https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/issue/feed O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira 2024-06-03T16:54:25-03:00 Seção de Periódicos periodicosfaleufmg@gmail.com Open Journal Systems <p>A revista <em>O Eixo e a Roda</em> tem como objetivo fomentar a produção teórica, crítica e ensaística na área de Literatura Brasileira, dando a oportunidade para que pesquisadores do Brasil e do exterior divulguem suas pesquisas e contribuam para o debate qualificado nesta área de estudos.</p> https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52788 “A canção segue a pedir por ti” 2024-05-28T15:08:46-03:00 Hêmille Perdigão hrsperdigao@yahoo.com.br <p>Este texto traz uma leitura de três canções de Chico Buarque cujo eu lírico é feminino: “Pedaço de mim” (1977), “Atrás da porta” (1972) e “Olhos nos olhos” (1976). O objetivo é analisar os recursos linguísticos e musicais usados pelo artista brasileiro para expressar a dor da perda em suas composições. Para isso, são comparadas as rimas empregadas na canção sobre a perda de um filho e as rimas empregadas nas canções sobre o término de um relacionamento conjugal. O texto apresenta, também, a comparação entre a canção que tematiza o momento da descoberta da perda pelo eu lírico e as canções que abrangem um intervalo temporal mais extenso desde a perda. A conclusão é que, contrariando o que propõe Freud em seu texto Recordar, repetir e elaborar, nas três canções de Chico Buarque analisadas, a elaboração da perda se dá através de repetições, seja das rimas, dos acordes ou de frases inteiras. Ademais, é possível concluir que as canções favorecem o esquecimento do trauma pelo eu lírico, em uma espécie de concessão de descanso àquela que sofreu, deixando que a música expresse suas dores.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Hêmille Perdigão https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52789 “Saturno não tem superfície” 2024-05-28T15:13:38-03:00 Milena Cláudia Magalhães Santos milena_guidio@yahoo.com.br Rosana Nunes Alencar rosanaalencar@unir.br <p>Como se conjugam os vestígios da perda, do luto, da melancolia, em uma poesia reconhecida por sua contenção, cuja investigação e descrição dos processos muitas vezes parecem destinadas a subtrair a emoção, o derramamento, o pathos? Para tentar responder a essa questão, este artigo plana sobre a obra da poeta Marília Garcia, detendo-se principalmente em seu livro Expedição: nebulosa (2023), que desde o título é marcado pelos traços da morte e do luto, mas também pelo “sim” fundador de recomeços. Supõe-se que um lastro melancólico atravessa as vozes dos poemas e, apesar disso, os procedimentos formais variados alargam as possibilidades de registro das situações de perda que não necessariamente são expressões de um sujeito lírico que sofre, mas de um sujeito analítico, marcado por referências. Mais do que se ater a um campo conceitual dado, esta leitura baseia-se, sobretudo, em reflexões de Didi-Huberman, Susan Sontag, Jacques Derrida e Roland Barthes, acerca da montagem, da melancolia, da perda e do luto.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Milena Cláudia Magalhães Santos (Autor); Rosana Nunes Alencar https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52790 O verso amputado 2024-05-28T15:35:00-03:00 Fábio Roberto Lucas frlfrlucas@gmail.com <p>A partir dos anos 1990, a obra poética de Sebastião Uchoa Leite se torna intensamente atravessada pela experiência do corpo doente e da proximidade da morte, enfrentada pelo poeta em seus últimos anos de vida. Esse ponto de inflexão, observado por críticos como João Alexandre Barbosa e Paulo Andrade, é antecedido, porém, por uma poética – já presente na obra de Uchoa Leite desde sua virada antilírica em Antilogia (1972) – que cedia ao verso um modo de existência vampiresco, fantasmático, que Luiz Costa Lima compara à de um membro amputado. O artigo visa, assim, compreender como o poeta agencia essa experiência de perda da poesia diante da experiência de perda do corpo e do mundo, a crescente sensação de entropia de si e do outro: “Perplexos/ Vamos todos desconexos/ nesse roldão universal”. Para tanto, analisa alguns poemas de A uma incógnita (1989-1990) em aproximações críticas que leem o verso vampiresco de Uchoa Leite como possível modalidade de tombeau da poesia moderna e de seu estado constitutivo de crise (Marcos Siscar); e em diálogo com a poesia brasileira ligada à ideia de antropofagia, pensada como uma teoria do luto (Roberto Zular). Então concluí que, mesmo sem estarmos diante de uma obra antropofágica ou que erga um monumento tumular à poesia em seu dizer equívoco de sua perda, tais teorias nos ajudam a entender como o poeta faz dessa perda um espaço de encontro, de partilha e transformação do sentido.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Fábio Roberto Lucas https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52791 Rio do tempo, fluir de mágoas 2024-05-28T15:43:19-03:00 Nicia Petreceli Zucolo niciazucolo@ufam.edu.br <p>Este artigo pretende evidenciar como a poesia de Astrid Cabral representa a inevitável melancolia da existência finita, a ciência de que se vive para a morte. A sua aparente simplicidade, a partir de objetos e situações do dia a dia, revela uma complexidade filosófica ímpar acerca da percepção da finitude, da melancolia, do luto e da solidão, mostrando que a memória, muitas vezes, pode ser um espaço catalisador para a manutenção da sanidade, bem como o fazer poético, uma possibilidade de superação da dor. A fim de comprovar essa hipótese, demarcou-se um caminho de leitura que inicia com Ponto de Cruz (1979) e prossegue até Íntima Fuligem (2017), destacando poemas que ilustram a ideia. Para fundamentar o trajeto de análise serão usados autores como Freud (2011); Henry Bergson (2006); Martin Heidegger (2004).</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Nicia Petreceli Zucolo https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52792 A palavra afogada 2024-05-28T15:49:15-03:00 Gustavo Silveira Ribeiro gutosr1@yahoo.com.br <p>Este ensaio propõe uma releitura de Novo endereço, de Fabio Weintraub, retomado mais de vinte anos depois da publicação original desse premiado livro de poemas. O intuito é mostrar a perturbadora atualidade do material, dado que a forma áspera e cortante dos versos, a preferência estilística pelo irônico-coloquial, e o seu interesse pelas ruínas da metrópole e pelos tipos sociais marginalizados (doentes, trabalhadores pobres, moradores de rua, toda sorte de abandonados) encontra eco numa nova época de crise econômica e desagregação social, o presente devastado, ainda, pelos efeitos da pandemia e pela guinada neoliberal dos governos de direita e extrema-direita que tomaram conta do país entre 2016 e 2022.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Gustavo Silveira Ribeiro https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52798 CHIARELLI, Stefania; SARTINGEN, Kathrin (orgs.). Histórias de água – o imaginário marítimo em narrativas brasileiras, portuguesas e africanas. Berlim: Peter Lang, 2023. 2024-05-28T16:26:44-03:00 Alexandre Marzullo marzullo.alexandre.musica@gmail.com <p>.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Alexandre Marzullo https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52795 O baile de máscaras 2024-05-28T16:10:22-03:00 Fernando Henrique Crepaldi Cordeiro fhcc2001@hotmail.com <p>Este trabalho propõe uma leitura das funções de narrador e de autor em Bufo &amp; Spallanzani (1986), de Rubem Fonseca. Para tanto, partiremos da análise das diferentes funções que cabem a Gustavo Flávio na obra, uma vez que, além de ser um dos protagonistas e o narrador, ele constantemente interrompe a narração com comentários acerca de temas como a literatura, a escrita, o mercado cultural, entre outros, o que o aproxima da noção de autor, conforme Tacca (1983). O próprio Flávio, além disso, nos é apresentado como escritor de romances e, mais especificamente, produz uma narrativa homônima a de Rubem Fonseca. Em contrapartida a esse personagem-autor, verificamos a presença de uma outra imagem de autor que sub-repticiamente envolve todo o romance. Essa outra imagem de autor assombra a narrativa e tem seus contornos mais bem delimitados quando se verifica uma ironização de Flávio, enquanto narrador/autor. Essa idiossincrasia da narrativa fonsequiana ganha relevo quando discutimos um aspecto postulado pela crítica sobre o processo narrativo do autor brasileiro. Referimo-nos à ideia de Antonio Candido (2000), e também desenvolvida por Mazzaferro (1984), de que as obras mais instigantes de Fonseca seriam aquelas em que o discurso do narrador/autor abre espaço para a narração de personagens pertencentes às camadas sociais menos privilegiadas, numa espécie de “abdicação estilística”. Por outro lado, para Candido, narradores como Flávio, que pertencem à classe social de Fonseca, se relacionariam a obras menos interessantes.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Fernando Henrique Crepaldi Cordeiro https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52797 Separar, para ser inteiro 2024-05-28T16:21:19-03:00 Suelen Ariane Campiolo Trevizan sactrevizan@yahoo.com <p>A segunda obra ficcional de Hilda Hilst, Kadosh (1973), contém quatro narrativas curtas, por isso costuma ser classificada como um livro de contos. Este artigo propõe outra abordagem: lê-la como um romance, considerando suas partes não como contos, mas como capítulos que apresentam estágios de uma mesma jornada. Para sustentar isso, analisa a estrutura geral do livro, destacando elementos paratextuais, como epígrafe e dedicatória, e comentando intratextualidades e intertextualidades, em especial com a peça O Dibuk, de Sch. An-Ski. Na conclusão, este estudo interpreta o aspecto fragmentário da ficção hilstiana como um modo particular de vivência, separado e/ou santo, que deseja a inteireza, mas, fracassando sempre, experimenta a busca como o propósito maior da literatura.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Suelen Ariane Campiolo Trevizan https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52796 A escritura da pintura 2024-05-28T16:14:27-03:00 Talles Luiz de Faria e Sales tallesluiz@yahoo.com.br <p>O artigo procede a uma leitura do romance A menina morta (1954), de Cornélio Penna, partindo da hipótese da centralidade do retrato da menina morta na narrativa e do impacto das imagens em sua configuração romanesca, tangenciando as relações entre pintura e literatura que, de resto, atravessam a própria biografia do escritor. Analisa-se o retrato como mecanismo de legitimação do poder senhorial pelo efeito de subjetivação que perpetua, valendo-se, para tanto, das análises de Burke e Kantorowicz acerca dos usos da imagem do rei nas monarquias europeias. Por fim, apresenta-se a decriptação do enigma da menina morta pela irmã, Carlota, que suspende seu efeito para revelar a violência sobre a qual se fundamenta o poder senhorial da fazenda do Grotão, em movimento análogo ao da própria escritura corneliana ao colocar em perspectiva o quadro da catástrofe original da história brasileira.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Talles Luiz de Faria e Sales https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52793 Considerações sobre o erótico na prosa de Álvares de Azevedo 2024-05-28T15:56:23-03:00 Sergio Schargel sergioschargel@gmail.com <p>A prosa de Álvares de Azevedo é marcada por elementos fragmentários, como bem aponta Antonio Candido. Todavia, há elementos que se repetem a despeito de sua irregularidade qualitativa. A proposta deste artigo é aprofundar-se sobre um desses elementos: o erotismo. Tomando como marco teórico discussões propostas pelo próprio Candido e por Eliane Robert Moraes, a intenção é tomar o erotismo como elemento aglutinador, como ponto de consenso entre duas obras azevedianas: Macário e Noite na taverna. Assim, por meio desta dialética entre teoria e objetos, será possível adicionar uma nova camada aos estudos azevedianos ao pensar na forma com que sua prosa reconstrói a noção de erótico no século XIX, antecipando o explícito do estilo modernista.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Sergio Schargel https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52794 A exceção e a norma 2024-05-28T16:06:17-03:00 Leandro Pasini leandro.pasini@unifesp.br <p>O objetivo deste texto é tentar entender de que modo dois momentos históricos (o realismo e o modernismo) e dois programas estéticos (a narrativa realista e a montagem) são estudados por Roberto Schwarz à luz da relação entre a análise concreta de obras literárias e os ideais artísticos e teóricos subjacentes a essas perspectivas. Para isso, procede-se à revisão de alguns pontos-chave da obra de Schwarz, presentes sobretudo no livro Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis (1990) e no ensaio “A carroça, o bonde e o poeta modernista” (1987). Argumenta-se que a centralidade conferida a Machado de Assis por Schwarz em sua interpretação da literatura brasileira e do próprio Brasil fundamenta a sua avaliação frequentemente negativa do movimento modernista.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Leandro Pasini https://periodicos.ufmg.br/index.php/o_eixo_ea_roda/article/view/52862 Apresentação 2024-06-03T10:54:45-03:00 Fadul Moura faduldm@gmail.com Nathaly Felipe Ferreira Alves nathaly_felipe@hotmail.com Ana Karla Canarinos anakarla.canarinos@gmail.com Mireille Garcia mireillebrfr@hotmail.com <p>.</p> 2024-06-03T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2024 Fadul Moura, Nathaly Felipe Ferreira Alves, Ana Karla Canarinos, Mireille Garcia