@article{Lobato_2022, place={Belo Horizonte}, title={Matando a Fome de Lazer “Lá no Meu Setor”: Práticas e Sociabilidades na Periferia de Belém (PA)}, volume={25}, url={https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/view/40857}, DOI={10.35699/2447-6218.2022.40857}, abstractNote={<p>Historicamente, no bojo das perspectivas capitalista e eurocêntrica, foram concebidos conceitos, práticas e espaços próprios de uma concepção hegemônica de lazer, a qual legitimou formas convencionais do que seria, de como deveria ser e em que espaços e tempos deveria ocorrer o lazer. Em diversas políticas públicas, tais entendimentos foram incorporados como maneiras únicas e exclusivas de lazer, privilegiando algumas pessoas e negligenciando muitas outras. Nesse sentido, como convenção social, o lazer, seus espaços e suas práticas passaram a ser vistos de modo restrito pela sociedade. Diante disso, esta pesquisa objetivou analisar, considerando os contextos macro e micro de análise, as práticas de lazer da Comunidade Bom Jesus I, na periferia de Belém (PA), a partir dos processos de interação e de sociabilidade dos moradores. Com a intenção de viabilizar este estudo, a partir de uma abordagem qualitativa, foram empregadas pesquisas bibliográfica, documental e de campo. Em um exercício do fazer etnográfico, realizaram-se conversas informais, observação participante, entrevistas semiestruturadas e registros em caderno de campo. A investigação foi guiada tanto por um olhar “de fora e de longe”, considerando os processos estruturantes (perspectiva macro), quanto por um olhar “de perto e de dentro” (perspectiva micro), voltado às “inversões” praticadas, diariamente, para o lazer dessa população. Para <em>“matar a fome de lazer”</em>, os “<em>achados</em>” desvelaram que, ao longo dos anos, diferentes e alternativas práticas e sociabilidades foram criadas a partir dos processos de interação entre os moradores da comunidade. Constatou-se também que, muitas vezes alienada por compreensões hegemônicas, essa população não consegue enxergar ou considerar as suas experiências cotidianas como lazer. As conversações, o <em>“rock doido”</em>, o <em>“jogo do bicho”</em>, o futebol e o <em>“piquenique”</em> compreendem “<em>formas de diversão</em>”, caracterizadas por dinâmicas muito particulares, carregadas de sentidos e significados, que possibilitam esse “<em>setor</em>” se divertir, se fazer existir e resistir diariamente. A comunidade, portanto, “faz” o seu <em>direito ao lazer</em>.</p>}, number={2}, journal={LICERE - Revista do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Estudos do Lazer}, author={Lobato, Flavio Henrique Souza}, year={2022}, month={ago.}, pages={355} }