remeReme: Revista Mineira de EnfermagemReme : Rev. Min. Enferm.1415-27622316-9389Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais-UFMGBelo Horizonte, MG, BrazilS1415-27622013000400005S1415-2762(13)0170040510.5935/1415-2762.20130059PesquisasO peso de viver em um corpo obesoEl peso de vivir en un cuerpo obesoThe burden of living with obesityCardosoChristianne de Moraes CasoniCostaAldenan Lima Ribeiro Corrêa daUFMTFAEN CuiabáMTGPESCBrasilCuiabáMTGrupo de Pesquisa Enfermagem, Saúde e CidadaniaBrasilUniversidade Federal de Mato GrossoFaculdade de Enfermagem Programa de Pós-Graduação em Enfermagem1220131748068142711201330032012This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.Texto completo somente em PDF (PT)Full text available only in PDF format (EN)

O corpo foi sofrendo transformações sociais ao longo dos tempos, numa cultura que molda comportamentos, estabelece regras e formas de convivência, até ser considerado objeto de consumo: o corpo-ideal - magro e saudável. Ao mesmo tempo, a obesidade vem ganhando proporções assustadoras nos índices epidemiológicos. Para tentar se adequar à lógica posta, as pessoas buscam pela cirurgia bariátrica. Assim, o objetivo deste trabalho foi compreender, a partir das experiências de duas mulheres e uma cuidadora, o significado e sentido de viver em um corpo obeso na atual sociedade. A abordagem utilizada foi a qualitativa sustentada nos conceitos da hermenêutica. O diálogo ocorreu por meio da história de vida focal apreendida nas narrativas das participantes, permitindo chegar a duas categorias temáticas: o peso social da obesidade - o corpo não se constitui apenas como peso físico e biológico, mas também, e principalmente, um peso social; renascimento - o peso social é tão grande que, mesmo frente a todos os sofrimentos do processo cirúrgico bariátrico, o retorno dele aos limites normais assume para elas o significado de renascimento, o qual tem o sentido de se incluir na sociedade, na qual a imagem corporal é um "passaporte para a felicidade". Conclui-se que a compreensão da lógica/dinamicidade das necessidades de saúde dessas pessoas pode contribuir para a construção de práticas profissionais mais éticas ao resgatar o cuidado na perspectiva de quem vivencia a obesidade. Recomenda-se a consideração dos saberes sócio-antropológicos no cuidado a pessoas em obesidade como aspecto importante na reconstrução de práticas de saúde a esta população.

El cuerpo ha atravesado transformaciones sociales a lo largo de la historia, en una cultura que moldea comportamientos, establece reglas y formas de convivencia, hasta ser considerado objeto de consumo: el cuerpo-ideal-delgado y saludable. Al mismo tiempo, la obesidad ha adquirido proporciones asustadoras en los índices epidemiológicos. Para adaptarse a esta lógica, las personas se someten a la cirugía bariátrica. En este estudio se intenta comprender, desde la experiencia de dos mujeres y una cuidadora, el significado y sentido de vivir en un cuerpo obeso. Se utilizó el enfoque cualitativo en base a los conceptos de la hermenéutica. El dialogo se efectuó a través de la historia de vida focal captada en las narraciones de las participantes, permitiendo llegar a dos categorías temáticas: el peso social de la obesidad - el cuerpo no es apenas peso físico y biológico sino también (principalmente) peso social; el renacimiento - el peso social es tan grande que, a pesar de todos los sufrimientos de la cirugía bariátrica, la vuelta a los límites normales asume el significado de renacimiento, con el sentido de inclusión social donde la imagen corporal es el "pasaporte para la felicidad". Se deduce que entender la lógica y la dinámica de las necesidades de salud de estas personas puede contribuir a la construcción de prácticas profesiones más éticas por rescatar el cuidado desde la perspectiva de quiénes viven la obesidad. Se recomienda considerar los conocimientos socio-antropológicos en la atención de personas obesas como aspecto importante en la reconstrucción de prácticas de salud para esta población.

Perceptions of the human body have changed over time. Cultural aspects shape behaviours, social rules and lifestyles; nowadays it is an object of consumption: the ideal body should be slim and healthy. At the same time, epidemiological indices of obesity are alarmingly high. Obese people, in an effort to fit into an ideal model, resort to bariatric surgery. The present study aims to understand, from the experiences of two women and a caregiver, the meanings of living with obesity. It is a qualitative study that uses hermeneutic concepts. Dialogue with the participants centred in the Focal Life Story grasped from their narratives. It allowed the researchers to identify two themes: the social burden of obesity - it relates not to physical body weight, but to its impact in people's social life; and rebirth - the social burden of obesity is an important aspect: according to the participants it is worth going through the difficulties of a post-operative to return to a normal weight range; being once again included - in social groups to which body image is a "passport to happiness" - feels like a rebirth to them. In conclusion, understanding the logic/dynamics of these people's health needs can contribute to build practices from the perspective of people who are obese. Socio-anthropological knowledge is essential for caring for their needs and is an important aspect in the reorganization of health practices addressed to that population group.

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