remeReme: Revista Mineira de EnfermagemReme : Rev. Min. Enferm.1415-27622316-9389Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais-UFMGBelo Horizonte, MG, BrazilS1415-27622010000300006S1415-2762(10)01400306PesquisasEntre a vida enferma e a morte sadia: a ortotanásia na vivência de enfermeiros em unidade de terapia intensivaEntre la vida enferma y la muerte saludable: ortotanásia en la experiencia de enfermeros en unidad de cuidados intensivosBetween sick life and healthy death: orthotanasia in the experience of nurses in an intensive care unitBisognoSilvana Bastos CogoQuintanaAlberto ManuelCamargoValéri PereiraUniversidade Federal de Santa MariaCentro de Educação Superior Norte do Rio Grande de Sul Departamento de EnfermagemNúcleo de Pesquisas Interdisciplinares em SaúdeUniversidade Federal de Santa MariaUFSMDepartamento de Psicologia Programas de Pós-Graduação em Psicologia (Mestrado) e Pós-Graduação em Enfermagem (Mestrado) 0920101433273340606201016122009This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.Texto completo somente em PDF (PT)

Considerando que a ortotanásia diz respeito a um termo por vezes controverso e com insuficientes discussões éticas e jurídicas, realizou-se uma pesquisa objetivando conhecer a percepção de profissionais enfermeiros sobre essa prática no contexto hospitalar. Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, pautada na abordagem qualitativa, desenvolvido em uma UTI adulto de um Hospital público do Rio Grande do Sul, tendo sido entrevistadas cinco enfermeiras. Optouse pela entrevista semidirigida, realizada de janeiro a março de 2008. Os cuidados relacionados aos aspectos éticos envolvidos na pesquisa foram devidamente cumpridos. Após a análise de conteúdo, emergiram as categorias: é o médico quem decide; o paciente não é investível; a participação dos familiares; o morrer com dignidade; e a ortotanásia oculta. Tratar do assunto da ortotanásia é uma tentativa de contextualizar sua existência e atuação diante de uma rotina que tenta escondê-la ou mascará-la, justamente pelo fato de não existir amparos para sua prática, tanto da jurisdição legal como da própria medicina. A ortotanásia, dita nova, é, na verdade, uma antiga prática instalada no ambiente hospitalar e que, de acordo com os profissionais entrevistados, é uma possibilidade viável de tratar a morte como um processo irremediável e constante, de forma a contrapor-se ao prolongamento do sofrimento humano. Acredita-se que os profissionais envolvidos na assistência a UTI devem ser estimulados a participar de espaços que lhes possibilitem uma abertura aos assuntos relacionados à morte, já que falando sobre ela pode-se, aos poucos, desestigmatizá-la e passar a encará-la sob nova forma.

Considerando que la ortatanasia es un término bastante controvertido y con no suficientes discusiones éticas y jurídicas, se realizó una investigación con el objetivo de conocer la percepción de enfermeros profesionales sobre la práctica de la ortatanasia dentro del contexto hospitalario. Se trata de una investigación exploratoria con enfoque cualitativo realizada en un Centro de Tratamiento Intensivo (CTI) adulto de un hospital público del Estado de Rio Grande del Sur, habiendo sido entrevistadas cinco enfermeras. Se optó por entrevistas semiestructuradas realizadas de enero a marzo de 2008. Los aspectos éticos involucrados en la investigación fueron debidamente respetados. Después de realizar el análisis de contenido emergieron las siguientes categorías: el médico es quien decide; el paciente no merece el esfuerzo invertido en él; la participación de los familiares; el morir con dignidad; y la ortotanasia escondida. Así, tratar del asunto ortatanasia es un intento de contextualizar su existencia y actuación frente a una rutina que trata de ocultarla y mascararla, justamente por el hecho de no existir amparos para su práctica, tanto de la jurisdicción legal como de la propia medicina. La llamada nueva ortatanasia es, en realidad, una antigua práctica instalada en el ambiente hospitalario y que, de acuerdo con los profesionales entrevistados, es una posibilidad viable de tratar la muerte como un proceso irremediable y constante, de forma contraponerse al prolongamiento del sufrimiento humano. Los profesionales involucrados en la asistencia en CTI deberían ser estimulados a participar de espacios que les permitan debatir asuntos relacionados a la muerte puesto que hablando sobre ella se la puede, poco a poco, desestigmatizar y comenzar a encarar de otra forma.

Considering that passive euthanasia is a controversial term with insufficient ethical and legal debates, a research was carried out aiming to know the perception of professional nurses about such practice in the hospital context. It is an exploratory research, based on a qualitative approach, developed in an adult ICU of a public hospital in the state of Rio Grande do Sul, through interviews with five nurses. Semi-directed interviews were conducted from January to March 2008. Ethical aspects involved in the research were appropriately observed. After content analysis, the following categories emerged: the doctor decides; patient is not worth investing the effort; the family participation; death with dignity; and hidden passive euthanasia. Dealing with such a theme as passive euthanasia is an attempt to contextualize its existence and its practice, considering a routine that tries to hide or to mask it, since there is no legal or medical support to its practice. Even though passive euthanasia is considered a new subject, it is, in fact, an ancient practice which takes place in the hospital environment. According to the professionals who were interviewed, it is a viable possibility to treat death as a constant and irremediable process opposed to the extension of human suffering. Professionals involved on ICU assistance should be encouraged to participate in discussions on themes related to death, since talking about it helps to gradually de-stigmatize it and face it in a new way.

EnfermeiroMorteDireito a MorrerEnfermeroMuerteDerecho a MorirNurseDeathRight to Die
Considerações éticas nos cuidados médicos do paciente terminalBioética1993129381PivaJPCarvalhoPRAA dignidade humana como fundamento jurídico das "ordens de não-ressuscitação" hospitalares2004PithanLHBiodireito: ciência da vida, os novos desafios2001283305BorgesRCBSantosMCCLDireito de morrer: eutanásia, suicídio assistido2005MFFResolução nº 1.805, de 9 de novembro de 2006 do Conselho Federal de MedicinaHumanização e cuidados paliativos2004PessiniLBertachiniLPessiniLTratado da metodologia da pesquisa clínico-qualitativa: construção teórico-epistemológica, discussão comparada e aplicação nas áreas da saúde e humanas2003TuratoERAnálise de conteúdo1977BardinLO desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde1996MinayoMCSResolução 196, de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde10199609Educação para a morte: desafio na formação de profissionais de saúde e educação2003KovácsMJO cuidado na Saúde: As relações entre o eu, o outro e o cosmos2004WaldowVRO cuidado ao término de uma caminhada1999ThomasCCarvalhoVLO paciente que vai morrer: direito à verdade07200004FrançaGVUso de opióides em pacientes terminais: sedação ou eutanásia?Rev Assoc Méd Brás2003249TorreãoLTerminalidade da vida e cuidados de final de vida na Unidade de Terapia IntensivaRev BrasTerapia Intensiva200735758319SoaresMTerziRGGPivaJPAssistência de enfermagem ao paciente gravemente enfermo2001SilvaMJPCintraEANishideVMNunesWASobre a morte e o morrer2005Kubler-RossESaber cuidar: ética do humano - compaixão pela terra2000BoffLMorrer com dignidade: um direito fundamental20041016CostaSIFDinizD