Arquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG
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<p><em>Arquivo Maaravi</em>: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG (Brasil) é um periódico semestral, com avaliação de pares, editado em Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil) pela <a href="https://www.ufmg.br/">Universidade Federal de Minas Gerais</a> desde 2007, dedicado à publicação de artigos inéditos, resenhas, traduções e trabalhos artísticos da área de Estudos Judaicos. Tem como missão fomentar a produção acadêmica do Brasil e do exterior permitindo a divulgação de pesquisas e contribuindo para o debate contínuo na área.</p>Universidade Federal de Minas Geraispt-BRArquivo Maaravi: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG1982-3053<p>Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico é a licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (<em>remix</em>, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.</p>O inconsciente criptojudaico
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<p>Poema</p>Alan Freire de LimaArlete Freire de Lima
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2023-12-022023-12-02173325825810.35699/1982-3053.2023.46510Etérea
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<p>Poema</p>Alfredo Schechtman
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2023-12-022023-12-02173325925910.35699/1982-3053.2023.47896Ruth se converte ao judaísmo
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<p>Poema</p> <p> </p> <p> </p>Arlete Freire de Lima
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2023-12-022023-12-02173326026010.35699/1982-3053.2023.46565Biblioteca em Quatro Tempos, Chokhmah e Binah, Escarmentos
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<p>Poema</p> <p> </p>Marcelo Calderari Miguel
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2023-12-022023-12-02173326126410.35699/1982-3053.2023.48035Entre gaivotas e sonhos
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<p>Poema</p> <p> </p>Marcos Roberto Pisarski Junior
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2023-12-022023-12-02173326526610.35699/1982-3053.2023.47623Soferet
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<p>Entrevista concedida pela escriba Rachel Reichhardt a respeito da escrita do <em>Sêfer Torá</em>, com alguns apontamentos sobre a condição da mulher dentro da tradição religioda judaica. </p>Denise Cristina Campos
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2023-12-022023-12-02173324725410.35699/1982-3053.2023.48252Apresentação
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<p><strong>Editoras: </strong>Lyslei Nascimento (UFMG) e Karla Petel (UFRJ)</p> <p>A revista <em>Arquivo Maaravi</em>: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG recebeu, para este dossiê, artigos sobre escritoras judias e suas obras. Historicamente, e com frequência, os homens assumem posições privilegiadas de poder. No contexto literário judaico, o cenário muitas vezes não se configurou de modo diferente. Coube às mulheres, no espaço que pode ser designado como “fora do jardim”, lutarem por seus espaços, performando cada vez mais o protagonismo para o qual sempre estiveram preparadas. Delineando seus próprios percursos, consolidaram sua presença na literatura e no diálogo com outras artes. Tornaram-se canônicas, foram precursoras de movimentos, conquistaram autonomia, estabeleceram gêneros e estilos, além de exercerem grande influência cultural e política nos meios em que estavam inseridas. Com o passar dos anos, romperam com as variadas formas de silenciamento e se apoderaram de suas próprias narrativas. Sendo elas ficcionais ou não, de temática explicitamente judaica ou não, as autoras judias escreveram a partir de inúmeras e flagrantes situações de deslocamento, como a imigração e o exílio. De diferentes faixas etárias e em contextos socioeconômicos distintos, souberam abordar a fragilidade da condição humana, tangenciando questões individuais e/ou coletivas de suas gerações inscrevendo-se na tradição e dela fazendo matéria para a poesia, o romance, a biografia, na interface com as artes em geral. Escreveram também, entre tantos assuntos, sobre suas identidades (muitas vezes hifenizadas) com uma gama de impactos e circunstâncias que delas advém. Por intermédio de poemas, crônicas, contos, novelas, romances, peças teatrais, diários, autoficção, autobiografia e cartas, as escritoras judias, como Anne Frank, Cíntia Moscovich, Lili Jaffe e Natalia Ginzburg, ergueram suas vozes marcando, de forma paradigmática, suas formas de estar no mundo. Essa edição recebeu, também, resenha, conto, tradução e poemas.</p>Lyslei Nascimento Karla Petel
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2023-12-022023-12-021733Livros
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<p>Livros</p>Estante Maaravi
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2023-12-022023-12-021733255255Rainha Vashti
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<p>A história da rainha Ester, contada no texto Livro de Ester, conseguiu ser<br />rainha após a rainha Vashti, até então esposa do rei Ahasuerus, se negar dançar e a se<br />expor para todos os homens de todas as cidades do império Persa, afrontando o<br />status quo masculino e machista em relação ao corpo da mulher como objeto de<br />exposição e exibição. A metodologia usada é de revisão de literatura e de sites<br />judaicos sobre a temática das rainhas Vashi e Ester. Trata de uma narrativa de uma<br />judia exilada na Pérsia e viveu durante o período de reinado de Ahasuerus, também<br />conhecido como Assuero (Xerxes) entre 486 e 465 a.e.c (antes da era comum), e que se<br />entende que a judia Ester agregou hábitos não judaicos em todos os aspectos da sua<br />vida judaica como rainha casada com um rei não judeu do Império Persa.</p>Alan Freire de LimaArlete Freire de Lima
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2023-12-022023-12-02173322110.35699/1982-3053.2023.46513Motivos bíblicos em Sultana Levy Rosenblatt
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<p>Este artigo volta-se para o estudo da presença de motivos bíblicos em<br />alguns contos de Sultana Levy Rosenblatt, sendo eles: “As aventuras de Jonas”<br />(2001), “David e Golias” (2002), “A história da rainha Esther” (2002), “O segredo de<br />Sansão” (2005) e “E Michal amava David” (2006). A escritora paraense nasceu em<br />uma família de judeus sefarditas, e, em seus textos literários, é possível perceber ecos<br />das duas culturas que constituem sua trajetória de vida: a amazônica e a judaicomarroquina.<br />Suas narrativas, em geral sinalizam, insistentemente, traços bíblicos,<br />dialogando com uma antiga tradição judaica, em que se produz a partir de narrativas<br />bíblicas, denominada de Midrash. Nesse sentido, este trabalho procura investigar a<br />presença de motivos bíblicos e como foram inseridos nas obras referenciadas, isto é,<br />como foram tematizados, levando em consideração os apontamentos de Raymond<br />Trousson (1988), Wolfgang Kayser (1976), RifcaBerezin (1997), dentre outros.</p>Alessandra Fabrícia Conde da SilvaMaria Nadiane Simões da Silva
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2023-12-022023-12-021733223410.35699/1982-3053.2023.48006Testemunho arbiter
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<p>Este artigo busca analisar a obra I Was a child of Holocaust survivors de Bernice Eisenstein (2006), através da ótica do Testemunho Arbiter. A obra trata da relação da autora com os seus pais, na qual procura entender sua própria vida e o fantasma do holocausto que está sempre presente no seu cotidiano. Esta pesquisa<br />tem como objetivo investigar de que forma o Testemunho Arbiter é apresentado na<br />obra, conceito abordado por Sarmento-Pantoja (2019), tendo em vista que o testemunho arbiter é dado por aquele que ouviu e arbitra sobre o que e como narrar, podendo ter vivenciado ou não o evento limite. Nos beneficiaremos da fortuna crítica de Vilela (2012), que aborda a importância da memória, Gagnebin (2009), que discute sobre a importância de manter as memórias vivas através das narrações e SarmentoPantoja (2019) que argumenta sobre os três tipos de testemunho, o Testis, Superstes e<br />a Arbiter. Este estudo é fruto das ações realizadas no projeto de Iniciação Científica Configurações de Resistência em Narrativas Anglófonas Contemporâneas - CRENAC, no qual as autoras atuavam como bolsista FAPESPA (Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas) e coordenadora.</p>Ana Lilia Carvalho RochaMaria Elinária Rodrigues da Silva
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2023-12-022023-12-021733354810.35699/1982-3053.2023.47813Um arquivo materno revisitado
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<p>Este artigo teve como objetivo analisar, em O que os cegos estão sonhando?: com o diário de Lili Jaffe (1994-1995), de Noemi Jaffe,a imagem do diário materno como um arquivo judaico, uma narrativa que, em sua primeira parte, se configuraria como um texto da literatura de testemunho, que é, por sua vez,desdobrado por Jaffee por Leda Cartum. Assim, buscou-se entrever, na história pessoal que é narrada no diário e nos paratextos que constituiriam o livro, a biografia de Lili Jaffe e as consequências da história materna em sua família.Assim, o principal intento desse artigo foi, a partir desse arquivo biográfico,apresentar a história de Lili Jaffe e como o seu diário institui um depósito de narrativas que são desdobradas na contemporaneidade.</p>André de Souza Pinto
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2023-12-022023-12-021733495810.35699/1982-3053.2023.48995O inventário de Michele
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<p>Este artigo se propõe a uma análise da abordagem de Natália Ginzburg em relação aos objetos, com foco no romance "Caro Michele". Nesta narrativa, a autora apresenta uma rica tapeçaria de objetos que desempenham uma função mais profunda do que a mera reprodução da realidade. Agindo como mediadores entre o tangível e o intangível, esses objetos frequentemente se transformam em suportes para memórias e sentimentos, adicionando camadas de significado. Na obra em questão, a relação entre objetos e memória ganha destaque e, ao investigá-la, torna-se possível compreender como elementos tangíveis se entrelaçam com as emoções e lembranças dos personagens, tornando-se agentes de significado e reminiscências.</p>Anna Gabriela da Conceição Teixeira
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2023-12-022023-12-021733597010.35699/1982-3053.2023.47652A palavra como sobrevivência em Anne Frank
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<p>Este artigo tem por objetivo analisar o estatuto da palavra na vida e obra de Anne Frank, refletindo também sobre os fatores que possivelmente culminaram na importância da escrita para a jovem. Partindo da representação das palavras na vida da escritora, inicialmente no sentido geral e, posteriormente considerando as condições as quais a família Frank foi submetida e a centralidade do diário em um período significativo da vida de Anne. Assim, busca-se examinar brevemente o lugar das palavras para a garota segundo os pontos de vista histórico, religioso e psicológico, e como as palavras a acompanharam para registro de sua realidade, mas de certa maneira dando também um tipo de tratamento a ela, no sentido de mediação com seu entorno em favor do processo de simbolização e integração do Eu.</p>Caio Augusto Dias Monção
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2023-12-022023-12-021733717810.35699/1982-3053.2023.48263Cíntia Moscovich
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<p>As tradições orais e familiares são costumes e práticas do judaísmo, assim com a comida, o ato de comer em família. A comida permite uma dar uma olhada no cotidiano das pessoas, onde em volta da mesa são transmitidos valores familiares, história coletiva, emoções e traumas. Moscovich, uma escritora judia que considera escrever sobre valores universais, tende a dialogar com os conflitos e traumas dos judeus no Brasil. No seu livro <em>Por que sou gorda, mamãe?</em> ela através da voz a protagonista que reflete sobre seu corpo e a herança emocional de sua família. Este conflito está intrinsicamente ligada aos quilos que leva seu corpo. O livro dá voz à mulheres que lidam constantemente com seu papel de mulher, mãe judia e a representação do seu corpo influenciado pelos costumes culinários de sua família.</p>Debora Chaimovitch-Yehoshafat
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2023-12-022023-12-021733798910.35699/1982-3053.2023.48999Nelly Sachs
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<p>Este artigo retrata algumas aproximações possíveis sobre dores e amores causados pelo senso de pertencimento de suas mulheres judias que pertenceram a geração que atravessou o holocausto e que sofreram em suas vidas os estigmas deixados pelas circunstâncias de desenraizamento cultural, sem, contudo, ter passado pelos campos de concentração, o que comprova que a irradiação devastadora e traumática do nazismo, ultrapassou os limites perceptíveis do senso comum, alcançando toda uma geração de judeus, mesmo aqueles que conseguiram escapar com vida do holocausto.</p> <p> </p>Dionisio Moreno Ferres
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2023-12-022023-12-0217339010510.35699/1982-3053.2023.48251Comida e memória no diário de Lili Jaffe
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<p>Este artigo discute, na obra <em>O que os cegos estão sonhando </em>(2012), as representações em torno da comida na ativação da memória e na preservação de vínculos afetivos apesar do trauma. Tendo como cerne o diário de Lili Jaffe (1926-2020) escrito após sua prisão em Auschwitz, o livro também simboliza o encontro entre gerações, contando com textos de sua filha, Noemi Jaffe, e sua neta, Leda Cartum. No diário, a sobrevivente descreve a fome e a má qualidade da “ração” distribuída às prisioneiras, bem como o trabalho na cozinha de Auschwitz, quando a comida, trocada por roupas ou contrabandeada às escondidas para judeus famintos, institui relações de camaradagem e subversão. As dificuldades alimentares mudam drasticamente após a libertação das prisioneiras. Na condição de exiladas de guerra, Lili e suas “irmãs de campo” (SAIDEL, 2009) são presenteadas em cidades europeias com doces diversos, que podem comer até enjoar. Na privação ou no excesso, a comida é elaborada tanto como elemento desencadeador da criação de linguagem quanto como bem cultural, perpassando opressões políticas, luta por sobrevivência, diferenças e pertencimentos culturais. Por fim, em seu preparo e partilha, configura-se como um modo de manter a comensalidade judaica viva.</p>Felippe Lima
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2023-12-022023-12-02173310612210.35699/1982-3053.2023.47982Quando o mundo se tornou branco
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<p>Partir de um país onde a esmagadora imposição religiosa colocou em perigo a sua antiga fé foi uma das etapas na busca de autopreservação a que os judeus etíopes (Beta Israel) tiveram que se submeter. Em Israel, onde se estabeleceram nas últimas décadas do século XX, coube aos etíopes a penosa tarefa de enfrentar a mudança hierárquica pela qual a própria família precisou passar, ao lado das demais diferenças socioeconômico-culturais. E, a todas essas, sobrepôs-se a distinção da cor da pele. Como tais enfrentamentos e adaptações à nova experiência se apresentam na linguagem ousada do conto “Eich shehaolam nihiya lavan” (Quando o mundo se tornou branco), (2013), da coletânea sob o mesmo título de Dália Betolin-Sherman, uma das raras escritoras israelenses de origem etíope, é alvo da abordagem neste texto. É através do olhar da personagem Ester-menina e, depois, adolescente, quando o crescimento é acompanhado pela sensação de estranheza, que se pode seguir a complexidade da experiência no novo país.</p>Nancy Rozenchan
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2023-12-022023-12-02173313915310.35699/1982-3053.2023.48997Tessituras da identidade judaica na narrativa de Elisa Lispector
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<p>A análise da ficção de Elisa Lispector é um espaço para problematizar a condição das mulheres na sociedade, destacando seu testemunho enquanto escritora judia. O romance <em>No Exílio</em> (1948) a autora oferece uma significativa contribuição literária ao registrar a saga da família Lispector durante o exílio na Europa. Ao atravessar o continente, enfrentando perseguições de cossacos e inimigos judeus, a narrativa descreve as dificuldades enfrentadas pela comunidade judaica em busca do direito fundamental de viver. O estilo direto da obra, desprovido de desvios literários e recursos vocabulares excessivos, evidencia a luta dessa comunidade pela valorização desse direito essencial. A protagonista do romance, filha mais velha de uma família judia, explora, por meio da memória, o passado de agonia e aflição durante a jornada do país de origem para uma nova terra. Nesse sentido, o presento estudo tem o objetivo de analisar como a identidade judaica da autora aparece no livro no exílio, por meio da voz autoral. A identidade judaica, como abordada no romance e no contexto mais amplo, é entendida como uma interseção complexa entre elementos religiosos, culturais e históricos. Os preceitos judaicos, baseados na Torá, fornecem um arcabouço ético e espiritual, orientando a vida dos judeus em rituais de oração, celebrações festivas, práticas alimentares e normas éticas. Esses preceitos não apenas orientam a conduta individual, mas também fortalecem a coesão comunitária, transmitindo a identidade judaica ao longo das gerações. A observância das práticas religiosas, rituais familiares e a ligação profunda com a comunidade judaica global são meios essenciais de manutenção e transmissão dessa identidade rica e distintiva ao longo do tempo. Quanto aos aspectos metodológicos, será feita a análise textual do <em>corpus</em> escolhido, a partir da revisão bibliográfica. Para essa investigação, recorreremos à algumas reflexões críticas e teóricas de autores como Geertz (1989), Yerushalmi (1989), Amós Oz e Fania Oz-Salzberger(2015), dentre outros. Este estudo busca assim contribuir para uma compreensão mais aprofundada da literatura judaica e da identidade judaica na obra de Elisa Lispector.</p>Patrícia Lopes da Silva
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2023-11-302023-11-30173310.35699/1982-3053.2023.49055Vidas vividas, vidas escritas
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<p>Este artigo tem como objetivos apresentar a escritora e poeta polono-israelense Irit Amiel e refletir sobre sua biografia, inseparavelmente unida à sua escrita, em grande parte autobiográfica. Para tanto relato a biografia da escritora por meio de suas palavras, extraídas de livros e entrevistas, e uso estudos a seu respeito. Como quatro marcadores do relato biográfico uso os pontos de quebra na vida da autora, momentos de transformações importantes que configuram nascimentos de uma nova personalidade. Assim a fase da infância termina com o “segundo nascimento”, o momento da saída do gueto. Uma outra nova vida, a maturidade, é marcada simbolicamente com a mudança de nome depois de chegar a Israel. Por fim a época da sabedoria e senescência coincide com a estreia como escritora aos sessenta e três anos. O relato é acompanhado de uma reflexão sobre o trauma de um outro sobrevivente da Shoá, Boris Cyrulnik.</p>Piotr Kilanowski
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2023-12-022023-12-02173315417310.35699/1982-3053.2023.48250Terra de Israel
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<p><strong>Terra de Israel</strong></p>Vlad Eugen Poenaru
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2023-12-022023-12-02173311Moisés I
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<p><strong>Moisés I</strong></p>Adam GrzybowskiLuis Goldman
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2023-12-022023-12-021733256256Moisés II
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<p><strong>Moisés II</strong></p>Adam GrzybowskiLuis Goldman
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2023-12-022023-12-021733257257Um complexo familiar para um bolo impossível
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<p>Um complexo familiar para um bolo impossível</p>Ana Cecília Carvalho
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2023-12-022023-12-02173323924010.35699/1982-3053.2023.49003Babe Bertha
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<p><strong>Babe Bertha</strong></p>Cláudio Feldman
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2023-12-022023-12-02173324124610.35699/1982-3053.2023.49001Judeu honorário
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<p>Tradução</p>John Repp
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2023-12-022023-12-02173327127210.35699/1982-3053.2023.46518Flora Saporto
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<p>Tradução do conto <em>Flora Saporto</em> de Nehama Pohatchevsky</p>Nehama Pohatchevsky
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2023-12-022023-12-02173327328610.35699/1982-3053.2023.48262Escrituras latino-americanas em galut
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<p>Resenha a: <br><br></p> <p>SENKMAN, Leonardo. <em>Ires y venires</em>: escrituras migrantes latinoamericanas judías. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Equidistancias, 2023. 304p.</p>Filipe Amaral Rocha de Menezes
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2023-12-022023-12-02173326727010.35699/1982-3053.2023.49006A espada e o chapéu vermelho
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<p>As fontes judaicas que descrevem o vestuário não médico e acessórios de médicos são escassas. O artigo atual concentra-se no traje de médicos judeus no Império Otomano nos séculos XVI-XIX. Dois problemas principais relacionados aos itens de vestuário usados por médicos judeus otomanos são evidentes: o chapéu usado pelos médicos e a prática de portar uma espada. Testemunhos escritos e ilustrações indicam que, ao contrário de outros homens judeus que usavam um chapéu amarelo, os médicos judeus usavam um chapéu vermelho ou azul, cores consideradas mais prestigiosas. O chapéu alongado que usavam, no entanto, tinha uma forma diferente da dos médicos muçulmanos, de modo que podiam ser distinguidos de seus colegas.</p>Abraham Ofir Shemesh
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2023-12-022023-12-02173317418410.35699/1982-3053.2023.47629Meir Kucinski
https://periodicos.ufmg.br/index.php/maaravi/article/view/46900
<p>Meir Kucinski (1904-1976) foi um escritor judeu de origem polonesa, imigrante brasileiro, e professor da língua e literatura ídiche no país. Neste artigo, a partir de elementos da vida e da trajetória do autor, e da leitura e análise de alguns de seus textos e contos traduzidos ao português – mormente os presentes no livro <em>Imigrantes, mascates e doutores ‒</em> organizado por Rifka Berezin e Hadassa Cytrynowicz ‒, pretende-se investigar elementos da relação de Kucinski com o ambiente do "novo mundo" onde se encontra: a vida comunitária, cultural e intelectual da diáspora judaica no Brasil, as reminiscências do passado europeu presentes em sua literatura, o convívio com o Brasil e os brasileiros, e a opção pela manutenção da escrita literária em ídiche, mesmo com o franco declínio da língua, em número de escritores, falantes e ouvintes, a partir de meados do século XX. Nossa proposta envolverá a leitura detida e análise de contos e outros textos do autor ‒ alguns inclusive de caráter autobiográfico ‒, bem como a fortuna crítica sobre o seu trabalho; buscando situá-lo em seu contexto sociocultural bem como explorar a relação de sua literatura com sua "fonte", a literatura ídiche europeia, bem como as transformações e peculiaridades que envolvem seu contato com a diáspora judaica brasileira, resultado de sua migração.</p>Ernesto Mifano Honigsberg
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2023-12-022023-12-02173318519110.35699/1982-3053.2023.46900A construção do personagem judeu porto-alegrense em ˜"Diário da queda", de Michel Laub
https://periodicos.ufmg.br/index.php/maaravi/article/view/46483
<p>Este artigo analisa a construção do personagem judeu porto-alegrense em <em>Diário da queda</em>, de Michel Laub (2011), tendo em vista os traços culturais que ele carrega e a importância do judaísmo e de Porto Alegre para a narrativa. Utilizando como principais referenciais teóricos os estudos de Luiz Antonio de Assis Brasil (2019) e James Wood (2017) sobre construção de personagem e, sobre identidade judaica, os de Moacyr Scliar (1985), Elizabeth Roudinesco (2010) e Amós Oz e Fania Oz-Salzberger (2015), o ensaio investiga o modo como o personagem se relaciona com as interações intergeracionais e com os traumas individual e coletivo. Também reflete sobre o papel da escrita dos homens de três gerações da família do personagem na transmissão do judaísmo.</p>Laura Jovchelovitch
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2023-12-022023-12-02173319220610.35699/1982-3053.2023.46483Contrapontos religiosos em Clarissa, de Erico Verissimo
https://periodicos.ufmg.br/index.php/maaravi/article/view/47700
<p>O romance <em>Clarissa</em>, de Erico Verissimo, publicado inicialmente em 1933, apresenta ao leitor uma galeria de tipos humanos que representam diversas identidades, concentradas em um só espaço, a pensão da tia Zina. Dentro desse microcosmo social brasileiro, no contexto histórico muito próximo da primeira guerra mundial, do crash da bolsa de valores de Nova York e da Era Vargas, o autor constrói personagens que poderiam ter existido nesse período, que poderiam ter sido seus conhecidos, como o judeu Levinsky e o protestante Gamaliel. Já nesse romance de iniciação, Verissimo investe na técnica do contraponto, recurso recorrente em toda a sua ficção, a fim de levar o seu leitor a uma dialética sobre questões históricas, econômicas, religiosas e afetivas. Este trabalho propõe, portanto, uma análise literária das representações do judeu e do protestante, articulada a essa contraposição.</p>Osmar Pereira Oliva
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2023-12-022023-12-02173320722110.35699/1982-3053.2023.47700O menino do pijama listrado
https://periodicos.ufmg.br/index.php/maaravi/article/view/48648
<p>O romance <em>O menino do pijama listrado</em>, do escritor irlandês John Boyne, foi<br />publicado em 2006 e logo em 2008 deu origem a um filme; trata da amizade entre<br />dois meninos, Bruno e Shmuel ‒ que nasceram no mesmo dia ‒ , confinados em um<br />campo de extermínio, um de cada lado da cerca de arame que delimita o campo.<br />Livro e filme tiveram sucesso estrondoso, a ponto de o livro, traduzido em dezenas<br />de idiomas e com milhões de exemplares vendidos, ser comparado com o Diário de<br />Anne Frank e passar a ser utilizado como recurso pedagógico para o ensino da Shoah<br />para crianças em idade escolar. Neste artigo, partindo de uma recapitulação do<br />quadro histórico em que se ambienta a ação do romance - a catástrofe que se abateu<br />sobre o povo judeu sob a barbárie nacional-socialista -, refletimos sobre a adequação<br />de seu uso didático, principalmente do ponto de vista de verossimilhança e respeito<br />aos fatos históricos nele referidos.</p>Saul Kirschbaum
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2023-12-022023-12-02173322223810.35699/1982-3053.2023.48648