Metodologias diferenciadas aumentam a eficiência de inventários faunísticos em cavernas?

Autores

  • Thais Giovannini Pellegrini Universidade Federal de Lavras
  • Rodrigo Lopes Ferreira Universidade Federal de Lavras

Palavras-chave:

Amostragem, Funis de Berlese-Tullgren, Redes de Zooplâncton, Invertebrados

Resumo

Comunidades que habitam o ambiente subterrâneo são distintas e variadas. As espécies que compõem tais comunidades apresentam preferências por determinados substratos, sejam eles aquáticos ou terrestres, pobres ou ricos em recursos alimentares, dentre outros. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi verificar a importância do emprego de diferentes metodologias para se amostrar invertebrados em diferentes biótopos cavernícolas. Para tal, foram empregadas três metodologias distintas em uma grande caverna (Lapa Nova, Vazante, MG, Brasil). Uma delas foi a coleta manual realizada em ambientes terrestres; a outra compreendeu a utilização de extratores do tipo funis de Berlese-Tullgren em um grande depósito de guano e finalmente, amostragens nos ambientes aquáticos por meio de redes de zooplâncton. Os métodos de amostragem no guano e na água acrescentaram 39 espécies à amostragem empregada em toda a extensão da caverna. Os funis de Berlese representaram um incremento de quase 20% na riqueza da caverna, enquanto que a rede de zooplâncton contribuiu com um acréscimo de 1,6%. Dessa forma, com o uso de metodologias distintas e específicas, a riqueza total da cavidade se elevou de 187 para 226 espécies. Com base nesses resultados pode-se concluir que, para se obter uma boa amostragem da fauna de uma caverna, é necessário que se aplique metodologias diferenciadas que se complementam e atendam às especificidades de cada ambiente em estudo.

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Publicado

2012-01-01

Edição

Seção

Artigos