Francisco Edvander Pires Santos; Magda Lúcia Almada Soares; Cyntia Chaves de Carvalho Gomes Cardoso
Artigo
Metodologia de pesquisa para estudos com podcast em Biblioteconomia e Ciência da Informação
Francisco Edvander Pires Santos1
Magda Lúcia Almada Soares2
Cyntia Chaves de Carvalho Gomes Cardoso3
Resumo: Este artigo apresenta o método de pesquisa intitulado Podcast Ethnography, traduzido para o português como Etnografia na Podosfera, partindo da seguinte questão norteadora: De que maneira definir uma metodologia de pesquisa científica pautada nas bases conceituais e nas aplicabilidades da podosfera? Como objetivo geral, discute-se a Etnografia na Podosfera como método de pesquisa e como base metodológica para o uso de técnicas e instrumentos de coleta e análise de dados oriundos de agregadores de podcast, tendo como resultado a proposta de um roteiro de pesquisa para estudos com podcast nas áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Visando subsidiar a aplicabilidade do método etnográfico na podosfera, propõem-se instrumentos, estratégias e técnicas para coleta e análise de dados oriundos de agregadores de podcasts. Nesse sentido, apresentam-se metadados, campos e questões abertas para a construção de formulários de pesquisa, além de recursos e ferramentas para a criação de diário de campo eletrônico e para a organização de cronograma de pesquisa. Na finalidade de analisar o conteúdo dos episódios em podcast, apresentam-se a transcrição de áudio, a definição de minutagem e a categorização por assunto como estratégias para a discussão dos resultados obtidos por meio da Etnografia na Podosfera. Conclui-se que os podcasts têm contribuído para a divulgação científica na medida em que se tornaram objeto de estudo para pesquisadores e bibliotecários.
Palavras-chave: Etnografia na podosfera; podcast; documento sonoro; método de pesquisa; análise de conteúdo.
Research method to carry podcast studies out in Librarianship and Information Science
Abstract: This article introduces the Podcast Ethnography as a research method under the following question: How to define a scientific methodology based on the theoretical and practical approaches on the podosphere? The main objective is discussing Podcast Ethnography as a research method and as a methodological basis to purpose techniques and instruments for collecting and analyzing data from podcast aggregators, by resulting in a research script to carry podcast studies out in Librarianship and Information Science. In this respect, Podcast Ethnography allows the development of research tools, strategies and techniques for collecting and analyzing data available on podcast aggregators. As a purpose, metadata, fields and open questions are presented aiming to develop research forms. In addition, there are suggestions to collect data by using an electronic research diary and by organizing a research schedule. In order to analyze the content of podcast episodes, the audio transcription, the definition of timestamps, and the categorization by subject are presented as strategies for discussing the results obtained through Podcast Ethnography. It is concluded that podcasts have contributed to scientific communication as a growing media which has become an object of study to researches and librarians.
Keywords: Podcast ethnography; podosphere; sound document; research method; content analysis.
Metodología para investigaciones con podcasts en estudios de Bibliotecología y Ciencias de la Información
Resumen: Este artículo presenta el método de investigación titulado Podcast Ethnography, traducido como Etnografía en la Podosfera, basado en la siguiente pregunta: ¿Cómo definir una metodología de investigación científica basada en los conceptos y en las aplicabilidades de la podosfera? Como objetivo general, se discute la Etnografía en la Podosfera como método de investigación y como base metodológica al se proponer técnicas e instrumentos para la recolección y el análisis de datos provenientes de los agregadores de podcast, resultando, así mismo, en la propuesta de un guión de investigación para estudios con podcast en Bibliotecología y Ciencias de la Información. Con el objetivo de apoyar la aplicabilidad del método etnográfico en la podosfera, se proponen instrumentos, estrategias y técnicas para la recolección y para el análisis de datos disponibles en los agregadores de podcasts. En este sentido, se presentan metadatos, campos y preguntas abiertas para la construcción de formularios de investigación, así como recursos y herramientas para la creación de un diario de campo electrónico y para la organización de un cronograma de investigación. Para analizar el contenido de los episodios de podcast, se presentan la transcripción de audio, la definición de los minutos y la categorización por temas como estrategias de discusión de los resultados obtenidos a través de la Etnografía en la Podosfera. Se concluye que los podcasts han contribuido a la divulgación científica en la medida que se han convertido en objeto de estudio para investigadores y bibliotecarios.
Palabras-clave: Etnografía en la podosfera; podcast; documento sonoro; método de investigación; análisis de contenido.
Como citar este artigo: SANTOS, Francisco Edvander Pires; SOARES, Magda Lúcia Almada; CARDOSO, Cyntia Chaves de Carvalho Gomes. Metodologia de pesquisa para estudos com podcast em Biblioteconomia e Ciência da Informação. Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 14, p. 1-20, 2024. DOI: 10.35699/2237-6658.2024.51825.
1 Introdução
Na transição do suporte físico para o digital, o conteúdo em áudio ganhou novas formas de produção, apresentação e arquivamento, desde a organização de arquivos em formato e extensão MP3 até a sua disponibilização no streaming, isto é, ouvido através da Internet a partir de uma conta criada em plataformas digitais online e em aplicativos de áudio nos dispositivos móveis. Desse modo, houve o surgimento da mídia podcast, a qual está imersa em um ecossistema digital com características próprias, denominado podosfera, que, por sua vez, incorpora acervos de áudio gerenciados de acordo com a necessidade ou preferência de cada usuário e que figuram entre as fontes de informação que subsidiam o desenvolvimento de pesquisas científicas.
Do inglês podosphere, definimos a podosfera como sendo o ambiente virtual onde os podcasts são criados, administrados e distribuídos, para que os seus episódios sejam pesquisados, acessados e ouvidos no streaming (online) ou após download do arquivo de áudio, normalmente no formato e extensão MP3. Na podosfera, o conteúdo é distribuído por meio dos agregadores de podcast, chamados, ainda, de plataformas de áudio, serviços de streaming, aplicativos ou players (tocadores), dentre eles: Amazon Music, Apple Podcasts, Deezer, Spotify, YouTube Music e muitos outros. Além dos convidados e da interação com a audiência, há os produtores e administradores de podcast, denominados podcasters.
Acerca dessa tecnologia desenvolvida no início dos anos 2000, que se originou a partir de um neologismo das palavras iPod e broadcast, Meredith Farkas (2007, p. 181, tradução nossa) esclarece que: “Embora os blogs fossem a ferramenta de software social mais referenciada em 2004, os podcasts chegaram ao radar das pessoas em 2005, quando ‘podcast’ foi nomeado Palavra do Ano pelo New Oxford American Dictionary”. Anos depois, Tanmay De Sarkar (2012) publica um artigo basilar no qual mapeia a produção de podcast em bibliotecas públicas e universitárias de quatro regiões do mundo: América do Norte, Europa, Ásia e Austrália.
Diante dessa contextualização do tema, a motivação em produzir este artigo advém da experiência na administração de um podcast acadêmico cuja proposta teve origem no ano de 2018, como produção técnica oriunda de uma pesquisa de mestrado em Ciência da Informação. Com o passar dos anos, percebemos que o crescimento exponencial da podosfera favoreceu o desenvolvimento de estudos científicos e despertou o interesse de muitos pesquisadores em explorar o podcast como objeto de investigação.
Nesse sentido, demandou-se a existência de um método de pesquisa que contemplasse as particularidades da podosfera. Foi então que os autores Markus Lundström e Tomas Poletti Lundström (2021) propuseram o método Podcast Ethnography, que traduziremos como Etnografia na Podosfera tendo como base a seguinte questão norteadora: De que maneira definir uma metodologia de pesquisa científica pautada nas bases conceituais e nas aplicabilidades da podosfera? Como objetivo geral, pretendemos discutir a Etnografia na Podosfera como método de pesquisa e como base metodológica para o uso de instrumentos e técnicas de coleta e análise de dados oriundos de agregadores de podcast.
Metodologicamente, apresentamos a Etnografia na Podosfera como método de pesquisa, no qual demonstramos a abordagem exploratória nos agregadores de podcast. Na sequência, discutimos as possibilidades de instrumentos e técnicas para coleta de dados oriundos da podosfera, a exemplo de formulários, capturas de tela, diário de campo eletrônico, metadados e softwares aplicados a pesquisas científicas. Em seguida, incorporamos a análise de conteúdo como técnica para análise de dados provenientes dos episódios de podcast, utilizando a codificação e a categorização como base para a apresentação dos resultados obtidos. Por fim, temos a proposta de um roteiro de pesquisa para estudos com podcast nas áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação, mas com a viabilidade de aplicação a outras áreas do conhecimento que contemplem o podcast como objeto de investigação.
2 Etnografia na Podosfera
Como método de pesquisa, a Etnografia possui distintas nuances e possibilidades de aplicação, e a sua derivação mais recente trata-se da Podcast Ethnography (Lundström, M.; Lundström, T., 2021), cuja proposição nos leva a pensar em três maneiras de traduzi-lo para a língua portuguesa, segundo as suas variações e possibilidades de interpretação, a saber: Etnografia de Podcast, Etnografia em Podcast ou Etnografia na Podosfera.
Ao traduzirmos para Etnografia de Podcast, partimos do pressuposto de que o investigador irá explorar apenas um podcast em sua pesquisa, da mesma forma com que os referidos autores procederam em seu artigo, no qual o método foi aplicado à análise do podcast intitulado Motgift. Por outro lado, caso optemos por traduzir para Etnografia em Podcast, afirmamos que o investigador pesquisará o termo ‘Etnografia’ em vários podcasts, ou seja, respondendo-se a uma questão norteadora como esta: “O que há sobre o tema ‘Etnografia’ ao se pesquisar por esse assunto nos principais agregadores de podcast?”.
Diante dessas variações semânticas, que incidem nas formas distintas de interpretação, optamos por traduzir o método como Etnografia na Podosfera, principalmente em virtude de ampliarmos a proposta metodológica de pesquisa para mais de um podcast e em vários agregadores. Como embasamento teórico e metodológico para este artigo, a Etnografia na Podosfera permite-nos traçar um roteiro de pesquisa visando ao desenvolvimento de estudos nos quais o podcast emerge como objeto de investigação.
Nessa perspectiva, o método da Etnografia na Podosfera surge como base metodológica na definição de estratégias, instrumentos e técnicas para coleta e análise de dados registrados em áudio, visando compor estudos científicos sobre podcasts. Para tanto, a imagem a seguir ilustra os elementos do percurso metodológico da pesquisa científica.
Figura 1 – Elementos do percurso metodológico da pesquisa científica
Fonte: Elaboração nossa (2024), com base em De Sordi (2013), a partir de modelo disponível no Canva
Como tipo de pesquisa, a podosfera atrai, por natureza, o viés exploratório para a composição de estudos científicos, na medida em que o investigador deparar-se-á com temáticas que almeja conhecer. Em seguida, os dados serão organizados a fim de se compreender, discutir e dialogar com os achados nessa fase inicial de exploração da podosfera, tendo em vista que, na definição de Appolinário (2011, p. 75), a pesquisa exploratória contempla um “I. Estudo que tem por objetivo aumentar a compreensão de um fenômeno ainda pouco conhecido, ou de um problema de pesquisa ainda não perfeitamente delineado; II. Estudo preliminar, estudo prospectivo”.
Indo ao encontro da pesquisa exploratória, teremos o método da Etnografia na Podosfera. Acerca do método científico, Trujillo Ferrari (1974, p. 24-25) define-o como sendo “[...] o conjunto de sequências operacionais, sustentadas numa sistemática manipulação para alcançar determinado fim científico [...] [Além disso,] implica em utilizar de forma adequada a reflexão e a experimentação [...]”. O autor também ressalta que as orientações a serem seguidas pelo pesquisador deverão nortear a composição de uma metodologia de pesquisa, na finalidade de que os procedimentos adotados sejam replicáveis ou refutáveis entre a comunidade científica.
Nessa direção, com base em Markus Lundström e Tomas Poletti Lundström (2021), a Etnografia na Podosfera surge como um método científico. Partindo da análise que esses autores realizaram ao acessar os episódios do podcast intitulado Motgift, as etapas desse método consistem no que chamaremos de Triangulação EEE: Explorar, Engajar e Examinar, descrita do seguinte modo: “[...] (i) Explorar o podcast de forma aberta e até indutiva; (ii) Engajar-se com o podcast refletindo sobre a sua consulta; e, finalmente, (iii) Examinar o podcast por meio de ferramentas analíticas e/ou teóricas aplicáveis” (Lundström, M.; Lundström, T., 2021, p. 290, grifo nosso, tradução nossa).
Figura 2 – Triangulação EEE do método Etnografia na Podosfera
Fonte: Elaboração nossa (2024), com base em M. Lundström e T. Lundström (2021).
A fim de analisar o conteúdo de um podcast, consideramos necessário ao pesquisador refletir acerca de critérios que irão nortear a sua decisão em explorar um agregador. Dentre esses critérios, destacamos os seguintes: a popularidade e as atualizações de uma plataforma de áudio; a afinidade com o layout ou desenho gráfico do player; a necessidade de assinatura de um plano para acessar o conteúdo; a disponibilização gratuita do conteúdo na podosfera; a existência de conteúdo produzido e disponibilizado com exclusividade pela plataforma; as possibilidades de busca por podcast e por episódio; e o ranqueamento dos podcasts na busca segundo os temas de interesse.
Nessa etapa inicial da pesquisa, a intenção é contextualizar o planejamento da estratégia de busca propriamente dita, além de serem detalhadas a justificativa e as motivações pessoais ou profissionais que levaram à escolha de um agregador em detrimento a outros existentes. Visando ilustrá-los, apresentamos, na Figura 3, os principais agregadores de podcast que podem ser trabalhados em estudos científicos.
Figura 3 – Principais agregadores de podcast
Fonte: Site das plataformas, 30 jan. 2024.
Portanto, preliminar à escolha do podcast é a escolha do agregador. Dentre as várias opções de players existentes, o investigador definirá critérios de escolha com o objetivo de subsidiar a sua pesquisa. Além disso, é necessário que sejam apresentadas as principais características que individualizam cada agregador, tais como: ano de lançamento da plataforma, identificação de seus desenvolvedores, motivações que os levaram a desenvolver a plataforma, contexto do seu lançamento e características de sua marca. Seguir esse roteiro permitirá a composição de uma historiografia do agregador, ao introduzir a maneira como a busca foi realizada no intuito de explorar um podcast em específico.
Escolhido o agregador, a próxima etapa é a tomada de decisão sobre o podcast a ser analisado. Para tanto, o pesquisador irá se deparar com um podcast previamente selecionado ou com um tema de interesse para busca no agregador. Em ambas as situações, uma das etapas que subsidiarão o processo de busca será a definição de palavras-chave antes de realizar a pesquisa na podosfera.
Nesse sentido, como estratégia de busca a fim de compor um roteiro de pesquisa, recomendamos o acesso ao agregador Listen Notes, desenvolvido por Wenbin Fang, lançado em 2017 e considerado um dos mais importantes motores de busca da podosfera. Trata-se de um diretório cuja encontrabilidade remete a episódios publicados e a títulos de podcasts, quando pesquisados por um determinado tema de interesse ou mesmo para verificar quantos e quais podcasts existentes na podosfera sob um determinado título. Visando ilustrar a recuperabilidade do Listen Notes, simulamos a busca pelo termo ‘Etnografia’, para o qual o site apresentou, como resultado de busca no mês de janeiro de 2024, o total de 1.048 episódios e 32 podcasts.
Figura 4 – Resultados de busca por ‘Etnografia’ no Listen Notes
Fonte: Listen Notes. Disponível em: https://www.listennotes.com/search/?q=etnografia&scope=podcast. Acesso em: 15 jan. 2024.
A partir dos resultados recuperados no Listen Notes, o investigador poderá refletir com base na seguinte problemática: “Todos os episódios apresentados na interface de busca fazem parte do quantitativo de podcasts também recuperados?” Isto é, será que os 1.048 episódios recuperados com o tema ‘Etnografia’ foram publicados dentre os 32 podcasts também recuperados nessa busca? Desse modo, amplia-se o escopo sobre as possibilidades de pesquisa quando há um assunto específico a ser explorado na podosfera.
Por esse motivo, recomendamos o uso de mapas conceituais como recursos visuais destinados a organizar os termos de busca, considerando o termo primário e as palavras-chave secundárias, classificadas como sinônimos, termos equivalentes ou termos relacionados. Desenha-se, assim, uma estrutura própria de tesauro, com a finalidade de guiar o pesquisador na escolha dos termos de busca na podosfera. A imagem a seguir exemplifica o termo ‘Etnografia’ como primário e apresenta 10 termos relacionados, dentre outros, que podem ser explorados na busca em agregadores de podcast.
Figura 5 – Mapa conceitual para busca por ‘Etnografia’ nos agregadores de podcast
Fonte: Elaboração nossa (2024), a partir de modelo disponível no Canva
Definidos os agregadores e as palavras-chave, o pesquisador iniciará, de fato, a exploração do podcast. Assim, serão necessárias técnicas para a coleta de dados, o que dependerá da construção de instrumentos que viabilizem o registro dos achados na podosfera. Consoante De Sordi (2013), os dados coletados, nomeados pelo autor como ‘insumos’, demandam ordenação, análise e descrição que permitam a replicação da pesquisa. Para tanto, as técnicas são aplicadas como parte da metodologia, visando à organização e ao processamento dos “[...] insumos coletados pelo pesquisador. Esses insumos devem ser descritos na comunicação científica para que seja possível a avaliação da adequação dos insumos e dos procedimentos empregados [...]” (De Sordi, 2013, p. 109).
No caso da podosfera, consideramos insumos os metadados que possibilitarão a descrição do conteúdo de um podcast e que serão elencados em instrumentos para coleta de dados, tais como os formulários de pesquisa, os quais poderão ser adaptados a ferramentas como Google Forms, Microsoft Forms, Evernote, LimeSurvey, SurveyMonkey, dentre outras. A organização dos metadados em formulários de pesquisa tornará possível não somente a análise do conteúdo dos podcasts, mas também a definição de campos para busca em bibliotecas digitais e em repositórios audiovisuais (Caldera Serrano, 2013), estruturados em softwares e plugins como DSpace e Tainacan, por exemplo.
Nessa perspectiva, elencamos, no quadro a seguir, a nossa proposta de dados a serem coletados através da construção de um formulário de pesquisa para estudos com podcast.
Quadro 1 – Campos para a composição de formulário de pesquisa para estudos com podcast
1 |
Título do podcast |
23 |
Plataforma / software de gravação |
2 |
Título do episódio |
24 |
Plataforma / software de edição |
3 |
Data do primeiro episódio |
25 |
Sinopse |
4 |
Data do episódio |
26 |
Descrição do áudio |
5 |
Número |
27 |
Palavras-chave |
6 |
Minutagem |
28 |
Nota ou observação |
7 |
Categoria |
29 |
Referência em ABNT |
8 |
Formato |
30 |
Referência em APA |
9 |
Série |
31 |
Data da análise |
10 |
Temporada |
32 |
Pesquisador responsável pela análise |
11 |
Host / Hostess |
33 |
URL na plataforma de hospedagem |
12 |
Convidado(a) |
34 |
URL no Spotify |
13 |
Mediação |
35 |
URL no Listen Notes |
14 |
Entrevistado(a) |
36 |
URL em outro agregador de sua preferência |
15 |
Direção técnica |
37 |
Data de gravação |
16 |
Edição de áudio |
38 |
Data de edição |
17 |
Produção |
39 |
Capa do episódio |
18 |
Apoio / Patrocínio |
40 |
Creditação da capa do episódio |
19 |
Trilha sonora / Vinheta |
41 |
Capturas de tela (print screen) |
20 |
Creditação da trilha sonora / vinheta |
42 |
Descrição das capturas de tela (print screen) |
21 |
Local de gravação |
43 |
Formas variantes do título do podcast |
22 |
Local de edição |
44 |
Arquivo do áudio (MP3) |
Fonte: Elaboração nossa (2024).
Os dados coletados a partir desses campos auxiliarão nos processos de catalogação, indexação e descrição do conteúdo em áudio, seja em catálogo online, seja em repositório audiovisual. Como exemplo, temos o software DSpace, cuja estrutura divide-se em comunidades, subcomunidades e coleções, as quais poderão ser organizadas pelo título do podcast e pela data de publicação do episódio, e os seus metadados configurados de acordo com os campos definidos no quadro acima. Já para o formato MARC 21, a exigência é que haja uma adaptação caso os podcasts sejam catalogados, a saber: primeiramente, cataloga-se o título do podcast e, vinculado a este, os seus episódios, de modo semelhante à catalogação de periódicos, na qual há o registro do periódico no todo e os registros equivalentes a cada artigo indexado.
Além da definição de metadados e campos, proceder com a captura de tela (print screen) também se constitui em uma estratégia importante para coleta de dados, nesse caso, iconográficos. Dessa maneira, o investigador comprovará os resultados de busca nos agregadores, arquivará as capturas de tela, salvará as capas dos episódios, discutirá o ranqueamento dos podcasts recuperados na busca e, se necessário, descreverá as imagens a fim de subsidiar a etapa de análise dos dados. Exemplificaremos com a imagem a seguir, que traz um comparativo de busca no Spotify pelos termos ‘Biblioteconomia’ e ‘Ciência da Informação’, recuperados no mês de fevereiro de 2024.
Figura 6 – Comparativo de buscas por podcasts no Spotify