Nuntius Antiquus https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus <div id="journalDescription"> <p><em>Nuntius Antiquus</em><em> </em>é um periódico semestral, de fluxo contínuo, com avaliação de pares, mantido pela <a href="http://www.letras.ufmg.br/site/">Faculdade de Letras</a> da <a href="https://www.ufmg.br/">Universidade Federal de Minas Gerais</a> (Brasil) desde 2008. Publica artigos científicos tendo como temática culturas e literaturas da Antiguidade e da Idade Média. Tem como missão fomentar a produção científica na área de estudos clássicos e medievais, permitindo a pesquisadores do Brasil e do exterior divulgarem suas pesquisas e contribuírem para o debate e o progresso científico na área. A revista destaca-se como um dos raros periódicos brasileiros voltados estritamente para os domínios da Antiguidade e do Medievo.</p> <p>Não se cobra dos autores pela publicação.</p> <p><strong>Qualis A2 </strong>(quadriênio 2017–2020).</p> </div> Universidade Federal de Minas Gerais pt-BR Nuntius Antiquus 2179-7064 Haroldo de Campos traduz Horácio https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/43453 <p class="Resumo"><strong>Resumo:</strong> Tratarei neste artigo da recepção não passiva da literatura clássica levada a cabo pelo poeta e pensador da tradução Haroldo de Campos (1929-2003), especialmente a partir de suas transcriações de Horácio, um dos mais importantes poetas latinos. Procurarei demonstrar, em três momentos (à maneira de cliques nos hiperlinks da história literária), como algumas das contribuições tradutórias e críticas de Haroldo têm renovado o modo de ler/traduzir a poesia da Antiguidade hoje.<br /><strong>Palavras-chave:</strong> Haroldo de Campos; transcriação; Horácio; recepção clássica.</p> <p class="Resumo"><br /><strong>Abstract:</strong> In this paper I will aproach the non-passive reception of the Classical literature carried out by the Brazilian poet and thinker on the translation Haroldo de Campos (1929-2003), especially from his transcreation of Horace, one of the most important Latin poets. I will try to demonstrate, in three contexts (like clicks in the literary history hiperlinks), how some of Haroldo’s contributions on translation and criticism have renewed the way of reading/translating the Ancient Classical poetry today.<br /><strong>Keywords:</strong> Haroldo de Campos; transcreation; Horace; Classical Reception.</p> <p class="Biblio"> </p> Brunno Vinicius Gonçalves Vieira Copyright (c) 2023 Brunno Vinicius Gonçalves Vieira (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-09-20 2023-09-20 18 2 1 29 As primeiras traduções brasileiras da Lisístrata https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/42112 <p>As primeiras traduções de Lisístrata, de Aristófanes, no Brasil datam dos anos sessenta do século passado apenas. Em 1964, Mário da Gama Kury publica a peça com o título <em>A Greve do Sexo</em> (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964), em volume conjunto com <em>A Revolução das Mulheres</em> (<em>Assembléia de Mulheres</em>); em 1967, Millôr Fernandes a traduz a pedido da atriz Ruth Escobar, que a leva à cena no mesmo ano em montagem de grande repercussão em São Paulo – a tradução, contudo, só seria publicada dez anos mais tarde (São Paulo: Abril Cultural, 1977). Essas traduções tiveram grande sucesso comercial e ainda hoje continuam a ser lidas e editadas, apesar de a comédia ter recebido novas versões desde então. Entendendo que elas são produto do seu tempo e constituem formas de recepção do legado antigo, pretendo investigar como o contexto histórico-cultural brasileiro da época determinou a) a escolha dessa comédia, até então negligenciada por editoras e ausente dos palcos; b) as opções adotadas pelos tradutores para verter a obra. Paralelamente vou apontar como elas determinaram a recepção da comédia no Brasil, que vai além do âmbito literário, contribuindo para tornar a personagem um símbolo de resistência política e de militância feminista no contexto da ditadura militar. </p> Adriane da Silva Duarte Copyright (c) 2023 Adriane da Silva Duarte (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-09-14 2023-09-14 18 2 1 22 Recepção e intertextualidade: https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/44104 <p><strong>Resumo:</strong> Neste artigo, destacam-se algumas ideias-chave da teoria da Recepção e da Intertextualidade, procurando-se apontar para o território comum que compartilham, mas também para certas fronteiras que as separam. Destaca-se a diversidade de enfoques em ambos os campos e se apontam problemas hermenêuticos complexos que ambos suscitam. De forma didática e tentativa, propõe-se um quadro que assinala pontos confluentes e não confluentes entre ambas as teorias e práticas. Por fim, apresenta-se um exemplo mais detalhado de análise intertextual e se procura mostrar como os princípios básicos da teoria da Recepção podem impedir as armadilhas positivistas. As considerações aqui tecidas são ilustradas por textos da literatura latina, o principal ponto de partida de nossa reflexão.<br /><strong>Palavras-chave:</strong> recepção; intertextualidade; literatura latina.</p> <p><br /><strong>Abstract:</strong> This text points out to some key-notions of Reception theory and Intertextuality, and aims to signal the common field that they share but also some boards that separate them. It highlights the diversity of approaches in both fields and the complex hermeneutic questions that they arouse. It proposes, in a didactic and tentative way, a table in which confluences and distinctions of theories and practices are pointed out. Finally, a detailed example of intertextual analysis is explored, and one tries to show how the basic principles of the Reception theory may prevent us from falling in positivistic traps. The theoretical reflection proposed here is illustrated by examples taken from the Latin literature, the main start point of my observations.<br /><strong>Key words:</strong> Reception; Intertextuality; Latin literature.</p> Paulo Sérgio de Vasconcellos Copyright (c) 2023 Paulo Sérgio de Vasconcellos (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-09-01 2023-09-01 18 2 1 47 Duas traduções oitocentistas do “Canto de Proteu”, Geórgicas IV, 453-527 https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/42200 <p>Neste artigo, recorremos, sobretudo, às formulações teóricas de Antoine Berman (2007) a fim de analisar as traduções de Geórgicas IV, 453-527, de Virgílio, por Manuel Odorico Mendes (1858) e António Feliciano de Castilho (1867). Nessa passagem, também conhecida como “Canto de Proteu”, uma divindade conta a Aristeu o motivo de suas abelhas terem morrido: isso se devia a um castigo das almas de Orfeu e Eurídice, a quem Aristeu prejudicara seriamente. O método escolhido para as análises primeiro envolveu a delimitação de conceitos – tais como as ideias de “tradução etnocêntrica” e “tradução ética” – sobre a arte de traduzir, essencialmente a partir da obra de Berman. Depois, a leitura comparativa e por amostragem das versões de Geórgicas IV, 453-527 pelo tradutor brasileiro e pelo português. Os resultados obtidos apontam fortemente para a adoção de procedimentos de latinização da língua portuguesa por Odorico, enquanto Castilho preferiu seguir um padrão expressivo mais próximo do comum no vernáculo. Concluímos, assim, de acordo com a terminologia de Berman, que o tradutor brasileiro adotou parâmetros mais acordados com a ideia de uma “tradução ética” – ou capaz de evocar, sem servilismo, a Letra do original – que seu correlato lusitano.</p> Matheus Trevizam Copyright (c) 2023 Matheus Trevizam (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-06-29 2023-06-29 18 2 1 22 Haroldo de Campos e a Ilíada de Homero https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/44627 <p>Este artigo busca refletir sobre a tradução de Haroldo de Campos da <em>Ilíada</em> para a língua portuguesa. O estudo será guiado principalmente por textos do próprio tradutor a respeito de seu trabalho, a fim de encontrar os motivos para a escolha da <em>Ilíada</em>, a visão que o tradutor tinha de Homero (e da própria <em><span style="text-decoration: underline;">Ilíada</span></em>), como foi o processo tradutório e o que ele pretendia com a tradução.</p> Tatiana Alvarenga Chanoca Copyright (c) 2023 Tatiana Alvarenga Chanoca (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-09-22 2023-09-22 18 2 A arte de reformular os mitos https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/42408 <p><strong>Resumo:</strong> É propósito desta reflexão analisar a versão inovadora do mito de Electra concebida por Ivo de Castro Oliveira, tendo em conta as linhas de força das tradições envolvidas. A combinação é exótica, articulando dois dos mitos mais populares na Antiguidade: o dos Atridas e o dos Labdácidas. Uma avaliação atenta das personagens e dos papéis que lhes são atribuídos justifica o título: a figura de Electra é central, como polo de articulação de todas as outras tensões, mas são sobretudo as conexões familiares que importam. Novas estratégias dramáticas (como a flutuação do tempo dramático, determinante na estrutura da peça) merecem atenção pelo contributo que dão à reformulação de velhos motivos. Fatores de contexto, próprios de finais do séc. XX, marcam igualmente e de forma original este regresso ao tema ‘Atridas’. E assim se vai construindo o diagrama de uma recriação que tem tudo para ser inovadora sem, paradoxalmente, desfigurar as fontes a que recorre.<br /><strong>Palavras-chave:</strong> Atridas; Labdácidas; Ésquilo; Eurípides; Zambrano; morte/vida.</p> <p><br /><strong>Abstract:</strong> The purpose of this reflection is to analyse the innovative version of the myth of Electra conceived by Ivo de Castro Oliveira, taking into account the traditions involved. The combination is exotic, articulating two of the most popular myths in Antiquity: that of the Atreids and that of the Labdacids. A careful evaluation of the characters and roles attributed to them justifies the title: the figure of Electra is central, as the articulating pole of the other tensions, but it is above all the family connections that matter. New dramatic strategies (such as the fluctuation of dramatic time, a determining factor in the structure of the play) deserve attention for their contribution to the reformulation of old motifs. Context factors, typical of the end of the 20th century, also mark this return to the ‘Atreids’ theme in an original way. And so the diagram of a recreation that has everything to be innovative is built, without, paradoxically, disfiguring the sources to which it resorts.<br /><strong>Keywords:</strong> Atreids; Labdacids; Aeschylus; Euripides; Zambrano; death/life. </p> Maria de Fátima Silva Copyright (c) 2023 Maria de Fátima Silva (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-06-29 2023-06-29 18 2 1 22 Tradução ética https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/42021 <p><strong>Resumo:</strong> O artigo pretende refletir sobre critérios fundantes nas análises das traduções, a saber, “fidelidade” e “confiabilidade”, os quais são frequentemente tratados como conceitos absolutos. O texto procura relativizar e problematizar tais noções, contrapondo à fidelidade ao conteúdo a fidelidade à criatividade e à excelência poética. A proposta caminha pela discussão sobre ética (po)ética fundamentada nos estudos de Henri Meschonnic e conclui que podemos considerar como uma “tradução fiel” também aquela pela qual o “tradutor” (no caso, João Guimarães Rosa), antes de buscar reproduzir a história e o conteúdo formal da obra emulada, resgata pequenos trechos de uma grande obra e vivifica-os em sua própria criação, preservando e magnificando as estratégias poéticas do autor objetivado que mais o impactaram. Exemplificamos com a recriação de uma passagem de Homero (Ilíada, 24, v. 785-788), o nascer da Aurora, a qual é, assim, mantida viva, em detalhes, na cultura de chegada. Afirmamos, deste modo, que é possível perceber uma atitude de fidelidade e devotamento nas minúcias da criação poética, o que, por sua vez, justifica a inusitada autodenominação de “tradutor” firmada por Guimarães Rosa a Günter Lorenz em Gênova, em janeiro de 1965.<br /><strong>Palavras-chave:</strong> tradução; fidelidade; ética; Henri Meschonnic; João Guimarães Rosa.</p> <p><br /><strong>Abstract:</strong> The article aims to reflect on fundamental criteria in translation analysis, namely “fidelity” and “reliability”, which are often treated as absolute concepts. The text seeks to relativize and problematize such notions, contrasting fidelity to content with fidelity to creativity and poetic excellence. It discusses (po)ethical ethics based on Henri Meschonnic’s studies and concludes that we can consider a “faithful translation” to be one in which the “translator”, in this case João Guimarães Rosa, before reproducing the history and formal content of the work he has emulated, retrieves small passages of a great work and vivifies them in his own work, preserving and enhancing the poetic strategies that had the greatest impact on the target author. We exemplify this with the recreation of a passage from Homer (Iliad, 24, v. 785-788), the dawning of the dawn, which is thus kept alive, in detail, in the target culture. We affirm, thus, that it is possible to perceive an attitude of fidelity and devotion in the minutiae of poetic creation, which, in turn, justifies the unusual self-denomination of “translator” signed by Guimarães Rosa to Gunther Lorenz in Genoa, January 1965.<br /><strong>Keywords:</strong> translation; fidelity; ethics; Henri Meschonnic; João Guimarães Rosa.</p> Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa Copyright (c) 2023 Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-09-13 2023-09-13 18 2 1 21 Recepção de Ovídio por Christophe Honoré https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/45021 <p>Partindo dos comentários de Quintiliano na <em>Institutio Oratoria</em> acerca da produção ovidiana, este artigo propõe uma leitura das <em>Metamorphoses,</em> de Ovídio, em relação com sua transposição cinematográfica realizada no filme <em>Les Métamorphoses</em>, de Christophe Honoré (2014), de modo a assinalar o caráter mútuo e multidirecional da recepção clássica. Investigo como Honoré, para além do conteúdo mitológico, estrutura seu filme com base em diversos procedimentos formais e poéticos da obra ovidiana e analiso como ambos os artistas, ao romper com as convenções de decoro de sua época, propõem em suas obras uma poética de refinada ousadia. Assim, efetuo uma discussão voltada para o fato de Ovídio e Honoré instaurarem em suas obras reflexões metapoéticas ou metacinematográficas, de modo a pensar criticamente a fluidez dos limites entre mundo, obra e tradição.</p> Júlia Batista Castilho de Avellar Copyright (c) 2023 Júlia Batista Castilho de Avellar (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-06-29 2023-06-29 18 2 1 26 Apresentação https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/48144 <p>Apresentação: Dossiê Recepção Clássica. </p> Tereza Virgínia Tereza Barbosa Matheus Trevisam Copyright (c) 2023 Tereza Virgínia Tereza Barbosa, Matheus Trevisam (Autor) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-09-20 2023-09-20 18 2 1 7