concentração maior no trabalho. No entanto, esses intervalos são necessários, como mencionado acima, na
medida certa, ou seja, que não se prolongue demasiadamente para não tirar o foco do objetivo.
As atividades que os músicos realizam por ocasião das pausas durante os ensaios os entrevistados afirmaram
que eles: conversam (85,1%), tomam água (77,7%), tomam café (62,9%), fazem alongamentos (37%), comem
alguma coisa nos intervalos (25,9%), realizam outras atividades (14,8%), estudam passagens difíceis de
determinada peça (11,1%), fumam (7,4%), leem e ficam sozinhos (3,7%); e ninguém (0%) respondeu que
ingere bebidas alcoólicas durante o intervalo. Aqueles que responderam “outras atividades” apontaram que:
ouvem música nos intervalos, definem rumos logísticos de produção do grupo e ficam em pé.
Essas atividades durante as pausas são diversas e são essenciais para definirem a eficácia desse descanso.
As mais citadas pelos entrevistados foram conversar, tomar água e tomar café. Os resultados sugerem que
as atividades que mais são realizadas pelos violonistas são as que Klicksein (2009) aponta como divertising
breaks, que são atividades onde os músicos saíam do ambiente onde acontece o ensaio e que sua mente
desligue do que estava fazendo. Esse tipo de pausas é eficaz quando as sessões de prática são muito extensas
e exaustivas, servindo como recompensa da tarefa finalizada. O autor chama a atenção para que essas
pausas não sejam muito longas, como apontado anteriormente, e para que, durante o descanso, o músico
não esforce os músculos com outras atividades, como instrumentistas que usam as mãos, por exemplo,
evitarem digitar em celulares ou outras atividades que possa fadigar ou estressar a musculatura utilizada. As
atividades descritas como active breaks, que são aquelas em que o músico continua engajado na música,
foram mencionadas em menor número pelos participantes, o que sugere que atividades que exijam esforço
mental são menos realizadas, haja vista que a duração dos ensaios é longa, e que a preferência dos
violonistas está na restauração e reestabelecimento da energia, concentração e foco da prática. O último
tipo descrito pelo autor – restorative breaks – são mencionados em certa parte dos entrevistados, como
fazer alongamentos. Esse tipo se refere tanto para descanso como para realizar movimentos. Ainda, segundo
o autor, são ideais para centrar a mente, revitalizar o corpo e para contrabalancear os efeitos das posições
assimétricas dos músicos.
Quanto à realização de estudo individual das partes fora dos horários de ensaio a maioria dos violonistas
(89%) responderam positivamente a respeito de estudar as partes individualmente; apenas 2 sujeitos (7%)
não estudam, e descreveram ler à primeira vista durante os ensaios do grupo. Apenas 1 sujeito (4%)
assinalou a alternativa outros, e como resposta descreveu: “Selecionar trechos difíceis de ler à primeira vista,
decidir e anotar as digitações e o restante é durante o ensaio à primeira vista”. Outro entrevistado,
descreveu que estuda somente as passagens difíceis individualmente. A maioria dos entrevistados
corroboram com Ginsborg (2009), que descreve que o grupo que teve maior sucesso foi aquele em que os
indivíduos estudaram por mais tempo suas partes individualmente. Podemos prognosticar que o estudo
individual economiza tempo nos ensaios dos quartetos, visto que a maioria deles ensaiam durante apenas
um dia na semana. Portanto, a resolução dos problemas técnicos individuais é tratada fora dos ensaios, para
que, assim, apenas questões musicais interpretativas sejam tratadas durante a prática em conjunto,
evitando que se desperdice tempo em problemas que podem ser resolvidos fora da prática em conjunto.
Dos violonistas entrevistados, 23% responderam que a liderança dentro do grupo sempre é feita pelo mesmo
indivíduo; 27% apontaram para o fato de que a liderança sempre acontece com alternância de indivíduos;
34% relataram acontecer alternância de líder algumas vezes; 8% responderam que nunca há liderança e 8%
assinalaram “outros”. Daqueles que responderam outros, obtivemos as seguintes respostas: “Não digo