.
No entanto paira sobre este grupo a dificuldade de custear cursos com recursos próprios. Pois, observamos que quase 10% das professoras protagonistas neste trabalho exercem outra atividade remunerada além da docência para conseguir suprir e manter as necessidades básicas da família, como mostra a tabela 1. Neste sentido, a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) afirma que o piso salarial dos professores em 2017 deverá ser de $2.298,80.

TABELA 2 – Caracterização dos aspectos pedagógicos.
VARIÁVEIS


Nº de professoras

%

Formação Continuada Na rede de Olinda
Sim

Não

32

0

100,0

0,0

Quantidade de Formação Continuada na rede de Olinda
Nenhuma por ano

1 por ano

2 por ano

Mais de 2 por ano

0

3

8

21

0,0

9,4

25,0

65,6

Impacto na prática pedagógica da formação em rede
Grande impacto

Pequeno Impacto

Nenhum Impacto

21

9

2

65,6

28,0

6,0

Necessidade de mais

Formação

Sim

Não

29

3

90,4

9,4


Formação com recursos próprios

Sim

Não

4

28

12,5

87,5

Impacto na prática pedagógica da formação com recursos próprios
Grande impacto

Pequeno Impacto

Nenhum Impacto

21

3

0

65,6

9,4

0,0

Quantidade de estudantes em sua sala de aula
Até 25

De 25 a 30

De 30 a 40

Mais de 40

2

9

13

8

6,0

28,0

41,0

25,0

Suas atribuições nesta

Unidade de Ensino


Sala de aula

Planejamento

Correção de atividades

Preenchimento de Diário

Outras

28

28

28

28

29

87,5

87,5

87,5

87,5

90,6

Tempo gasto com estas atribuições em horas semanais nesta U.E.
Sala de aula

Planejamento

Correção de atividades

Preenchimento de Diário

Outras

25h- 28

De 3 a 6h- 26

De 2 a 6h- 26

De 3 a 8h- 28

De 1 a 3h- 15

87,5

87,5

87,5

87,5

46,9

Trabalhos da escola levados pra casa
Sim

Não

As vezes

24

4

4

75,0

12,5

12,5

Tempo gasto nestas atividades em horas semanais
De 1 a 2h

De 2 a 4h

De 4 a 6h

Mais de 6

6

18

5

3

18,6

56,2

15,6

9,4

Fonte: dados da pesquisa.

Mesmo assim, buscando enriquecimento profissional, apenas 4% dessas professoras pagam com recursos próprios cursos para aprimorar e atualizar seu conhecimento, sua prática e seu currículo, como descrito na tabela 3. Porém, 21% afirma participar de mais de duas formações continuadas oferecidas pelo município anualmente, separadas por anos, ciclos e direcionadas para cada segmento de ensino separadamente (TABELA 2).
Entre as professoras que afirmaram participar das formações oferecidas pela rede municipal, 75,0% concordaram que promovem grande impacto na prática pedagógica diária. Aprimorando, enriquecendo e alimentando a sede de saber inerente a profissão professor. Mesmo que, segundo elas, em algumas dessas formações os palestrantes deixem a desejar no sentido de suprir as expectativas criadas em razão do tema proposto em cada encontro (TABELA 2).
Algumas docentes, entretanto, afirmaram que a formação representa um período de folga. Consideram necessário sair da rotina e se afastar da sala de aula ainda que seja um dia de por mês. As recebem também como atividade diferente lhes permitem se afastar das atividades na escola e, ainda, conhecer e trocar experiências entre colegas proporcionando comunhão entre a classe e sentimentos de que não estão totalmente sozinhas, revelaram todas as questionadas.
Outro fator observado pelas professoras como causadores de desgaste e exaustão física e mental se refere a quantidade de atribuições que lhes são impostas pelo sistema além da prática em sala de aula. Segundo Cabral (2014) esse mal estar, adoecimento e afastamento do professor primário é histórico, datam do início do século XX e são resultantes da implantação das reformas para reorganizar as escolas, proporcionando, devido às novas dinâmicas exigidas, tensões e conflitos. Neste sentido, Cardoso e Costa (2016) demonstraram em sua pesquisa que o excesso de atribuições, entre outros fatores, provoca esse desconforto.
É revelado na tabela 3 que 87,5% das docentes têm de realizar planejamento, correção de atividades, preenchimento de diários além de 90,6% alegarem que se ocupam de outras atividades, descritas como xerocar, ensaiar músicas e apresentações artísticas, decorar salas e escolas para festividades, levar estudantes ao banheiro, às vezes até trocar-lhe a roupa.
Ozolio (2015) constata que um terço, 32,4%, de professores na sua pesquisa relata esgotamento físico e mental no limite. Ressaltando que neste percentual reside a necessidade de políticas públicas direcionadas à prevenção e promoção de saúde desses profissionais. Não havendo tais ações o autor afirma que o estresse físico e mental pode desencadear, entre outras enfermidades, as síndromes, entre elas a de Burnout, a perda da energia vital, estudada há algumas décadas e considerada um dos principais problemas emocionais do professor (CODO, 1999; CODO et al., 2006).
Segundo 87,5% das professoras da nossa pesquisa, a média de horas empregadas com estas atribuições fora da sala de aula fica em torno de quatro e cinco horas semanais. Nesse contexto, 75,0% afirmam que levam trabalho para casa todos os dias e 12,5% levam às vezes, gastando em média mais 4 horas por semana em sua residência quando poderia estar com a família, amigos, em um lazer ou simplesmente descansando (TABELA 2).

ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DAS UNIDADES DE ENSINO E AS CONDIÇÕES DE TRABALHO

Na tabela 3 vemos demonstrada a infraestrutura das Unidades de Ensino pesquisadas. Foi afirmado pelas protagonistas da pesquisa, que em 100,0% delas existe uma sala e um banheiro privativo dos professores. Porém, em apenas 31,2%, há um refeitório e uma quadra de esportes. As professoras afirmaram ainda que em 81,2% das escolas tem um auditório e em 46,9% delas existe uma sala específica para reuniões.

TABELA 3 - Características físicas da Unidade de Ensino e as condições de trabalho
VARIÁVEIS


Nº de professoras

%

Espaços físicos predominantes

Sala dos professores

Refeitório

Banheiro professor

Sala de reunião

Auditório

Quadra de esportes

32

10

30

15

26

10

100,0

31,2

93,7

46,9

81,2

31,2

Recursos pedagógicos predominantes

TV

DVD

Aparelho de som

Copiadora

Internet

Computador

Retroprojetor

Impressora

Máquina fotográfica

32

32

32

21

17

18

16

21

32

100,0
100,0

100,0

65,6

52,9

56,3

50,0

65,6

100,0

Infraestrutura da escola e na sala de aula

Ventilação

Iluminação

Mobiliário

Condições de banheiros

Condições de rampas

Condições de escadarias

Segurança

Ruim e/ou péssima

29

29

26

30

29

29

32


%

90,6

90,6

81,2

97,7

90,6

90,6

100,0

Fonte: dados da pesquisa.

Percebemos salas grandes nas escolas visitadas, porém para a quantidade de estudantes revelada na tabela 3, torna-se pequena e inviável para o trabalho pedagógico. Além de pouca ventilação e muito quentes, muitas delas com apenas um ventilador de parede para todos e afirmam que a iluminação é precária. Neste sentido, 90,6% dos professores afirmam ser ruim ou péssima a ventilação e iluminação nas salas de aula. Em nosso clima tropical, o calor torna-se insuportável, provocando uma inquietação nos estudantes, querendo a todo o momento se retirar para beber água ou simplesmente receber um pouco de vento no pátio.
Pizzio e Klein (2015) destacam em seu estudo que a infraestrutura inadequada, entre outros fatores, é um predominante causador de adoecimento no professor. Neste sentido, Batista et al. (2010) cita o ambiente de trabalho como um dos contributos para o sofrimento profissional nas escolas. Em sua pesquisa detectou que a temperatura observada nas escolas ficou entre 26,7ºC e 30,43C. Quando o recomendado pela ABNT 17 sugere para ambientes interativos de cognição nos quais a atenção intelectual seja exigida, que a temperatura se limite entre 20ºC e 23ºC (BATISTA et al., 2010).
Segundo as professoras, a estrutura física das escolas é definida como ruins e péssimas por 90,6% deles. Os docentes se referem a rampas em total desacordo com a lei de mobilidade, a escadarias íngremes e, ainda, em algumas dessas Unidades, existem reformas e/ou construções intermináveis, se estendendo às vezes, por anos sem conclusão. Persistindo no quesito condições físicas das Unidades de Ensino, 97,7% das protagonistas da pesquisa indicam que estão entre ruins e péssimas as condições dos banheiros, em alguns faltam água, limpeza, papel higiênico, sabonete e toalhas. E, ainda 81,2% dos questionados relatam mobiliários insuficientes, desconfortáveis, incômodos, velhos e mal distribuídos. No que se refere à segurança nas Unidades, 100,0% declararam como ruim e péssima, pois, em alguns dias não contam com porteiros, vigilantes ou seguranças durante os turnos.
No que se refere à infraestrutura e aos recursos pedagógicos, as docentes informaram que em 100,0% das escolas existe máquina fotográfica, TV, DVD e aparelho de som. Afirmaram também que dispõem de uma copiadora e uma impressora em 65,6% e contam com um retroprojetor em 50,0% delas (TABELA 3). Neste sentido, as professoras afirmaram que as práticas pedagógicas e a dinâmica do ensino na construção do conhecimento durante o processo de ensino e de aprendizagem se tornam bem mais interessantes, ricas e atraentes quando dispõem de mídias diversas.
Ao serem questionadas sobre a existência de computadores e internet, as professoras revelaram que em 56,3% e 52,9% respectivamente, possuem os instrumentos (TABELA 3). Assim, em alguns casos as atividades têm que ser realizadas em casa, com seus próprios computadores, internet e impressoras (TABELA 3). É grave e pertinente estas observações dos profissionais. Pois estes fatores estão inseridos no contexto das péssimas condições de trabalho a que são submetidos. Pereira (2014) afirma que a ausência de benefícios ao trabalhador se reflete em um dos multicausadores de adoecimento nestes ambientes.
Esta ausência ou carência de materiais e instrumentos necessários e indispensáveis na prática pedagógica diária é inconcebível no momento em que a aprendizagem e a tecnologia devem caminhar juntas e comungarem as transformações, mudanças e crescimentos inerentes ao ambiente proporcionando um desenvolvimento enriquecedor e atrativo, facilitando de todas as formas o processo de ensino e aprendizagem (REIS, 2014; SILVA, 2011; SILVA, 2014).

ANÁLISE DAS CONDIÇÕES FÍSICAS, PSICOLÓGICAS E SOCIAIS QUE INTERFEREM NA SAÚDE DOS PROFESSORES

Na tabela 4 são retratados os principais sintomas e queixas causadoras de mal estar, sofrimento e adoecimento relatados pelas professoras das primeiras letras quando demonstramos que 59,4% relatam os sintomas de irritabilidade e estresse como constantes e recorrentes. Ocupando, portanto, os principais sintomas percebidos pelas professoras entre os citados, empatando com estado de tensão como o quarto mais sentido por elas.
A depressão foi relatada por 44,0% dessas profissionais, um fator causador de síndromes em se tratando de uma doença silenciosa. Porém, a insônia vem em segundo lugar com 75,0%, o que nos reporta a associação do não dormir bem com o aparecimento do estresse e o aparecimento da tensão. Neste sentido, Ozolio (2015) afirma que 31,8% dos professores se sentem estressados e 34,4% já admitem o esgotamento e a exaustão. Revelando durante a pesquisa que existe a necessidade de uma intervenção para promover a saúde destes profissionais, pois, fora verificado que o estresse não tratado poderá provocar síndromes que comprometem a prática docente.
Os fatores causadores de adoecimento predominantes nos artigos estudados durante a realização da nossa pesquisa foi o estresse em 25% dos trabalhos e a síndrome de burnout em 22,2% desses. Nesse contexto, Silva (2011) revela em sua investigação que condições de trabalho inadequadas, estruturas físicas das Unidades de Ensino e a grande quantidade de estudantes por sala, representam os principais causadores do estresse, assim como também de labirintite e depressão nos professores.
Acerca disso Costa, et al.
(2013) afirmou que 11,2% dos profissionais de sua pesquisa apresentaram Perfil 1 e 3% Perfil 2 da síndrome de burnout. Demonstrando segundo os resultados, que essa prevalência deve ser levada em consideração. Pois, além da qualidade de saúde dos trabalhadores ficar comprometida, a educação não escapa da deteriorização.

Tabela 4 – queixas e sintomas constantes e recorrentes das professoras
VARIÁVEIS


Nº de professoras

%

Queixas

Cansaço

Dificuldade em levantar-se pela manhã

Noites mal dormidas

Ansiedade

Tristeza sem causa aparente

Choro com facilidade

Dificuldade em realizar atividades de rotina
Dificuldade em tomar decisões

Medos sem causas aparentes

Vontade de desistir da profissão

30

28

19

12

4

4

3

3

4

4

93,8

87,5

59,4

37,5

12,5

12,5

9,4

9,4

12,5

12,5

Sintomas percebidos

Insônia

Tensão

Preocupação

Irritação

Dor de garganta

Rouquidão

Perda da voz

Dor de cabeça

Dor no pescoço

Dor na coluna

Má digestão

24

19

12

19

22

28

18

17

15

10

6

75,0

59,4

37,5

59,4

68,8

87,5

56,3

52,9

46,9

31,2

18,8

VARIÁVEIS


Nº de professoras

%


Ansiedade

Depressão

Sentimento de incapacidade

Sentimento negativo em relação a você
7

13

3

3

21,9

44,0

9,4

9,4

Já se afastou da escola por doença
Sim

Ed. Infantil

Anos iniciais do En. Fundamental

Não

20

3

17

12

62,4

9,4

53,9

43,75

Qual o diagnóstico

Afecção na garganta

Crise de ansiedade

Depressão

Perda da voz

Torcicolo

Tendinite

Dor na coluna

Síndrome de Burnout

20

7

6

8

15

9

10

1

62,4

21,9

18,8

25,0

46,9

28,2

31,2

3,1

Tempo de afastamento da função por doença
De 15 a 30 dias

De 30 a 60 dias

De 60 a 90 dias

Mais de 90 dias

Mais de uma vez

Readaptado temporariamente

En. Fundamental

Readaptado definitivamente

Ed. Infantil

Em. fundamental

9

7

8

2

12


3

3


8

1

7

28,2

21,9

25,0

12,5

43,75


9,4

9,4


25,0

Qual seu(s) sentimento(s) se ou por estar afastada
Tristeza

Incapacidade

Ansiedade

Preocupação

20

12

10

20

62,4

43,75

31,2

62,4

Relações sociais na comunidade escolar

Conflitos com estudantes

Conflitos com os pais

Conflitos com a comunidade

Conflitos com a gestão

Falta de ajuda da gestão

Sobrecarga de tarefas além da sala de aula
Os alunos demoram a se acalmar

Os estudantes interrompem a aula

Muito barulho externo

Conflitos com colegas

3

2


2

9

18


28


8


10

9

2

9,4

6,0


6,0

28,0

56,3


87,5


25,0


31,2

28,0

6,0

Fonte: dados da pesquisa.

Reportando-nos a literatura recente a cerca da investigação do estresse em diversas instâncias, encontramos Weber et al. (2015) assegurando que já há várias décadas atuantes dos cursos de pós graduação pesquisam o estresse ocupacional e as consequências na saúde do trabalhador. Neste sentido, Ozoilo (2015) mostra em sua pesquisa que 31,8% dos entrevistados apontam um elevado estado de estresse e 35,6%, relatam ansiedade. Pois a rotina com salas de aulas superlotadas compromete o processo de ensino e de aprendizagem. Podendo causar o adoecimento emocional que representa mais um fator causador de afastamento do profissional de suas atividades, representando 42,0% dos entrevistados.
Farber (1991 apud CARLOTTO, 2002, p. 24-25) considera o sentimento de cansaço e exaustão físico e emocional no professor como sintomas frequentes e constantes. O autor afirma que sentimentos de frustração emocional inerentes ao fenômeno de exaustão, podem ser causadores de sintomas psicossomáticos, entre eles, afecções gástricas. No nosso trabalho 18,8% das nossas protagonistas revelaram estados de má digestão, o que podem afetar a garganta entre outros órgãos e 52,9% das questionadas relatam sentirem dores de cabeça, entre muitos outros sintomas.
Segundo Farber (1991 apud CARLOTTO, 2002, p. 24-25) o profissional professor padece de forma recorrente de insônia, irritação, ansiedade, estados de raiva e tristeza, dentre outros sintomas e que podem ser acometidos de síndromes entre elas o burnout. Referindo-nos a nossa pesquisa, 12,5% das protagonistas afirmaram sentir tristeza e medos sem causa aparente, choro com facilidade e vontade de desistir da profissão.
A síndrome de burnout é considerada e identificada como sendo um determinado estresse ocupacional que acomete os profissionais de saúde e principalmente os de educação por se tratarem de ofícios que exigem envolvimento emocional, relação de cuidados e atenção direta, portanto exaustão emocional e física (HUBERMAN, 2000 in NÓVOA, Org. 2000; LEITER; MASLACH, 1988; MASLACH, 1993; MASLACH; JACKSON, 1981; 1986; MASLACH; LEITER, 1999, apud CARLOTTO 2002, p.23; VANDERBERGHE; HUBERMAN, 1999;).
No entanto, os sintomas revelados pelo maior número de professoras, foi a rouquidão que ocupou o primeiro lugar com 87,5%, dor de garganta em terceiro com 68,8% e perda da voz em quinto com 56,3%. Neste sentido, Valente et al. (2015) define o aparelho fonador, ou seja, a voz como o primeiro e mais importante instrumento de trabalho do professor. Portanto, segundo o autor, tende a se desgastar tendo em vista a necessidade de uso constante e a falta de orientação acerca de cuidados preventivos que protejam as pregas vocais de afecções durante o exercício da docência, muitas delas irreversíveis, podendo levar o profissional ao afastamento da função. Valente et al. (2015) cita uma pesquisa de Roy (2004) referente a este desgaste do aparelho fonador, encontrado em 57,7% de professores entrevistados.
Ainda sobre os sintomas relatados pelas professoras expostos na tabela 4, as dores no pescoço evidenciadas por 46,9% e na coluna citados por 31,2% demonstram um percentual significativo que merecem atenção. Segundo Camargo (2014) as LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), traumatismos dos membros, na coluna assim como os transtornos mentais e de humor como a ansiedade, se intercalam entre os problemas mais frequentes nos professores em todo o mundo.
Dessa forma o CID (Código Internacional de Doenças) F, referente a distúrbios mentais e o CID M relacionado às LER/DORT, são os que mais aparecem nos laudos das licenças médicas dos professores afastados de suas funções, temporária ou definitivamente readaptados (CAMARGO, 2014).
Camargo (2014) afirma que em alguns casos o CID F e o M aparecem juntos, como CID F/M, nos laudos. Impossibilitando precisar qual surgiu primeiro, ou mesmo a dificuldade de separa-los. Neste contexto, Gouveia (2016) destaca em seu estudo que as enfermidades oteomusculares e os distúrbios da voz representam os mais predominantes causadores de adoecimento no professor.
Em se tratando dos sintomas percebidos em seu cotidiano é relatado em maior número de profissionais, 93,8%, o constante cansaço seguido de perto por dificuldades de levantar pela manha com 87,5%, ainda, 59,4% asseguram que são muitas as noites mal dormidas e 37,5% revelam estados de ansiedade que vem a reforçar o primeiro. Essas referências reforçam o estado de exaustão física e emocional de que fala Plizzio e Klein (2015) quando evidenciaram que as causas do mal estar docente surgem desde a precarização da educação e da profissão referente ao aspecto financeiro, ético e moral levando esses trabalhadores a um estado de estresse emocional e físico que pode levá-los aos transtornos de ansiedade e a depressão. E por vezes à síndrome de burnout.
Essa síndrome, de acordo com a literatura existente, é definida a partir da relação entre a intenção e a ação do trabalhador e as condições a que são submetidos e expostos a exercer sua prática (SLEEGERS, 1999, apud CARLOTTO, 2002, p. 26). O burnout é encontrado em maior número e frequência em professores (MASLACH; LEITER, 1999, apud CARLOTTO, 2002, p. 23). Neste sentido Dalagasperina e Monteiro (2014) acreditam que o desconhecimento acerca da síndrome de burnout representa um fator negativo para a maior incidência e gravidade da síndrome nos profissionais.
Entre as 32 professoras da nossa pesquisa apenas uma (3,1%), declarou ter sido diagnosticada com a síndrome de burnout. Porém, relata que só após cinco anos de tratamento de fobias diversas, de depressão, de ansiedade e de outras síndromes como a de pânico, é que fora detectada a síndrome de burnout. Afirma a docente que “a sensação é de que não existem mais forças, nem energias e nem sentido para nada. Chegou ao fundo do poço, literalmente. Revela que até tentou suicídio por sentir-se insignificante, inoperante e totalmente dispensável” (PROFESSORA). Reafirma que o tratamento com medicamentos e terapias ainda segue, porém necessitou se readaptar e tentar reaprender a viver.
Levy et al.
(2009) afirma que apesar do burnout não ser uma doença, fatores definidos como graves e de risco, tal como o estresse físico, psicológico e social advindos da sua prática pedagógica, expõem os professores a doenças como ansiedade, depressão e consequentemente a síndromes, entre elas a de burnout.
Não há uma unanimidade em se tratando da relação entre o estresse ocupacional com a síndrome de burnout. No entanto, Maslach, Schaufeli e Leiter (2001, apud CARLOTTO 2002, p.2) afirmam que todas as definições existentes na literatura, comungam que a exaustão emocional e mental, depressão, fadiga, estresse, entre outros sintomas mentais e comportamentais que se sobrepõem aos sintomas físicos, podem provocar ou levar ao burnout. Mesmo em pessoas que nunca apresentaram nem sofreram nenhum distúrbio patológico.
Diante desses fatos Costa et al. (2013) afirma que a estatística dos professores acometidos pela síndrome de burnout carece de atenção devido aos danos que provocam na saúde física, mental e social do profissional o que consequentemente provocará um efeito negativo na qualidade de ensino nas escolas. Neste sentido, Diehl e Marin (2016) em uma análise em 97 artigos acerca do tema, encontraram em 15 deles, focados na multidisciplinaridade, estudos que faziam uma relação entre o adoecimento mental e a síndrome de burnout e apontavam o estresse e a ansiedade como sintomas recorrentes que prevaleciam nos profissionais.
Ainda na tabela 4 é possível perceber que 62,4% das professoras da pesquisa responderam que já se afastaram das suas funções por doença. Entre os diagnósticos mais referidos estão afecções na garganta em 62,4%, torcicolo com 46,9%, dor na coluna em 31,2%, tendinite com 28,2%, distúrbios na voz afetaram 25,0%, crise de ansiedade acometeu 21,9% e por fim depressão em 18,8% delas. Estes números nos pareceram muito significativos. Compreendemos que existe um fenômeno de adoecimento evidente entre estes profissionais a partir das referências que fizeram e que estão reveladas aqui.
Neste contexto de adoecimento, a tabela 4 aponta que 43,75% dos questionários da nossa pesquisa relatam haver se afastado da função docente por mais de uma vez no período de 2010 a 2015. Entre os docentes, a afirmação da quantidade de dias de afastamentos é significativa, pois, em média, nove professoras já se afastaram da escola por doença em torno de 46 dias em média. Um total 28% dos participantes da pesquisa já ficou longe das suas atividades entre 30 e 90 dias. Ainda neste relato, podemos afirmar que 25,0% destes profissionais estão afastados definitivamente das atividades da sala de aula. Ou seja, são readaptados da função de professor e exercem outras atividades na escola.
Neste cenário de afastamento das atividades em sala de aula, tivemos uma representatividade significativa de professoras acometidas de sentimentos ao relatarem seu estado emocional neste contexto de impossibilidade de exercer sua função. O sentimento de preocupação e tristeza representou os mais referidos, com um percentual de 62,4% seguido de incapacidade com 43,75% e ansiedade com 31,2% (TABELA 4).
Pareceu-nos importante ressaltar a necessidade de políticas publicas que atendam, tratem, previnam, que acompanhem e cuidem desses profissionais, valorizando a profissão de uma forma ampla e irrestrita. Pois, a valorização dos profissionais depende principalmente de ações e políticas, voltadas à formação inicial e continuadas, salários, carreira e garantia de condições de trabalho, como definem as metas 15, 16, 17 e 18 do PNE (Plano Nacional de Educação, 2014).
Acreditamos que existe uma deteriorização anunciada na profissão e, portanto, na educação. Pois além dos relatos de sintomas, queixas e diagnósticos e, mais grave, o número de afastados por doenças, 87,5% das docentes afirmaram que sofrem com uma sobrecarga de atividades inclusive fora da sala de aula. Ainda relataram falta de ajuda da gestão escolar em um total de 56,3%.

PERCEPÇÃO E SENTIMENTOS SOBRE A PROFISSÃO
Inseridos em um cenário de mal estar e desconforto e reconhecendo a possibilidade de desencadear adoecimento e por consequência afastamento da função docente, ainda assim, temos um grupo de profissionais preocupados com o resultado do seu trabalho e empenhados em aprimorar e enriquecer seus conhecimentos através de formações oferecidas pela rede e fora dela, mesmo custeando com recursos próprios, desde que representem crescimento e desenvolvimento de novas práticas pedagógicas.
Conhecemos professoras que se empenham com a qualidade de ensino e em realizar sua prática da melhor maneira que sabem, mesmo diante das adversidades e exaustão produzida pelas condições de trabalho precárias. Neste sentido temos na tabela 5 um total de 84,0% de docentes que considera seu trabalho importante e prazeroso principalmente quando percebem o crescimento da construção do conhecimento em seus alunos.
Weber et al.
(2015) demonstrou em seu trabalho que as relações sociais no ambiente escolar, entre estas, o desinteresse, indisciplina e falta de motivação dos estudantes e o baixo rendimento apresentado nas avaliações de desempenho, muitas vezes responsabilizando a ausência da família no processo educacional, influenciam a qualidade de vida dos professores representando assim, um entre os multifatores causadores de mal-estar, desconforto, sofrimento e adoecimento desse profissional.

TABELA 5 – sentimentos e percepções sobre si mesmo como professora e ser social.
VARIÁVEIS


Nº professores

%

Visão da profissional

Desgastante

Monótono

Prazeroso

Importante

Cansativo

11

4

28

28

18

34,0

12,0

84,0

84,0

56,3

Sentimentos em relação ao profissional

Satisfeito

Muito satisfeito

Insatisfeito

Muito insatisfeito

22

8

2

0

32,4

25,0

6,0

0,0

Gostaria de ter outra profissão?

Sim

Não

12

20

37,5

62,4

Qual profissão gostaria de ter?

Psicóloga

Advogado

Enfermeira

8

2

2

25,0

6,0

6,0

Quanto tempo passa com a família (em hora/semana)?
Até 10

Até 20

Mais de 20

23

7

2

71,8

21,9

6,0

Qual o motivo?


Falta de tempo

Falta de dinheiro

Cansaço

A distância

20

19

18

4

62,4

59,2

56,0

12,0

Há uma rotina de encontro com amigos?
Sim

Não

12

20

37,2

62,4

Qual o motivo?


Falta de tempo

Falta de dinheiro

Cansaço

A distância

20

19

18

4

62,4

59,2

56,0

12,0

Gostaria de passar mais tempo com?
A família

Amigos

Com os dois

18

14

15

56,0

43,2

46,9

Qual seu lazer preferido?

Ler

Ouvir música

Dançar

Cinema

praia

9

7

5

5

6

28,0

21,9

15,6

15,6

18,6

Fonte: dados da pesquisa.

Observamos profissionais totalizando 56,3% das questionadas, mesmo afirmando ser cansativa e 34,0%, considerar desgastante a sua profissão, vibram e se emocionam alegrando-se em comemoração quando descobrem em sua turma, estudantes construindo de forma autônoma seu conhecimento e se desenvolvendo rumo a uma aprendizagem cognitiva e social. Enfim, quando seus alunos se desenvolvem e crescem a partir de uma prática educativa de qualidade e representativa, essas professoras mergulham em um sentimento de orgulho e satisfação, ainda que reconheçam e conheçam profundamente a existência de problemas (TABELA 5).
Estas professoras reconhecem os fatores causadores de mal estar, de doenças físicas e psicológicas. Entendem e confessam que a falta de tempo e dinheiro para lazer, os raros encontros com familiares e amigos, provocam um estado de mal estar e tristeza, levando-as às vezes a desenvolver um pensamento negativo acerca da profissão e até cogitam em desistir.
As faltas de políticas públicas e de investimentos fortes e significativos voltados para a educação deixam essas educadoras expostas à recorrente e crescente desvalorização social e econômica na qual, a burocracia que permeia a profissão, causa deteriorização em sua saúde física e mental (RODRIGUES, 2014). Mesmo diante de todos os percalços enfrentados em sua jornada, 25,0% do total pesquisadas se alimentam um sentimento de satisfação em sua prática, com sua profissão. Ainda foi revelado por 32,4% que se sentem satisfeitas em serem professoras e apenas 6,0% se declaram insatisfeitas na função.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Encontramos respostas positivas para nossas hipóteses acerca dos multicausadores do fenômeno do adoecimento das professoras das primeiras letras. Identificamos vários causadores elencados pelas docentes, como responsáveis pelo mal-estar físico, psicológico e social que as obrigam afastarem-se da sala de aula. Entre estes aspectos provocadores de cansaço físico, psicológico e social, de acordo com as respostas, destacamos as estruturas precárias das UEs, a superlotação das salas de aula, a necessidade de deslocamentos entre redes e a extensa jornada de trabalho com atribuições que ultrapassam o ambiente escolar, como principais responsáveis pelas queixas ecoadas durante a investigação.
Levantamos uma nova hipótese, referida pelas docentes, como um amenizador do sofrimento, implementação de políticas públicas voltadas para o atendimento profissional do professor em seus diversos aspectos objetivando diminuir, tratar ou evitar o fenômeno do mal-estar docente nas primeiras letras. Pois a observação acerca de que o corpo, a mente e o ambiente de trabalho devem funcionar em um estado de harmonia para que seja possível diminuir os fatores causadores de mal estar, desconforto e sofrimento na atividade ocupacional que em conjunto com a prática pedagógica prevalece sobre o trabalho docente, foi unânime.
Dessa forma, a necessidade de encontrar meios, através de políticas públicas determinantes visando à qualidade de vida desta classe profissional, já está atrasada há muitas décadas. Afinal, atrelada a esta condição está à caminhada rumo à cultura de paz resultante do direito a educação de qualidade para todos, proposta pela UNESCO desde a sua criação1945 em seu primeiro parágrafo. Proposta que culminou com a união entre a UNESCO e a OIT, no ano de 1966, objetivando dimensionar a profissão professor de forma que proporcionasse um ensino de qualidade.

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