Compilar para conhecer: alguns mapas do território colonial brasileiro da mapoteca do Arquivo Histórico do Exército

Resumo

Com mais de 3.700 mapas, a mapoteca do Arquivo Histórico do Exército (ahex) reúne uma produção cartográfica que vai do século xvi ao xx, com enfoque especial para o território brasileiro, sendo isso um reflexo de suas origens e objetivos primordiais, pois fora criado para ser um lugar “onde se reunaó [sic], e conservem todos os Mappas, e cartas, tanto das Costas, como do interior do Brazil”, como se lê em seu decreto de criação, lavrado em 07 de abril de 1808, e assinado por D. João, Príncipe Regente de Portugal. Em seus primórdios, o “Real Archivo Militar” recebeu grande parte da documentação cartográfica trazida pela Família Real portuguesa quando de sua transmigração para o Brasil e que, mesmo após o retorno do monarca português para Lisboa em 1821, com a restauração administrativa naquela capital, uma importante parcela das cartas trazidas aqui permaneceu, acervo este que a tornou uma das principais mapotecas existentes, em âmbito mundial, no que tange ao Brasil Colonial. Assim, neste trabalho objetivamos apresentar alguns documentos cartográficos de síntese, a saber, o mapa relativo às Américas, extraído da Cosmographia, de Sebastian Münster, o “Mapa Da maior parte Da Costa e Sertaõ, do Brazîl”, baseado em um original do Padre Jacobo Cocleo e a Nova Lusitania, de Antônio Pires da Silva Pontes Leme, pertencentes ao acervo do ahex1, relativos às terras do Brasil, compilados a partir de trabalhos de maior escala, tanto por cartógrafos a serviço de Portugal como de outras nações, e que visaram reunir um conjunto de informações, fosse em relação ao interior da colônia portuguesa como em relação às suas costas. Informações estas que forneciam ao soberano e à administração real condições, por exemplo, para melhor aquilatar a extensão dos domínios territoriais coloniais, permitindo um melhor conhecimento do espaço geográfico ocupado.