escolar como espaço formativo em música, coloca que “é na escola, por meio de um projeto da orquestra,
que os participantes do espetáculo aprendem música, aprendem a tocar o instrumento que executam nas
apresentações”. Vertamatti (2012, resumo) estudando a cultura musical dos adolescentes no contexto
escolar, explica que pelo fato do trabalho dialogar com diversas áreas do conhecimento, “foi necessário
buscar subsídios nos conceitos e propostas de Educação Musical de H. J. Koelrreutter, G. Reibel, M. Schafer
e John Paynter”, tendo por base educadores musicais precursores de propostas criativas. Serodio (2014,
resumo) investigando a didática da composição musical em sala de aula, defende que “chega-se ao enorme
potencial formativo da atividade didática de composição musical, para a criança e jovem”.
A partir destas análises para determinadas colocações dos autores nas teses, verifica-se que algumas
características prevalecem nesta tendência musicológica, como: a criatividade, a relevância do processo
criativo, a participação ativa dos estudantes, o foco na música contemporânea, a crítica à música das
mídias e à indústria cultural, à massificação da audição, da escuta, do gosto e do acesso à música. Também
se verifica que há uma defesa de uma escuta e apreciação mais autônoma e ainda o trabalho com músicas
que possibilitem o desenvolvimento de uma consciência crítica, reflexiva e o engajamento estético dos
estudantes.
Comparece, assim, nesta tendência o fazer musical e o desenvolvimento ativo de práticas instrumentais e
vocais, além das propostas criativas, principalmente o foco em uma consciência crítica ético-estética.
A tendência musicológica identificada como “Pós-moderna, raça, gênero, pós-estruturalismo” foi
identificada em quatro teses: Mattos (2013), Melo (2014), Romanelli (2009), Santos (2017).
A tese de Romanelli (2009) foi identificada também como multiculturalista, mas aqui incluída também na
tendência pós-moderna. Mattos (2013), investigando o pagode e suas performances para a educação das
relações étnico-raciais no currículo escolar aborda uma temática em voga, atualmente associada às
temáticas da pós-modernidade. Assim, a música popular é tratada de forma diferenciada da tendência
multiculturalista, apresentando uma abordagem crítica para um tema pós-colonialista.
Parto das representações corporais e etnicorraciais das músicas produzidas pelos novos
estilos musicais que surgiram a partir da década de 1990 na Bahia, elaboradas por jovens
negros da periferia, cuja linguagem oral, escrita e corporal se diferencia daquela
permeada por um passado de colonização e passa a valorizar a musicalidade de matriz
africana como um instrumento de expressão cultural. Meu aporte teórico é constituído
pelos Estudos Culturais e Pós-Coloniais, adotando a Multirreferencialidade como método
de pesquisa. (Mattos 2013, resumo).
Como características da tendência musicológica pós-moderna podemos citar: ênfase em questões de raça,
gênero, étnicas ou valorização de culturas marginalizadas sob um olhar antropológico, etnográfico e
etnomusicológico. Nesse contexto, há uma certa valorização do conhecimento prático, diário e do convívio
histórico-social local, e uma certa valorização do pragmatismo desconstrucionista, por vezes anti-
estruturalista ou ainda abordando aspectos musicais, artísticos e culturais que buscam atender minorias
em inclusão.