Revista Brasileira de Estudos do Lazer https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel <p>A<strong> Revista Brasileira de Estudos do Lazer - RBEL</strong> - é uma publicação da<strong> Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação em Estudos do Lazer (ANPEL - <a href="http://anpel.com.br/">http://anpel.com.br/</a>)</strong> sem fins lucrativos que objetiva divulgar a produção científica nacional e internacional sobre o Lazer e temas afins.</p> ANPEL pt-BR Revista Brasileira de Estudos do Lazer 2358-1239 <div>Direitos Autorais para artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.</div> <div> </div> <div>Copyrights for articles published in this journal belong to the author, and the journal has first publication rights. Since they appear in this public access journal, they are free articles with their own attributions in educational and non-commercial applications.</div> EDITORIAL: LAZER E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/51052 Danilo da Silva Ramos Elisangela Chaves Juliana Araujo de Paula Khellen Cristina Pires Correia Soares Christianne Luce Gomes Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 1 2 ENTRE TRAJETÓRIAS DE VIDAS NEGRAS E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NO CAMPO DOS ESTUDOS DO LAZER: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/49053 <p>Partindo da premissa de que o podcast, enquanto linguagem midiática, é uma maneira de divulgar conhecimentos e formar os/as sujeitos/as no âmbito do lazer, o objetivo deste estudo foi analisar a relação das trajetórias de vida de pesquisadoras/es negras/os participantes do podcast ‘Papo de Lazer com Angela Bretas’ com a sua formação e atuação no campo dos Estudos do Lazer. Para isso, utilizamos como metodologia o levantamento dos episódios que tiveram participantes negras e negros, a escuta dos episódios e a transcrição dos trechos em que as/os participantes narraram experiências de vida em que a questão racial estivesse presente. A formação obtida no contexto acadêmico e das vivências dos sujeitos-corpos negros, perpassando o reconhecimento da negritude e as experiências de lazer, proporciona aos/às profissionais uma atuação politicamente engajada e têm o podcast como um ambiente virtual de encontro. As trajetórias das/os pesquisadoras/es negras/os reafirmam o compromisso com o resgate das histórias e culturas silenciadas e invisibilizadas na academia e denunciam a existência do racismo epistêmico como dívida que necessita de tratamento político e responsável com a história da população negra brasileira.</p> Adriano Gonçalves da Silva Lucilene Alencar das Dores Alysson dos Anjos Silva Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 3 20 QUANDO O RACISMO INCORPORADO É COLOCADO EM CAMPO NO FUTEBOL, AS AÇÕES RELATIVAS À HUMANIDADE SÃO CONVOCADAS AO JOGO https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/48545 <p style="font-weight: 400;">O futebol é considerado como um fenômeno sociocultural que envolve uma participação significativa da população, contribuindo para a formação da própria identidade brasileira, além de instituir-se, em alguns casos, como um elemento de organização das rotinas pessoais e familiares, tendo em vista a programação dos jogos. Como um espaço de lazer, o futebol, nos últimos anos, no que se refere ao contexto de discriminação racial, tem testemunhado uma intensificação das tensões sociais, nas quais as manifestações de violência acontecem em situações diversificadas. O presente artigo tem como objetivo contribuir não apenas com reflexões e discussões, mas com futuras proposições que avancem na implementação de políticas públicas que tratem da cultura de violência instituída e do racismo no futebol disseminados e propagados, visando a uma transformação baseada em uma educação humanizada. O texto apresenta a temática sobre a cultura de violência no futebol abordando os processos relacionados aos insultos no espaço futebolístico, trazendo uma discussão relativa à dimensão do incorporado, como o que é considerado como o próprio corpo.</p> Alice Maria Corrêa Medina Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 21 37 MULHERES NEGRAS E HIP HOP: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/49092 <p>O objetivo deste artigo é tecer reflexões acerca dos entrecruzamentos queque se constroem na ação das mulheres negras no Hip Hop na cidade de Belo Horizonte, a partir de seu elemento dança. Parto dos apontamentos iniciais da pesquisa de doutorado intitulada MULHERES EM TRÂNSITO TRANSMUTADO: Lazer, Hip Hop e emancipação no Projeto Anjos D´Rua, do Programa de Pós Graduação em Estudos Interdisciplinares do lazer, da UFMG. Intento analisar os trânsitos de cinco mulheres negras e periféricas entre sua casa e o projeto sociocultural Anjos D´Rua, que há 20 anos atua no escopo da educação não formal ofertando aulas para crianças, jovens e adultos, a partir da imersão na cultura Hip Hop. Interessa-me analisar os processos pelos quais as mulheres dançarinas vivenciam e como circulam nos espaços públicos de lazer da cidade e como esta última responde a circulação da mulher negra periférica e LGTBQIA+. Analisando a circulação a partir do feminismo negro pela lente interseccional, busco trazer à cena como as questões de raça, gênero, sexualidade e classe demarcam a experiência da mulher negra na cena do Hip Hop belorizontino.</p> Bruna D'Carlo Rodrigues de Oliveira Ribeiro Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 38 55 "UM CANDOMBLÉ RUIDOSÍSSIMO, INCOMODANDO TODO O DISTRITO E A REPRESSÃO DESTE DIVERTIMENTO PROIBIDO” - https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/48319 <p>Este estudo analisa o Candomblé em Salvador, na virada do século XIX para o XX, entre os anos de 1890 e 1910, utilizamos como fontes, os periódicos disponíveis do período, documentos oficiais do estado (legislação) e o censo populacional. Durante o trabalho abordaremos como tema central o Candomblé e as relações subjacentes à prática como as negritudes, a repressão policial, os valores morais da classe dominante e o racismo entre outros. As fontes foram coletadas em arquivos físicos, como a Biblioteca do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e a Biblioteca Central do Estado da Bahia, além de periódicos disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira. O estudo destaca a resistência das comunidades religiosas afrodescendentes frente à repressão, mantendo viva a tradição cultural e espiritual do Candomblé. Contribui para a compreensão da história e cultura afro-brasileira, reconhecendo o Candomblé como uma expressão vital das negritudes e uma fonte de resistência, buscando contribuir para a inclusão dos estudos que marcam as negritudes no lazer.</p> Danilo da Silva Ramos Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 56 77 O LAZER COMO PROTAGONISTA DE RESISTÊNCIA E LUTA https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/47721 <p>A partir da pesquisa sobre os lazeres de jovens em Ouro Preto, este artigo apresenta reflexões sobre o papel da memória social, a interseccionalidade de raça e classe social, as políticas públicas de lazer em cidades turísticas e o lazer como um direito social, buscando identificar em que medida as práticas de lazer podem ser protagonistas de empoderamento para os sujeitos atravessados pelos marcadores sociais da diferença, em um bairro periférico, de uma cidade patrimônio mundial. Utilizando a pesquisa-ação como metodologia, desenvolveu-se um dia festivo e cultural como mecanismo de promoção do lazer e reapropriação do espaço público que sempre foi “palco” para a expressão da cultura local e da interação social no entorno dos marcos iconográficos localizados no bairro. Por fim, compreendeu-se que essa festividade proposta como um momento de celebração, de pertencimento e de reafirmação da identidade local resgatou parte da memória coletiva que estava apagada e foi capaz de contribuir para reacender a chama do processo de transformação pessoal e social da comunidade.</p> Denise Falcão Josué da Silva Fernandes Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 78 97 RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS, MULHERES NEGRAS E VIDEOGAMES https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/48700 <p>Este estudo teve como objetivo refletir sobre as relações étnico-raciais nos videogames, evidenciando os enfoques sobre a representatividade de personagens de mulheres negras. O estudo teve uma natureza qualitativa, sendo desenvolvido por meio de pesquisas exploratória e documental, focalizando apenas textos expressos em sites do Google sobre a temática proposta. Fez parte do estudo uma amostra intencional composta pelas dez primeiras ocorrências de sites no Google, contendo opiniões de especialistas sobre videogames e estudos étnico-raciais. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo, com base em três categorias delineadas a priori, sendo 1- coadjuvantes e/ou protagonistas femininas negras; 2- importância e impacto dos videogames para a discussão étnico-racial; 3- estereótipos raciais presentes e sugestões para a evolução. Os resultados apontam a consideração dos videogames como espaços legítimos para reflexões étnico-raciais, bem como, ligeiro aumento da representatividade de personagens femininas negras como coadjuvantes, mas não como protagonistas e a responsabilidade de desenvolvedores sobre a inserção de culturas diversas nas narrativas. Este tema ainda é pouco difundido, comprometendo a perspectiva de identificação de mulheres negras com as personagens existentes.</p> Gisele Maria Schwartz Ana Paula Evaristo Guizarde Teodoro Giselle Helena Tavares Rubian Diego Andrade Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 98 117 SALVADOR TERRITÓRIO DA MUSICALIDADE NEGRA: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/49099 <p>O objetivo desse artigo é apresentar algumas reflexões a partir de uma investigação, em torno de um novo discurso cultural denominado Pagode Baiano, que se constitui como parte da musicalidade negra diaspórica e emerge na contemporaneidade como um componente curricular para se pensar a educação das relações étnico–raciais no ambiente de formação. Parto das representações corporais e etnicorraciais das músicas produzidas pelos novos estilos musicais que surgiram a partir da década de 1990 na Bahia, elaboradas por jovens negros da periferia, cuja linguagem oral, escrita e corporal se diferencia daquela permeada por um passado de colonização e passa a valorizar a musicalidade de matriz africana como um instrumento de expressão cultural.</p> Ivy Guedes de Mattos Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 118 132 O CONHECIMENTO INDÍGENA É UMA MATÉRIA DECOLONIAL? https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/48534 <p>O artigo é uma versão reduzida do segundo capítulo da tese de doutoramento, intitulada “Encantaria e Imagem-espírito (utupë): uma docuficção com o povo indígena Tremembé.” O artigo problematiza acadêmica e cientificamente a construção histórica e social do conhecimento indígena, focando em minha experiência enquanto Tremembé. Entende-se que o conhecimento indígena se centra em seus modos de existência: cosmogonia, natureza, oralidade, memória e sonhos. Coloca-se como questão central a produção de conhecimento indígena, enquanto prática de memória coletiva. Questiona-se ainda se o conhecimento indígena pode ser considerado conhecimento decolonial indígena. Os Estudos Decoloniais apresentam uma grande contribuição às críticas ao colonialismo e neste presente trabalho analiso de que modo a colonização impôs práticas de conhecimento aos povos indígenas do Brasil. O conhecimento decolonial surge como resgate aos saberes dos povos indígenas e negros de Abya Yala, ao mesmo passo, que produzem táticas de resistência epistemológica. Observa-se uma influência dos Estudos Decoloniais em nossos saberes, mas o conhecimento indígena é marcado por sua própria agência de pensamento. A tradição dos nossos pensamentos é pautada pelo nosso território e pela passagem de conhecimentos de geração em geração. Os povos indígenas possuem sua própria subjetividade, que questiona ativamente âmbitos epistemológicos e políticos para a elaboração coletiva dos saberes originários de Abya Yala, por meio da memória, da oralidade e do sonho. Em suma, é a prática de reencantar o mundo.</p> Izabelle Louise Monteiro Penha Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 133 146 (IN)TOLERÂNCIA EM CAMPO: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/48566 <p>Os séculos XVII e XVIII foram marcados pelo lançamento das bases teóricas a respeito do conceito de tolerância que compreendemos na atualidade. O processo histórico foi capaz de gerar novas problematizações e reflexões, enquadrando a temática em diversos espaços da vida social. O objetivo deste estudo foi analisar casos atuais e recorrentes de preconceito, discriminação e perseguição no futebol, com considerável repercussão jornalística, a partir das contribuições da literatura clássica e, principalmente, das mais contemporâneas a respeito da tolerância, com destaque para o autor português Diogo Pires Aurélio. Como recorte, elencou-se três contextos para investigação: a relação de ligas europeias de futebol com atletas que praticam o islamismo; o ato de se punir a vítima que sofre com insultos racistas em campo; e por fim, a estratégia de manutenção de uma ordem social que favoreça aqueles que detêm o poder.</p> Marcus Peixoto de Oliveira Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 147 163 CURRÍCULO-LAZER E AS EXPERIÊNCIAS JUVENIS: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/48582 <p style="font-weight: 400;">O objetivo desse artigo é apresentar algumas reflexões sobre as juventudes e o reconhecimento da identidade negra a partir do currículo da Educação Profissional e Tecnológica (EPT). Para tanto, parte de uma pesquisa de doutorado cujo tema principal foi o diálogo entre as experiências juvenis com o lazer de jovens estudantes e o currículo do Ensino Médio Integrado a partir das ações protagonizadas por coletivos juvenis. Assim, nesta discussão, apresento algumas reflexões sobre como os coletivos juvenis fizeram/fazem funcionar os artefatos culturais no Currículo-lazer potencializando o reconhecer-se negro, traçando pistas para diálogos sobre a formação da identidade negra na Educação Profissional e Tecnológica.</p> Marie Luce Tavares Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 164 187 UNIVERSITÁRIOS NEGROS DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS E SUAS BARREIRAS SOCIAIS PARA O LAZER DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/48549 <p>A pandemia de Covid-19 modificou bruscamente o cotidiano da população mundial, inclusive a forma como vivenciamos o lazer. Parte de um estudo mais amplo, essa pesquisa qualitativa teve como objetivo analisar como se manifestaram as barreiras sociais no lazer dos estudantes negros da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas, antes e durante a quarentena. Consideramos o lazer um direito social e um fenômeno transformador da cultura. Então, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e de campo por meio de entrevistas semiestruturadas. Antes da pandemia, a falta de tempo, o fator econômico, as barreiras simbólicas e o racismo foram as dificuldades mais evidenciadas. A barreira social mais citada na quarentena foi a falta de tempo e a dificuldade de acesso aos espaços que limitaram as vivências de lazer, principalmente relacionadas aos interesses físico-esportivos e turísticos. As vivências sociais e artísticas passaram a ser realizadas de forma online.</p> Olívia Cristina Ferreira Ribeiro Dario Mondini Rosa Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 188 206 REFLEXÕES SOBRE A INVISIBILIDADE DA MULHER NEGRA NA DIVULGAÇÃO NO LAZER SEXUAL DO COMPLEXO DE DIVERSÕES GUAICURUS EM BELO HORIZONTE/MG https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/49084 <p>Este artigo tem o intuito de realizar uma reflexão sobre a invisibilidade da mulher negra em peças gráficas de design e a participação dessas mulheres no ambiente de lazer destinado a práticas sexuais no Complexo de Diversões Guaicurus. Buscamos apresentar a divulgação do sexo, no espaço de lazer, de uma grande zona de prostituição na capital mineira. As ferramentas de análise escolhidas para realizar a presente pesquisa foram as técnicas e elementos visuais do design (MUNARI, 2006). As peças gráficas de design analisadas foram registradas nos estabelecimentos de sexo da região da Rua dos Guaicurus em Belo Horizonte - MG, no período compreendido entre os meses de setembro/2019 e janeiro/2020. Assim, para realizar as reflexões, acionamos Joice Berth (2018) a fim de articular os conceitos de poder e empoderamento com a proposta temática; e Patricia Hill Collins (2019) que apresenta o Pensamento Feminista Negro para corroborar com a análise sobre as representações feitas das mulheres no serviço sexual, sobretudo, a mulher negra no Brasil. Ao final do estudo, percebeu-se que é quase nula a representação da mulher negra em peças gráficas encontradas na região da Guaicurus. À luz das autoras citadas e da análise dos dados foi possível perceber que a divulgação do sexo, como é realizada nessa região, colabora com o apagamento do corpo negro na comunicação visual e confirma estereótipos que estigmatizam as mulheres.</p> Rafael Rodrigo dos Santos Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 207 231 LAZER E LETRAMENTO RACIAL EM UM CENTRO DE EDUCAÇÃO NA COMUNIDADE DO MONTE CRISTO EM FLORIANÓPOLIS https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/48568 <p>Este artigo teve como objetivo investigar as aproximações e os distanciamentos entre o lazer e o letramento racial em um centro de educação da comunidade do Monte Cristo, em Florianópolis, na perspectiva dos educadores que trabalham nesse espaço. O estudo foi orientado pelas epistemologias latino-americanas, inspirando-se mais especificamente, mas, não exclusivamente, nas epistemologias feministas negras. Nessa perspectiva, estamos nos propondo a um esforço decolonial, que requer de brancos e negros uma postura de posicionamento combativo frente às heranças coloniais, como o racismo. Trata-se de um estudo de caso, descritivo e exploratório com abordagem qualitativa dos dados. Participaram do estudo 18 profissionais do contexto investigado, os quais responderam a um questionário online elaborado para essa investigação. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados demonstram a necessidade de ampliação da concepção de lazer na perspectiva da prática educativa. Como fenômeno que se manifesta na cultura, o lazer não está isento de reproduzir os males sociais e, o letramento racial parece um aliado importante na superação dessa característica. Concluímos que no contexto investigado o letramento racial contribui para as experiências de lazer, tornando-as significativas e socialmente localizadas, sendo relevante para o enfrentamento do racismo estrutural.</p> Raiane Cunha da Conceição Samara Escobar Martins Manoela de Sousa Correia Alcyane Marinho Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 232 252 TOADAS DE BOI-BUMBÁ E EXPRESSÕES DA NEGRITUDE NO FESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/48468 <p>Este artigo tem como objetivo analisar as toadas de Boi-Bumbá, relacionando-as com temáticas de negritude e sua influência nos Estudos do Lazer. A metodologia envolveu a seleção de nove toadas e a análise categórica de seus conteúdos. Os resultados revelaram a presença marcante de temas relacionados à resistência cultural, valorização da identidade e orgulho, celebração da diversidade e inclusão, luta por justiça social e antirracismo, entre outros. As toadas são identificadas como expressões artísticas que transcendem o entretenimento, tornando-se instrumentos poderosos de resistência e educação social. As conclusões apontam para o potencial transformador das toadas na valorização da cultura negra e tradicional, combatendo o racismo estrutural e promovendo a conscientização étnico-racial.</p> Vagner Miranda da Conceição Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 253 274 TEIMOSIA E DIÁLOGOS: https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbel/article/view/49533 <p>Pensar o lazer a partir das experiências e cotidianos dos povos indígenas é um movimento de teimosia e posição política. Como educadoras professoras mobilizadas no trabalho cotidiano para uma educação antirracista e decolonial, elegemos trazer para dialogar conosco outras vozes, a fim de mobilizar fissuras no pensar e fazer cotidianos desta sociedade, que insiste em relações de apagamento do outro que fica à margem dos bens sociais, culturais e econômicos. Nosso convidado para esse diálogo intercultural com os colegas e leitores do dossiê de “Estudos do Lazer e Relações Étnico Raciais”, é o líder indígena Karkaju Pataxó, uma liderança indígena que milita historicamente para educar os jovens e as comunidades indígenas na re-existência a partir do esporte e do lazer. Buscamos o diálogo intercultural, que possa criar potencialmente fissuras nos movimentos de subalternidade, invisibilidade e colonidalidade, em conversa com o campo dos estudos do lazer sob o sentido e significado do outro, significado que nos inspira para continuar em movimento com os povos originários para aprender-ensinar práticas sociais efetivas para o lazer e para além do esporte, para o bem-viver.</p> Khellen Cristina Pires Correia Soares Beleni Salete Grando Copyright (c) 2024 Revista Brasileira de Estudos do Lazer http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-01-31 2024-01-31 10 03 275 286