na grande expansão das orquestras do repertório romântico, passando pelas grandes experimentações e
desafios técnicos da música do séc. XX, até a atualidade. Com isso, como qualquer instrumentista
orquestral, o/a candidato/a a timpanista, deve se dedicar tanto ao estudo técnico, quanto ao repertório
solo e camerístico, e principalmente a um profundo estudo do repertório orquestral para esse
instrumento, incluindo o contexto em que os excertos se inserem, com todas as suas especificidades. Para
isso, é fundamental o estudo de obras de compositores sinfônicos como Bach, Mozart, Haydn, Beethoven,
Berlioz, Tchaikovsky, Verdi, Wagner, Sibelius, R. Strauss, Mahler, Stravinsky, Bartók, Villa-Lobos, Prokofiev,
Shostakovitch, entre tantos outros, incluindo boa parte do repertório escrito a partir do séc. XX.
Além de sua crescente importância no contexto sinfônico, deve-se destacar também os três concertos para
múltiplos tímpanos (de cinco a oito tímpanos) e orquestra escritos ainda no séc. XVIII pelos alemães
Graupner, Molter e Fischer, assim como três dos concertos escritos na última década do séc. XVIII pelo
austríaco Georg Druschetzky (1745-1819), que utilizam entre seis e oito tímpanos. No séc. XIX, embora
tanto a construção, quanto a técnica e a escrita sinfônica para os tímpanos tenham evoluído
enormemente, paradoxalmente, no repertório solista destaca-se somente a Marcha e Polonesa para seis
Tímpanos e Orquestra, escrita em 1878 pelo alemão Julius Taush (1827-1895).
Finalmente, o alemão Ottmar Gester (1897-1969) escreve em 1932 o seu Capricietto for Four Timpani and
Orchestra, que embora seja um concerto tecnicamente simples e sem mudanças de afinação, reinaugura a
volta dos tímpanos como instrumento solista frente à orquestra no séc. XX. O também alemão Werner
Tharichen (1921-2008), que foi timpanista da Orquestra Filarmônica de Berlim, escreve o Concerto for
Timpani and Orchestra em 1954, que segundo Hashimoto (2020, 40), “pode ser considerado o primeiro
grande concerto de tímpanos do séc. XX. A obra utiliza cinco tímpanos com várias mudanças de afinação e
grande demanda técnica na execução de alguns trechos, incluindo o uso de quatro baquetas e a utilização
de baquetas de caixa-clara”.
Em 1955 o americano Robert Parris (1924-1999) escreve o Concerto for Five Kettledrums and Orchestra. Já
sobre as primeiras obras do repertório camerístico, deve-se mencionar a Sonata para Dois Pianos e
Percussão (1937), do húngaro Béla Bartók (1881-1945), obra de grande envergadura, que requer apurado
controle técnico e musical dos quatro intérpretes, e onde o/a timpanista, que também deve tocar outros
instrumentos de percussão, realiza uma grande quantidade de mudanças de afinação, incluindo até
mesmo glissandos. Já a Sonatina for Two or Three Timpani and Piano, composta em 1940 pelo russo
Alexander Tcherepnin (1899-1977), é uma obra tecnicamente bem mais simples e solicita apenas algumas
mudanças de afinação.
Sobre o repertório solo, as Eight Pieces for Four Timpani do compositor americano Elliot Carter (1908-
2012), escritas entre 1950 e 1966, se mantêm entre as principais obras solo para tímpanos na atualidade.
Esse conjunto de peças explora os tímpanos ao seu extremo, e embora somente duas das peças utilizem
mudanças de afinação, todas passam por explorações tímbricas usando diferentes regiões das membranas,
tipos de toque, baquetas e abafamentos, além de uma alta complexidade técnica que, aliados a um
refinado processo composicional que inclui a característica exploração das modulações rítmicas de Carter,
tornaram essas peças reconhecidas mundialmente.
Outros concertos que se destacam são o Concerto Fantasy for Two Timpanists & Orchestra, escrito em
2000 pelo americano Phillip Glass (1937), assim como o Concerto No. 2 for Timpani and Orchestra: The