O estudo apresenta um percurso aparentemente caótico por dentro dos objetos escolhidos, onde eles são
eventualmente processados e superpostos em diferentes combinações. Em uma narrativa gestual-
coreográfica (Baalman 2010) são apresentados abaixo alguns dos momentos mais significativos para ilustrar
as relações de conformidade ou controvérsia dos materiais sonoros e visuais tanto no domínio do material
quanto do espaço extrínseco.
Em 0’49’’ uma textura sonora associada a uma imagem desfocada em movimento de rotação apresenta um
gesto de salto no domínio sonoro, chamando muita atenção para um elemento visualmente pouco evidente.
A textura sonora associada à visualização de dentro de um recipiente metálico perfurado, apresenta, em
três momentos distintos, 0’34’’, 1’05’’ e 1’34’’, movimentação no espaço extrínseco em controvérsia com o
material visual, trazendo a atenção para um elemento, inicialmente em segundo plano.
Em 0’15’’ a textura sonora associada a visualização obtida do interior de uma construção de plástico escura,
em uma relação de contraste, se mostra com um movimento de rotação no espaço extrínseco bem lento
enquanto o visual faz rotação rápidas; em 0’18’’, novamente em uma relação de contraste, a rotação do
evento sonoro se mostra mais lento e em sentido contrário ao visual; em 0’24’’, explorando relações mais
complexas que se modificam ao longo de apenas 10 segundos, a textura sonora percorre três movimentos
com sentidos diferentes, inicialmente realizando uma rotação mais lenta que o visual e em sentido contrário,
em um segundo momento, mais rápida que o visual e no mesmo sentido, inclusive com modificações no
material que se aproximam mais da movimentação visual do que a própria movimentação no domínio do
espaço extrínseco, e em um terceiro momento, novamente em sentido contrário e mais lento. Em 0’39’’ essa
mesma textura retorna, dessa vez apresentando um movimento de rotação completamente coerente entre
o visual e o sonoro, rápido e na mesma direção. Em 1’19’’ essa textura volta se apresentando coerente com
o material visual tanto em seu movimento de rotação, que se inicia lento e vai acelerando, até ser
interrompido pela textura que se segue, quanto em seu material que apresenta modificações que guiam tal
percepção. Em 1’27’’ ressurge um contraste, enquanto o visual se apresenta com uma movimentação lenta,
o espaço extrínseco se encontra completamente estático e o nível material com uma agitação extremamente
alta. Em 1’39’’ uma nova conformidade se apresenta tanto no espaço extrínseco sonoro e visual quanto no
domínio do material.
Em 0’46’’, 1’05’’, 1’11’’ e 1’32’’ temos uma textura sonora associada a uma imagem visual obtida de dentro
de uma estrutura escura circular e estática. Em todas as aparições realizamos uma movimentação no espaço
extrínseco do material sonoro explorando um gestual granular, em contraste com a parte visual,
completamente estática. Apesar de dissonante, tal realização, de certa forma, reforça a associação,
inicialmente imprevisível.
Em 1’14’’ uma textura sonora associada a uma textura visual obtida com a gravação de dentro de um vidro
canelado, realiza um movimento de rotação tanto em sentido contrário ao do visual, quanto em uma
velocidade diferente, ilustrando, nesse caso uma controvérsia. Essa mesma textura reaparece em 1’21’’,
1’30’’ e 1’46’’, e é apresentada, no domínio do espaço extrínseco, como estática, apesar de um certo
movimento lento no correspondente visual. A granulação do vidro canelado da imagem se mostra em
concordância com uma certa granulação do material sonoro escolhido, no domínio de constituição do
material.
A textura sonora associada ao interior de um objeto feito de fios marrons trançados, apresentada em 0’16’’,
0’21’’, 0’26’’, 0’32’’ e 1’37’’ explora, no domínio do espaço extrínseco, um gestual em forma de ondas, em