Mais além do Belo:

(des)encontros entre estética e Psicanálise

Autores

Palavras-chave:

Psicanálise, Estética, Belo, Infamiliar, Olhar

Resumo

Este artigo busca tecer um percurso pelo campo da estética, na medida em que, em seus (des)encontros com a Psicanálise, ela transgride as concepções metafísicas centradas no Belo. Nesse sentido, inicia com a apresentação de alguns debates constitutivos da estética como domínio do saber. Ato contínuo, expõe uma ruptura importante nesse campo introduzida por “O infamiliar” (1919), de Freud. Em tal artigo, a estética é compreendida, para além de uma doutrina acerca do Belo, como uma teoria das diversas qualidades do sentir. Como um desdobramento desse texto fundador, transitamos pelas obras de alguns psicanalistas, principalmente do campo lacaniano, que trouxeram desenvolvimentos teóricos distintos a respeito da estética, como uma “estética do desejo” ou “uma estética do vazio”. Inspirados nessas leituras, sustentamos que uma estética psicanalítica se torna possível a partir do estranhamento, da experiência de queda do objeto a pelo corte nas imagens. Desse modo, o olhar irrompe produzindo uma fenda por onde é possível vislumbrar nossa condição de não-ser. Nessa perspectiva, o olhar em Psicanálise, tal como pensado por Lacan, vem para o primeiro plano, sendo o propulsor de uma estética que se situa mais além do Belo.

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Publicado

2023-12-15