Parmênides no carro das sombras
Palavras-chave:
Jônios, Exílio, verdade, sentido, razãoResumo
Com a invasão persa do século VI a.C., diversos filósofos jônicos precisaram deslocar suas escolas para a Grécia continental e a Magna Grécia, fluxo emigratório intenso constituído por refugiados extremamente cultos. Entre alguns desses ilustres emigrantes, encontramos Pitágoras de Samos, Xenófanes de Cólofon e Parmênides de Eléia. Exilados da Jônia cada um a seu tempo, esses cosmólogos e filósofos, conhecidos erroneamente pela etiqueta dos “pré-socráticos”, promoveram a filosofia tanto quanto Sócrates. Acostumados aos contatos interculturais promovidos em sua região (com babilônicos, egípcios e gregos), os pensadores jônicos se tornaram sensíveis ao problema da verdade e à ideia de examinar criticamente um relato quanto a sua capacidade de extrapolar impressões sensoriais, ou seja, quanto a sua capacidade de apreensão intelectiva do real. Por fim, investiga-se mais detidamente, em Parmênides, a plenitude de uma transformação filosófica dos elementos sensíveis do mundo em elementos racionais do pensamento humano, tendo como base a análise dos fragmentos de sua obra intitulada Da Natureza.
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