Determinação da área fonte da água marinha do córrego Boa Vista através do seu desgaste fluvial (região de Galiléia, MG)
Palavras-chave:
Água marinha, desgaste fluvial, prospecção gemológica.Resumo
A pesquisa desenvolve um método, para estimar a localização da área fonte desconhecida de gemas encontradas em sistema fluvial, utilizando o parâmetro desgaste. Como um dos objetivos da pesquisa prospectou-se água marinha no Córrego Boa Vista, à leste de Galiléia. Encontrou-se diversas amostras do mineral gema no sistema fluvial, algumas sem desgaste nenhum e outras com desgaste pronunciado. As gemas sem desgaste são oriundas da Lavra do “Eduardo”, situada a 150m ao Norte do local de prospecção. Já aquelas com desgaste acentuado foram alvo da presente pesquisa.
Utilizando amostras de água marinha coletadas na Lavra do “Eduardo”, em laboratório, com sedimentos do próprio sistema fluvial simulou-se o desgaste durante o transporte com a utilização de um tambor rotário (tumbler). O desgaste foi observado e descrito com utilização de uma lupa binocular e comparado com aquelas amostras coletadas do sistema fluvial. As curvas de desgaste foram desenvolvidas utilizando tempo de rotação em relação à perda de peso e, transformadas em distância percorrida. Desta forma determinou-se que as amostras de água marinha com desgaste pronunciado encontradas no Córrego Boa Vista percorreram uma distância de 4km de sua fonte. Os levantamentos de campo revelaram a ocorrência da lavra da Cigana a 4km a jusante do local prospectado, que representa a área fonte de tais água marinhas.
O processo representa um método auxiliar de prospecção aluvionar, maximizando o custo / benefício em relação ao método convencional, podendo ser usada em outros minerais gemológicos como foi realizado para a brasilianita da área de Mendes Pimentel, em Minas Gerais.