Tríade sombria e forças de caráter
Relações e diferenças em função de variáveis sociodemográficas
Palavras-chave:
Maquiavelismo, Narcisismo, Personalidade, PsicopatiaResumo
O objetivo desta pesquisa de cunho exploratório foi verificar as relações entre a Tríade Sombria da personalidade e forças de caráter, bem como diferenças em função de variáveis sociodemográficas. Participaram 237 adultos brasileiros, com idade média de 27,83 anos, sendo 69,2% do sexo feminino que responderam à Short Dark Triad e à Escala de Forças de Caráter. Os resultados indicaram correlações negativas estatisticamente significativas entre maquiavelismo com perseverança e perdão, psicopatia com perdão e modéstia e, positivamente, entre narcisismo e inteligência social, todas com magnitude fraca. Além disso, notou-se maior desenvolvimento das forças de caráter em pessoas com maior escolaridade e maiores níveis de tríade sombria em homens e pessoas com menor escolaridade. As relações encontradas entre a Tríade Sombria e as forças de caráter indicam que os construtos não são antagônicos, mas que possuem relações fracas. Desse modo, intervir apenas para o desenvolvimento das forças não se mostra como uma estratégia adequada para diminuir comportamentos indesejáveis.
Downloads
Referências
Ashton, M. C., & Lee, K. (2007). Empirical, Theoretical, and Practical Advantages of the HEXACO Model of Personality Structure. Personality and Social Psychology Review, 11(2), 150–166. DOI: 10.1177/1088868306294907.
Campello, T., Gentili, P., Rodrigues, M., & Hoewell, G. R. (2018). Faces da desigualdade no Brasil: um olhar sobre os que ficam para trás. Saúde em Debate, 42, 54-66. DOI: 10.1590/0103-11042018S305.
Cohen, J. (1992). A Power Primer. Psychologial Bulletin, 112(1), 155-159. Retrieved from https://psycnet.apa.org/buy/1992-37683-001.
Costa, P. T., McCrae, R. R., & Dye, D. A. (1991). Facet Scales for Agreeableness and Conscientiousness: A Revision of the NEO Personality Inventory. Personality and Individual Differences, 12(9), 887–898. DOI:10.1016/0191-8869(91)90177-d.
Freidlin, P., Littman-Ovadia, H., & Niemiec, R. M. (2017). Positive Psychology: Social Anxiety Via Character Strengths Underuse and Overuse. Personality and Individual Differences, 108(1), 50-54. DOI: 10.1016/j.paid.2016.12.003.
Furnham, A., Richards, S. C., & Paulhus, D. L. (2013). The Dark Triad of Personality: A 10 Year Review. Social and Personality Psychology Compass, 7(3), 199–216. DOI: 10.1111/spc3.12018.
Girard, M., & Mullet, E. (2012). Development of the Forgiveness Schema in Adolescence. Universitas Psychologica, 11(4), 1235-1244.
Kaufman, S. B., Yaden, D. B., Hyde, E., & Tsukayama, E. (2019). The Light vs. Dark Triad of Personality: Contrasting Two Very Different Profiles of Human Nature. Frontiers in Psychology, 19(10), 1-26. DOI: 10.3389/fpsyg.2019.00467.
Hodson, G., & Dhont, K. (2015). The Person-Based Nature of Prejudice: Individual Differences Predictors of Intergroup Negativity. European Review of Social Psychology, 26, 1-41. DOI: 10.1080/10463283.2015.1070018.
Jonason, P. K., Icho, A., & Ireland, K. (2016). Resources, Harshness, and Unpredictability: The Socioeconomic Conditions Associated with the Dark Triad Traits. Evolutionary Psychology, 14(1). DOI: 10.1177/1474704915623699.
Jonason, P. K., & Tome, J. (2018). How Happiness Expectations Relate to the Dark Triad Traits. The Journal of Social Psychology, 11, 1-12. DOI: 10.1080/00224545.2018.1529652.
Jonason, P. K., & Webster, G. D. (2010). The Dirty Dozen: A Concise Measure of the Dark Triad. Psychological Assessment, 22, 420-432. DOI: 10.1037/a001926.
Jones, D. N., & Paulhus, D. L. (2014). Introducing the Short Dark Triad (SD3): A Brief Measure of Dark Personality Traits. Assessment, 21(1), 28-41. DOI: 10.1177/1073191113514105.
Koehn, M. A., Okan, C., & Jonason, P. K. (2018). A Primer on the Dark Triad Traits. Australian Psychological Society, 1-12. DOI: 10.1111/ajpy.12198.
Linley, P. A., P., Maltby, J., Wood, A. M., Joseph, S. Harrington, S., Peterson, C., ... Seligman, M. E. P. (2007). Character Strengths in the United Kingdom: The VIA Inventory of Strengths. Personality and Individual Differences, 43(2), 341-351. DOI: 10.1016/j.paid.2006.12.004.
March, E., Grieve, R., Marrington, J., & Jonason, P. K. (2017). Trolling on Tinder (and other Dating Apps): Examining the Role of the Dark Tetrad and Impulsivity. Personality and Individual Differences, 110, 139-143. DOI: 10.1016/j.paid.2017.01.025.
Marcus, D. K., Preszler, J., & Zeigler-Hill, V. (2018). A Network of Dark Personality Traits: What Lies at the Heart of Darkness?. Journal of Research in Personality, 73, 56–62. DOI: 10.1016/j.jrp.2017.11.003.
Martínez-Martí, M. L., & Ruch, W. (2014). Character Strengths and Well-Being Across the Life Span: Data from a Representative Sample of German-Speaking Adults Living in Switzerland. Frontiers in Psychology, 5(1253), 1-10. 20. DOI: 10.3389/fpsyg.2014.01253.
Muris, P., Merckelbach, H., Otgaar, H., & Meijer, E. (2017). The Malevolent Side of Human Nature: A Meta-Analysis and Critical Review of the Literature on the Dark Triad (Narcissism, Machiavellianism, and Psychopathy). Perspectives on Psychological Science, 12(2), 183-204. DOI: 10.1177/1745691616666070.
Niemiec, R. M. (2019). Finding the Golden Mean: The Overuse, Underuse, and Optimal Use of Character Strengths. Counselling Psychology Quarterly, 1–19. DOI: 10.1080/09515070.2019.1617674.
Noronha, A. P. P., & Campos, R. R. F. (2018). Relationship between Character Strengths and Personality Traits. Estudos de Psicologia, 35(1), 29-37. DOI: 10.1590/1982-02752018000100004.
Noronha, A. P. P., & Barbosa, A. J. C. (2016). Escala de forças de caráter. In C. S. Hutz (Org.). Avaliação em Psicologia Positiva (pp. 21-43). São Paulo: Hogrefe.
Noronha, A. P. P., & Barbosa, A. J. C. (2018). O estudo das forças de caráter em brasileiros: análise de grupos etários. In T. C. Nakano (Org.). Psicologia Positiva Aplicada à Educação. São Paulo: Vetor.
Noronha, A. P. P., & Martins, D. F. (2016). Associações entre forças de caráter e satisfação com a vida: estudo com universitários. Acta Colombiana de Psicología, 19(2), 97-103. DOI: 10.14718/ACP.2016.19.2.5.
Oliveira, C. D., Nunes, M. F. O., Legal, E. J., & Noronha, A. P. P. (2016). Bem-estar subjetivo: estudo de correlação com as Forças de Caráter. Avaliação Psicológica, 15(2), 177-185. DOI: 10.15689/ap.2016.1502.06.
Park, N., & Peterson, C. (2009). Character strengths: Research and practice. Journal of College and Character, 10(4), 1-10. DOI: 10.2202/1940-1639.1042.
Paulhus, D. L., & Williams, K. M. (2002). The Dark Triad of Personality: Narcissism, Machiavellianism, and Psychopathy. Journal of Research in Personality, 36(6), 556-563. DOI: 10.1016/S0092-6566(02)00505-6.
Peterson, C., & Park, N. (2009). Classifying and Measuring Strengths of Character. In S. J. Lopez & C. R. Snyder (Eds.). Oxford handbook of positive psychology, 2nd edition (pp. 25-33). New York: Oxford University Press.
Peterson, C., & Seligman, M. E. P. (2004). Character Strengths and Virtues. A handbook and classification. Washington: American Psychological Association.
Seibel, B. L., DeSousa, D., & Koller, S. H. (2015). Adaptação brasileira e estrutura fatorial da escala 240-item VIA Inventory of Strengths. Psico-USF, 20(3), 371-383. DOI: 10.1590/1413-82712015200301.
Seligman, M. E. P., & Csikszentmihalyi, M. (2000). Positive Psychology: An Introduction. American Psychology, 55(1), 5-14. DOI: 10.1037/0003-066X.55.1.5.
Simões, N. C. (2016). Evidências de validade de um índice de psicopatia a partir do big five inventory. Dissertação de Mestrado, Universidade São Francisco, Itatiba, São Paulo.
Skeem, J. L., Polaschek, D. L. L., Patrick, C. J., & Lilienfeld, S. C. (2011). Psychopathic Personality: Bridging the Gap between Scientific Evidence and Public Policy. Psychological Science in the Public Interest, 12(3), 95-162. DOI: 10.1177/1529100611426706.
Snyder, C. R., & Lopez, S. L. (2009) Psicologia Positiva: uma abordagem científica e prática das qualidades humanas (R. C. Costa, Trad.). Porto Alegre: Artmed.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial neste periódico.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).