Biblioteca audiovisual como paradigma emergente: da revisão de literatura aos serviços de informação



Artigo



Biblioteca audiovisual como paradigma emergente: da revisão de literatura aos serviços de informação




Francisco Edvander Pires Santos1


Evandro Leandro Lima Sales2


Joana D'Arc Páscoa Bezerra Fernandes3




Resumo: O artigo introduz a biblioteca audiovisual como paradigma emergente, partindo da contribuição teórica de Thomas Kuhn. Define-se, como objetivo geral, a proposição de serviços de informação a serem desenvolvidos em biblioteca audiovisual a partir do uso de plataformas digitais. Como método de pesquisa, a revisão de literatura foi utilizada com base nas etapas definidas por Jean Von Hohendorff, adaptadas de acordo com o objeto de estudo e aliadas ao uso de ferramentas e softwares para a organização da bibliografia, sistematização do método e disponibilização dos dados coletados. Na etapa de avaliação dos textos, acessaram-se 53 registros recuperados pelo termo “biblioteca audiovisual” na Base de Dados em Ciência da Informação (BRAPCI), com o recorte temporal de 1960 a 2024, dos quais dez artigos foram analisados na íntegra, e os demais artigos analisados sumariamente sob critérios de exclusão preestabelecidos. Como resultados de pesquisa, apresentam-se as possibilidades de suportes de arquivamento e as plataformas digitais, a fim de propor serviços de informação em biblioteca audiovisual. Conclui-se que a biblioteca audiovisual surge como candidata a paradigma emergente, haja vista o surgimento de diversas plataformas digitais de áudio e vídeo, exigindo organização sistemática e promoção de serviços de informação com a finalidade de atender satisfatoriamente a distintos segmentos de público nos âmbitos presencial, remoto e híbrido.

Palavras-chave: biblioteca audiovisual; acervos audiovisuais; revisão de literatura; plataformas digitais; serviços de informação.



The audiovisual library as an emerging paradigm: from developing literature review until proposing information services


Abstract: This article introduces the audiovisual library as an emerging paradigm, based on the theoretical contribution of Thomas Kuhn. The general objective is proposing information services to be carried out in audiovisual libraries by using digital platforms. The literature review was used as a research method based on the steps defined by Jean Von Hohendorff, according to the object of study and also combined with the use of tools and repositories for organizing the bibliography, systematizing the method and making the data available. Then, 53 records were retrieved from 1960 to 2024 by searching for the keyword “biblioteca audiovisual” on BRAPCI Database. After that, ten articles were analyzed completely, and the others were analyzed summarily under pre-established exclusion criteria. The achieved results were possibilities of archiving supports and digital platforms to propose information services at audiovisual libraries. In conclusion, the audiovisual library has become a candidate for an emerging paradigm from using digital audio and video platforms, which have required systematic organization and promotion of information services to serve different users in the face-to-face, remote and hybrid environments.

Keywords: audiovisual library; audiovisual collection; literature review; digital platforms; information services.



La biblioteca audiovisual como paradigma emergente: desde la revisión de literatura hasta los servicios de información


Resumen: El artículo presenta la biblioteca audiovisual como un paradigma emergente basado en las discusiones de Thomas Kuhn. El objetivo general es proponer servicios de información a desarrollar en una biblioteca audiovisual a través de las plataformas digitales. Como método de investigación, el artículo presenta la revisión de literatura basada en la publicación de Jean Von Hohendorff y en las adaptaciones del método según el objeto de estudio y por medio del uso de herramientas para organizar la bibliografía, sistematizar el método y poner en línea los datos recolectados. En la etapa de evaluación de la revisión de literatura, al buscarse el término “biblioteca audiovisual” en la Base de Datos Brasileña de Ciencias de la Información (BRAPCI), hubo 53 artículos publicados desde 1960 hasta 2024. Asimismo, diez artículos fueron analizados en su totalidad, y los demás fueron analizados de manera sumaria bajo criterios de exclusión preestablecidos. Como resultados de la investigación, se presentan las posibilidades de documentos y plataformas digitales, con el fin de proponer servicios de información en las bibliotecas audiovisuales. Se concluye que la biblioteca audiovisual es una candidata a paradigma emergente ante el surgimiento de varias plataformas digitales de audio y video, las cuales requieren organización y promoción sistemática de servicios de información para atender satisfactoriamente a diferentes segmentos de audiencia en los entornos presencial, en línea o híbrido.

Palabras-clave: biblioteca audiovisual; colecciones audiovisuales; revisión de literatura; plataformas digitales; servicios de información.


Como citar este artigo: SANTOS, Francisco Edvander Pires; SALES, Evandro Leandro Lima; FERNANDES, Joana D'Arc Páscoa Bezerra. Biblioteca audiovisual como paradigma emergente: da revisão de literatura aos serviços de informação. Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 15, p. 1-19, 2025. DOI: 10.35699/2237-6658.2025.57379.



1 Introdução

Paradigma consolidado na literatura das áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação, a tipologia de bibliotecas embasa discussões, estudos e pesquisas que giram em torno de nuances como a natureza de funcionamento, a filosofia de gestão, a definição do público-alvo ao qual se destina cada biblioteca, dentre outras abordagens. Nesse sentido, a adjetivação da língua portuguesa cumpre com a sua função de qualificar e caracterizar cada tipo de biblioteca, dentre elas: comunitária, escolar, especializada, multinível, pública e universitária.

Em complemento a estas, sendo mais uma tipologia a ser estudada, propomos, neste artigo, uma discussão conceitual e pragmática sobre biblioteca audiovisual, tendo em vista as bases epistemológicas de um paradigma emergente, à luz de um contexto de significativas mudanças na sociedade contemporânea, tais como o crescimento exponencial da produção audiovisual e o avanço da inteligência artificial em muitas áreas do conhecimento, que originam, por sua vez, informação e acervos audiovisuais.

Diante de um cenário multimidiático (Briggs; Burke, 2016) e de inteligência artificial (Aston, 2024), consideramos propício evocar Thomas Kuhn, físico e filósofo da ciência, o qual afirmara que “[...] uma crise pode terminar com a emergência de um novo candidato a paradigma e com uma subseqüente batalha por sua aceitação [...] Completada a transição, os cientistas terão modificado a sua concepção da área de estudos, de seus métodos e de seus objetivos” (Kuhn, 2007, p. 116).

Nesse aspecto, entendemos que a biblioteca audiovisual surge como candidata a paradigma emergente na medida em que houvera o surgimento de diversas plataformas digitais de áudio e vídeo, destinadas à produção, edição e gestão de conteúdo que formam acervos digitais pulverizados e que, portanto, necessitam de critérios e diretrizes para a organização sistemática e para a promoção de serviços de informação, a fim de atender satisfatoriamente a distintos segmentos de público nos âmbitos presencial, remoto e híbrido.

Partindo dessa definição, corroboramos a importância de pesquisar as bases históricas oriundas de estudos publicados em Biblioteconomia e Ciência da Informação, aliadas às experiências práticas advindas da proposição de novos serviços para a comunidade acadêmica de uma universidade pública. Desses aspectos surgiu a motivação para o desenvolvimento do presente artigo, resultado da nossa participação em ações e projetos que contribuíram para a incorporação do audiovisual ao cotidiano de uma biblioteca universitária entre os anos de 2020 e 2023.

No que se refere aos tipos de coleção gerenciadas nas bibliotecas, as pesquisas desenvolvidas em Biblioteconomia e Ciência da Informação respaldam a existência de coleções de lastro, coleções especiais, obras raras, coleção de circulação, coleção de referência, acervo cativo, consulta local, dentre outras nomenclaturas consolidadas. E para os acervos audiovisuais? Como a organização destes se consolidou ao longo do tempo e em que patamar se encontram na contemporaneidade? Quais serviços de informação podem ser oferecidos a partir da proposição de uma biblioteca audiovisual?

Haja vista essas questões norteadoras, definimos como objetivo geral propor serviços de informação a serem desenvolvidos em biblioteca audiovisual, a partir do uso de plataformas digitais. Como objetivos específicos, almejamos investigar a abordagem dos acervos audiovisuais em publicações das áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação e discutir exemplos de ações e projetos que podem nortear a gestão de uma biblioteca audiovisual.

Para tanto, apresentaremos, na próxima seção, o método da revisão de literatura baseado no termo “biblioteca audiovisual”, pesquisado na Base de Dados em Ciência da Informação (BRAPCI), e no unitermo “audiovisual”, buscado em periódicos científicos lançados na década de 70. Em seguida, aplicaremos os conceitos investigados à proposta de serviços de informação em um protótipo de biblioteca audiovisual, discutida como resultado de pesquisa.

2 Revisão de literatura como método de pesquisa

O desenvolvimento deste artigo teve como base o método de revisão de literatura, a fim de mapear as bases históricas e conceituais acerca da biblioteca audiovisual, considerando-a ambiente de informação e paradigma emergente para estudos em Biblioteconomia e Ciência da Informação. Dessa maneira, o principal embasamento deu-se a partir do capítulo de livro publicado por Jean Von Hohendorff, que apresentou as etapas de como elaborar um artigo de revisão de literatura.

Segundo o autor, os artigos de revisão de literatura são voltados para a definição e o esclarecimento de um problema a ser solucionado, na medida em que, com técnicas e estratégias próprias, “[...] sumarizam estudos prévios e informam aos leitores o estado em que se encontra determinada área de investigação. Além disso, buscam identificar relações, contradições, lacunas e inconsistências na literatura e indicar sugestões [...]” (Hohendorff, 2014, p. 48).

Haja vista a complexidade do método da revisão de literatura, que resulta na composição do estado da arte (Hohendorff, 2014), no que se refere aos processos de busca, organização e sumarização da bibliografia, existem ferramentas e softwares que podem ser utilizados como parte da metodologia de pesquisa. Nesse sentido, a escolha de bases de dados, repositórios e chatbots vai ao encontro das necessidades de busca, coleta e gerenciamento de dados pelo pesquisador. Como proposta, testamos e definimos sete ferramentas e softwares explorados neste artigo, conforme ilustrados na imagem a seguir:




Figura 1 Ferramentas e softwares para revisão de literatura














Fonte: Elaborado pelos autores (2024), com arte disponível no Canva.

Descrição da imagem disponível em: https://g.co/gemini/share/0e0cd6a4a9c9


Iniciamos a revisão de literatura com as pesquisas realizadas na BRAPCI, cujos artigos recuperados foram organizados no gerenciador de referências Mendeley. Simultaneamente, editamos no Canva modelos conceituais visando representar, em imagens, os tópicos abordados neste artigo. Em seguida, testamos a ferramenta Gemini, chatbot baseado em inteligência artificial lançado e aperfeiçoado pelo Google (CNN, 2023; Olhar Digital, 2024), na qual realizamos o upload de cada imagem editada no Canva e digitamos o comando Descrever, a partir do qual a plataforma gerou a descrição e as inferências sobre as imagens, todas analisadas crítica e comparativamente por olhar humano.

A fim de garantir o armazenamento e a salvaguarda das imagens, links e descrições, criamos um diário de campo eletrônico para coleta de dados no software Evernote. Posteriormente, cada artigo recuperado na BRAPCI foi analisado tendo como base os resultados apresentados na mineração de texto da ferramenta Voyant Tools, gerando, assim, dados textuais e visuais coletados. Por fim, todos os dados coletados em forma de imagens e links gerados, isto é, o diário de coleta no Evernote e as análises oriundas do Voyant Tools, foram compartilhados em acesso aberto através da comunidade Informação Audiovisual gerenciada no repositório Zenodo.

Definido o protocolo de pesquisa e realizados os testes nas ferramentas e softwares mencionados, procedemos, no mês de dezembro de 2024, com uma busca pelo termo “biblioteca audiovisual” na BRAPCI, considerando o recorte temporal datado a partir de 1960, ano este definido por padrão como ano inicial em todas as buscas realizadas na base de dados. Desta feita, recuperaram-se 53 registros, dos quais sete foram duplicados na indexação, com publicações datadas de 1972 a 2024.

Sequencialmente à identificação do quantitativo de artigos indexados na BRAPCI, como estratégia adotada para a organização e definição de critérios de análise dos textos, criamos um grupo virtual no gerenciador de referências Mendeley, intitulado Biblioteca Audiovisual, no qual reunimos os manuscritos na coleção nomeada Artigos BAV, dividida em seis subcoleções. Estas possibilitaram o armazenamento dos arquivos em PDF de acordo com a década de publicação, a saber: de 1960 a 1969; de 1970 a 1979; de 1980 a 1989; de 1990 a 1999; de 2000 a 2009; de 2010 a 2019; e de 2020 a 2024. A imagem a seguir ilustra a ordenação dos arquivos no Mendeley:

Figura 2 Grupo, coleção e subcoleções criadas no Mendeley



















Fonte: Captura de tela do gerenciador de referências Mendeley (2024).

Descrição da imagem disponível em: https://g.co/gemini/share/7ec8e2ff0a0f


Adaptamos, assim, as etapas propostas por Hohendorff (2014), o qual recomenda que, dentre os textos selecionados, os artigos científicos sejam priorizados para a análise, descrição e avaliação, em vez de livros, teses e dissertações. Desse modo, na imagem a seguir, ilustramos o ciclo que caracteriza as etapas da revisão de literatura:





Figura 3 Etapas do método da revisão de literatura













Fonte: Elaborado pelos autores (2024), baseado em Hohendorff (2014), com arte disponível no Canva.

Descrição da imagem disponível em: https://g.co/gemini/share/eaf95b86c76e


Aliado a esse processo de busca, na expectativa de localizarmos o primeiro artigo digitalizado a tratar sobre o audiovisual em bibliotecas, pesquisamos o unitermo “audiovisual” no site de quatro periódicos científicos lançados no Brasil na década de 70, cujos manuscritos foram digitalizados e permanecem disponíveis para acesso online. Visando identificar quais seriam os títulos de periódicos, utilizamos, por comando de voz, a ferramenta Gemini (2024), para a qual fizemos a seguinte indagação: “Quais foram os primeiros periódicos científicos da área de Ciência da Informação no Brasil?”.

Os resultados obtidos foram analisados crítica e comparativamente, representando os seguintes títulos e anos de publicação do primeiro volume: Ciência da Informação (1972); Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG (1972); Revista de Biblioteconomia de Brasília (1973); e Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação (1973). Constatamos, então, que o primeiro artigo, digitalizado, a mencionar o audiovisual em bibliotecas foi desenvolvido por Washington Moura e publicado na Revista Ciência da Informação. Desta feita, o acesso ao artigo de Moura (1972) serviu de base para a leitura dos demais artigos compartilhados no grupo virtual do Mendeley, no qual houve a redação de fichamentos e o compartilhamento de anotações em cada arquivo.

Lido na íntegra através do Mendeley, e feitas as devidas anotações e fichamento, o artigo de Moura (1972) nos serviu de testes na plataforma Voyant Tools, na qual houve a mineração do texto, que, de fato, corresponde ao conteúdo discutido ao longo do artigo. A imagem a seguir ilustra o resultado da análise exportada pelo Voyant Tools, contendo a nuvem de palavras, a ocorrência de palavras por ranking e as inter-relações estabelecidas entre os termos principais do artigo.

Figura 4 Análise a partir da mineração de texto no Voyant Tools












Fonte: Captura de tela do Voyant Tools (2024).

Corpus textual disponível em: https://voyant-tools.org/?corpus=1473733376fc9d4d38335fd29b3790c1

Descrição da imagem disponível em: https://g.co/gemini/share/1aa2ac08a250


Na etapa de sumarização, descrição e avaliação dos textos, acessamos os 53 registros recuperados pelo termo “biblioteca audiovisual” na BRAPCI, para os quais, visando à etapa de análise, aplicamos os seguintes critérios de exclusão: sete por duplicação na base de dados, dois por se tratarem de trabalhos apresentados em eventos, um por se caracterizar como editorial, um por ser apresentação de dossiê temático e um concernente a resumo de dissertação de mestrado. Portanto, houve 12 registros desconsiderados nesta etapa.

Assim, permaneceram 41 artigos para leitura e análise, dos quais 10 foram lidos na íntegra sob o critério de inclusão de contribuírem diretamente para a epistemologia das bibliotecas audiovisuais em Biblioteconomia e Ciência da Informação. Dos 10 artigos, houve a representatividade por década, isto é, sendo dois da década de 70, dois da década de 80, e assim por diante até o ano de 2019, recorte temporal definido nesta etapa em razão de ainda estarmos na metade da década de 2020. Acerca dos 31 artigos restantes, não incluídos nesta amostra, procedemos conforme as orientações de Hohendorff (2014), ou seja, leitura do título, resumo e palavras-chave, além da mineração dos textos na plataforma Voyant Tools.

Adentrando na etapa de análise dos 10 artigos selecionados, representam a década de 70 os textos de Moura (1972) e Miranda (1976), nos quais ambos os autores corroboraram o uso de recursos audiovisuais nas bibliotecas. O primeiro propôs a instalação de um espaço com infraestrutura favorável ao uso de recursos audiovisuais na Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), destinado a treinamentos para bibliotecários, estagiários e comunidade biomédica do Brasil e da América Latina. O segundo compartilhou possibilidades e estratégias visando à projeção de filmes, documentários e material instrucional para treinamentos no ambiente da biblioteca, recomendando, inclusive, os melhores equipamentos que poderiam ser utilizados para esta finalidade.

Em publicação da década de 80, Klistewicz et al. (1982) vislumbraram na produção audiovisual uma oportunidade para aproximar a biblioteca da sua comunidade usuária. O cerne do artigo foi compartilhar as experiências na realização de palestras e treinamentos gravados, que se constituíram em estratégias bem-sucedidas no serviço de referência. Desse modo, os autores relataram os meandros da pesquisa conteudística, da elaboração de roteiro, da seleção das fotografias, da inserção de trilha sonora e da preparação técnica para a locução do material. Os resultados da iniciativa foram o alcance satisfatório do material audiovisual produzido e a avaliação positiva dos usuários da biblioteca.

Por seu turno, McCarthy e Targino (1984) apresentaram um panorama sobre o desenvolvimento de acervos audiovisuais, bem como lançaram possibilidades de atuação do bibliotecário no cenário de produção e difusão da cultura e memória nacional audiovisual. Desta feita, os autores corroboraram o uso dos seguintes termos: “[...] mídia (ou média), materiais audiovisuais, meios audiovisuais, materiais especiais, materiais não impressos, materiais não bibliográficos e multimeios, para denominar estímulos similares” (McCarthy; Targino, 1984, p. 304). Caracterizaram, ainda, a organização dos multimeios, já predominantes em bibliotecas escolares, discutiram a perspectiva da preservação da memória audiovisual em um suporte que garantisse o acesso ao conteúdo das gravações, com ênfase para o avanço do videoteipe, e prospectaram o futuro acerca do uso do audiovisual na sociedade e na salvaguarda do material no seio das bibliotecas.

Na década de 90, Araújo (1992) apresentou os principais termos, conceitos e estudos desenvolvidos, até então, nos âmbitos nacional e internacional acerca da presença de materiais audiovisuais em bibliotecas. Além disso, a autora destacou o receio dos profissionais que consideravam o audiovisual como provável substituto do conhecimento registrado nos livros e, por outro lado, introduziu as tendências para a incorporação do audiovisual nas bibliotecas. Dentre os ambientes de informação audiovisual elencados pela autora, com base em seu referencial teórico, encontramos: centros de multimeios, midiatecas, audiotecas e bibliotecas audiovisuais.

Por sua vez, Smit (1993) caracterizou os documentos audiovisuais e corroborou a escassez de publicações, estudos, pesquisas e metodologias no que se refere à gestão de acervos audiovisuais. Entrementes, a autora abordou as dificuldades que as áreas de Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia enfrentavam no que dizia respeito ao tratamento informacional adequado. Em seu ponto de vista, incorporavam-se os documentos audiovisuais como apêndices da coleção de bibliotecas, arquivos e museus, ao passo que a salvaguarda dos materiais era considerada uma sub-rotina nesses ambientes, oriunda da falta de critérios e do despreparo dos profissionais.

Chegando aos anos 2000, Borbinha et al. (2002) publicaram um manifesto para a preservação digital de arquivos audiovisuais. Destarte, os autores conceituaram os documentos audiovisuais, abordaram os benefícios e desafios da migração do suporte analógico para o digital e lançaram recomendações para a restauração de vídeos. Nesse artigo, a produção audiovisual é discutida na perspectiva arquivística e documental.

Inter-relacionando Semiótica e Ciência da Informação, o artigo de Bethônico (2006) lançou as bases epistemológicas para a compreensão do audiovisual como objeto de estudo, fonte de informação e acervo com o potencial de ser trabalhado nas bibliotecas. Em sua reflexão, o autor destacou a importância da atuação dos bibliotecários, abordou a predominância da biblioteca como local de silêncio, o que poderia inibir uma possível rotina de trabalho com o audiovisual, e descreveu o cenário no qual se inseriam os acervos audiovisuais: “[...] apesar de esforços isolados, nossas bibliotecas, em sua maioria, pouca ênfase têm dado à incorporação desses recursos [...] A biblioteca moderna é multimídia, é uma coleção de livros e outros registros de informação” (Bethônico, 2006, p. 70).

Da década de 2010, selecionamos dois artigos que retrataram o audiovisual nos ambientes escolar e universitário. No artigo de Silva, Silva e Brito (2012), caracterizou-se o chamado acervo de multimeios enquanto seção de uma biblioteca escolar. Os autores elencaram as categorias do que a literatura considera multimeios, apresentaram as motivações e os desafios de incorporar as coleções audiovisuais à rotina de ensino e aprendizagem da escola, e destacaram a ausência da atuação bibliotecária na gestão e mediação do acervo. Sob outro contexto, no artigo de Muriel-Torrado e Gonçalves (2017), discutiu-se a incorporação do YouTube à rotina de trabalho do bibliotecário. Os autores mapearam os canais administrados em bibliotecas universitárias e propuseram categorias de assunto visando à produção audiovisual e à análise de vídeos gravados nesses ambientes de informação.

Em virtude de estarmos na metade dos anos 2020, os artigos recuperados na BRAPCI que correspondem a esta década não foram analisados na íntegra. Assim, o recorte temporal de 2020 a 2024 foi incluído no corpus textual analisado na plataforma Voyant Tools, juntamente com os demais artigos de 1972 a 2019. Todos os dados referentes à mineração de texto oriunda da revisão de literatura encontram-se disponíveis na comunidade nomeada Informação Audiovisual no repositório Zenodo.

3 Biblioteca audiovisual como paradigma emergente

Por que introduzir a biblioteca audiovisual como um paradigma emergente? De acordo com a revisão de literatura, constatamos a presença do audiovisual intrinsecamente relacionada à formação de acervos e a indefinições do seu escopo de atuação nas bibliotecas. No entanto, advêm do período pandêmico, de 2020 a 2023, os maiores registros de inserção das bibliotecas na produção audiovisual e na consequente formação de acervos multimidiáticos a partir de canais no YouTube e da produção de podcasts. Essa realidade vai diretamente ao encontro da abordagem de Thomas Kuhn (2007), quando este se refere a um momento de crise no qual se emerge um novo paradigma.

Partindo do pressuposto de que uma biblioteca audiovisual é destinada ao público em geral e que o seu acervo é composto por áudio, vídeo e materiais derivados, a sua rotina de trabalho caracteriza-se pela gestão de conteúdo informacional multimidiático. Portanto, demanda uma infraestrutura física, virtual e tecnológica que cumpra satisfatoriamente a sua missão em uma determinada instituição, seja pública ou privada.

Outrora denominados multimeios, não convencionais e até mesmo incorporados na sub-rotina das bibliotecas, reúnem-se os acervos audiovisuais com base na sincronização entre os três elementos que alicerçam a informação audiovisual, quais sejam: texto, áudio e vídeo. Ademais, constituem-se por suportes físicos, digitais ou virtuais, a exemplo das plataformas digitais existentes que podem ser gerenciadas em biblioteca audiovisual. Estas, por sua vez, caracterizam-se por instabilidades que lhes são inerentes no mercado digital, a exemplo de haver atualizações, melhorias, alternância de valores, mudança de CEO (Chief Executive Officer), ou até mesmo a descontinuidade de recursos e serviços disponíveis na plataforma.

Por outro lado, no desenvolvimento de acervos audiovisuais em bibliotecas, os suportes DVD e Blu-ray, apesar de sua obsolescência digital, ainda podem ser levados em consideração, principalmente se houver conteúdo exclusivo, tais como gravações de eventos históricos, registros biográficos e espetáculos teatrais e musicais. Nesses casos, a ordenação das estantes pode seguir um esquema de classificação decimal, desde que se mantenha a categorização fidedigna dos assuntos. Há outros tipos de suporte que podem ser gerenciados em biblioteca audiovisual, tais como as fitas VHS, U-MATIC, BETACAM, MINIDV, DVCAM, dentre outras, sendo que estas requerem equipamentos dispendiosos para a instituição. A solução, por vezes, é a de se contratar serviços de conversão de mídias, ou seja, digitalizar o conteúdo registrado em fitas e convertê-lo para arquivos salvos em HD (Hard Disk).

Nesse contexto, duas realidades poderão coexistir no desenvolvimento de acervos audiovisuais: a de captura de imagens a partir de uma mídia, a exemplo das supracitadas, cujo conteúdo será capturado por equipamentos e softwares de edição, visando salvá-lo como arquivo no formato MP4; e a de simples conversão do conteúdo audiovisual originalmente produzido e salvo em outro formato de vídeo que não seja o MP4, conversão esta que entendemos ser inadequada devido à perda da qualidade de som e imagem. A biblioteca audiovisual inserida nesse cenário agregará valor às atividades de edição de vídeo, pois pode disponibilizar para a comunidade softwares como Adobe Premiere, Camtasia, Canva, DaVinci Resolve, Filmora, Movavi ou Sony Vegas.

A depender do tipo de acervo audiovisual incorporado à biblioteca, faz-se necessário atribuir licença de uso sobre o material gravado, tendo em vista os aspectos éticos e legais que norteiam o acesso às produções audiovisuais. Por definição, a licença de uso será atribuída pelos próprios produtores, cabendo à biblioteca o papel de reforçar o cumprimento da licença e orientar a comunidade acerca dos meandros relativos a direitos autorais, propriedade intelectual e proteção de dados pessoais. Desse modo, inter-relacionar as licenças de uso à legislação e às normativas vigentes agregará valor à atuação da biblioteca audiovisual na prestação de serviços de informação.

Percebemos, então, que o desenvolvimento de acervos audiovisuais não se dissocia da promoção de serviços de informação. Assim, o ambiente de uma biblioteca audiovisual transita entre a produção e a gestão de conteúdo, entre o atendimento personalizado presencial, remoto e híbrido, e entre a disponibilização de infraestrutura física e tecnológica. Na contemporaneidade, todas essas nuances exigem uma cadeia de uso de plataformas digitais, que discutiremos com base na representação da imagem a seguir:







Figura 5 Plataformas digitais para biblioteca audiovisual












Fonte: Elaborado pelos autores (2024), com arte disponível no Canva.

Descrição da imagem disponível em: https://g.co/gemini/share/b16a112ba1ed


Tomaremos como exemplo a realização de um evento online, que pode ser totalmente remoto ou híbrido, isto é, com uma parte do público presente em gravação na biblioteca e a outra parte gravando alhures. Na produção de conteúdo audiovisual, é possível gravá-lo através da plataforma StreamYard, a qual permite a transmissão ao vivo em até três canais distintos no YouTube ou três mídias sociais como Facebook, Instagram, LinkedIn e X. Nessa produção, o papel da biblioteca audiovisual seria oferecer os meios necessários para a execução da atividade, o que exigirá a atuação de um bibliotecário audiovisual que lidere os trabalhos e de uma equipe capacitada responsável pelas funções de direção técnica de gravação e supervisão de live streaming. Além do StreamYard, outras plataformas podem ser testadas na biblioteca, dentre elas: JMV Stream, Restream e OBS Studio.

Finalizada a gravação no StreamYard, o arquivo estará disponível para download em vídeo ou apenas na versão de áudio. Em ambos os casos, o material poderá seguir para edição, a partir da qual haverá a inserção de vinhetas, efeitos sonoros ou cortes em pontos específicos da gravação. Na hipótese de haver a edição de vídeo, visando a uma retroalimentação de conteúdo no canal do YouTube, podemos utilizar softwares como Adobe Premiere, Camtasia, Canva, DaVinci Resolve, Filmora, Movavi ou Sony Vegas. Para a edição de áudio, sugerimos explorar softwares como Adobe Audition, Audacity, Pro Tools ou Reaper. Destes, a popularidade do Audacity suprirá a necessidade de uma biblioteca audiovisual, seja disponibilizando o seu espaço físico para as atividades de edição, seja promovendo treinamentos para uso das plataformas.

Supondo que não haverá edição de vídeo, e que a versão do evento online será gravada na íntegra através do StreamYard, pode ser realizado o download do arquivo de áudio no formato e extensão MP3, o qual será trabalhado tecnicamente no Audacity e, após edição e preenchimento de metadados, exportado para compor episódio de podcast. Este, por sua vez, será publicado em uma plataforma de hospedagem, a exemplo da Podcastics, a qual distribui satisfatoriamente o conteúdo na chamada podosfera, caracterizada pela existência de várias plataformas de áudio. Diante disso, a biblioteca audiovisual pode agregar as atividades de gravação, edição e treinamentos para uso das plataformas.

Por se tratar de uma biblioteca que também reúne audiolivros, logo, diferenciá-los da dinâmica de publicação dos podcasts torna-se fundamental para a rotina de trabalho. Pensando nisso, a equipe da biblioteca precisa estar alinhada quanto às abordagens teórica e prática sobre podcasts, com foco nos seus tipos e formatos, nas técnicas e recursos de gravação e edição de áudio, nas plataformas de hospedagem e de distribuição e, ainda, em diretrizes para a administração eficiente e eficaz de projetos na podosfera.

Como plataformas de hospedagem, PodBean, Podcastics, Podomatic, SoundCloud, Spotify for Creators e Spreaker podem ser exploradas, e como plataformas de distribuição de conteúdo em podcast, são exemplos: Amazon Music, AntennaPod, Apple Podcasts, Castbox, Deezer, Listen Notes, Pocket Casts, Podcast Addict, Podchaser, Spotify, TuneIn e YouTube. Esse mesmo aspecto refere-se aos audiolivros, sendo acrescentadas as plataformas para distribuição, comercialização e consumo desses produtos editoriais, tais como: Audible, Audiobooks, Findaway Voices, Skeelo, Storytel, Tocalivros e Ubook.

Na sequência do nosso exemplo hipotético de evento online, o arquivo de áudio editado para o podcast pode ser transferido para a plataforma TurboScribe, na qual haverá a transcrição de todo o conteúdo gravado, isto é, a conversão do áudio em texto. Desta feita, recomendamos que o texto transcrito seja salvo em PDF contendo a licença de uso mais restritiva (Creative Commons, 2024), a fim de garantir a proteção dos direitos autorais sobre as transcrições. Coibir o uso indevido das transcrições, assim como do áudio e do vídeo produzidos no ambiente da biblioteca, deve ser conditio sine qua non para a atuação do bibliotecário audiovisual, e mais ainda se houver o trabalho de assessoria da biblioteca sobre a gestão de conteúdo no YouTube e nas demais plataformas digitais.

Na imagem a seguir, sintetizamos a proposta de biblioteca audiovisual como paradigma emergente, considerando aspectos como: produção, edição e gestão de conteúdo audiovisual; proposição de novos serviços de informação; realização de testes, prototipação e treinamentos nos espaços da biblioteca e nas plataformas digitais; e catalogação e indexação dos acervos audiovisuais e de suas fontes e recursos de informação derivados.

Figura 6 Biblioteca audiovisual como paradigma emergente












Fonte: Elaborado pelos autores (2024), com arte disponível no Canva.

Descrição da imagem disponível em: https://g.co/gemini/share/896d98837659


Além do áudio, texto e imagem estática, a produção em vídeo, que contém imagens em movimento, pode ser trabalhada e retroalimentada no YouTube, haja vista as possibilidades de legendagem e audiodescrição. Apesar de ocorrer, na maioria das vezes, atribuição automática de legendas no próprio YouTube, é possível explorar, ainda, a ferramenta Happy Scribe, que, além de incorporar todas as funcionalidades de transcrição da TurboScribe, mantém como diferencial a viabilidade de atribuição de legendas às gravações em vídeo.

Assim, o evento online poderá ser disponibilizado com legendas geradas por inteligência artificial, da mesma forma que a transcrição do material em áudio. Em razão disso, a biblioteca audiovisual também passará a gerenciar arquivos digitais nos formatos e extensão MP3 (MPEG Audio Layer 3) para áudios, MP4 (MPED-V AVC - Moving Picture Experts Group / Advanced Video Coding) para vídeos, e SRT (SubRip Subtitle) para legendas.

Por sua vez, a audiodescrição poderá ser incorporada ao podcast, com áudios gravados especificamente para esta finalidade. Na prática, o bibliotecário audiovisual procede com a descrição minuciosa e em detalhes do que se vê em imagens que possam ser utilizadas nos slides ou mesmo em gráficos, infográficos, fluxogramas, quadros, tabelas e fotografias. Essa técnica vai ao encontro das boas práticas em acessibilidade informacional. Outrossim, partindo de análise crítica e comparativa por olhar humano, as imagens estáticas também poderão ser audiodescritas através do chatbot Gemini, a exemplo do que fizemos, em fase de testes, com todas as imagens disponíveis neste artigo.

E finalmente, vislumbramos que as técnicas consolidadas de catalogação e indexação possuem a sua relevância. Nesse sentido, ao selecionar um material audiovisual para catalogação, consideramos necessária a sua análise no todo e em parte, como recurso contínuo, isto é, catalogamos o título do canal e, em seguida, cada vídeo ou episódio de podcast separadamente. Ao procedermos dessa forma, ampliamos as possibilidades de recuperação da informação em um sistema de busca, a exemplo do Pergamum, trazendo para a biblioteca audiovisual a responsabilidade pela análise, classificação, catalogação, indexação e descrição dos áudios, vídeos, transcrições e legendas em catálogo online. Fazem-se necessários, então, os processos de curadoria, controle de qualidade e retroalimentação das informações, a fim de que a busca seja bem-sucedida em todos os aspectos.

4 Considerações finais

Na contemporaneidade, a produção, edição e gestão de conteúdo audiovisual tornaram-se necessárias em diversos nichos de atuação profissional, no sentido de que várias profissões desenvolvem as suas atividades utilizando, de muitas maneiras, o audiovisual como recurso nas mídias sociais digitais. De igual modo, constatamos que os acervos audiovisuais cresceram exponencialmente em muitas áreas do conhecimento, exigindo, portanto, iniciativas de gestão da informação, técnicas biblioteconômicas e proposição de novos serviços de informação.

Como desafios práticos e técnicos, visando à incorporação das plataformas digitais à rotina de trabalho das bibliotecas audiovisuais, destacamos a necessidade de haver recursos humanos e financeiros destinados a subsidiar o uso, a assinatura e a realização de treinamentos em cada uma das plataformas. Além disso, o investimento nas infraestruturas física e tecnológica proporcionará a disponibilização de espaços para gravação, edição e gestão de conteúdo audiovisual na biblioteca, complementando a sua função de salvaguardar acervos audiovisuais e disseminar a informação contida nas mídias físicas ou digitais e nos canais do YouTube e de podcast relevantes sob o ponto de vista de uma determinada comunidade.

Partindo da revisão de literatura, constatamos que não houve uma definição para o termo “biblioteca audiovisual”, logo, a sua base conceitual em Biblioteconomia e Ciência da Informação resulta como uma das nossas contribuições no desenvolvimento da pesquisa. Reiteramos, então, a definição atribuída na introdução deste artigo: a biblioteca audiovisual surge como candidata a paradigma emergente na medida em que houvera o surgimento de diversas plataformas digitais de áudio e vídeo, destinadas à produção, edição e gestão de conteúdo que formam acervos digitais pulverizados e que, portanto, necessitam de critérios e diretrizes para a organização sistemática e para a promoção de serviços de informação, a fim de atender satisfatoriamente a distintos segmentos de público nos âmbitos presencial, remoto e híbrido.

Esta definição vai ao encontro dos pressupostos teóricos de Thomas Kuhn (2007), baseado na compreensão de que um candidato a novo paradigma surge em meio a uma crise do status quo. Dessa maneira, a biblioteca audiovisual emerge em um cenário propício à sua consolidação como paradigma, haja vista o crescimento exponencial da produção audiovisual nos mais variados nichos de atuação profissional, técnica, científica, artística e cultural. Nesse sentido, há diversos canais no YouTube e em podcast que demandam a incorporação de seu acervo à rotina de trabalho em bibliotecas audiovisuais, desde as orientações sobre as licenças de uso até a gestão da informação por meio das técnicas de catalogação, descrição e indexação do conteúdo produzido.

Como perspectiva de estudos futuros, aprofundar os dados textuais coletados na revisão de literatura consolidará o estado da arte sobre bibliotecas audiovisuais. Além disso, poderão ser exploradas, detalhadamente, as potencialidades de uso de cada plataforma digital contemplada neste artigo. Outrossim, a estruturação de repositório audiovisual em softwares como DSpace ou Tainacan contribuirá sobremaneira para a oferta de novos serviços de informação e para se pensar em estratégias de preservação digital do conteúdo audiovisual publicado no YouTube e na podosfera.

Referências

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NOTAS


Espaço designado para inserir os dados de autoria. Os dados de autoria devem ser submetidos no mesmo momento da submissão do manuscrito como documento suplementar.



CONTRIBUIÇÃO DE AUTORIA

Concepção e elaboração do manuscrito: F. E. P. Santos

Coleta de dados: E. L. L. Sales

Análise de dados: E. L. L. Sales

Discussão dos resultados: F. E. P. Santos

Revisão e aprovação: J. D. P. B. Fernandes


DECLARAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DOS DADOS

Dados disponíveis em https://zenodo.org/records/14841706


FINANCIAMENTO

Não se aplica


CONFLITO DE INTERESSES

Não se aplica


REVISÃO E NORMALIZAÇÃO

Os autores


EDITOR RESPONSÁVEL

Patrícia Nascimento Silva (https://orcid.org/0000-0002-2405-8536)


HISTÓRICO

Recebido em: 09-02-2025 – Aprovado em: 04-04-2025 – Publicado em: 05-05-2025.

1 Bibliotecário e Mestre em Ciência da Informação, Universidade Federal do Ceará, edvanderpires@gmail.com

2 Bacharel em Biblioteconomia, Universidade Federal do Ceará, evandroleandro13@gmail.com

3 Bibliotecária e Mestre em Ciência da Informação, Universidade Federal do Ceará, joanabib@gmail.com


DOI: https://doi.org/10.35699/2237-6658.2025.57379

Revista Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 15, e057379, 2025

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Revista Múltiplos Olhares em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 15, e057379, 2025