Evolução do relevo da região do planalto de Poços de Caldas

Correlações entre níveis planálticos e termocronologia por Traços de Fissão em Apatitas

Autores

  • Carolina Doranti
  • Peter Christian Hackspacher Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  • Julio César Hadler Neto Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
  • Marli Carina Siqueira Ribeiro Universidade Estadual Paulista (UNESP)
  • Henrique Corrêa Lima Universidade Estadual Paulista (UNESP)

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X..13255

Palavras-chave:

Evolução da paisagem, Traços de Fissão em Apatitas, Poços de Caldas

Resumo

Estudos sobre a evolução geomorfológica do sudeste brasileiro vêm sendo realizados nos últimos anos, com o uso de novas tecnologias e datações cada vez mais precisas. Nesses estudos podemos observar que as superfícies erosivas, especialmente a Superfície Sul-Americana ou Japi, têm sido novamente alvo de discussões, sobretudo, nas questões relativas sobre sua gênese e idade. Na região do Maciço Alcalino de Poços de Caldas, vários trabalhos apontam à evidência desta superfície de aplanamento (exemplos, King, 1956, Almeida, 1964, Melo e Ponçano, 1993), e neste sentido optou-se por correlacionar métodos geomorfológicos e análise termocronológica de Traços de Fissão em Apatitas (TFA) a fim de se obter dados cronológicos que permitam verificar qual a idade máxima das superfícies erosivas existentes nessa área. Três níveis de superfícies foram mapeados na área a partir da compartimentação topográfica onde foi possível correlacioná-los com as idades e histórias térmicas obtidas pela TFA. As amostras do Nível Inferior (900 – 560m) e as do Nível Intermediário (1200-900m) registraram idades do Jurocretáceo sendo que as amostras do nível mais elevado, denominado Nível de Cimeira (acima de 1200m) registraram idades do final do Cretáceo e início do Paleoceno. Considerado que as idades de TFA registram a passagem da rocha pela isoterma de 120ºC, ou seja, quando estava numa profundidade de aproximadamente 3km, não podemos dizer que essa idade não é a idade absoluta das superfícies e sim a idade máxima que essa superfície teria, ou seja ela não é anterior a esse período registrado.

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Biografia do Autor

Carolina Doranti,

Carolina Doranti é mestre pelo IGCE-UNESP-Rio Claro.

Peter Christian Hackspacher, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Peter Christian Hackspacher é professor doutor, livre docente do IGCE-UNESP-Rio Claro.

Julio César Hadler Neto, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Julio César Hadler Neto é professor doutor do IFGW-UNICAMP.

Marli Carina Siqueira Ribeiro, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Marli Carina Siqueira Ribeiro é doutora pelo IGCE-UNESP-Rio Claro.

Henrique Corrêa Lima, Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Henrique Corrêa Lima é graduando do IGCE-UNESP-Rio Claro.

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Publicado

2008-12-01 — Atualizado em 2022-10-19

Versões

Como Citar

Doranti, C., Hackspacher, P. C., Hadler Neto, J. C., Ribeiro, M. C. S., & Lima, H. C. (2022). Evolução do relevo da região do planalto de Poços de Caldas: Correlações entre níveis planálticos e termocronologia por Traços de Fissão em Apatitas. Revista Geografias, 4(2), 87–92. https://doi.org/10.35699/2237-549X.13255 (Original work published 1º de dezembro de 2008)

Edição

Seção

Artigos