André Anderson Cavalcante Felipe; Naara Oliveira Góes


Artigo


Bases indexadoras e seu papel dentro da comunicação científica




André Anderson Cavalcante Felipe1


Naara Oliveira Góes2





Resumo: O artigo propõe uma análise do papel das bases indexadoras dentro do atual processo de comunicação científica, considerando a sua utilização como critério de avaliação no sistema de avaliação Qualis-periódicos. Metodologicamente, caracteriza-se como uma pesquisa descritiva de caráter bibliográfico e abordagem qualitativa. O levantamento documental consistiu na identificação das orientações para indexação disponibilizada pelas bases de dados para os editores. A amostra foi composta por seis bases mencionadas no documento Qualis periódicos: Redalyc, Scielo, Latindex, Scopus, WOS e DOAJ. Como resultados, constatou-se que os critérios utilizados para decidir pela indexação ou não de um periódico, estão relacionados às suas caraterísticas qualitativas, como os sistemas de avaliação, cobertura e conteúdo temático. Detectou-se o seguinte quantitativo de critérios exigidos pelas bases analisadas: Redalyc – 66, Scielo – 49, Latindex – 44, WOS – 24, Scopus – 16. Conclui-se que, independentemente do número de critérios avaliados todas as bases possuem uma política de avaliação, o que implica em uma constante readequação, ou padronização dos editores e demais membros do corpo editorial, para garantir que continuem a se enquadrar no perfil desejado pela base indexadora.

Palavras-chave: Qualis-periódicos; comunicação científica; indexação, bases indexadoras de periódicos.



Indexing bases and their role within scientific communication


Abstract: The article proposes an analysis of the role of indexing bases within the current scientific communication process, considering their use as an evaluation criterion in the Qualis-periódicos evaluation system. Methodologically, it is characterized as descriptive research with a bibliographic nature and a qualitative approach. The documentary survey consisted of identifying the indexing guidelines made available by the databases to editors. The sample was composed of six databases mentioned in the Qualis periodical document: Redalyc, Scielo, Latindex, Scopus, WOS and DOAJ. As a result, it was found that the criteria used to decide whether or not to index a journal are related to its qualitative characteristics, such as evaluation systems, coverage and thematic content. The following number of criteria required by the analyzed databases was detected: Redalyc – 66, Scielo – 49, Latindex – 44, WOS – 24, Scopus – 16. It is concluded that, regardless of the number of criteria evaluated, all databases have a policy evaluation process, which implies constant readjustment or standardization of editors and other members of the editorial board, to ensure that they continue to fit the profile desired by the indexing base.

Keywords: Qualis-periódicos; scientific communication; indexing, periodical indexing bases.



Bases de indexación y su papel dentro de la comunicación científica


Resumen: El artículo propone un análisis del papel de las bases de datos indexadoras dentro del actual proceso de comunicación científica, considerando su uso como criterio de evaluación en el sistema de evaluación Qualis-periódicos. Metodológicamente se caracteriza por ser una investigación descriptiva de carácter bibliográfico y enfoque cualitativo. El levantamiento documental consistió en identificar las pautas de indexación que las bases de datos ponen a disposición de los editores. La muestra estuvo compuesta por seis bases de datos mencionadas en el documento periódico Qualis: Redalyc, Scielo, Latindex, Scopus, WOS y DOAJ. Como resultado, se encontró que los criterios utilizados para decidir si indexar o no una revista están relacionados con sus características cualitativas, como sistemas de evaluación, cobertura y contenido temático. Se detectó el siguiente número de criterios requeridos por las bases de datos analizadas: Redalyc – 66, Scielo – 49, Latindex – 44, WOS – 24, Scopus – 16. Se concluye que, independientemente del número de criterios evaluados, todas las bases de datos tienen un proceso de evaluación de políticas, que implica un constante reajuste o estandarización de los editores y demás miembros del consejo editorial, para asegurar que sigan ajustándose al perfil deseado por la base indexadora.

Palabras-clave: Qualis-periódicos; comunicación científica; indexación, indexación periódica de bases de datos.


Como citar este artigo: FELIPE, André Anderson Cavalcante; GÓES, Naara Oliveira. Bases indexadoras e seu papel dentro da comunicação científica. Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 14, p. 1-17, 2024. DOI: 10.35699/2237-6658.2024.51460.

1 Introdução

O periódico científico, embora não seja o único meio de comunicação científica, apresenta papel importante, pois dinamiza cada vez mais a divulgação das pesquisas. Contudo, para um periódico científico ser considerado de qualidade pelos pesquisadores das áreas que abrangem, ele deve atender a alguns critérios, tais como, a inserção em bases indexadoras e a apresentação do fator de impacto (Barata, 2016). Esses critérios são levados em consideração no momento da publicação dos trabalhos em periódicos científicos conceituados pelos seus autores, com a finalidade de garantir maior visibilidade e reconhecimento de seus trabalhos.

Essa presença do periódico em bases indexadoras e o fator de impacto também são observadas por agências de fomento à comunicação científica, cujo objetivo é apoiar os periódicos científicos. Além disso, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) gera uma classificação denominada de Qualis-periódicos, que é um sistema brasileiro, cuja função é avaliar os periódicos científicos, utilizados como canais de comunicação dos programas de pós-graduação sejam nos formatos impressos ou eletrônicos, sejam em canais científicos nacionais ou estrangeiros.

Entretanto, apesar das recomendações da CAPES sobre a não utilização do Qualis-periódicos como um filtro para a escolha do periódico no qual os pesquisadores irão publicar, esses são cobrados pelos seus programas quanto à publicação de artigos em periódicos com conceitos entre os níveis de B4 à A1.

É interessante ressaltar que os programas de pós-graduação adotam essa postura com seus pesquisadores, pois durante a avaliação realizada pela CAPES, as notas atribuídas aos programas levam em consideração o quantitativo de artigos publicados pelos membros da pós-graduação em periódicos com determinados conceitos. Por isso, o nível de estratificação de um periódico científico é uma das principais preocupações dos editores científicos, que se preocupam em atender aos critérios apresentados pelas CAPES, entre eles a presença dos periódicos em bases indexadoras.

Por sua vez, essas notas são um dos elementos que determina a destinação de recursos financeiros por agências de fomento. Além disso, a presença dos periódicos em bases indexadoras e o nível de estratificação que possui no Qualis-periódicos, também são utilizados como critério de avaliação em editais. Desse modo, é importante analisar o papel atribuído às bases indexadoras e se os critérios de inserção exigidos por elas são capazes de garantir a qualidade da produção científica disseminada pelos periódicos.

Assim, o conceito gerado pela avaliação da CAPES, finda por influenciar na distribuição de recursos para os programas de pós-graduação, afetando, desse modo, o desenvolvimento das pesquisas realizadas por esses.

Vale ressaltar, ainda, a importância dos periódicos científicos não só como veículo de comunicação científica, mas também, como elemento garantidor de qualidade do trabalho divulgado, logo do pesquisador/programa que o produziu. Diante deste contexto, lança-se o seguinte questionamento: qual o papel das bases indexadoras no processo de comunicação científica?

Frente a esse questionamento, o presente artigo adota como objetivo geral: analisar qual o papel das bases indexadoras dentro do atual processo de comunicação científica, considerando a sua utilização como critério de avaliação no sistema de avaliação Qualis-periódicos. Sendo os objetivos específicos: analisar quais são os novos aspectos inerentes aos periódicos científicos; verificar como bases indexadoras são levadas em consideração no momento de avaliação do periódico.

A metodologia do estudo atende a três requisitos: objetivos, finalidade e objeto da pesquisa. Quanto aos objetivos, caracteriza-se como uma pesquisa descritiva busca descrever, narrar, classificar características de uma situação e estabelece conexões entre a base teórico-conceitual existente ou de outros trabalhos já realizados sobre o assunto e os fatos coletados; as respostas dessa pesquisa informam como determinado problema ocorre; os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles; os fenômenos são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador (Marconi; Lakatos, 1991; Gerhardt; Silveira, 2009).

Quanto a finalidade, identifica-se como uma Pesquisa qualitativa pois; busca entender não só o fato ou fenômeno estudado, como também o seu contexto, tendo como foco: conhecer o significado que se confere ao objeto estudado, pontos de vista, processos e percepções, dentre outros (Charoux, 2004).

Quanto ao objeto, adota a pesquisa bibliográfica, por definir-se basicamente por uma coleta de material disponível e já existente, o qual pode ser selecionado a partir de livros, de revistas, de periódicos especializados e de documentos diversos (Gil, 1991).


Na realidade, tal levantamento é o primeiro passo para o estudo sistematizado. Dito com outras palavras, se há um consenso na elaboração dos projetos de pesquisa, ele se relaciona principalmente com a necessidade de que o pesquisador, a partir da delimitação e da escolha do assunto, desenvolva leituras sistemáticas sobre a área em questão, a fim de que se possa caminhar de forma bem mais adequada no campo de análise pretendido. Como desenvolver uma investigação funcional sobre determinado assunto se me nego a aprofundá-lo, enriquecendo-o com o conhecimento já existente sobre o mesmo? Ainda que o referido pesquisador suponha ter determinado conhecimento sobre o assunto de pesquisa, ainda assim é importante a recomendação do levantamento bibliográfico (Bastos, 3009, p. 51).


O levantamento bibliográfico foi realizado através de busca por palavras-chaves como: bases indexadoras, periódicos científicos, avaliação Capes e Qualis periódicos. As bases utilizadas foram o Oasis, Portal de Periódicos Capes e o repositório de teses e dissertações do IBICT, em todas as bases aplicou-se um filtro temporal para recuperação de textos entre 2007 e 2018.

No que tange a escolha dos títulos recuperados, ela ocorreu a partir da leitura dos títulos e dos resumos, o que possibilitou a observação da pertinência das informações textuais de modo a contribuir com o andamento da pesquisa. Após a seleção dos títulos, foi realizada a leitura e fichamento dos textos de modo a destacar: os aspectos do periódico científico; os critérios de avaliação dos periódicos da CAPES; e o papel das bases indexadoras.

Os documentos utilizados consistem em formulários ou orientações disponibilizados pelas bases indexadoras para os editores. A amostra documental foi composta pelos documentos de orientações apresentados por seis bases (REDALYC, Scielo, LATINDEX, SCOPUS, WOS, DOAJ). Também compõe a amostra o documento de orientação sobre o processo avaliativo CAPES ciclo 2017 – 2020. Os documentos coletados foram analisados a partir do método descritivo-analítico.

2 O sistema de avaliação dos periódicos científicos

Para Meadows (1999) a comunicação científica é o coração da ciência, isso porque ela permite que ocorra a interação entre ideias, o compartilhamento contínuo de conhecimento, permitindo que indivíduos e grupos tenham acesso a novas informações que seus campos de atuação, assim como em outras áreas. Esse compartilhamento diminui a “probabilidade de duplicação de trabalho, evitando perda de tempo e esforço; prover conhecimento básico e introdutório para pesquisas em áreas não familiares; e prover dados específicos necessários para trabalhos em execução” (Droescher; Silva, 2014, p. 172).

É por meio da comunicação científica que as pesquisas realizadas são validadas, garantindo para os pesquisadores, e programas aos quais participam, as devidas certificações e competências que firmam a credibilidade e aceitação desses dentro da comunidade. Esse processo de comunicação envolve elementos formais e informais, que vão da participação em eventos à publicação dos resultados em periódicos científicos. Normalmente a publicação dos resultados ocorre sob a forma de artigos e é sobre a forma de avaliá-los que trataremos a partir de agora.

No Brasil o sistema de avaliação dos periódicos científicos é realizado pela Capes através do Qualis periódico, sendo essa parte do processo de avaliação dos programas de pós-graduação. O Qualis foi criado com o intuito de classificar a produção científica dos programas de pós-graduação no que se refere aos artigos publicados em periódicos científicos. “[...] Como resultado, disponibiliza uma lista com a classificação dos veículos utilizados pelos programas de pós-graduação para a divulgação da sua produção” (CAPES, 2019).

Contudo, é interessante ressaltar que o termo Qualis periódico apresenta certa ambiguidade, pois aplica-se tanto ao conjunto de critérios de avaliação, a base de dados na qual é possível consultar a estratificação dos periódicos avaliados, e, a lista de divulgação que associa que associa cada periódico aos seus respectivos estratos. Utilizamos o plural para nos referir a estratificação de um periódico, pois a avaliação era realizada por área o que levava um periódico a possuir mais de uma classificação.

De acordo com Campos (2010, p. 482) para melhor compreensão podemos definir o Qualis das seguintes maneiras:


Qualis Critérios: é o conjunto de procedimentos e critérios utilizados pela Capes para estratificação da produção intelectual dos veículos de comunicação. Há três tipos de veículos: os periódicos, os anais de eventos e os livros. Os critérios podem variar de acordo com a área do conhecimento [...].

Qualis Dados: é a base de dados de um tipo veículo de publicação de uma área de avaliação [...].

Qualis Lista: esse termo refere-se à lista de periódicos de uma determinada área de avaliação, com a respectiva classificação. A lista fica disponível para acesso público no Portal Capes [...].


As definições apresentadas por Campos (2010) nos ajudam a compreender melhor o Qualis dentro da comunicação científica, nos permitindo visualizar melhor o desdobramento de seu alcance dentro da comunidade científica, enquanto o Qualis critérios é um sistema de avaliação dos periódicos e que finda por influenciar no modo como os editores gerenciam os periódicos, afinal é preciso ter um bom conceito para atrair mais pesquisadores.

Enquanto isso, o Qualis base é uma ferramenta de pesquisa utilizada muitas vezes pelos pesquisadores para escolher um periódico no qual ele publicará, já que no final do processo, uma publicação em uma revista com estratificação mais alta garantirá maior credibilidade para o pesquisador como também vantagens no momento da avaliação do currículo em uma seleção. Por fim, o Qualis lista é um documento que ao apresentar a estratificações das revistas influenciará no processo de avaliação dos programas de pós-graduação, ela fecha o ciclo, pois cada área apresenta um documento de área - documento específico de cada área que estabelece os critérios a serem utilizados na avaliação trienal – que considerará a quantidade de artigos publicados e a estratificação dos periódicos que os veicularam.

O processo de classificação ocorre a partir do cruzamento de dados dos programas de pós-graduação fornecidos pelo aplicativo “Coleta de Dados”, disponível na base sucupira, que as instituições de ensino preenchem. Entre as informações solicitadas aos programas encontram-se as informações bibliográficas dos artigos publicados, a partir dos dados fornecidos, a equipe da CAPES consegue identificar os periódicos nos quais os pesquisadores dos programas publicaram e a partir de então determina quais periódicos serão avaliados.

Desse modo, podemos observar que o Qualis determina a qualidade dos artigos, ou outras produções científicas, de forma indireta, a partir da análise da qualidade dos periódicos científicos, sendo um dos critérios utilizados para aferir essa qualidade dos periódicos científicos a sua presença do periódico em determinadas bases indexadoras. O Qualis afeta diretamente a distribuição de recursos financeiros para realização de pesquisas e a qualidade de vida dos pesquisadores, pois o recebimento de uma bolsa impacta diretamente em sua capacidade de custear sua pesquisa.

2.1 Os critérios avaliados no Qualis periódicos

O processo de avaliação do Qualis tem como objetivo estratificar a produção científica em conceitos que seguem uma ordem hierárquica, são eles: A1, A2, A3, A4, B1, B2, B3, B4 e C (peso zero na avaliação). As estratificações são compostas levando em consideração o CiteScore, Fator de Impacto e o índice h5 do Google Scholar. De acordo com a CAPES (2023), as publicações devem apresentar as seguintes características:

  1. possuir um editor responsável;

  2. comissão editorial;

  3. conselho consultivo formado por pesquisadores de diversas instituições;

  4. indicar a filiação dos membros do corpo editorial e do conselho consultivo;

  5. possuir registro de ISSN;

  6. linha editorial definida - missão, escopo, periodicidade, forma de avaliação;

  7. normas de submissão claras;

  8. periodicidade regular;

  9. avaliação dos artigos originais realizadas pelo conselho consultivo ou pareceristas ad hoc;

  10. Tratando-se de revista nacional, título, resumo e palavras-chave no mínimo em dois idiomas, sendo um deles português;

  11. data de recebimento e de aceite dos artigos.

As publicações que não apresentam essas características mínimas, mesmo quando registradas nos ‘coleta dados’, não são consideradas como periódicos científicos. Alguns dos critérios utilizados pela CAPES para considerar um periódico científico também podem ser observados na NBR 6022 (ABNT, 2018), que define o periódico científico como um tipo de publicação em qualquer tipo de suporte, editada em unidades sucessivas, por tempo indeterminado.

No que se refere às características de qualidade dos periódicos científicos, Trzesniak (2006) apresenta quatro dimensões básicas que devem ser observadas:





Quadro 1 Dimensões básicas da qualidade de um periódico científico

Adequação técnico-normativa do produto

Finalidade do produto

Processo de produção

Mercado

Refere-se às normas utilizadas para a adequação do periódico. A norma a ser utilizada diferencia-se dependendo da área do conhecimento. Pode ser utilizado a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), Vancouver ou como, por exemplo, na área da psicologia a APA (American Psychological Association).

Está ligada à como e quão bem o periódico cumpre a sua finalidade, enunciada na sua política editorial e sintetizada na sua missão.

É a qualidade associada à execução dos procedimentos editoriais de modo sistemático, completo, eficiente, eficaz e transparente. O cumprimento dessa dimensão implica a existência de um manual de procedimentos da qualidade, que documente todos os passos associados à produção da revista e que seja escrupulosamente obedecido pela equipe de trabalho.

É a qualidade que o consumidor, o usuário, atribui ao produto, exista ela ou não. Nesta dimensão entra a busca pela indexação nas bases de dados de ampla visibilidade, bem como o trabalho de divulgação do periódico na Internet, através de um sistema eletrônico de editoração de revistas.

Fonte: (Trzesniak, 2006).


Destarte, podemos observar que são vários os aspectos que devem ser atendidos para uma revista ser considerada de qualidade. Assim, os editores precisam estar atentos aos critérios exigidos para que os periódicos sejam considerados de qualidade. Precisam seguir uma série de procedimentos, a fim de obter reconhecimento, para que possam também ser indexados pelas bases de dados e garantir maior visibilidade.

Em 2019 a Capes divulgou novos critérios de avaliação do Qualis periódicos, ainda durante o processo de execução dessa pesquisa, o novo Qualis tem como objetivo unificar o processo de avaliação, uma reivindicação antiga de muitos pesquisadores, isso porque a avaliação ocorria por área fazendo com que um periódico estivesse presente em vários estrados.

O novo critério de classificação “busca critérios mais objetivos que permitam uma comparação mais equilibrada entre áreas de avaliação, atentando-se também para a internacionalização” (Capes, 2023). Com esses novos critérios os periódicos passam a receber uma classificação única, prevalecendo na hora da avaliação a área na qual há maior número de publicações ou a categoria de área em que cada base de dados científicos enquadra o periódico e a sua posição relativa. Observe a figura a seguir:







Figura 1 Representação da relação no processo do novo processo de avaliação

Fonte: Adaptado de CAPES, 2023.


Na Figura 2 é possível visualizar os principais fatores analisados no novo modelo de avaliação do Qualis, a interação entre eles é até simples, os periódicos científicos possuem uma área de concentração temática, que corresponderia a área-mãe, esse ponto pode gerar um pouco de polêmica já que muitas vezes a revista apresenta em seu escopo uma área-mãe, mas possui uma maior publicação em outras áreas. De modo, geral a nova metodologia de classificação se fundamenta em quatro princípios:

  1. Classificação única – cada periódico recebe apenas uma qualificação, sem considerar a quantidade de áreas onde foi mencionado;

  2. Classificação por áreas-mães – os periódicos foram agrupados de acordo com a área onde houve o maior número de publicações nos anos de referência da avaliação; 

  3. Qualis Referência –combinando indicadores bibliométricos e um modelo matemático, a Diretoria de Avaliação da Capes pré-classificou os periódicos em estratos de referência;

  4. Indicadores bibliométricos – que consideram o número de citações do periódico em três bases: Scopus (CiteScore), Web of Science (Fator de Impacto) e Google Scholar (índice h5).

Os critérios apresentados no novo Qualis já eram utilizados na avaliação dos periódicos da área de engenharia, não sendo uma novidade para os pesquisadores dessa área a utilização suas utilizações. Apesar das polêmicas envoltas na determinação das áreas-mães e da utilização dos índices bibliométricos, queremos refletir sobre a indexação dos periódicos em bases indexadoras, até porque, com exceção do Google Scholar, todos os outros índices utilizados são constituídos levando em consideração os periódicos indexados em suas bases.


3 Bases indexadoras e seus critérios de avaliação

A indexação é a operação que consiste em selecionar, exprimir e recuperar as informações contidas nos documentos. Pressupõe etapas como: determinação do(s) assunto(s) fundamental(ais) do documento; extração dos termos correspondentes traduzidos em uma linguagem documental; formalização da descrição realizada de acordo com regras preestabelecidas (Lancaster, 2004). Já as bases de dados podem conter apenas referências ou conter dados, resumos ou textos completos, ou seja, conjunto de registros de mesmo tipo, organizados sob forma normalizada ou não, armazenados em computador numa das diversas formas legíveis por máquina (Faria; Pericão, 2008).

Devido a esse processo de triagem acredita-se que as bases indexadoras são fontes de informação de maior credibilidade, tendo em vista que as informações presentes nela passaram por avaliação de diversos critérios. Mas serão esses critérios suficientes para garantir a qualidade dos artigos veiculados pelos periódicos indexados? No que se referem as informações dos artigos disponibilizadas por essas bases estão: autor e título do artigo, título e local de publicação do periódico, ano, volume e/ou número de fascículo, e as páginas onde se encontra o artigo. De acordo com Rios (2017, p. 48),


[...] as agências mantenedoras das bases de dados estabelecem critérios de qualidade, conhecidos como critérios de indexação. Esses critérios possibilitam a análise, a uniformização e a padronização das publicações periódicas que integram os indexadores.


Por isso, para conseguir indexar seu periódico nas principais bases indexadoras os editores precisam adequá-los aos critérios solicitados. Alguns dos critérios são: cumprimento de periodicidade, sistema de avaliação por pares, publicação em mais de um idioma, autores e comitê editorial exógeno, entre outros. Para que o periódico possa estar indexado, é preciso que ele alcance um número considerável de critérios preestabelecidos, que levam em consideração as características de uma publicação periódica, conforme destacam Shintaku, Brito e Carvalho Neto (2014, p. 140): “A indexação de periódicos é um processo relacionado à qualidade, com critérios para a seleção das revistas que garantem certa padronização”.

Contudo é importante ressaltar que as bases de dados apresentam diferentes características e por isso apresentam diferentes critérios para indexação. Elas podem possuir caráter específico tratando de uma determinada área científica – como a área da saúde, da física, da matemática – ou podem ser multidisciplinares, reunindo artigos de várias áreas do conhecimento. Para compreendermos melhor motivo das bases de dados indexadoras (bases indexadoras) serem caracterizarem aval de qualidade aos periódicos selecionamos seis das principais bases apresentadas no novo Qualis, são elas:


Quadro 2 – Bases indexadoras analisadas durante a pesquisa

Indexadores

Nome

Instituição mantenedora

Áreas

Idioma

Web of Science (WOS)

Web of Science

Clarivate Analytics

Multidisciplinar

Inglês

Scopus

SCOPUS

Elsevier BV

Multidisciplinar

Inglês

Scielo

Scientific Electronic Library Online

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

Multidisciplinar

Português

DOAJ

Directory of Open Access Journals

Directory of Open Access Journals

Multidisciplinar

Inglês

Latindex

Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal

Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM)

Multidisciplinar

Espanhol

Redalyc

Red de Revistas Científicas de América Latina y El Caribe, España y Portugal

Universidad Autónoma del Estado de México

Multidisciplinar

Espanhol

Fonte: Elaboração própria, 2024.


3.1 Critérios avaliados pelas principais bases indexadoras

De acordo com Barata (2016), as fontes de dados bibliométricos mais utilizadas advém das bases indexadoras Scopus e Scielo, havendo entre elas uma diferença entre os indicadores fornecidos e os valores apresentados, sendo essa diferença causada pela variação da quantidade de periódicos nessas bases. Além dessas duas bases é mencionado no novo Qualis a Web of Science (WOS), como bases certificam a qualidade dos periódicos indexados e consequentemente dos artigos. Outras bases mencionadas são: Doaj, Latindex e Redalyc.

Os critérios avaliados pelas cinco bases mencionadas (Scopus, Scielo, Web of Science, Doaj, Latindex e Redalyc) bases variam entre si, contudo apresentam em comum alguns elementos, são eles: informações sobre a revista e o processo editorial. No quadro a seguir encontram-se os itens avaliados por essas bases.







Quadro 3 – Elementos básicos exigidos pelas bases de dados para indexação dos periódicos

Informações editoriais

Características dos conteúdos

Características inerentes aos periódicos eletrônicos

  1. Corpo editorial;

  2. Conselho editorial;

  3. Editor;

  4. ISSN e/ou E-ISSN;

  5. Apresentação do periódico;

  6. Escopo;

  7. Periodicidade;

  8. Descrição do sistema de arbitragem;

  9. Política de plágio;

  10. Política de acesso aberto;

  11. Política de arquivamento e preservação;

  12. Código de ética;

  13. Avaliadores exógenos.

  1. Conteúdo original;

  2. Instrução para autores;

  3. Referências bibliográficas;

  4. Exigência de originalidade;

  5. Resumo em dois idiomas;

  6. Palavras-chaves;

  7. Lembrete bibliográfico;

  8. Uso de identificadores;

  9. Afiliação dos autores.

  1. Navegação e funcionalidade da página;

  2. URL;

  3. Uma entrada HTML ou PDF por artigo;

  4. Indexação em outras bases;

  5. Fator de impacto;

  6. Uso de protocolo de interoperabilidade;

  7. Uso de diferentes formatos de edição;

  8. Serviços de interatividade;

  9. Uso de estatísticas.

Fonte: Elaboração própria, 2024.


Como é possível observar no Quadro 3 diferentes aspectos são levados em consideração pelas bases indexadoras, e não foi exaurido no quadro os itens avaliados por cada uma das bases, no entanto já é possível observar o rigor que elas impõem.

Dentre as bases analisadas, as que possuem maior número de critérios são a Redalyc e a Scielo, apresentando, respectivamente 66 e 49 critérios avaliados. As demais bases apresentam: Latindex – 44; WOS – 24; Scopus – 16 critérios.


Quadro 4 – Critérios avaliados pelas bases indexadoras para inserção/continuação de um periódico científico



Indexadores - Critérios

Web of Science (WOS)

1) Revisão por pares; 2) Práticas éticas de publicação; 3) Formato de publicação; 4) Cumprimento de periodicidade; 5) Adesão a convenções editoriais internacionais; 6) Texto em inglês; 7) Conteúdo editorial; 8) Internacionalidade; 9) Análise de citação.

Scopus

1) Política editorial convincente; 2) Revisão por pares; 3) Diversidade na distribuição geográfica dos editores; 4) Diversidade na distribuição geográfica dos autores; 5) Contribuição acadêmica para o campo; 6) Clareza dos resumos; 7) Qualidade e conformidade com os objetivos declarados e o escopo do periódico; 8) Legibilidade dos artigos; 9) Citações de artigos do periódico citados na base Scopus; 10) Não ter atrasos ou interrupções no cronograma de publicação; 11) Conteúdo completo do periódico disponível on-line; 12)Página inicial do periódico disponível em inglês; e 13) Qualidade da página do periódico.

Scielo

1) Caráter científico, 2) Tipos de documentos,3) Gestão editorial;4) Título, 5) ISSN on-line, 6) Data de criação, 7) Títulos anteriores se for o caso; 8) Nome da entidade ou entidades responsáveis legalmente; 9) Estatuto e/ou outro documento sobre a institucionalidade; 10) Modelo de financiamento; 11) Missão; 12) Cobertura temática; 13) Resumo histórico; 14) Licença Creative Commons de publicação em Acesso Aberto; 15) Instruções aos autores; 16) Normas bibliográficas 17) Diretrizes de conflito de interesse; 18) Direitos do autor 19) Descrição do processo de avaliação 20) Código de ética; 21) Critérios de coautoria; 22) Normas de citação; 23) Diretrizes sobre guias de publicação e registros prévios da pesquisa; 24) Política de plágio; 25) Taxa de submissão e ou de publicação; 26) Política de isenção; 27) Instruções aos autores; 28) Fluxo editorial; 29) Composição da equipe editorial; 30) Editores – chefes; 31) Corpo de editores associados ou de seção; 32) Editores honorários, 33) Conselho editorial; 34) Avaliação de manuscritos; 35) Fluxo de produção editorial; 36) Tempo de existência para admissão; 37) Pontualidade para admissão; 38) Idiomas dos títulos, resumos e palavras-chave e texto; 39) Afiliação de autores; 40) Identificação persistente de autores; 41) Registrar dados dos autores; Registrar o processo de avaliação dos manuscritos, 42) Possibilitar que o autor acompanhe on-line a evolução da avaliação; 43) Interoperar com sistemas ou serviços reconhecidos de controle de plágio; 44) Interoperar com sistemas de cobrança de taxas de publicação de artigos; 45) Fornecer estatísticas do processo de avaliação; 46) Fornecer estatísticas da duração das etapas de processamento dos manuscritos; 47) Citações recebidas; 48) Normalização das citações e referências bibliográficas; 48) Política de acesso aberto e alinhamento com a ciência aberta; 49) Registro de ensaios clínicos; 50) Registro de material biológico de referência e de sequências de DNA; 51) Disponibilização dos dados da pesquisa; 52) Digital Object Identifier (DOI) e link para os textos completos; 53) Textos completos em Xtensible Markup Language – XML; 54) Marketing e divulgação; 55) Indexação na Base de dados DOAJ; 56) Erratas e retratação; 57) Termo de responsabilidade sobre os conteúdos publicados; 58) Declaração da contribuição de autores e colaboradores.

DOAJ

1) Presença de Título, 2) Título alternativo, 3) Editora, 4) Informações para contato, 5) Quantidade de artigos publicados no último ano; 6) Se permite o rastreamento automático na web de seu conteúdo; 7) Uso de identificadores persistentes; 8) Apresentação de dados estatísticos; 9) Idiomas nos quais os artigos são publicados; 10) O tempo em que o periódico publica em acesso aberto; 11) Cobertura; 12) Periodicidade; 13) Acesso; 14) Um URL dedicado para o periódico; 15) Um URL exclusivo por artigo. Uma entrada HTML ou PDF por artigo; 16) Um URL dedicado a cada política e informação editorial, 17) Número ISSN e e-ISSN; 18) Política de arquivamento e preservação; 19) Organização do conteúdo; 20) Qualidade da homepage, comerciais e anúncios; 21) Fator de impacto; 22) Editor(es) e comitê editorial; 23) Instruções para autores; 24) Descrição do processo de revisão dos artigos; 25) Controle de qualidade e diretrizes do autor; 26) Encargos e taxas de processamento de artigos; 27) Declaração de acesso aberto; 28) Copyright, licenciamento, direitos de publicação; 29) Política de plágio; 30) Uso de software antiplágio; 31) Número médio de semanas entre a submissão e a publicação; 32) Incorporação da licença nos metadados dos artigos; 33) Se a política editorial da revista está indexada em algum diretório.

Latindex

1) Menção do corpo editorial; 2) Abrangência do conteúdo; 3) Geração contínua de conteúdo; 4) Identificação dos autores; 5) Entidade editora; 6) Menção de diretor (a); 7) Menção de URL do periódico; Menção de endereço, 8) Navegação e funcionalidade; 9) Uso de protocolo de interoperabilidade; 10) Menção de periodicidade; 11) Acesso aberto aos conteúdos; 12) Acesso histórico aos conteúdos; 13) Lembrete bibliográfico ao início de cada artigo; 14) Membros do conselho editorial; 15) Afiliação institucional dos membros do conselho editorial; 16) Afiliação dos autores; 17) Data de recepção e aceitação; 18) ISSN e e-ISSN; 19) Apresentação do periódico; 20) Sistema de arbitragem; 21) Avaliadores externos; 22) Autores externos; 23) Abertura editorial; 24) Cumprimento da periodicidade; 25) Conteúdo original; 26) Instruções aos autores; 27 )Elaboração das referências bibliográficas; 28) Exigência de originalidade; 29) Resumo em duas línguas; 30) Palavras -chaves em duas línguas; 31) Meta tiquetas; 32) Buscadores; 33) Serviço de valor adicionado; 34) Indexação em outras bases; 35) Adoção de código de ética; 36) Política de plágio; 37) Política de preservação digital; 38) Processo de revisão dos artigos; 39) Número de publicação anuais de artigo; 40) Uso de diferentes formatos; 41) Serviço de interatividade com o leitor; 42) Uso de identificadores persistentes.

Redalyc

1) Antiguidade; 2) Porcentagem do conteúdo científico; 3) Requisito de originalidade; 4) Avaliação por pares; 5) Atualização e periodicidade; 6) Política de embargo; 7) Cumprimento de periodicidade; 8) Especificação de periodicidade;9) Identificação do periódico; 10) Plataforma eletrônica independente; Avaliadores exógenos; 11) Conselho editorial exógeno; 12) Tempo de avaliação; 13) Formato de avaliação visível; 14) Datas do processo de avaliação; 15) Taxas de recusa; 16) Publicações exógenas; 17) Números sem conteúdo científico; 18) Informação geral da revista; 19) Dados da instituição de publicação; 20) Cobertura Temática; 21) Especificidade temática; 22) Afiliação do conselho editorial, 23) Critérios de alto valor; 24) Características do índice; 25) Índice com tradução; 26) Atribuição dos autores; 27) Artigos publicados anualmente; 28) Publicação uniforme; 29) Indexação; 30) Licenciamento e Creative Commons (CC); 31) Licenciamento por item; 32) Código de ética; 33) Resumos e palavras-chave; 34) Política de arquivamento automático; 35) Homogeneidade de formatos; 36) Uso de um gerenciador eletrônico; 37) Incorporação de protocolos de interoperabilidade para o Acesso Aberto; 38) Motor de pesquisa de conteúdo; 39) Download de conteúdo individual; 40) XML JATS; 41) Integridade da coleção; 42) Identificadores de autor; 43) Usabilidade; 44) Data da publicação online; 45) Seções fixas; 46) Cabeçalho ou nota de rodapé; 47) Estilo de citação; 48) Instruções para autores em inglês; 49) Detecção de similaridade (possível plágio); 50) Integridade da coleção; 51) Experiência na web; 52) Interação com o usuário; 53) Fontes de financiamento; 54) Detalhes de contato da instituição editora; 55) Âmbito e natureza; 56) Formato de avaliação visível; 57) Política de preservação digital do documento.


Fonte: Elaboração própria, 2024.


Independentemente do número de critérios avaliados pelos indexadores notamos que todos possuem uma política de avaliação. Por isso, Rios (2017) ressalta que não há como um editor solicitar a indexação do seu periódico sem antes certificar-se que cumpre ao menos os critérios mínimos exigidos pela base que almeja.

É fundamental destacar que mesmo após conseguir a indexação os periódicos são periodicamente reavaliados para garantir que continuam a se enquadrar no perfil desejado pela base indexadora. Devido a isso, para não só conseguir a indexação e manter-se indexado é necessário o comprometimento dos editores e de todos os membros do corpo editorial.

4 Considerações finais

A partir do levantamento bibliográfico realizado para esta pesquisa, constatou-se que os indexadores são bases de dados digitais que permitem acessar um volume considerável de informações científicas em um único lugar, elas apresentam como principal função a disseminação da informação, por meio da divulgação em grande escala dos resultados de pesquisas, e por isso auxiliam os pesquisadores na coleta de dados.

No que tange aos anseios do trabalho ou sua contribuição para demais pesquisas sobre o tema, percebe-se a necessidade compreender melhor o contexto de produção da comunicação científica, daí a importância de estabelecer uma abordagem multidisciplinar, abordagem essa que também converge com a CI, pois a ciência, em seu âmago, carrega a interdisciplinaridade.

No que compete ao objetivo da pesquisa, que consistia em avaliar o papel das bases indexadoras, considerando sua utilização como critério do Qualis periódicos, consideramos que conseguimos expor os detalhes de cada uma das bases apresentadas, com ênfase nos pontos fortes e fracos, trazidos nos quadros 3 e 4. Desse modo, podemos considerar que, apesar de ser notório que os critérios exigidos pelas bases certificarem uma qualidade editorial dos periódicos, foi possível notar que as duas bases mais renomadas (WOS e Scopus) apresentam seus critérios de avaliação de forma muito generalista, não explicitam o que levam em consideração em cada tópico apresentado, por isso, a quantidade dos itens são menores do que os da Redalyc e da Scielo. Esse é um fator interessante que chamou a atenção dos autores, pois a presença de diretrizes claras e objetivas é que nos permitem perceber que o processo de seleção ocorre de forma idônea.

Vale ressaltar ainda que dentro do processo de avaliação Qualis periódicos, a presença nas bases indexadoras só é considerada na avaliação para aqueles que não possuem fator de impacto ou índice h do Google Scholar, cabendo a estratificações mais altas os periódicos indexados na WOS e Scopus, as duas bases que fornecem menos informações sobre seu processo de avaliação e fazem parte de grandes grupos de editores.

O estudo constatou que a indexação dos periódicos é importante por possibilitar que a informação seja recuperada de forma rápida e eficiente, sem que o pesquisador precise consultar revista por revista, situação que pode levar a diminuir seu olhar, por deixar passar algum periódico relevante que ele ainda desconhece.

A visibilidade advinda da indexação contribui também para o aumento do número de submissões possibilitando a seleção dos melhores artigos o que aumenta ainda mais a visibilidade do periódico, findando por refletir no fator de impacto que é essencial para a fixação da revista como uma publicação representativa de sua área, e item avaliado no Qualis periódicos.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR: 6022: Artigo em publicação periódica e/ou científica. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.


BARATA, R. Dez coisas que você deveria saber sobre o Qualis. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 13, n. 30, jan./abr. 2016. Disponível em: https://rbpg.capes.gov.br/rbpg/article/view/947. Acesso em: 19 jun. 2024.


BASTOS, R. Ciências humanas e complexidades: projetos, métodos e técnicas de pesquisa: o caos, a nova ciência. 2.ed. Rio de Janeiro: E-papers, 2009.


CAMPOS, J. Qualis periódicos: conceitos e práticas nas Engenharias. Revista Brasileira de Pós-Graduação, Brasília, v. 7, n. 14, dez. 2010. Disponível em: https://def.unir.br/uploads/36315994/arquivos/Campos_2010_907103714.pdf. Acesso em: 19 jun. 2024.


CHAROUX, O. Metodologia: processo de produção, registro e relato do conhecimento. São Paulo: DVS Editora, 2004.


COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES). Aprimoramento do processo de avaliação da pós-graduação. Brasília: CAPES, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/processo-de-avaliacao-da-pos-graduacao-e-aprimorado. Acesso em: 19 jun. 2024.


__________. Orientações sobre o processo avaliativo CAPES ciclo 2017 – 2020. Informativo n. 1. Brasília: CAPES, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-conteudo/documentos/avaliacao/ORIENTAES_PROCESSO_AVALIATIVO_INFORMATIVO_1.pdf. Acesso em: 19 jun. 2024.


__________. Documento técnico do Qualis-periódicos. Brasília, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-conteudo/documentos/avaliacao/avaliacao-quadrienal-2017/DocumentotcnicoQualisPeridicosfinal.pdf. Acesso em: 19 jun. 2024.



DROESCHER, F.; SILVA, E. O pesquisador e a produção científica. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 19, n. 1, jan./mar. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pci/v19n1/11.pdf. Acesso em: 19 jun. 2024.



FARIA, M.; PERICÃO, M. Dicionário do livro: da escrita ao livro eletrônico. São Paulo: EdUSP, 2008.


GERHARDT, T.; SILVEIRA, D. (Orgs.). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.


GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.


LAKATOS, E; MARCONI, M. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991.


LANCASTER, F. Indexação e resumo: teoria e prática. 2. ed. rev. atual. Brasília-DF: Briquet de Lemos, 2004.


MEADOWS, A. A Comunicação científica. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 1999.


RIOS, F. Critérios para indexação de periódicos científicos. 2017. 177f. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Ciências Humanas e da Educação, Programa de Graduação em Gestão de Unidades de Informação, Florianópolis, 2017. Disponível em: https://www.udesc.br/arquivos/faed/id_cpmenu/1439/criterios_para_a_indexacao_de_periodicos_cientificos_15689000824116_1439.pdf. Acesso em: 19 jun. 2024.


SHINTAKU, M., BRITO, R.; CARVALHO NETO, S. A avaliação dos portais de revistas brasileiros implementados com o SEER/OJS por meio do levantamento da indexação pelo Latindex e SciELO. Informação & Sociedade, João Pessoa, v.24, n.2 2014. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/18671. Acesso em: 19 jun. 2024.


TRZESMIAK, P. As dimensões da qualidade dos periódicos: as dimensões da qualidade dos periódicos científicos e sua presença em um instrumento e sua presença em um instrumento da área da educação da área da educação. Revista Brasileira de Educação, Porto Alegre, v. 11, n. 32, maio/ago. 2006. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/wp/wp-content/uploads/2020/06/a13v11n32.pdf. Acesso em: 19 jun. 2024.






NOTAS



Concepção e elaboração do manuscrito: A. A. C. Felipe; N. O. Góes

Coleta de dados: A. A. C. Felipe; N. O. Góes

Análise de dados: A. A. C. Felipe; N. O. Góes

Discussão dos resultados: A. A. C. Felipe; N. O. Góes

Revisão e aprovação: A. A. C. Felipe; N. O. Góes


DECLARAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DOS DADOS

Todo o conjunto de dados que dá suporte aos resultados deste estudo foi publicado no próprio artigo.


FINANCIAMENTO

Não se aplica


CONFLITO DE INTERESSES

Não se aplica


REVISÃO E NORMALIZAÇÃO

Os autores


EDITOR RESPONSÁVEL

Patrícia Nascimento Silva (https://orcid.org/0000-0002-2405-8536)


EQUIPE DE APOIO

Josiane Santos Lima (https://orcid.org/0009-0001-2672-0351)


HISTÓRICO

Recebido em: 03-03-2024 – Aprovado em: 25-06-2024 – Publicado em: 03-07-2024.


1 Doutor em Estudos da Linguagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, andre.anderson@ufpe.br

2 Bacharel em Biblioteconomia, Universidade Federal de Pernambuco, goesnaara@gmail.com


DOI: https://doi.org/10.35699/2237-6658.2024.51460

Revista Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 14, e51460, 2024

Revista Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 14, e51460, 2024 11