● A segunda estrutura representa um desvio mínimo em relação à primeira, pois troca o intervalo de
6m (8) por um de 5j (7). Consequentemente, ao compararmos a amplitude intervalar das duas
observamos uma leve diferença: 8j + 7m (22), a primeira, e 8j + 6M (21), a segunda.
● As classes de altura da segunda estrutura estão a distância mínima das classes de altura da primeira
estrutura: Solb está a 1 semitom de Fá, Dób a 1 de Dó, Mi a 1 de Mib e Lá a 1 de Láb. Por outro lado,
não deixa de haver uma conexão por proximidade em termos de alturas no registro real (veja-se a
parte de baixo da Figura 8).
No final do compasso 19 começa um novo processo com uma estrutura harmônica diferente, Ré-Sol-Sib-
Réb, que pode ser interpretada como uma tríade com quinta diminuta e quinta justa (uma espécie de
superposição de Sol menor e Sol diminuto). Vejamos a relação entre estas alturas e as tocadas
anteriormente.
Ao juntarmos as alturas do acorde de Fá m7 (Fá-Dó-Láb-Mib) com as quintas descendentes seguintes (Solb-
Dób-Mi-Lá) notamos que as alturas que faltam para completar o total cromático são justamente as tocadas
no final do compasso 19, ou seja, Ré-Sol-Sib-Réb. Isto demonstra um pensamento em notas, em classes de
altura, mais do que em termos de cluster. Estas três estruturas completam o conjunto de 12 alturas da escala
cromática.
Embora a estrutura Ré3-Sol3-Sib3-Réb4 venha a completar o total cromático, as alturas são geradas por
proximidade com alturas já realizadas (veja-se a parte de baixo da Figura 8); concretamente, Fá-Dó (do Fá
m7) e Mi-Dób (das quintas). Estas alturas, além de serem próximas, geram o acorde do compasso 19 a partir
de um movimento simétrico (como já tinha acontecido com o Fá m7). Vejam-se as seguintes questões na
parte de baixo da Figura 8:
● A estrutura Mi-Fá-Dób-Dó é simétrica.
● Dób e Dó fazem um movimento em espelho: o Dob desce 1 até o Sib e o Dó sobe 1 até o Réb.
● Mi e Fá fazem, também, um movimento em espelho: o Mi desce 2 até o Ré e o Fá sobe 2 até o Sol.
Nos compassos 20 e 21 há uma redução no âmbito intervalar no qual se desenvolvem as vozes. O violino I
desce do Réb4 até o Lá baixo3, o violino II desce do Sib3 até o Láb baixo3, a viola permanece no Sol3, e o
violoncelo sobe do Ré3 até o Fá# alto3. A estrutura harmônica resultante desses movimentos, Fá# alto3-
Sol3-Láb baixo3-Lá baixo3, permanece até o final da seção (compasso 30) com variações nas estruturas
rítmicas, no tempo, na intensidade e no timbre.
Ao estudarmos o processo inteiro, do compasso 12 até o compasso 30, notamos o seguinte:
● Se seguirmos o movimento das notas mais graves que aparecem na Figura 8 (parte de cima) podemos
notar a presença insistente das notas Ré e Lá, isto é, de quintas ou quartas dependendo da ordem.
Como comentado, as quintas apareciam já nos primeiros doze compassos como insinuação de uma
ordenação pelo ciclo das quintas (veja-se, por exemplo, na Figura 2, o Fá# no estágio 4, o Dó# no