Mapas temáticos da viticultura portuguesa: “Contribuição para o Cadastro dos Vinhos Portugueses na Área de Influência da J. N. V.” (1942)

Autores

  • Mário Gonçalves Fernandes Universidade do Porto
  • Helder Trigo Gomes Marques Universidade do Porto

Palavras-chave:

cartografia temática histórica, viticultura

Resumo

Em Portugal, no que à cartografia histórica da viticultura diz respeito, existem duas fases marcantes em que o uso da cartografia foi recorrente: o primeiro, descola essencialmente no dealbar do último quartel do século XIX, quando os levantamentos e publicações da cartografia de base se consolidaram, e prolongou-se, grosso modo, até à queda do regime monárquico; o segundo, iniciou-se com a fase de afirmação política do Estado Novo e encerrou-se, sensivelmente, pelos anos 50 do século passado.
No contexto dos organismos corporativos de regulação setoriais ou de fileira produtiva criados pelo Estado Novo, o caso da Junta Nacional do Vinho (1937) é incontornável. Para ela foram transferidas as competências que anteriormente estavam acometidas à Federação dos Viticultores do Centro e Sul de Portugal (1933).
É, justamente deste período o exemplo iniciático que aqui se apresenta e analisa, consubstanciado na publicação, em dois volumes, da Contribuição para o Cadastro dos Vinhos Portugueses na Área de Influência da J. N. V., cujos trabalhos de campo se iniciaram em 1939 e que refere a data de 1942 no rosto de ambos os volumes, embora tenha sido impresso, de facto, em dezembro de 1943.
Trata-se do levantamento e análise de solos, das características químicas dos mostos, bem como das condições organoléticas, dado serem recorrentes as práticas defeituosas na produção vinícola, as quais, num contexto de predomínio de pequenos produtores, só em parte seriam mitigadas com a criação, nos anos 50, da rede de adegas cooperativas.

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Referências

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Publicado

2019-12-20

Edição

Seção

Artigos