O maior desastre ambiental brasileiro: de Mariana (MG) a Regência (ES)
Autores
Danielle Letícia da Silva
Matteus Carvalho Ferreira
Maria Rita Scotti
UFMG
Palavras-chave:
Barragem de rejeitos de mineração, impacto ambiental, aminas, recuperação de áreas degradadas
Resumo
Em 5 de novembro de 2015 ocorreu o rompimento da barragem de rejeitos minerários de Fundão (Mariana/MG), bem como de parte da barragem de Santarém, ambas pertencentes à empresa de mineração Samarco. Este rompimento, cuja vazão foi de mais de 55 milhões de metros cúbicos de rejeito de mineração, caracterizou o maior desastre ambiental do Brasil. O ferro é o metal mais utilizado do mundo, sendo extraído da natureza sob a forma de minério. Durante seu processamento, é utilizado o sistema de flotação catiônica reversa, que ocorre em pH alcalino (entre 10 e 10,5). Neste sistema, a precipitação do minério de ferro é promovida pela adição de amido, enquanto a flotação do material restante na ganga (rejeito) é promovida pela adição de aminas. Estas últimas são altamente corrosivas e potencialmente tóxicas aos sistemas biológicos. O rompimento da barragem de rejeitos gerou impactos na qualidade e disponibilidade da água, vegetação ripária, fertilidade e microbiota do solo. Estes impactos foram ocasionados tanto pelo acúmulo de sedimentos, quanto pela sua toxicidade (em especial devido à presença de aminas, que elevaram o pH da água e do solo). Os impactos sobre a mata ciliar são passíveis de recuperação, desde que sejam utilizadas técnicas adequadas de contenção física e estabelecimento de vegetação que seja simultaneamente tolerante à toxicidez das aminas e capaz de promover a agregação do solo.
Biografia do Autor
Maria Rita Scotti, UFMG
Bióloga, doutora, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais
Qualis CAPES A3 – Antropologia / Arqueologia, Arquitetura, Urbanismo e Design, Artes, Ciências Agrárias I, Geociências, Geografia, Linguística e Literatura